Em carta, presidente dos EUA disse que troca de urânio criaria confiança
Apesar das duras críticas das autoridades americanas ao acordo nuclear com o Irã mediado por Brasil e Turquia, o presidente dos EUA, Barack Obama, tinha estimulado o presidente Lula a procurar um entendimento com o país, numa carta enviada 15 dias antes. Em trechos divulgados ontem pela agência Reuters, Obama diz que o acordo criaria um clima de confiança:
“Do nosso ponto de vista, uma decisão do Irã de enviar 1.200 quilos de urânio de baixo enriquecimento para fora do país diminuiria as tensões regionais por meio da redução do estoque iraniano”, afirmou Obama.
Foi exatamente este o acordo fechado em Teerã, mas o presidente americano já alertava Lula de que os EUA insistiriam na aprovação de sanções, medida que tomou no dia seguinte e que provocou irritação no governo brasileiro.
O Planalto confirmou a carta de Obama a Lula, mas evitou comentar o conteúdo.
Datafolha: Dilma sobe e empata com Serra em 37%
No 2º turno, a petista tem 46%, contra 45% do tucano
do blog do tucademopiguista Josias de Sousa
do blog do tucademopiguista Josias de Sousa
Saiu do forno a última pesquisa do instituto Datafolha. Está apinhada de boas e de más notícias.
As boas, para Dilma Rousseff e Lula. As más, para José Serra e a oposição. Vai abaixo um resumo:
1. Comparando-se a nova pesquisa com a sondagem anterior, divulgada em abril, Dilma escalou sete pontos percentuais. Foi de 30% para 37%.
2. Nesse intervalo de um mês para o outro, Serra declinou cinco pontos percentuais. Tinha 42%. Desceu para 37%.
3. Ou seja, os candidatos estão, pela primeira vez no Datafolha,empatados. Ambos amealham 37%.
4. A despeito da igualdade, a pesquisa traz em suas dobras dados que conferem a Dilma, aos olhos de hoje, a aparência de favorita.
5. Na sondagem espontânea, quando os entrevistados se manifestam sem que os pesquisadores exponham uma lista de nomes, Dilma bate Serra: 19% X 14%.
6. Resgatando-se os dados do baú, verifica-se que Dilma, nessa sondagem espontânea, tomou o elevador e embica para o alto.
7. Ela tinha 8% das intenções de voto em dezembro de 2009. Em abril, fora a 13%. Agora, amealha 19%.
8. A sondagem espontânea é ainda mais reveladora: 5% dizem que vão votar em Lula, que não é candidato...
...Outros 3% afirmam que votarão “no candidato do Lula”; e 1% declaram que vão votar “no PT” ou “no candidato do PT”.
9. É lícito intuir que, na espontânea, Dilma tende a agregar aos seus 19% mais 9%. Com os votos de Lula, os do “candidato do Lula” e os do PT, Dilma iria a 28%.
10. Outro dado que favorece Dilma é a taxa de rejeição. Em abril, 24% dos pesquisados diziam que jamais votariam nela. O índice caiu para 20%.
11. Em movimento inverso ao de sua rival, Serra era rejeitado por 24% em abril e agora 27% dos pesquisados dizem que não votam nele de jeito nenhum.
12. O quatro de empate se mantém no cenário de segundo turno, com ligeira vantagem numérica para Dilma. Ela, 46%. Ele, 45%.
13. Marina Silva, a terceira colocada, manteve em maio o índice que ostentara em abril: 12%.
14. O quadro se mantém praticamente inalterado no cenário em que os presidenciáveis nanicos são incluídos na consulta.
15. Com os nanicos, Dilma e Serra empatam em 36%. Marina oscila para baixo: 10%.
16. O Datafolha aferiu também a popularidade de Lula ‘Cabo Eleitoral’ da Silva. Em abril, recuara para 73%. Agora, volta a 76%, o recorde de Lula.
17. Afora os que o consideram “ótimo ou bom”, há os 19% que atribuem a Lula a menção “regular”. Só 5% o consideram “ruim ou péssimo”.
18. Desde o fim da ditadura, é coisa nunca antes vista na história desse país. A maior marca de Fernando Collor foi de 36%. O ápice de FHC foi 47%.
19. Assim, a três semanas das convenções que oficializarão as candidaturas, em junho, Dilma alcançou Serra...
...E, carregada pelo superpadrinho, a petista que jamais disputou eleições vai à campanha mais bem-posta que o rival, em sua segunda disputa presidencial.
20. A estrela do jogo não é Dilma. Tampouco Serra é o centro-avante. Para desassossego do time da oposição e júbilo da "ex-poste", o dono da bola e do campo é Lula.
Comentário: o DataFraude não teve como ir contra a maré, o Sensus e o Vox Populi.
Quero ver o PSDB entrar na justiça contra eles.
Dia Internacional da Biodiversidade
por Lilian Milena
A perda anual de florestas tem custado entre US$ 2 trilhões e US$ 5 trilhões. Segundo relatório Global Biodiversity Outlook (GBO), da Organização das Nações Unidas, a exploração desenfreada dos recursos naturais já afeta a economia de vários países. Em contrapartida, a preservação de biomas requer investimentos anuais de apenas US$ 45 bilhões.
A ONU destaca que no Vietnã, por exemplo, a proteção e recuperação de 12 mil hectares de manguezais exigiram pouco mais de US$ 1 milhão, e salvaram gastos anuais com diques e manutenção de recursos hídricos de US$ 7 milhões. A destruição de ecossistemas nas últimas quatro décadas resultou na queda de um terço da variedade de animais no planeta, além de desertificação de áreas agricultáveis e perda de recursos hídricos.
O levantamento da organização foi feito com base no projeto Economia dos Ecossistemas e da Biodiversidade (EEB) que valora os serviços prestados pela natureza como a purificação da água e do ar, proteção de regiões litorâneas e manutenção da natureza para o ecoturismo.
Parceria entre a construtora Odebrecht e o governo federal já treinou 8,3 mil beneficiários do programa de transferência de renda
Gustavo Poloni, no IG
Em outubro do ano passado, Laudinéia Queiroz matriculou-se no Acreditar, programa de capacitação profissional da construtora Odebrecht. Depois de quatro meses desempregada, queria trabalhar como zeladora na construção da usina de Santo Antônio, no rio Madeira, em Porto Velho. Aos 30 anos, a ex-doméstica se formou e disputou a vaga com 40 candidatos. Para ganhar o emprego, valeu-se de um diferencial inusitado: uma carteirinha do Bolsa Família. A vantagem de Laudinéia no processo seletivo surgiu de um acordo assinado no início do ano passado entre a Odebrecht e o Ministério do Desenvolvimento Social (MDS).De acordo com ele, os beneficiários do programa de transferência de renda têm prioridade para fazer matrícula em cursos profissionalizantes e na contratação de novos funcionários. Pouco mais de um ano depois de entrar em vigor, a parceria foi levada para nove obras da Odebrecht e já formou mais de 8,3 mil beneficiários do Bolsa Família, sendo que mil deles foram contratados pela construtora. Agora, o governo federal quer usar o projeto como modelo a ser replicado em outras empresas, como a Vale e a CSN. “A iniciativa é boa”, disse Marcelo Neri, economista da Fundação Getúlio Vargas (FGV). “Alguns chamam de porta de saída do Bolsa Família, mas prefiro falar em porta de entrada para o mercado de trabalho”.
Laudinéia não é a única funcionária da construção da usina de Santo Antônio a usar o Bolsa Família para entrar no mercado de trabalho. Das 28 mil pessoas que passaram pelo Acreditar em Porto Velho, cerca de 10% recebem algum tipo de complemento de renda do governo federal. Destes, 545 foram contratados. Apesar de representar apenas 5% do total dos funcionários da obra, a contratação acarreta numa mudança radical na vida dessas pessoas. Laudinéia é uma delas. Há cinco anos, recorreu ao Bolsa Família para complementar os R$ 700 que o marido ganhava como instalador de outdoor nas ruas de Porto Velho. O dinheiro do bico não era suficiente para colocar comida na mesa, comprar roupas para a família e pagar a educação dos três filhos. O benefício de R$ 130 ajudou a melhorar as coisas, mas não era suficiente. “Foi um período difícil”, afirmou. Desde que foi contratada para trabalhar na obra, em janeiro, a zeladora não depende mais do benefício. Além do salário de R$ 888, Laudinéia tem plano de saúde e ganha uma cesta básica da empresa. Com o dinheiro extra, quer reformar a casa de apenas um quarto e garantir uma educação melhor para os filhos. “Meu benefício já pode ser usado por outra pessoa mais necessitada”, disse.
O programa que o governo federal pretende replicar em outras empresas começou a ser desenhado há quatro anos, quando a Odebrecht passou a estudar o mercado de trabalho de Porto Velho. O objetivo era saber se, entre os 300 mil habitantes, havia mão de obra para executar a obra. O estudo revelou o oposto: 10% da população não tinha emprego, nenhuma qualificação e a região nunca havia tido experiência com construção civil pesada. Sem ninguém para capacitá-los, a Odebrecht viu-se obrigada a criar o Acreditar. “Nosso negócio não é educação, é construção”, afirmou Antonio Cardilli, responsável administrativo e financeiro da Odebrecht. “Mas a alternativa ao Acreditar era trazer gente de fora do Estado para trabalhar na obra”. Com investimento total de R$ 30 milhões, as primeiras turmas do programa chegaram às salas de aula no início de 2008. Pouco depois, o projeto despertou a atenção de Patrus Ananis, então ministro do Desenvolvimento Social. Numa conversa com Marcelo Odebrecht, diretor-presidente da construtora, Ananias sugeriu uma parceria. “Ficou acertado que onde quer que a empresa tenha uma obra, vai criar um projeto de capacitação e priorizar os beneficiários do Bolsa Família”, disse Cardilli.
A ideia foi seguida à risca. De Porto Velho, o programa Acreditar foi parar em Jeceaba, no interior de Minas Gerais, onde a Odebrecht está fazendo uma fábrica para a Vallourec & Sumitomo Tubos. O programa está presente também em Triunfo, na região metropolitana de Porto Alegre, que vai abrigar uma planta de eteno verde da Braskem. Ao todo, são nove cidades com o projeto que privilegia os beneficiários do Bolsa Família. Nas próximas semanas, mais cinco municípios devem engordar essa lista. O processo de seleção funciona sempre da mesma forma: a construtora manda um comunicado para o MDS para informar que dará início a uma obra e que precisa de trabalhadores com um perfil pré-definido. Com essas informações, o governo monta uma lista dos beneficiários da região. Se duas pessoas com a mesma capacitação disputarem a mesma vaga, seja no curso ou na empresa, leva aquela que for beneficiária do Bolsa Família. Ao todo, 66 mil pessoas passaram pelo programa Acreditar, 12% do Bolsa Família. “O programa não resolve o problema da miséria, ele ajuda a pessoa a sobreviver”, disse José Bonifácio Pinto Junior, diretor da Odebrecht e responsável pela construção de Santo Antônio. “Temos casos emocionantes de gente que ganhava R$ 120 do Bolsa Família e passou a ganhar mais de R$ 1 mil na construtora”.
Encostada no batente da porta da casa de madeira numa área de invasão na zona leste de Porto Velho, Kellen da Costa Veiga, 29 anos, não vê a hora de fazer parte dessa lista de pessoas que mudaram radicalmente de vida. Se conseguir, vai realizar um sonho antigo: ter a carteira de trabalho assinada pela primeira vez. Nascida em Manicoré, no Amazonas, cidade de 46 mil habitantes entre Manaus e Porto Velho, ela se mudou para a capital de Rondônia há 10 anos para acompanhar a família. Separada e desempregada, cobra R$ 12 para fazer a unha das mulheres da vizinhança. “Num mês de bastante movimento, consigo tirar R$ 400”, disse ela. Para ajudar a criar os três filhos, recebe do governo mais R$ 134 do Bolsa Família. Kellen se inscreveu duas vezes no Acreditar antes de ser chamada para fazer o curso básico, em meados de abril deste ano. Se for contratada, já sabe o que fazer com o salário de R$ 650 mais benefícios: vai melhorar a casa de um cômodo onde vive e tentar dar uma educação melhor para os filhos. “Quero poder dar a eles a chance de completar a escola, coisa que nunca consegui”, disse Kellen. “É uma oportunidade para que eles nunca precisem entrar no Bolsa Família”.
Criado em 2004 pelo governo Lula, o Bolsa Família sempre foi cercado de controvérsia. Para alguns especialistas, ele é imprescindível para a sobrevivência de 12,5 milhões de famílias em situação de pobreza (renda per capital menor do que R$ 140 por mês) ou extrema pobreza (renda per capital menor do que R$ 70 por mês). “Ele garante um direito fundamental, constitucional, que é o direito à alimentação”, disse ao iG Patrus Ananias, ex-ministro do Desenvolvimento Social, antes de se licenciar do cargo no final de abril. Além disso, o programa de transferência de renda ajudou a aumentar o poder de consumo de regiões, como o Nordeste — todos os meses, o programa despeja cerca de R$ 10 bilhões no mercado em todo o Brasil. Esse é o lado bom do programa. O ruim é que ele sempre foi criticado pelo caráter assistencialista – para parafrasear o presidente Lula, o Bolsa Família dá o peixe, mas não ensina a pescar. Ou seja, não oferece aos seus beneficiários uma porta de saída do ciclo vicioso da pobreza. “Parcerias como o Acreditar vão ajudar as pessoas a atravessar as pesadas portas do mercado de trabalho”, disse ao iG Ronaldo Coutinho Garcia, secretário do MDS. “Estamos conversando com empresas como a Vale e a CSN para criar algo parecido”. Procuradas pela reportagem, Vale e CSN confirmaram o interesse no projeto, mas disseram que ele ainda encontra-se em estágio inicial.
Essa não é a primeira vez que a iniciativa privada cria um projeto de capacitação que atende os beneficiários do Bolsa Família. Em 2008, a Câmara Brasileira da Indústria da Construção Civil (Cbic) criou o Programa Próximo Passo, cujo objetivo é capacitar 185 mil pessoas em 240 municípios brasileiros para trabalhar nas obras do Programa de Aceleração do Crescimento, o PAC. A diferença para o programa da Odebrecht? O investimento de R$ 115 milhões será feito pelo Ministério do Trabalho. Até hoje, já foram capacitados 45 mil pessoas e, nos próximos meses, deve chegar a 60 mil. “É um projeto bom para todo mundo: para a pessoa que tem uma oportunidade de se inserir no mercado de trabalho, para o governo que cria a porta de saída para o Bolsa Família, para as empresas que contratam mão de obra qualificada, para aumentar a renda das pessoas”, disse ao iG José Carlos Martins, vice-presidente do Cbic. Os beneficiários do Bolsa Família não deixam o programa assim que assinam o contrato e a carteira de trabalho. Como a maior parte desses projetos de capacitação é voltado para a construção civil, que vive de fases de obras, o governo estendeu por dois anos o período de concessão até que o beneficiário mostre que estabilizou a vida profissional. Para quem já esperou tanto tempo para sair da pobreza, a porta de saída para o programa de transferência está logo ali.
A perfídia ianque
Judas ianque. Hillary Clinton já pensando como apunhalar Lula pelas costas?
Tão logo o Brasil, Turquia e Irã anunciaram ao mundo o acordo para superar o conflito envolvendo a política de energia atômica iraniana, os EUA tomaram a iniciativa de desconstituir ou pelo menos diminuir a importância daquela pactuação. Para tanto, o Império propôs ao Conselho de Segurança da ONU nova rodada de sanções contra Teerã, além de afirmar que o Irã teria manipulado os “ingênuos” Brasil e Turquia com o objetivo de ganhar tempo.
A grande mídia empresarial, golpista como sempre, foi ao delírio. O Tio Sam, afinal, estava desmoralizado Lula, minando sua liderança mundial e, indiretamente, desqualificando a pré-candidata Dilma Rousseff. Para essa imprensa lacaia e ladina, pouco importa se a criança é lançada fora junto com a água suja da bacia. Se for para praticar seu lazer preferido - esculachar Lula e a sua política externa, o PiG (Partido da Imprensa Golpista) pouco liga para o fato de colaborar com o desprestígio internacional do Brasil. Até porque o hábito do uso do cachimbo entorta a boca mesmo: esses senhores donos da mídia tupiniquim sempre foram entreguistas e estiveram de joelhos para os norte-americanos; nunca pensaram no Brasil, mas somente nos seus bolsos.
Mas a “festinha”, pelo menos nesse episódio do acordo com o Irã, não está acabando conforme o planejado. A súcia entra pelo cano. Segundo agência de notícia britânica Reuters, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, teria escrito em carta remetida a Lula duas semanas antes da declaração de Teerã que o acerto de troca de combustível nuclear com o Irã seria uma medida importante para a superação negociada do impasse.
Segundo a Reuters (clique aqui para ler a matéria do jornalista Paulo Henrique Amorim), Obama teria afirmado na carta a Lula que "Do nosso ponto de vista, uma decisão do Irã de enviar 1.200 kg de urânio de baixo enriquecimento para fora do país geraria confiança e diminuiria as tensões regionais por meio da redução do estoque iraniano" de urânio levemente enriquecido.
Ocorre que no acerto mediado pelo Brasil, o Irã concordou em depositar 1.200 quilos de urânio levemente enriquecido na Turquia, recebendo em troca 120 quilos de combustível para um reator de pesquisas médicas localizado na capital iraniana. E onde foi parar a tal “confiança” referida por Obama? Pelo que os acontecimentos recentes demonstraram, o Irã é mais confiável que os EUA...
Somente agora é possível compreender porque Barack Obama não havia se pronunciado claramente sobre o acordo construído pelo esforço diplomático brasileiro, deixando as falas para a secretária de Estado Hillary Clinton. Ora, seria muito constrangedor para ele vir a público e negar suas próprias palavras (escritas).
O Brasil, ao que tudo indica, mais uma vez foi traído pelos ianques.
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Aproveito o tema dessa postagem para reproduzir, abaixo, escrito do Mino Carta, editorial da revista Carta Maior, edição de 21MAIO2010, tratando da vassalagem do PIG. Pesquei do Blog Aldeia Gaulesa.
Os interesses dos impérios e os nossos
Mino Carta
Ao ler os jornalões na manhã de segunda 17, dos editoriais aos textos ditos jornalísticos, sem omitir as colunas, sobretudo as de O Globo, me atrevi a perguntar aos meus perplexos botões se Lula não seria um agente, ocidental e duplo, a serviço do Irã. Limitaram-se a responder soturnamente com uma frase de Raymundo Faoro: “A elite brasileira é entreguista”.
Entendi a mensagem. A elite brasileira aceita com impávida resignação o papel reservado ao País há quase um século, de súdito do Império. Antes, foi de outros. Súdito por séculos, embora graúdo por causa de suas dimensões e infindas potencialidades, destacado dentro do quintal latino-americano. Mas subordinado, sempre e sempre, às vontades do mais forte.
Para citar eventos recentíssimos, me vem à mente a foto de Fernando Henrique Cardoso, postado dois degraus abaixo de Bill Clinton, que lhe apoia as mãos enormes sobre os ombros, em sinal de tolerante proteção e imponência inescapável. O americano sorri, condescendente. O brasileiro gargalha. O presidente que atrelou o Brasil ao mando neoliberal e o quebrou três vezes revela um misto de lisonja e encantamento servil. A alegria de ser notado. Admitido no clube dos senhores, por um escasso instante.
Não pretendo aqui celebrar o êxito da missão de Lula e Erdogan. Sei apenas que em país nenhum do mundo democrático um presidente disposto a buscar o caminho da paz não contaria, ao menos, com o respeito da mídia. Aqui não. Em perfeita sintonia, o jornalismo pátrio enxerga no presidente da República, um ex-metalúrgico que ousou demais, o surfista do exibicionismo, o devoto da autopromoção a beirar o ridículo. Falamos, porém, é do chefe do Estado e do governo do Brasil. Do nosso país. E a esperança da mídia é que se enrede em equívocos e desatinos.
Não há entidade, instituição, setor, capaz de representar de forma mais eficaz a elite brasileira do que a nossa mídia. Desta nata, creme do creme, ela é, de resto, o rosto explícito. E a elite brasileira fica a cada dia mais anacrônica, como a Igreja do papa Ratzinger. Recusa-se a entender que o tempo passa, ou melhor, galopa. Tudo muda, ainda que nem sempre a galope. No entanto, o partido da mídia nativa insiste nos vezos de antanho, e se arma, compacto, diante daquilo que considera risco comum. Agora, contra a continuidade de Lula por meio de Dilma.
Imaginemos o que teriam estampado os jornalões se na manhã da segunda 17, em lugar de Lula, o presidente FHC tivesse passado por Teerã? Ele, ou, se quiserem, uma neoudenista qualquer? Verifiquem os leitores as reações midiáticas à fala de Marta Suplicy a respeito de Fernando Gabeira, um dos sequestradores do embaixador dos Estados Unidos em 1969. Disse a ex-prefeita de São Paulo: por que só falam da “ex-guerrilheira” Dilma, e não dele, o sequestrador?
A pergunta é cabível, conquanto Gabeira tenha se bandeado para o outro lado enquanto Dilma está longe de se envergonhar do seu passado de resistência à ditadura, disposta a aderir a uma luta armada da qual, de fato, nunca participou ao vivo. Nada disso impede que a chamem de guerrilheira, quando não terrorista. Quanto a Gabeira, Marta não teria lhe atribuído o papel exato que de fato desempenhou, mas no sequestro esteve tão envolvido a ponto de alugar o apartamento onde o sequestrado ficaria aprisionado. E com os demais implicados foi desterrado pela ditadura.
Por que não catalogá-lo, como se faz com Dilma? Ocorre que o candidato ao governo do Rio de Janeiro perpetrou outra adesão. Ficou na oposição a Lula, primeiro alvo antes de sua candidata. Cabe outro pensamento: em qual país do mundo democrático a mídia se afinaria em torno de uma posição única ao atirar contra um único alvo? Só no Brasil, onde os profissionais do jornalismo chamam os patrões de colegas.
Até que ponto o fenômeno atual repete outros tantos do passado, ou, quem sabe, acrescenta uma pedra à construção do monumento? A verificar, no decorrer do período. Vale, contudo, anotar o comportamento dos jornalões em relação às pesquisas eleitorais. Os números do Vox Populi e da Sensus, a exibirem, na melhor das hipóteses para os neoudenistas, um empate técnico entre candidatos, somem das manchetes para ganhar algum modesto recanto das páginas internas.
Recôndito espaço. Ao mesmo tempo Lula, pela enésima vez, é condenado sem apelação ao praticar uma política exterior independente em relação aos interesses do Império. Recomenda-se cuidado: a apelação vitoriosa ameaça vir das urnas.
Postado por Blog do Charles Bakalarczyk
O que é sucesso?
Aos 02 anos é: conseguir andar.
Aos 04 anos é: não fazer xixi nas calças.
Aos 12 anos é: ter amigos.
Aos 18 anos é: ter carteira de motorista.
Aos 20 anos é: fazer sexo. ......... ......
Aos 35 anos é: ter dinheiro.
Aos 50 anos é: ter dinheiro.
Aos 60 anos é: fazer sexo.
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