Os negócios e a soberania

Por Mauro Santayana


O ministro Nelson Jobim, sem que o Congresso e o povo fossem ouvidos, assinou, em Washington, tratado militar com os Estados Unidos. O objetivo é restaurar o acordo que existia antes e que o general Geisel rompeu em 1977. O governo cometeu erro político de que se dará conta no futuro. O Tratado, dizem seus defensores, é igual ao que temos com outros países do mundo. Não é: desafia-se o ministro Jobim a firmar um equivalente, em todas as suas cláusulas, com a Rússia de Putin ou a China Continental. Como todos os tratados, ele favorece o signatário mais forte. Benjamin Franklin aconselhava tratar bem o vizinho, mas manter o portão bem trancado. Jobim abre a porta do quarto. O tratado prevê o treinamento de militares brasileiros nos Estados Unidos. Quem treina, adestra, e quem adestra, busca obter certos resultados, entre eles, o da fidelidade.

Os convênios militares são necessários quando um inimigo comum aos contratantes ameaça atacá-los em conjunto, ou em separado. É natural que juntem seus recursos, humanos, militares e econômicos, para a defesa. A que necessidade corresponde a submissão do Ministro Nelson Jobim? Estamos em paz com nossos vizinhos e com países distantes. Não temos contencioso algum que não possa ser resolvido com a diplomacia. Ao contrário: a grande ameaça que sofremos, a da perda de soberania sobre o território amazônico, vem, desde o século 19, exatamente dos Estados Unidos. O único acordo de defesa que a realpolitik nos aconselha é o tratado da Unasul, que reúna todos os recursos dos países do continente, a fim de enfrentar as ameaças externas à região.

Argumenta-se que o governo do presidente Obama busca construir bom entendimento com o Brasil e os outros países. Mas os tratados, sobretudo os militares, não vinculam pessoas ou governos: vinculam estados. O Obama de hoje pode ser substituído por um Bush, um Reagan ou um Ted Roosevelt, amanhã. Não podemos abrir a guarda.

Outro argumento, e este, imoral, é que sua assinatura é necessária para que a Embraer venda cem aviões supertucanos à Força Aérea Norte-Americana. Se os aviões são bons, o preço conveniente, e os Estados Unidos deles precisam, não há que subordinar uma coisa à outra. Seria natural que, em troca de comprar os aviões, os norte-americanos nos propusessem que lhes comprássemos veículos ou navios. Seriam moedas equivalentes de intercâmbio. Não podemos vender aviões, oferecendo, como vantagem extra, um só palmo de soberania.

O presidente Lula sabe, de suas visitas ao Exterior, que o nacionalismo continua a ser a força das elites e do povo. Só no Brasil os grupos dirigentes desprezam a nação com a mesma desenvoltura que defendem os negócios. A firmeza na defesa da nacionalidade é tanto maior, quanto mais discreta. Há momentos em que se torna impossível conter a indignação, como ocorreu aos policiais federais, obrigados, pelo brio, a prender e a expulsar do país turistas ianques que nos ofenderam com seus gestos indecentes, como ocorreu no Mato Grosso. A soberania se exerce como a exerceu o presidente Geisel, em 1977, revogando, unilateralmente, como era de nosso direito, o Acordo Militar de 1952.

O ministro Jobim desconhece como o povo acompanha seus atos, a começar pelo uso indevido de uniformes militares, proibido aos civis, pela lei 1803, de 14 de agosto de 1958, em seu artigo 40. É difícil aceitar, que ele tenha inserido – como declarou publicamente – dispositivo ilegítimo à Constituição da República. Não há razão política para que ele se mantenha nos mais altos cargos da República, com tal comportamento. Quem assim age, não defende a pátria: agride-a.

A cidadania está reagindo com indignação ao acordo, como os internautas averiguam, ao visitar os comentários dos leitores dos blogs dos grandes jornais. Essa é também uma forma de o Congresso aferir a vontade popular. Todos os candidatos às eleições de outubro devem dizer, de forma clara, o que pensam do documento. Não podemos votar naqueles dispostos a alienar a soberania por um prato de lentilhas – perdão, por um mero negócio, como a venda de aviões. 

Energia - Belo Monte é necessária

Comentário (com pequenas subtrações) de Adriano Duarte Bueno sobre esta  postagem de Miriam Leitão:


A usina de Belo Monte é uma obra que tem estudos a mais de 35 anos. 


O Brasil precisa de energia para poder crescer e não podemos travar o crescimento do país por causa de meia dúzia de índios. 

Toda obra deste porte trás benefícios e problemas. 



É obvio que precisamos minimizar o impacto ambiental e social.

O que não podemos fazer é ficar sem tomar uma atitude para resolver o futuro energético do País. 


A Obra é avaliada em R$ 19.000.000.000 e até agora percebi que a tão propagada iniciativa privada tá entrando com menos de 20% em investimento próprio. No final das contas é uma obra estatal com benefícios privados bem ao gosto Tucano. 49% são bancados por estatais associadas e a maior parte dos recursos é do BNDES.


Fica uma pergunta: Qual o valor que compete à iniciativa privada no negocio?

Santo do dia

Santo Ardalião, Mártir

O Martirológio Romano registra que viveu no Oriente e era ator. 

Certo dia, numa comédia, estava zombando dos cristãos, foi subitamente tocado pela graça e proclamou-se cristão diante do público pagão, sofrendo o martírio em conseqüência disso.

Segurança não pode ser pretexto para impedir acesso à tecnologia nuclear


Questões relacionadas a segurança nuclear não podem servir de pretexto para se dificultar o acesso à tecnologia para fins pacíficos, e a preocupação com a segurança é de toda comunidade internacional, mas a responsabilidade última é de cada Estado. Essa é a posição defendida pela delegação brasileira na Cúpula de Segurança Nuclear que está sendo realizada em Washington (EUA). Clik Aqui para ler a nota na íntegra.

Economia, popularidade e eleição caminham juntas


GIULIANA VALLONE – FOLHA SP

A indústria paulista começou o ano com forte ritmo de contratações e registrou o melhor primeiro trimestre da série histórica -iniciada em 2006-, incentivada pela melhora da perspectiva econômica e pelo aumento na atividade do setor.
Segundo a Fiesp, foram abertos 79 mil postos de trabalho no trimestre, alta de 3,66% na comparação com dezembro de 2009.
O resultado foi puxado pelos setores de açúcar e álcool, que registraram, juntos, a geração de 32.125 vagas no período -ou o equivalente a 40,66%. Considerando apenas março, o percentual chega a 60,76%.
 O aumento é decorrente da antecipação do início das operações nas usinas de cana-de-açúcar e, consequentemente, da contratação de trabalhadores.
Esse movimento, iniciado em fevereiro, foi influenciado pela alta dos preços desses produtos no mercado e pela inovação tecnológica no setor, que permite que as usinas fiquem o menor tempo possível paradas.
“Há um crescimento, típico da época, de empregos em açúcar e álcool, mas vários setores registraram criação acima de mil vagas [oito, ao todo]. 
O emprego está bem distribuído em toda a cadeia”, disse Paulo Francini, diretor do Depecon (Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos).
Apenas no mês de março, a alta no nível de emprego foi de 1,37%, nos dados com ajuste sazonal, o que representa a criação de 45 mil postos -em fevereiro, foram 23 mil.
 Considerando os dados sem ajuste sazonal, houve aumento no nível de emprego de 2,05% em março. Ante o mesmo mês de 2009, a alta foi de 1,64%.
Francini destacou que, por setores, o resultado do mês passado é o melhor desde julho de 2005 -o início da série mensal. 
Entre os 22 segmentos pesquisados, 20 contrataram e dois mantiveram o número de funcionários. “Se vocês quiserem achar um mês com desempenho tão positivo quanto esse, não vão encontrar”, afirmou.
O ritmo de criação de vagas deve continuar acelerado em abril, ainda influenciado pelas indústrias ligadas à cana.
A previsão da Fiesp é que o número de vagas na indústria paulista feche 2010 em alta de 6,2%, o equivalente à criação de cerca de 140 mil postos. 
O número representaria o melhor resultado da série, superando o resultado de 2007, o melhor ano até hoje, de 4,6%.

Receita básica do caldo de mocotó


Ingredientes:
  • um mocotó cortado em rodelas
  • três dentes de alho picado a gosto
  • sete xícaras de água
  • uma cebola média picada
  • dois tomates picados
  • meio de pimenta dedo-de- moça picada
  • ramos de coentro e cheiro verde
  • uma colher de cebolinha picada
  • sal a gosto
Modo de preparo:
  1. Deixe de molho o mocotó por aproximadamente trinta minutos, lave-o bem
  2. coloque em uma panela de pressão cubra com água e deixe ferver
  3. com uma escumadeira remova a espuma que se formar na superfície
  4. quando retirar toda a espuma adicione a cebola, tomates, alho, pimenta dedo-de-moça e os ramos de coentro
  5. adicione sal a gosto
  6. tampe a panela e cozinhe em pressão de aproximadamente uma hora em fogo médio
  7. retire do fogo e deixe esfriar para eliminar a pressão
  8. acerte o ponto de sal e leve ao forno novamente e ferva por aproximadamente trinta minutos
  9. depois de pronto coloque nas canequinhas ou em pratos fundos e salpique com cebolinha e cheiro verde

A frase do dia

O PSDB tá num mato sem cachorro, sem gato e cercado de ratos por todos os lados, Joel Neto.