O fator Minas Aécio Gerais


… Marcos Coimbra atribuiu o novo fôlego de Dilma no Sudeste a Minas Gerais.
“Havia tal vontade de votar em Aécio que isso inibiu o crescimento de Dilma durante algum tempo. Agora que ele não é mais candidato, ela cresceu”, explicou. 
Segundo Coimbra, Lula tem uma alta popularidade em Minas, a maior fora do Nordeste. Por isso, é natural que a candidata do presidente cresça em intenção de voto entre os mineiros. 
“Isso estava inibido pela candidatura de Aécio. Agora que ele não é mais candidato, muitos em Minas passaram a pensar em Dilma, já que não podem mais votar no Aécio”, diz Coimbra”.
Por causa disso que os tucademospiguista ressuscitaram a hipótese do Aécio aceitar ser vice ...O que confirma, a corja já sabia que Dilma tá a frente do Serra, mesmo antes da divulgação da pesquisa Vox Populi.
Se ele aceitar...deixará de ser mineiro e muito mais ainda Neves. Alguém em sã consciência crê nisso?

Folhice descendo o Serra


Não que os demais jornais pratiquem jornalismo – ia dizer jornalismo com equilíbrio, mas me pareceu pleonasmo -, deixando que nós, nos blogs, sejamos aquilo que a ombudswoman da Folha sejamo, como ela disse em seu texto de estréia, sejamos os “trogloditas de espírito”.  Mas os meninos e meninas sofisticados da Avenida Barão de Limeira, com sua linguagem empolada e seus critérios “ultrasuperextra” obejtivos, conseguiram se superar: passaram a censurar completamente a notícia do seu jornal.
A pesquisa Vox Populi, divulgada ontem, simplesmente não existe na edição de papel. Nem mesmo na versão digital do jornal, disponibilizada a seus assinantes e que reproduz a impressa. 
Estadão teve a dignidade de registrar numa chamadinha na primeira – mínima, é verdade. 
O Globo, onde aquela palavra tem de ser sussurrada na redação, colocou uma pequena nota, na barte de baixo da página 11. Não vou ficar discutindo o equilíbrio dos jornais, embora já me arrependa de ter achado jornalismo equilibrado um pleonasmo.
Folha, não. Omitiu, suprimiu, sonegou e censurou a informação. Não fez isso na sua edição online porque seus leitores, ali, sabem que isso aconteceu. Fez, na edição impressa, para que os seus demais leitores, que não navegam na internet, não soubessem o que aconteceu. Continua>>>

O amor, como qualquer outro sentimento, é uma avenida de mão dupla. Pelo menos devia ser.


 Investir num gostar de mão única é arriscar ver o tempo escorrer pelo ralo e depois aceitar o preço dos arrependimentos que não vão servir de coisa alguma, mas é preferível arrepender-se do que já fizemos que daquilo que deixamos de fazer. 
“Deixa para lá” o que não tem mais jeito é o melhor remédio, mas... Ninguém tem culpa de sentir medo, principalmente aquele de perder alguém muito próximo , muito querido em quem investimos o melhor dos nossos dias, dos nossos momentos. 
A culpa maior reside no fato de que procuramos sempre aqueles desafios maiores que a nossa coragem. Falando assim, percebo que, aqui e ali, nos enchemos de pressuposta sabedoria e arriscamos a dar lições ao mundo. Ora, mesmo os sábios, quando invadidos pelas dificuldades dos problemas comuns ou tomados por uma agonia, como simples mortais que também são, desesperam-se do mesmo jeito que nós. E sofrem. E choram. E se arrependem. 
Outras vezes, de comodismo de aparentes momentos de tranquilidade ou serenidade passageira, ousamos dar conselhos: “Que é isso? Levanta a cabeça, seja superior, dê a volta por cima. A vida é assim mesmo, cheia de altos e baixos...” - essas bossas. É fácil dizer que uma dor é pouca quando não está doendo na gente e é por isso que conselhos assim custam pouco ou quase nada para quem os dá. 
No dia em que fui invadido pela angústia de uma perda querida e me enchi de saudade sem jeito, essa história de dar a volta por cima não teria o mínimo valor, a mínima importância, não teria nenhuma serventia. Passei muitos anos mantendo, aqui, bem fundo no peito, uma respeitosa e sagrada lembrança da mulher que vestia apenas Trussardi para mim, que me chamava de “vida” e me fazia acreditar nela, na sua simplicidade. 
Faz bem pouco, joguei no lixo uma fotografia em Courchevel e outra que fizemos para brindar nosso encontro longe daqui. Todos os bilhetes que me mandou e os restos das loucuras que fizemos, nos anos de amantes irresponsáveis. Dei um fim a essa história. Enterrei a saudade que não tinha razão de ser, o respeito que ainda tinha por ela. Deletei na minha memória o carinho e quebrei o vidro de perfume vazio, que ainda guardava como lembrança.
“Vida” nunca fez sentido. Fui apenas uma passagem no oportunismo de uma empolgação. Conselhos não me faltaram, mas não fui suficientemente sábio para “deixar para lá”. Senti medo de precisar esquecer tudo, por acreditar numa dessas voltas que o mundo dá. Criei coragem e descobri que lá fora existe muita vida para se viver... Ainda.
A. CAPIBARIBE NETO

Corrupção: custos econômicos e propostas de combate

A Fiesp divulgou estudo realizado pelo seu Departamento de Competitividade e Tecnologia, intitulado "Corrupção: custos econômicos e propostas de combate". 


O levantamento considera duas hipóteses - uma coloca o Brasil ao lado de países que combatem a corrupção com rigor e numa outra considera a corrupção chegando a zero. 


Na primeira opção, o Brasil deixaria de gastar R$ 41,5 bilhões (1,38% do PIB) e na segunda economizaria nada mais nada menos do que R$ 69,1 bilhões.


A Fiesp abandona a ideia de um país com corrupção zero, que não existe em nenhuma parte do mundo. 


Leva em conta, portanto, a hipótese de que R$ 41,5 bilhões se perdem no ralo das propinas e subornos pelo País afora. 


Isso corresponde a 60,2% de todos os investimentos do setor público (excluídas as estatais) no ano de 2008, ou o equivalente a 27% ao gasto anual com educação. 


A soma da corrupção ultrapassa as despesas feitas pela União e os Estados com segurança pública durante ano de 2008.


O estudo detalhado da Fiesp avalia o custo da propina sobre a sociedade de um modo geral. É relevante que a opinião pública avalie as perdas hipotéticas que o Brasil assume com os desvios tão frequentes do dinheiro público.


Uma proposta para combater a corrupção: A Fiesp expulse dos seus quadros a empresa condenada por corrupção.





Brasil - Pensando com a própria cabeça


Ronaldo Carmona

A viagem do presidente Lula ao Irã neste fim de semana é expressão simbólica do crescente protagonismo brasileiro no cenário internacional, no qual os brasileiros passam a ver crescentemente refletida sua geografia e sua demografia. 

O papel de mediação exercido pelo Brasil quanto a questão iraniana, tem a ver, antes de tudo, com seu próprio interesse: garantir que existam condições internacionais favoráveis ao uso de energia nuclear com fins pacíficos nos países em desenvolvimento, num contexto de mudança de matriz energética que o mundo verá no próximo período.

Lula desembarca em Teerã no sábado a noite, após intensa pressão dos países centrais, em especial dos Estados Unidos, para que o país não se envolvesse no assunto, ou pelo menos, caso se envolvesse, que o fosse seguindo a posição destes países. Muito papel e tinta foi gasto “recomendando” que o Brasil não se envolvesse em assunto tão árido, “tão longe do território nacional”.

Num ponto alto da pressão – e da deselegância diplomática –, a secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton chegou a dizer em Brasília que o Brasil estava sendo ingênuo ao defender solução pacifica para a questão iraniana. Ao que, foi respondida por funcionários brasileiros, que mais ingênuo ainda seria acreditar em relatórios de inteligência, como aqueles que “provavam” a existência de armas de destruição em massa no Iraque – aliás, jamais descobertas simplesmente porque jamais existiram.

O fato é que está em curso movimento para restringir o uso de tecnologia nuclear para fins de produção de energia por países em desenvolvimento, com objetivos, dentre outros fatores, de restringir o mercado de fornecimento de urânio enriquecido. Aqui, sobrariam umas poucas empresas fornecedoras, não por acaso de nacionalidade norte-americana e européia, num sistema de oligopólio internacional, sob argumento da “segurança” e da “não-proliferação”.

O Brasil, recordemos, travou intensa luta para dominar a tecnologia nuclear. O governo Gaisel chegou a denunciar um acordo militar com os EUA para garantir “margem de manobra” para prosseguirmos o desenvolvimento de tecnologia autóctone. A pressão que hoje sofre o Irã para impedi-lo de desenvolver tecnologia nuclear com fins pacíficos, aliás, é bastante similar à pressão sofrida pelo Brasil nos anos ’70.

O Brasil também mostrou pensar com cabeça própria quando, no âmbito da Unasul fez chegar contundente recado à União Européia, e mais especificamente à Espanha, de que era inaceitável a presença do presidente hondurenho Pepe Lobo na Cúpula Europa – América Latina que se realiza na próxima semana na capital espanhola.

Afinal, Honduras, segue vivendo algo muito parecido a um Estado de exceção. Lembre-se que o presidente deposto, Manuel Zelaya, segue exilado em Santo Domingos, proibido de voltar ao país, sob ameaça de prisão. Não se permite a organização de uma força política liderada pelo ex-presidente, que, gostem ou não os reacionários, expressa parcela expressiva da população hondurenha.

A reunião da Unasul, semana passada em Buenos Aires, aliás, marcou passos na consolidação do pólo sul-americano, da busca regional em pensar com a própria cabeça.

Representativo disto é o fato de que, mesmo em áreas sensíveis, como segurança e defesa, sai o panamericanismo viúvo da guerra fria, entrando em seu lugar estruturas regionais próprias. Entram em decadência organismos hemisféricos, como a JID (Junta Interamericana de Defesa) e as “cooperações” com a DEA norte-americana, aparecendo no lugar instrumentos autônomos como o Conselho de Defesa Sul-americano e o recém instalado Conselho Sul-americano sobre o problema mundial das drogas.

A viagem do presidente Lula nestes dias, marca a busca de autonomia por parte do Brasil. Através de relações policentricas e prioritária com países em desenvolvimento, busca-se alianças com aqueles que vivem os mesmos dramas, num mundo marcado por enorme concentração de poder.

Nestes dias será destaque a importante parceira com a Rússia, com a qual será assinado nesta sexta-feira um amplo Plano de ação estratégica – parecido, na amplitude e dimensão ao PAC (Plano de ação conjunta) recém assinado com a China, por ocasião da visita de Hu Jintao, na reunião dos BRICs.

Com a Rússia, destacam-se as amplas possibilidades de cooperação em C&T – em áreas como o programa espacial e o GPS russo – e na área de defesa, onde se comenta a oferta russa de desenvolvimento conjunto de um caça de 5ª geração, que em alguns anos substituiria os aviões a ser adquiridos no atual Programa FX-2. Recentemente, aliás, quebrando resistência de viúvas da guerra fria, o Brasil comprou doze modernos helicópteros russos Mi-35, já incorporado à FAB.

São muitos os exemplos de busca de “margem de manobra” pelo Brasil que lhe permita pensar com cabeça própria. As múltiplas e modernas coalizões sul-sul que apareceram no período recente, tais como o BRIC, o IBAS, o G20 comercial, as Cúpulas ASA e ASPA, dentre outras, são demonstração disto.

O quadro de forças no mundo aponta para uma transição da unipolaridade – característica básica do sistema internacional no pós-Guerra Fria –, para a intensificação de tendências à multipolaridade e portanto, à instabilidade no sistema internacional.

Mais do que nunca, diante de cenário incerto, o Brasil precisa formar pensamento estratégico próprio, ter sua própria leitura dos fatos e do contexto em que se desenvolve o jogo de forças no mundo.

Eleições 2010 Pesquisa Vox Populi/Bandeirantes


O Vox Populi divulgou neste sábado pesquisa de intenção de voto para as Eleições 2010. A pesquisa, encomendada pela Rede Bandeirantes, mostra pela primeira vez a ex-ministra da Casa Civil Dilma Rousseff (PT) à frente do ex-governador José Serra (PSDB). 
Na pesquisa estimulada, Dilma aparece com 38% das intenções de voto, contra 35% do tucano. Como a margem de erro é de 2,2 pontos percentuais, assim como na última pesquisa Vox/Band os dois candidatos estão tecnicamente empatados.

Em abril, na segunda rodada do levantamento, Serra tinha 34% das intenções de voto, contra 31% de Dilma. Em janeiro, na primeira rodada, a diferença do tucano era de 34% contra 27%. Os números referem-se ao cenário com o deputado Ciro Gomes (PSB), que ainda era um dos possíveis candidatos. No cenário sem Ciro Gomes, Serra aparecia com 38% contra 29% de Dilma, em janeiro, e com 38% contra 33% de Dilma, em abril.
O terceiro lugar na pesquisa de maio coube à ex-ministra Marina Silva (PV), com 8% das intenções de voto. Em abril, ela havia registrado 7% e em janeiro, 8% - no cenário sem Ciro Gomes.
Não quiseram ou não souberam responder 11%, enquanto votos nulos e brancos contabilizam 8%.
Na pesquisa espontânea, em que o entrevistado diz o nome do candidato sem o auxílio da lista, Dilma também aparece na frente, com 19% das intenções de voto, seguida de Serra, com 15%. Em terceiro lugar, mesmo não sendo candidato, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi lembrado por 10% dos entrevistados. Na última pesquisa Vox/Band, Lula era lembrado espontaneamente por 16%.

Segundo turno

Dilma passou Serra também na pesquisa para o segundo turno, mas novamente há empate técnico. Enquanto a petista aparece com 40% das intenções de voto, o tucano tem 38%. 
Na rodada de janeiro, Serra tinha uma vantagem de nove pontos percentuais: 46% a 35%. Em abril, não houve pergunta sobre segundo turno.

A pesquisa Vox Populi/Bandeirantes foi registrada junto no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) no dia 7 de maio, com o protocolo de número 11.266/2010. Foram realizadas duas mil entrevistas, pessoais e domiciliares, de 8 a 13 de maio, em 117 municípios de todas as regiões do País. 

Serra vai acabar votando Dilma


Fernando Henrique Borgonovi no Vermelho

Eis o fato. Em entrevista a uma rádio do Recife, José Serra criticava o patamar da taxa de juros, dizia ainda outra vez que é de esquerda e ladainhas outras. De repente, ao desviar dos assombrosos índices de popularidade de Lula, tal como o peixe, morreu pela boca. "O Lula está acima do bem e do mal. Não me compare com ele", afirmou o candidato de oposição.

É impressionante como falta de discurso, a inexistência de projeto para o país acabou produzindo um tipo de candidatura sui generis: aquela que para tentar derrotar Lula precisa convencer o eleitorado que é mais lulista do que o próprio.

Tática um tanto perigosa para eles. Vá lá que martelassem o engodo do "pós-Lula". Mas agora o oportunismo chegou ao descaro completo: fingem adorar, como um santo no altar, o presidente que tentaram derrubar em 2005, a quem fizeram sistemática oposição nestes quase oito anos.

O cristão novo não é só o candidato a presidente. Aos poucos a linha vai angariando adeptos no restante de seu partido. Quando confrontado com a afirmação de Serra, o ainda senador Sérgio Guerra saiu-se com essa: "Temos as nossas restrições, mas o fato concreto é esse. Não é oportunismo dizer que Lula está acima do bem e do mal."

Se não há oportunismo, então há conversão, catequese. Sendo assim deveriam admitir de público os êxitos do presidente e do governo. Deveriam ainda se penitenciar para comprovar o arrependimento, afinal a humildade é uma das virtudes cristãs.

Ironias à parte, fiquemos por hoje com a opinião dos próprios tucanos. E, se Lula escolheu a Dilma, espera-se que os novos devotos também o sigam.