OS MALES DA INVEJA


Desmoralizante,  mesmo, para o ex-presidente Fernando Henrique, foi a sua piadinha referente ao sucesso do presidente Lula no plano internacional. Ao ouvir que o sucessor havia marcado um gol, o sociólogo indagou se não teria sido um gol feito em impedimento.


Há quem defina a inveja como o mais letal dos pecados  capitais. O ex-presidente não se conforma em ter sido superado em todos os planos, até na política externa, por um monoglota sem diploma universitário, ainda mais torneiro-mecânico. 


Por essas e outras é que o candidato José Serra não quer a presença de Fernando Henrique em sua campanha. Qualquer comparação de governos ser-lhe-á desfavorável.

New York Times diz que o Irã engabelou o Lula. Ele não conhece o Lula


Navalha
Esse pessoal não conhece o Lula.
Esse pessoal não conhece o Brasil.
Esse pessoal pensa que o Brasil ainda é “pequenininho”, como diz a Dilma: o Brasil do Governo FHC/Serra.
Essa história de que o mundo gira em torno do umbigo dos Estados Unidos e do New York Times acabou.
O Brasil não precisa mais do FMI.
O FMI precisa do Brasil.
Essa história de ser “pequenininho” também acabou.
O Brasil está no jogo para ficar.
Ainda mais esse jogo, o jogo nuclear.
Só três países do mundo tem urânio e beneficiam o urânio: os Estados Unidos, a Rússia e o Brasil.
E o Irã engabelou o Lula.
Tá legal.

Ficha limpa é projeto demagógico, autoritário e flerta com o fascismo


Além de violar princípio da presunção da inocência, idéia retoma projeto da ditadura que estabeleceu a cassação dos direitos políticos pela "vida pregressa". Se pessoas com "ficha suja" não podem se candidatar, por que mesmo poderiam votar? Agora mesmo, sindicalistas do RS e de SP sofrem condenações por protestos contra seus governos. Estão com a "ficha suja"?

ODE AO COMENTARISTA ANÔNIMO

por Giovani de Morais e Silva
Você amigo anônimo.
Que teme o que vai dizer.
Que se esconde não sei de que.
Que se expressa de forma vil.
Que vomita pensamentos,
Que não pensa nos tormentos,
Que afligem a quem não te viu.

Seja mais forte, tenha coragem,
Mostre sua cara, mostre seu brio
Pense em você e na sua imagem.
Não seja assim tão vazio.

Mas se omites a tua cara,
Mas disparas a tua fala,
De forma grosseira e pouco gentil,

Eu vou te dar um conselho,
Não te olhes mais no espelho,
E vá prá P.... que o pariu!

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“Opinion”, Le Monde, Paris


Tradução de Caia Fittipaldi

O Sul emergente já aparecera antes, em cena que provocou frisson e alarido no palco internacional, em domínios do meio ambiente e do comércio. Essa semana, inaugura nova etapa, importante sinal de o quanto aumenta o poder desses países.
Ei-los ativos em terreno que, até agora, permanecia como quase-monopólio das tradicionais “grandes potências”: a proliferação nuclear no Oriente Médio – ou, em resumo, a relação de forças numa região-chave para Europa e Estados Unidos.
Os livros de História guardarão a data – 2ª-feira, 17 de maio –, em que Brasil e Turquia apresentaram à ONU acordo negociado com Teerã, sobre uma das facetas da questão nuclear iraniana.
Pense-se o que se pensar sobre o texto que resultou dessa mediação turco-brasileira, a própria mediação, em estratégia de mostrar fato consumado – não foi mediação solicitada –, muda consideravelmente o quadro mundial. Ela quebra de facto o domínio até agora reservado aos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU: China, EUA, França, Grã-Bretanha e Rússia.
Endereçada exatamente a esses, a mensagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do primeiro-ministro Recep Tayyip Erdogan é clara: nem pensem, em 2010, em porem-se a reinar só vocês, sobre uma ordem internacional na qual o peso das nações evolui a favor de países como os nossos (o Sul emergente estende-se do Egito à África do Sul, da Nigéria à Indonésia).
AMBIÇÕES POLÍTICAS LEGÍTIMAS
Para os que ainda não entenderam: Brasil e Turquia, segunda-feira passada, puseram os pontos nos “is”. São membros, sim, do grupo dito “5 +1”, ou “os Cinco” que, na ONU, discute a questão nuclear iraniana.
O grupo é constituído dos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança acima citados, mais a Alemanha. Os cinco países acusam o Irã de descumprir compromissos internacionais e de ignorar várias Resoluções da ONU. Suspeitam que Teerã mantenha um programa de enriquecimento de urânio que parece ter uma única finalidade: militar.
As ambições políticas dos países do Sul são legítimas. Têm de ser acolhidas positivamente. Mas, no caso do dossiê iraniano, a desconfiança dos Cinco tem fundamento. Evidentemente, todos saudaram a iniciativa turco-brasileira como “um passo na direção certa”.
Simultaneamente, para marcar a desconfiança quanto à substância do acordo anunciado em Teerã, os Cinco já avisaram, na 3ª-feira, que manterão a pressão sobre o Irã. Trabalham agora num projeto de Resolução que prevê novas sanções contra a República Islâmica.
Têm razão. O documento turco-brasileiro propõe que uma parte – apenas uma parte – do urânio iraniano seja armazenada no exterior, em troca de combustível enriquecido só aproveitável para uso civil. Assim, não se impede o Irã de produzir o urânio mais potente de que carece para produzir arma nuclear.
Os iranianos já disseram, ontem: não pensam em suspender seu próprio programa de enriquecimento de urânio… Têm razão, pois, os Cinco, que exigem mais.

COM O POVO OU CONTRA O POVO?


Decide-se hoje a sorte do projeto ficha-limpa,  na Comissão de Constituição e Justiça do Senado.  A dúvida é saber se o líder do governo, Romero Jucá, pedirá vistas, apresentará emenda ou simplesmente mobilizará as bancadas oficiais para ausentar-se ou votar contra. Qualquer das quatro  hipóteses impedirá que a proposta venha a ser votada imediatamente pelo plenário e suba à sanção presidencial ainda a tempo de valer para as eleições de outubro. Ficaria para 2012, desmoralizada e sujeita a mudanças  capazes de desfigurar ainda mais o texto apoiado por 1 milhão e 600 mil eleitores.

Senadores como Demóstenes Torres, presidente da CCJ, e Pedro Simon, insistem na aprovação imediata  e mostram-se dispostos a enfrentar Romero Jucá, mas o que deve pesar mesmo na decisão da maioria é o interesse do governo. Mais propriamente, do presidente Lula. Há quem suponha que, embalado pelo sucesso de sua incursão no plano internacional, o primeiro companheiro  tenha deixado instruções para os senadores do PT votarem como quiserem, na Comissão de Constituição e Justiça e depois, no plenário.  Trata-se de um bom sinal, para os defensores do ficha-limpa, em especial diante da informação de que, aprovado, o Lula  não vetará o projeto. 


A decisão que vier a ser tomada exprimirá a sintonia ou a separação  do Senado com a opinião pública. Fosse feito um plebiscito e 99% da população apoiariam a proibição de cidadãos condenados pela Justiça candidatarem-se a cargos  eletivos.

Eleição 2010: Não há como fugir do debate plebiscitário


O cientista político Emir Sader é um dos principais pensadores da política de esquerda no Brasil.
Em entrevista ao Jornal do Comércio, de Porto Alegre, ele analisa o cenário eleitoral deste ano e sustenta que não há como fugir do debate plebiscitário entre a candidatura de Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB), a partir das gestões do tucano Fernando Henrique Cardoso (1995-2002) e do petista Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010).
Ele argumenta que, num cenário de avaliação entre as duas gestões, a eleição acabará sendo decidida com os votos dos setores populares que, amparados pelas políticas sociais, melhoraram suas condições de vida e tiveram acesso a bens fundamentais.
Forte crítico da administração tucana, acrescenta que o plano de Serra é chegar ao governo para implementar um pacote econômico com duro ajuste fiscal, repetindo a fórmula do PSDB.
Em contraposição, como colaborador na formatação do plano de governo de Dilma, Sader informa que, além da manutenção da política econômica, as diretrizes do programa serão educação, habitação e saneamento básico. “O pré-sal vai ser a grande fonte para fazer isso”, acrescenta.
A reportagem e a entrevista é de Paula Coutinho e Gisele Ortolan e publicada pelo Jornal do Comércio, 17-05-2010.
Leia a entrevista Aqui