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Petrobras - Brasil será auto-suficiente em petróleo em 2015


Com o sucesso do pré-sal, que acaba de ultrapassar a marca de 500 mil barris produzidos diariamente, o Brasil será auto-suficiente em petróleo a partir do ano que vem e a Petrobras iniciará um período virtuoso marcado pelo aumento de sua produção, redução de seu endividamento, fluxo de caixa positivo e valorização no mercado de ações. Essa projeção foi feita pela presidente da Petrobras, Graça Foster, durante conversa com jornalistas e blogueiros realizada terça-feira (1) na sede da empresa no Rio de Janeiro.

Acompanhada pelo diretor de Exploração e Produção da Petrobras, José Formigli, e visivelmente decidida a rechaçar aquilo que qualificou como “ambiente de pessimismo” em relação à empresa alimentado por políticos e veículos de mídia que fazem oposição ao governo federal, Graça falou também sobre a necessidade de reajuste dos preços dos combustíveis e, em um recado direto aos pessimistas, garantiu que “a Petrobras vai muito bem”.

Segundo a executiva, o atual quadro de endividamento da Petrobras, tão criticado pela oposição, é passageiro e está sob o controle da direção da empresa: “A Petrobras teve um grande endividamento nos últimos anos, mas é um endividamento para o crescimento da companhia, não é para pagar conta. Muitas dívidas da Petrobras vencem em 2017 e 2018, anos em que a nossa produção, que já cresceu, ficará maior ainda. Nós teremos fluxo de caixa positivo a partir do ano que vem. Vamos gerar mais caixa e investir menos, ou melhor, vamos continuar investindo, mas a nossa geração de receitas será muito maior”, disse Graça Foster.

A presidente da Petrobras enumerou as três “premissas” que, segundo ela, possibilitarão a concretização desse cenário otimista: “Uma política de reajuste de combustíveis, um plano de desinvestimentos e um plano de reestruturação financeira. Estamos trabalhando para modificar o modelo financeiro da Petrobras de tal forma que a gente tenha mais produção de petróleo, mais refinados, uma geração de caixa mais alta e um investimento no mesmo patamar que tivemos no ano passado, que foi US$ 45 bilhões”.

Ações

É Petrobras, é pré-sal é, PT, é Brasil

Ressaca: pré-sal já despeja mais de 500 mil barris/dia goela abaixo na goela conservadora


No momento em que a Petrobrás alcança meio milhão de barris de petróleo extraídos do pré-sal, ouve-se um silencio sepulcral das goelas conservadoras (leia a reportagem de Maurício Thuswohl; nesta pág)

As mesmas que amargam a ressaca  da Copa das Copas.

As mesmas que, há menos de uma semana, trovejavam  contra a cessão de novos  campos à estatal, com mais de 15 bilhões de barris, decidida pela Presidenta  Dilma.

O desconforto é enorme.

A eficiência da empresa em extrair  --aceleradamente-- o óleo existente a seis mil metros abaixo da linha do mar,  comprova o acerto da cessão onerosa.
 
Mas reitera também o regime de partilha que ordena toda a exploração das maiores reservas descobertas no planeta no século XXI – decisão exitosa igualmente  bombardeada pelo conservadorismo e seu dispositivo emissor.

A República dos acionistas,  que pauta o jornalismo  isento, tem alergia a novos investimentos em exploração.

 Explica-se: momentaneamente,  eles podem reduzir o caixa dos dividendos.

 O fato de a cessão ter  transformado a estatal na detentora da segunda maior reserva de óleo do mundo, é desprezível aos olhos do interesse particularista que avoca sua supremacia em detrimento da nação e do futuro de sua gente.

Graças à decisão de Dilma,  a estatal criada por Getúlio Vargas  –cujo legado FHC prometeu dissolver—  passou a dispor de um estoque de 31 bilhões de barris exploráveis.
Pouco abaixo apenas da Rosnet (russa), com 33 bi/barris, mas que será certamente ultrapassada pela Petrobrás, que levita num oceano de reservas estimadas em 100 bilhões de barris.

 Não estamos falando de um detalhe tangencial à luta pelo desenvolvimento brasileiro.

O pré-sal, é forçoso repetir, quando tantos preferem esquecer, mudou o peso geopolítico do Brasil.

É como se o país ganhasse quatro  anos de PIB em petróleo, a preços de hoje  --sob  controle político da sociedade.

Graças ao regime de partilha, essa riqueza será estatalmente direcionada para reverter mazelas seculares incrustradas em seu tecido social.

Não se trata de um futuro remoto, como o demonstra o marco de meio milhão de barris de óleo atingido agora.

O pré-sal já alterou a curva de produção da Petrobras.

 A estatal, que levou 60 anos para chegar à extração  de dois milhões de barris/dia, vai dobrar essa marca em apenas sete anos.

Talvez menos.

A ignorância tudo pode, mas quem desdenha dessa mutação em curso sabe muito bem  o que está em jogo.

Dez sistemas de produção do pre-sal entram em operação até 2020.

Hoje, apenas oito anos após as descobertas, os novos reservatórios já produzem 500 mil barris/dia.

Em 2020 serão mais dois milhões de barris/dia.

A curva é geométrica.

Para reter as rendas do refino  na economia brasileira, a capacidade de processamento da Petrobras crescerá proporcionalmente: de pouco mais de dois milhões de barris/dia hoje, alcançará  3,6 milhões de barris/dia em seis ou sete anos.

Para isso estão sendo erguidas quatro refinarias, simultaneamente.

O conjunto requer  US$ 237 bilhões em investimentos até 2017.

É o maior programa de investimento de uma petroleira em curso no mundo.

E será assim por muitos anos –o que explica os surtos recorrentes de urticária da República dos acionistas e de seu jornalismo operoso.

Os desdobramentos desse ciclo não podem ser subestimados.

A infraestrutura é o  carro-chefe do investimento nacional no próximo estirão de crescimento a ser pactuado com toda a sociedade.

 Mais de 60% do total de R$ 1 trilhão em projetos serão investidos na cadeia de óleo e gás.

Objetivamente: nenhuma agenda política relevante pode negligenciar aquela que  é a principal fronteira crível de um salto do país em cadeias tecnológicas que viabilizem a sua inserção soberana no mercado mundial.

Mas foi  exatamente esse sugestivo lapso que o candidato ‘mudancista’, Aécio Neves, cujo coordenador de campanha será o não menos ‘mudancista’ presidente dos demos, Agripino Maia, cometeu em dezembro de 2013, quando lançou sua agenda eleitoral, já como presidenciável do PSDB.

Como observou Carta Maior naquela oportunidade, em oito mil e 17 palavras encadeadas em um jorro espumoso do qual se extrai ralo sumo, o candidato tucano  não mencionou uma única vez o trunfo que mudou o perfil geopolítico do país.

Repita-se, Aécio Neves lançou uma agenda eleitoral sem a expressão pré-sal.
O tucanato espojou-se no caso Pasadena; convocou fanfarras para alardear ‘o desgoverno’ dentro da estatal, mas não reservou um grão de areia de espaço em sua agenda eleitoral para tratar da grande alavanca estratégica representada pelas novas reservas brasileiras.

A omissão  fala mais do que consegue esconder.

O diagnóstico conservador sobre o país  --e a purga curativa preconizada a partir dele-- é incompatível com a existência desse  incômodo cinturão de riqueza, a encorajar a construção de uma democracia social , ainda que tardia, por essas bandas.

Ao abstrair  o pré-sal  --exceto em confidências de Serra à Chevron, em 2010, quando prometeu reverter a partilha que  incomoda as petroleiras internacionais--  a agenda do PSDB   mais se assemelha a uma viagem de férias à Brazilândia do imaginário conservador, do que à análise do país realmente existente –com seus gargalos e trunfos.

Só se concebe desdenhar dessa janela histórica  se a concepção de país embutida em seu projeto negligenciar deliberadamente certas  urgências.

Por exemplo, a luta pela reindustrialização brasileira, da qual as encomendas do pré-sal podem figurar como importante alavanca, graças aos índices de nacionalização consagrados no regime de partilha.

Ou o salto da escola pública –que só terá 10% do PIB, como decidiu o Plano Nacional da Educação, porque poderá contar  com o fluxo da renda do pré-sal.

Ou ainda a saúde pública, igualmente beneficiada na divisão do fundo petroleiro, que assim poderá ressarcir o corte de R$ 40 bilhões/ano  imposto à fila do SUS pela extinção da CPMF, em 2010 –obra grandiosa da aliança  ‘mudancista’ demotucana.

Reconheça-se, não é fácil pavimentar o percurso oposto ao apregoado diuturnamente pelos pregoeiros do Brasil aos cacos.

A formação do discernimento social brasileiro  está condicionada por implacável  máquina de supressão da autoestima , que não apenas  dificulta a busca de soluções para a crise, como nega à sociedade competência para faze-lo de forma coordenada e democrática.

Melhor entregar aos mercados, aos mercados, aos mercados, aos mercados...

Eles, sim, sabem o que fazer disso aqui.

Recusa-se  aos locais a competência até mesmo para organizar uma Copa do mundo, que dirá gerir as maiores reservas de óleo do planeta, ou construir , uma nação, não qualquer nação, mas uma cujo emblema seja a convergência da riqueza, a contrapelo da lógica documentada por Tomas Piketty.

Com a maturação antecipada da curva do pré-sal  --como indica o marco dos 500 mil barris em extração--  as chances de êxito nessa empreitada aumentam geometricamente nos próximos anos.

Não é uma certeza, é uma possibilidade histórica. Mas o lastro é cada vez menos negligenciável.

Os efeitos virtuosos desse salto no conjunto da economia, porém, exigem uma costura de determinação política para se efetivarem.

Algo que a agenda eleitoral de quem assumidamente se propõe a ser uma réplica  do governo FHC, omite, renega e descarta.

A ver.

por Saul Leblon - Carta Maior

Mais cala-boca nos pessimistas

O ministro Edison Lobão - Minas e Energia - bateu duro nos Velhos do Restelo:

"Recentemente fomos invadidos por uma onda de pessimismo sobre a Copa do Mundo. Está aí o sucesso absoluto da Copa. Também diziam obstinadamente que nós iríamos caminhar para um racionamento de energia. Não tivemos racionamento nenhum e não chegaremos a ele porque temos responsabilidade de planejar e executar a geração, a transmissão e o fornecimento de energia no nosso país

Empresas históricas

SCHLUMBERGER - Em tempos de pre-sal é preciso conhecer a empresa-chave para localizar reservas petrolíferas em terra e no mar. A Schulumberger, empresa com raízes francesas e hoje com sede em Houston no Texas foi fundada em 1926 por dois irmãos franceses, Comrad e Marcel Schlimberger, de raízes alsacianas, com formação de físicos pela Ecole Polythnique e depois Ecole de Mines, duas tradicionais instituições de ensino no campo da física e da geologia.

Fernando Brito - Dilma comemora 500 mil barris/dia no pré-sal

Logo, logo serão muito mais
A Presidenta Dilma Rousseff participa, amanhã, na Petrobras, de um comemoração pelo atingimento da marca da extração de 500 mil barris de petróleo do pré-sal brasileiro.
É bom a Presidenta andar rápido, porque não apenas a marca foi atingida semana passada (520 mil barris num único dia) como, também porque, nos próximos dias, será ligado o  poço 7-LL-22D-RJS no campo de Lula Nordeste, o primeiro dos três que, até o final de setembro, estão produzindo no navio-plataforma Cidade de Paraty.

A defesa da Petrobras tem que ser Política. Não é coisa pra Gerente

A obra mais duradoura dos governos trabalhistas terá sido a reapropriação da Petrobras pelo povo brasileiro.

Como se sabe, o Príncipe da Privataria fez um rombo no casco do monopólio e tratou de desidratar a Petrobras para fatiá-la e vender aos pedaços.

O auge do processo entreguista seria rebatizar a empresa de “Petrobrax” – quanto custou o “estudo” para bolar o nome e que jenio ganhou com ele ?

A eleição de um presidente trabalhista roda, roda, e gira em torno da Petrobras, porque a Petrobras está no meio da Avenida Chile – e no meio do Brasil.

Não por acaso a Globo Overseas praticou outra fraude eleitoral, ao “editar” a entrevista do Gabrielli.

A Big House não admite que o Lula (com a ajuda do Gabrielli, do Haroldo Lima e da Dilma) tenha construído o “modelo de partilha”.

Não admite que eles tenham feito o maior lançamento de ações da História do Capitalismo e entregue ao Governo Dilma a responsabilidade – cumprida com êxito – de realizar o primeiro leilão do pré-sal.

Na partilha.

O regime de partilha equivale a botar fogo na dispensa da Big House.

A Big House não perdoa o Lula de ter reconstruído a indústria naval –  com a Petrobras – e dar 75 mil empregos a brasileiros – e, não, a cidadãos de Cingapura, como pretendiam o Principe Privateiro e o então presidente da Petrobrax, o delfim neolibelês (*), Francisco Gros.

Os trombones da Big House não aceitam que o Brasil venha a ser o maior produtor de plataformas do mundo, porque aqui se instalou, com os trabalhistas herdeiros de Vargas, um “capitalismo de características brasileiras”.

É por isso que Pasadena – leia aqui “os pingos nos ï” ”- se tornou, com a falência do “apagão” e a fracassada elevação do pepino, o ponto de referencia da oposição que se materializa no PiG (**).

É a tentativa de atingir a Dilma, a gerente, o Lula – e, acima de tudo, a Petrobras.

A Big House quer o poder e a Petrobras – não necessariamente nessa ordem !

Porque governar o Brasil significa governar a Petrobras.

E quem governa a Petrobras determina o perfil do futuro do Brasil.

Se será um Brasil para os brasileiros ou um Brasil para os amigos da Big House.

Aqueles a quem o Fernando Henrique oferece os ombros.

É por isso que a defesa da Petrobras – também responsabilidade da Dilma – não pode ser técnica.

Coisa para gerente – clique aqui para ver “não há eleição para Gerente da República”.

A defesa da Petrobras tem que ser travada no ringue da politica, no campo enlameado da eleição.

Tem que sujar as mãos.

De óleo.

E de furia.

(Vargas percebeu isso e se matou antes que o Cerra entregasse a  Petrobras à Chevron)

Vamos supor que a compra de Pasadena tenha sido um erro de gestão.

O que está longe de ser provado – clique aqui para ler a explicação de Gabrielli .

Os ilustres empresários privados do Conselho de Administração  concordaram com a compra de Pasadena e disseram isso, desde que “estourou  a crise.

Seria impensável imaginar que Gerdau, Fabio Barbosa e Claudio Haddad – campeões da livre iniciativa – referendassem um um erro tão grosseiro.

Ou se deixassem tapear por burocratas de segundo escalão de empresa pública.

Os acionistas da Gerdau, da Abril e do Insper ficariam decepcionados !

Mas, para efeito de raciocínio, vamos supor que Pasadena tenha sido um erro.

Vamos admitir – o que está longe de ser verdade – que o “prejuízo” com Pasadena, mesmo nas contas exorbitantes da Urubóloga, tenha provocado um rombo na plataforma P-36 …

O que é, digamos, uma proposição hilariante…

(Por falar em hilariante, clique aqui para ver como a Urubóloga noticia o Globope)

Mas, que empresa não comete erros, amigo navegante ?

A Globo, por exemplo …

A Globo foi à concordata.

E, porque não conseguiu levantar dinheiro no BNDES – nos termos aviltantes propostos ao presidente Carlos Lessa – foi obrigada a ajoelhar-se à banca internacional – como diria aquele dos múltiplos chapéus - teve que ajoelhar-se “à banca”.

A Globo torrou o que se calcula em US$ 100 milhões de dólares na Tele Monte Carlo, porque achou que ia dar uma rasteira no Berlusconi …

A Globo cometeu um erro elementar de gestão, porque, ao contrário de milhares de empresas brasileiras, acreditou no Real do Fernando Henrique e se endividou em dólares.

Aquela lorota de o Real valer o que valia o dólar.

(Como demonstrou o Luiz Nassif , no livro “Cabeças de Planilha”– clique aqui para ler entrevista devastadora – o único que tinha motivos nobres para acreditar na lorota – do R$ 1 = US$ 1 – foi o André Lara Resende, que, há pouco tempo, reapareceu numa suspeita de chantagem de Daniel Dantas contra Fernando Henrique , no livro“sem Gilmar não haveria Dantas”, de Rubens Valente.)

Como diz o Mino Carta, os filhos do Roberto Marinho – eles não têm nome próprio – acreditaram na Miriam Leitão e quase quebram.

Para salvar-se, a Globo contratou o mesmo executivo que Fernando Henrique levou para criar a  Petrobrax.

E o jenio saiu a vender ativos da Globo.

O J. Hawilla e o Boni o receberiam para jantar com champagne Cristal, sempre que quisesse.

Mas, os filhos do Roberto Marinho, se pudessem … 

Não fossem o Globope e o BV – e o BV é a maior fatia do faturamento de 190 agencias de publicidade do Brasil -, a Globo não teria como pagar o salário dos atores que não estão ar.

Entre outras coisas.

E olha que o BV da Globo é de solar ilegalidade, segundo a decisão do julgamento do mensalão – Fase I, aquela que o Ataulfo Merval de Paiva (***) recebeu como os Dez Mandamentos. 

Agora, aqui entre nós, amigo navegante, tivesse você uns trocados … compraria ações da Globo Overseas ou da Petrobras?

Paulo Henrique Amorim

O presidente da Venezuela expulsou funcionários da embaixada americana no país

Mesma coisa que ter dado um chute na cara dos baba ovos dos EUA no Basil

Isso mesmo

Terrorismo imperial em busca do petróleo do planeta

A batalha da América Latina
Brasil e Venezuela: a guerra da informação

por Rodrigo Vianna
São tristes, preocupantes, mas não chegam a surpreender as cenas de violência e confronto aberto na Venezuela. Nos últimos 6 anos, estive lá cinco vezes – sempre na função de jornalista. Há um clima permanente de conflagração.
As TVs privadas, com amplo apoio das classes médias e altas, tentaram dar um golpe em 2002 contra Hugo Chavez (sobre isso, há umdocumentário excelente – “A Revolução Não Será Televisionada”). Chavez resistiu ao golpe com apoio dos pobres de Caracas – que desceram os morros para apoiá-lo – e de setores legalistas do Exército. Desde então, o chavismo se organizou mais, criou uma rede de TVs públicas para se contrapor ao “terror midiático” (como dizem os chavistas), e se organizou  no PSUV (ainda que o Partido Comunista, também chavista, tenha preferido manter sua autonomia organizacional).
Jornais e meios de comunicação jamais tramaram golpes no Brasil com apoio da CIA...
É preciso lembrar que TVs e revistas brasileiras (Globo e Veja) comemoraram o golpe contra Chavez em 2002 – e se deram mal porque ele voltou ao poder 2 dias depois.
Nas ruas de Caracas, ano a ano, só senti o clima piorar. Confronto permanente. Acompanhei na região de Altamira, em Caracas, o ódio da classe média pelos chavistas. Com a câmera ligada, eles não se atrevem a tanto, mas em conversas informais surgiam sempre termos racistas para se referir a Chavez – que tinha feições indígenas, mestiças, num país desde sempre dominado por uma elite (branca) que controlava o petróleo.
O chavismo tinha e tem muitos problemas: dependia excessivamente da figura do “líder”, a gestão do Estado é defeituosa, há problemas concretos (coleta de lixo, segurança etc). Mas mesmo assim o chavismo significou tirar o petróleo das maõs da elite que quebrou o país nos anos 80. Além disso, enfrenta o boicote econômico permanente de uma burguesia que havia se apropriado da PDVSA (a gigante do Petróleo venezuelana).
O chavismo sobreviveu à morte de Chavez. O chavismo, está claro, não é uma “loucura populista” ou uma “invenção castrista” – como querem fazer crer certos comentaristas na imprensa brasileira. O chavismo é o resultado de contradições e lutas concretas do povo venezuelano – lutas que agora seguem sob o comando de Nicolas Maduro, que evidentemente não tem o mesmo carisma do líder original.
Vejo muita gente dizer que o “populismo” chavista quebrou a Venezuela. Esquecem-se que a economia venezuelana cambaleava muito antes de Chavez. Esquecem-se também que o tenente-coronel Hugo Chavez Frias não inventou a multidão nas ruas. A multidão é que inventou Chavez. A multidão precedeu Chavez. Em 89, o governo neoliberal de Andres Perez ameaçou subir as tarifas públicas – seguindo receituário do FMI. O povo foi pra rua, sem nenhuma liderança, noCaracazo (uma rebelião impressionante que tomou as ruas da capital).
O chavismo foi a resposta popular à barbárie liberal, foi uma tentativa de dar forma a essa insatisfação diante do receituário que vinha do Norte. Os responsáveis pela barbárie liberal tentam agora retomar o poder – com apoio dos velhos sócios do Norte. E nada disso surpreende…  
O que assusta é o nível dos comentários sobre a Venezuela nos portais de notícia brasileiros.
Há pouco, eu lia uma postagem do “Opera Mundi” (sítio de esquerda, mas hospedado no UOL). Quem tiver estômago pode conferir as pérolas dos leitores… Resumo abaixo algumas delas:
- “A VENEZUELA SERÁ PALCO DA PRIMEIRA GUERRA CIVIL PLANEJADA PARA A TOMADA DO PODER COMUNISTA NA AMÉRICA LATINA.”
“O chavismo conseguiu levar a Venezuela à falência. Um país sem papel higiênico e muita lambança comunista para limpar.”
- “Aquele pais virou um verdadeiro lixo, podia ser uma potencia de tanto petroleo que tem, mas o socialismo acabou com tudo. O que sobrou foi uma latrina gigante.”
- “Vai morar na Venezuela então , por mim os venezuelanos tem que matar o maduro.”
- “É fácil quando a eleição é manipulada. Maduro ganhou pq roubou a eleição como foi comprovado.”
Envenenados pela “Veja”, “Globo” e seus colunistas amestrados, esses leitores são incapazes de pensar por conta própria. Repetem chavões anticomunistas, e seriam capazes de implorar pela invasão da Venezuela pelos EUA.
Desconhecem a história da Venezuela pré-Chavez… Não sabem o que é a luta pela integração da América Latina – diariamente combatida pelos Estados Unidos.
Se Maduro sofrer um golpe, se os marines desembarcarem em Caracas, muitos brasileiros vão aplaudir e comemorar. Não são ricos, não são da “elite”. São pobres. Miseráveis, na verdade. Indigentes em formação. Vítimas da maior máquina de desinformação montada no Brasil: o consórcio midiático (Globo/Veja/Folha e sócios minoritários) que Dilma pretende enfrentar na base do “controle remoto”.
A América Latina pode virar, nos próximos anos, mais um laboratório das técnicas de ocupação imperialista adotadas no século XXI. Terror midiático, ataques generalizados à “política”, acompanhados de ações concretas de boicote e medo – sempre que isso for necessário.
Não é à toa que movimentos “anarquistas” e “contra o poder” tenham se espalhado justamente pelos países que de alguma forma se opõem aos interesses dos Estados Unidos.
O imperialismo não explica, claro, todos os problemas de Venezuela, Brasil, Argentina. Temos nossas mazelas, nossa história de desigualdade e iniquidade. Mas o imperialismo explica sim as seguidas tentativas de bloquear o desenvolvimento independente de nossos países.
A morte de Vargas no Brasil em 1954, a derrubada de Jacobo Arbenz na Guatemala no mesmo ano, e depois a sequência de golpes no Brasil, Uruguai, Argentina e Chile (anos 60 e 70) são exemplos desse bloqueio permanente. Não é “teoria conspiratória”. É a História, comprovada pelos documentos que mostram envolvimento direto da CIA e da Casa Branca nos golpes.
A Venezuela não precisou de golpes. Porque tinha uma elite absolutamente domesticada. Com Chavez, essa história mudou. A vitória de Chavez foi o começo da “virada” na América do Sul.
Os Estados Unidos e seus sócios locais empreendem agora um violento contra-ataque. Na Venezuela, trava-se nas ruas um combate tão importante quanto o que se vai travar nas urnas brasileiras em outubro. Duas batalhas da mesma guerra. E pelo que vemos e lemos por aí, o terror midiático fez seu trabalho de forma eficiente: há milhares de latino-americanos dispostos a trabalhar a favor da “reocupação”, da “recolonização” de nossos países.
Por isso, essa é uma guerra que se trava nas ruas, nas urnas e também nos meio de Comunicação. Uma guerra pelo poder nunca deixa de ser também uma guerra pelos símbolos, uma guerra pela narrativa e pela informação.
Leia outros textos de Palavra Minha

José Dirceu: Tucanos demonstram a quem prestam serviço


A montanha pariu um rato. Quem acompanhou ou leu a respeito tem uma definição diferente para o convescote tucano ontem em Brasília? Deu em nada o seminário deles "Recuperar a Petrobras é o nosso desafio - A favor do Brasil, a favor da Petrobras". Provou que eles não têm nada a falar. Dai vêm com essa história de que aumentou a importação de derivados de petróleo.

Ora, aumentou porque se ampliou o consumo, porque o Brasil cresceu como nunca nos 10 anos de governos Lula/Dilma Rousseff, do PT.


E o que importa, como bem disse a presidenta da Petrobras, Maria das Graças Foster em entrevista ao site do PT (clique aqui para ler ), é que os investimentos estão aí, R$ 84,1 bi. O pré-sal, uma riqueza da nação que já triplicou nossas reservas, está produzindo 300 mil barris/dia de petróleo. Quando os tucanos deixaram o governo em 2002, não havia gás. Só termoelétricas construídas pela iniciativa privada recebendo da Petrobras sem produzir.

Hoje, 10 anos depois, todas produzem e temos gás. A média mundial de sucesso com perfurações é de 3 em cada 10 poços. A nossa é 6 em cada 10. Como bem lembrou Graça Foster, no Golfo do México precisaram de 17 anos para produzir 300 mi barris/dia. Nós atingimos isso em muito menos da metade desse tempo. Produzimos 300 mil barris/dia "apenas sete anos depois da primeira descoberta de petróleo na camada pré-sal, ocorrida em 2006", comparou Graça.

A comparação é sempre desfavorável ao PSDB. Daí o pânico deles


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Campanha do pig contra Petrobras beira a sabotagem

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Os editoriais e a mais recente ofensiva da imprensa contra a Petrobras não têm raiz no seu balanço de 2012, já que a empresa não apenas deu lucro de R$ 21,18 bilhões como mantém seu plano de investimentos e caminha para aumentar cada dia mais a produção em geral.

A companhia vai instalar sete novas plataformas, incluindo a P-58, que deverá começar a produzir o primeiro óleo já em janeiro de 2014. Além disso, a Petrobras está no caminho de aumentar as reservas e a produção do pré-sal – já com cerca de 300 mil barris diários.


Portanto, o objetivo da campanha contra a Petrobras – além de criticar o governo – é apresentar a empresa como inviabilizada, desestabilizar sua imagem e sua credibilidade no exterior, já que para cumprir seu plano de investimento de R$ 97,7 bi em 2013 (foram R$ 84,13 bi no ano passado), ela precisa de acesso ao crédito internacional.


A empresa tem hoje o maior número de reservas comprovadas que já conseguiu, um ativo que, junto com o plano de expansão, garante o grau de investimento que a empresa ostenta e o acesso ao mercado de capitais e crédito internacional.


Sem esquecer o acervo tecnológico e de pesquisas da companhia, as reservas ainda não certificadas do pré-sal e do país em geral. Isso representa um conjunto de realidades que, ao lado das decisões tomadas pela direção e pela presidência da Petrobras, asseguram não apenas a solidez da empresa, mas o aumento da produção em mais de 800 mil barris com as novas plataformas.

Esses fatores também implicam redução de custos e venda de ativos, na direção de mais investimentos e mais produção. São fatos que não podem ser apagados por campanhas que beiram a sabotagem e visam a desqualificar a empresa no mundo.


José Dirceu

A disputa pelos royalties do petróleo


Congresso mostra que não se submete a outro Poder
O presidente do Congresso, senador José Sarney, convocou sessão para analisar, de uma só vez, 3 mil vetos presidenciais

Bancada do Rio promete recorrer novamente ao Supremo se veto de Dilma for derrubado

Numa reação à altura, o Congresso manobrou e aprovou requerimento convocando para hoje sessão que analisará 3.060 vetos presidenciais que tramitavam há 12 anos. 


O objetivo é derrubar o veto de Dilma à nova distribuição dos royalties. 

O presidente do Senado, José Sarney, em recurso ao STF, disse que a decisão do ministro Luiz Fux, que anulou sessão anterior do Congresso, pretendia deixar o Legislativo de joelhos, e o Legislativo não fica de joelhos para nenhum outro Poder.

O Congresso não respeita fuxlecos


Todos os líderes dos partidos mais os componentes da Mesa do Congresso decidiram dar uma resposta regimental ao Supremo Tribunal Federal, que impediu a votação do veto parcial à lei dos Royalties. Na sessão conjunta desta terça-feira, às 19 horas, será apresentado um requerimento dos líderes do Senado e da Câmara pedindo que sejam votados os 3060 vetos existentes, em uma sessão única, na quarta-feira, ao meio-dia.
Aprovado o requerimento, 3059 vetos serão votados em bloco e o veto parcial da Lei dos Royalties será apreciado em separado. Do total de vetos, 51 são totais e 153 parciais, sobre de 204 projetos. 
O senador Wellington Dias (PI), futuro líder do PT no Senado, disse que há um sentimento muito grande de revolta no Congresso e que por isso eles decidiram dar uma resposta ao STF que na segunda-feira, por meio do ministro Luiz Fux, suspendeu a votação do veto parcial da Lei dos royalties, afirmando que antes o Congresso precisaria votar os mais de 3 mil vetos pendentes.

Dilma destina 100% dos royalties das novas concessões de petróleo para a educação


A presidenta Dilma Rousseff vetou parcialmente o projeto de lei aprovado pelo Congresso que modificava a distribuição dos royalties do petróleo e decidiu que 100% dos royalties provenientes dos contratos futuros de exploração de petróleo serão investidos em educação. Uma medida provisória com as mudanças será enviada ao Congresso na próxima semana.
O anúncio foi feito nesta sexta-feira (30), durante entrevista coletiva no Palácio do Planalto, pelos ministros da Educação, Aloizio Mercadante; da Casa Civil, Gleisi Hoffmann; de Minas e Energia, Edison Lobão; e de Relações Institucionais, Ideli Salvatti. Mercadante explicou que, além de 100% dos royalties futuros, 50% dos rendimentos do Fundo Social também serão voltados para a educação. Segundo ele, o objetivo é deixar um legado para as gerações futuras.
“Só a educação vai fazer do Brasil uma nação desenvolvida, ela é o alicerce do desenvolvimento e se o pré-sal e petróleo são o passaporte para o futuro, não há futuro melhor do que investir na educação dos nossos filhos, dos nossos netos, do conjunto do povo brasileiro”, disse o ministro.
A ministra Gleisi Hoffmann explicou que os vetos preservam os contratos já firmados e mantêm a atual distribuição dos recursos provenientes do petróleo. Segundo ela, os vetos tiveram como diretriz o respeito à Constituição e aos contratos estabelecidos. Para os contratos futuros de exploração de petróleo, a presidenta optou por manter as novas porcentagens de distribuição entre estados e municípios produtores e não-produtores previstas na lei aprovada pelo Congresso.
“O veto ao artigo 3º resguarda exatamente os contratos estabelecidos e também tem o objetivo de fazer a readequação, ou seja, a correção da distribuição dos percentuais dos royalties ao longo do tempo (…) quanto às demais intervenções na lei, a presidenta procurou conservar em sua grande maioria as deliberações do Congresso Nacional, garantindo, contudo, as distribuição de recursos para a educação brasileira”, afirmou.

Pré-sal já representa 10% da produção do país


Conversa com a PresidentaA presidente Dilma Rousseff falou sobre a exploração de petróleo no pré-sal. Em resposta à engenheira Raianne Justus Bezerra de Almeida, ela afirmou que já são retirados das bacias de Santos e de Campos mais de 200 mil barris por dia, o que representa 10% de toda a produção brasileira.
“A exploração do pré-sal, Raianne, vai significar mais encomendas de bens e serviços no Brasil, criando oportunidades de negócio e de emprego para brasileiros e brasileiras. E usando de forma responsável os recursos dos royalties, teremos um passaporte para transformar o Brasil em um país muito mais desenvolvido e com mais oportunidades para toda a população”, acredita.
Dilma ainda respondeu a Pablo Azevedo da Silva, de Cuiabá, sobre o investimento do governo federal no esporte, que teve, somente em 2012, 4.243 bolsistas de 53 modalidades, que conquistaram 17 medalhas nos Jogos Olímpicos de Londres. Para o funcionário público de Porto Velho Carlos Ramos Filho a presidenta explicou a tarifa social de energia.
“Em todos os casos, o responsável pela residência, munido de comprovante da inscrição no Ministério do Desenvolvimento Social (MDS), deve procurar a empresa de energia elétrica de seu município e solicitar o benefício. Qualquer dúvida sobre esse benefício, Carlos, pode ser esclarecida em ligação gratuita pelo telefone 0800 7072003”, detalhou.

José Dirceu: Acordo político é a melhor solução para royalties


É preciso muito bom senso na hora de discutir a questão dos royalties do petróleo. O debate coloca Estados em lados opostos. É neste momento que se torna cada vez mais importante um acordo político sobre o tema.


A presidenta Dilma Rousseff tem até esta sexta-feira para decidir o que fazer com o projeto aprovado na Câmara. Ela pode vetar, sancionar ou vetar parcialmente. O texto aumenta a parcela dos royalties para Estados e municípios não produtores de petróleo. A fatia de Estados produtores, como o Rio de Janeiro e o Espírito Santo, diminui.


Ontem, o Rio fez um ato para pedir que Dilma vete o projeto integralmente. O Palácio do Planalto já afirmou que está fazendo uma análise exaustiva do caso.

A defesa sobre a não alteração dos royalties nos atuais contratos é bastante justa. Não dá para retroagir na revisão da partilha, até porque inviabiliza a gestão dos Estados e municípios afetados.

Mas, com a descoberta do pré-sal, é insustentável manter a atual divisão dos royalties.  E muito menos fazer as mudanças às custas da participação da União, como querem alguns.

Portanto, um acordo político é a melhor solução. Judicializar mais essa questão não interessa a ninguém. Ou será que interessa?

A maldição do petróleo na guerra suja que esconde interesses nada republicanos



O mais grave foi desprezar a destinação dos royalties para educação, que nenhum governante quer

"O projeto de lei em si gera um colapso nas finanças públicas do estado. É absolutamente inviável. O estado fecha as portas, não faz Olimpíadas, não faz Copa do Mundo, não paga servidor público, aposentado, pensionista. Enfim, sofre um abalo". 
Governador Sérgio Cabral Filho

Honestamente, eu não sabia que o pagamento de aposentadorias e pensões dependia dos royalties do petróleo. A ser verdadeira essa informação, contida na manifestação espasmódica do governador Cabral Filho, estamos fritos. O sistema previdenciário do Estado do Rio faliu e a gente não sabia. Faliu e teria conseguido uma sobrevida com os royalties. Será mesmo?

Dessa sobre Copa do Mundo e Jogos Olímpicos também estou sem saber qual a relação. Aliás, aqui entre nós, esses eventos já mostram que serão mais nocivos do que benéficos ao Estado do Rio.Quem está gostando dessa farra por sua conta é a turma da pesada, cujas fortunas incharam com os favores do poder público. Fora dela, não sei quem mais está com tanta água na boca.

No desprezo pela educação, a nota zero dos governantes

Mas não é essa a discussão. O diabo é que o espasmo do governador e as lágrimas de crocodilo dos seus adjacentes conseguiram escamotear o mais grave:os interessados nessa grana - punguistas e pungados - não querem nem saber da destinação carimbada para a educação, que um ministro Mercadante pouco convincente propôs em nome de um governo que pisa em ovos.

Nessa posição indecente estão de pleno acordo políticos dos Estados produtores e interessados em pegar o seu na mão grande, em nome de qualquer coisa, graças a uma  Câmara leviana, sem responsabilidade republicana, em que cada um puxa a brasa para o seu tubarão.
 
 

Deu a louca na gasolina?



Como Nova York é nos Estados Unidos e não houve nennhum salto no preço  por aqui, uma das duas é uma “furada”.
Adivinhem que é o assessor para assuntos petrolíferos de O Globo, nas duas matérias… Sim, ele mesmo, o indefectível Adriano Pires, da ANP de FHC.
Claro que o preço dos combustíveis terá de aumentar, se não cessarem as pressões bélicas envolvendo Estados Unidos e Irã.
Mas este tipo de exploração não diz nada ao leitor. A gasolina é cerca de 30% a 40% mais barata na bomba nos EUA- varia muito de estado a estado – por causa, essencialmente, dos tributos que incidem sobre os combustíveis, que são estaduais.
E que, excetuados os EUA, por sua cultura, continuam sendo uma tributação menor (13%) do que a praticada nos países desenvolvidos, onde supera os 100%.
Aqui, andamos na faixa dos 50%, duas terças partes deles estaduais: o ICMS.
Como se vê, o assunto não é tratado com seriedade, mas como propaganda. Contra a Petrobras, contra o Governo.
E, sem muito disfarce, uma esperançazinha de que um aumento no preço da gasolina ajude a deter a queda da inflação e, com ela, a queda dos juros.

fisgado do Tijolaço

O petróleo do pré-sal abre a perspectiva de início de um novo e especial ciclo de industrialização para o país

A história brasileira apresenta uma série de ciclos em que um determinado segmento da atividade econômica sobressaiu sobre os demais, causando importantes mudanças populacionais, culturais e políticas na sociedade.
Ao longo dos tempos, a importância desses ciclos foi sendo atenuada pela maior diversidade e complexidade da economia nacional, mas podemos estar entrando em um novo ciclo que, se bem aproveitado, deverá ser transformacional, sobretudo em termos de benefícios sociais ao nosso país.
O primeiro e mais longo ciclo econômico foi o da cana-de-açúcar, que começou logo após o descobrimento do Brasil, com as capitanias hereditárias, e durou até 1700.
Era um negócio bastante lucrativo para os donatários por serem culturas extensivas em terras doadas por Portugal, pelos bons preços do produto na Europa e pelo baixíssimo custo da mão de obra devido à utilização de escravos.
A esse se seguiu o ciclo da mineração, com as famosas entradas e bandeiras, que tiveram importante papel na ocupação do interior do país. As expedições varreram boa parte do território nacional em busca de ouro, prata e pedras preciosas. Foi um período de grande fluxo populacional vindo de Portugal para os hoje Estados de Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso.
O século 19 começa com a chegada do ciclo do café. A cultura desse produto foi iniciada pelo Vale do Paraíba, se alastrando posteriormente para o interior de São Paulo e do Paraná, e foi responsável por uma forte imigração europeia. O café foi o principal produto de exportação do país por quase cem anos, tendo sofrido forte impacto com a crise de 1929 pela redução do consumo mundial e pela queda de preços.
Outro importante ciclo que ocorreu em meio ao auge do plantio de café no país foi o da borracha na Amazônia. Esse produto chegou a ser responsável por 40% das exportações brasileiras. Foi um período de grande geração de riqueza, ostentação e luxo que durou até o início do século passado, mas que ruiu graças à ampliação da oferta de látex propiciada pela biopirataria de milhares de seringueiras para o Oriente, pela utilização cada vez maior de borracha sintética e pela Primeira Guerra Mundial.
O fim da República Velha, em 1930, marca também o início do ciclo da industrialização brasileira. Na sua fase inicial, o foco era privilegiar as empresas nacionais como forma de evitar a total dependência externa de produtos industrializados. Alguns marcos desse período foram a criação da CSN, da Vale do Rio Doce, da Chesf e da Petrobras.
A partir de 1955, o desenvolvimento industrial ganhou novos rumos com a abertura da economia que atraiu empresas multinacionais.
Nas décadas subsequentes, esse processo continuou a prosperar apesar das crises. Hoje, temos um parque industrial bastante diversificado, mas, em muitos casos, ainda dependente de tecnologia externa.
A abertura do setor do petróleo a partir de 1997, associada à recente descoberta do pré-sal e às expectativas de que suas reservas sejam de fato gigantescas, abre a perspectiva para o início de um novo e especial ciclo de industrialização que promete ser o mais importante de nossa história econômica.
A maior diferença desse para os ciclos anteriores está associada ao fato de envolver uma atividade econômica que emprega enorme quantidade de profissionais com elevado nível de qualificação e consegue pagar salários bem acima da média nacional.
Além disso, temos uma política de conteúdo local em vigor obrigando que uma parcela significativa dos investimentos no setor de petróleo seja feita no Brasil e existe uma empresa gigante, controlada pela União, com musculatura, saúde financeira e a obrigação de ser a principal fomentadora dessa política.
O Brasil já apresenta uma economia diversificada que vem proporcionando a ascensão de uma nova classe média. Já alcançamos praticamente o pleno emprego no país. O maior desafio agora é melhorar a sua qualidade e, nesse aspecto, a indústria do petróleo e de bens e serviços de sua cadeia produtiva tem muito a contribuir.
RODOLFO LANDIM, 54, engenheiro civil e de petróleo, é presidente da YXC Oil & Gas e sócio-diretor da Mare Investimentos. Trabalhou na Petrobras, onde, entre outras funções, foi diretor-gerente de exploração e produção e presidente da Petrobras Distribuidora. Escreve às sextas-feiras, a cada duas semanas, nesta coluna.

por Rodolfo Landim