A gosto do freguês

Senão num balcão de negócios, a campanha eleitoral transformou-se num daqueles armazéns do começo do século passado, onde se encontrava de tudo, desde fumo de rolo até tecidos, arroz, feijão, carretel e linha, pregos, martelos, brinquedos infantis, frutas, legumes e bebidas,  finas ou não.

Quem manda é o freguês, quer dizer, se pertence a um veículo de comunicação que forma na oposição, vai haver segundo turno. Se integra uma revista simpática ao governo, não vai haver. Dividiram-se partidos, imprensa, institutos de pesquisa, sociedades corporativas e até dona Mariquinhas e dona Maricota, sem se falar há uma semana: uma aposta na eleição imediata de Dilma Rousseff  e outra hesita entre José Serra e Marina Silva.

O pior é que, revelado o resultado das urnas, todos dirão  que estavam certos, o povo é que mudou...
Carlos Chagas

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Mercadante investe em maratona para chegar a 2º turno

Candidato tem visitado pelo menos cinco cidades por dia e seu vice viaja pelo interior para conquistar votos

Adriana Carranca , Flávia Tavares

O PT paulista vai concentrar todos os esforços na capital e Grande São Paulo na esperança de levar a disputa ao governo do Estado para o segundo turno. Na avaliação da coordenação de campanha, o candidato petista Aloizio Mercadante tem mais chances de ganhar votos rapidamente no “cinturão vermelho”, onde a maioria das prefeituras está nas mãos do partido.
Ayrton Vignola/AE
Ayrton Vignola/AE – Acelerando. Mercadante, Netinho e Marta contarão com o reforço de Lula e Dilma na reta final


Desde as 10 horas de ontem, Mercadante disparou uma série de compromissos, entre caminhadas e carreatas, por cidades no entorno da capital. Animado com a possibilidade de levar a eleição para novembro, quando indagado se tinha propostas específicas para a região de Itapecerica da Serra, Mercadante respondeu: “Hoje só quero falar de campanha.”
A programação começou em Taboão da Serra, seguiu para Embu das Artes, Itapecerica e culminou com um almoço em Cotia. De lá, a comitiva de Mercadante, que contava com Netinho de Paula (PC do B), candidato ao Senado, e Eduardo Suplicy (PT), passaria ainda por Itapevi e Jandira. Assessores do petista afirmaram que eles estão apostando principalmente em carreatas, que atingem mais pessoas do que caminhadas curtas.
Marta Suplicy e Netinho estarão ao lado de Mercadante na maioria dos compromissos. Nestes últimos três dias, o “trio do Lula” percorrerá as principais cidades da região metropolitana – a média prevista é de cinco cidades por dia. A estratégia da reta final inclui dois grandes eventos com o presidente Lula: o último comício da campanha, hoje, em São Bernardo do Campo, e uma “caminhada silenciosa” pelo centro de São Paulo na sexta-feira. A cidade onde Lula se fez politicamente marcará também a sua “despedida simbólica” do cargo de presidente. Dilma Rousseff não está confirmada no comício de hoje, por conta do debate na TV Globo. No sábado. Mercadante e seus escudeiros devem passar ainda por Campinas.
Para reforçar os eventos, a militância dos 11 partidos da coligação, liderada pelo PT, foi convocada para fazer um “porta a porta” nas 39 cidades da região.
Vice. O interior do Estado ficou a cargo do candidato a vice, Coca Ferraz (PDT). Desde o dia 6, o pedetista percorreu 59 cidades paulistas, quase três por dia – de Jaú a Lençóis Paulista, de Lins a Americana, de Araras a São João da Boa Vista, de Amparo a Cruzeiro, de Peruíbe a Araraquara, sua cidade natal. Para a coordenação da campanha, o ex-presidente do PSDB de Araraquara, que deixou o partido para se aliar à coligação petista, tinha mais chances do que Mercadante de abarcar votos do adversário tucano Geraldo Alckmin.
A última agenda no interior foi feita ontem. A partir de hoje, Coca Ferraz também se junta a Mercadante, Lula, Dilma, Marta e Netinho no esforço conjunto na Grande São Paulo.
A confiança dos petistas de levar a eleição ao segundo turno, segundo o coordenador da campanha, Emídio de Souza, vem da “tradição do PT de conseguir uma arrancada” na reta final da campanha. “Veja os casos de (José) Genoino, em 2002, e do próprio Mercadante. Em 2006, ele tinha somente 23% das intenções de voto e chegou a 32% no final. Agora temos uma aliança mais ampla e a imagem do presidente Lula muito mais consolidada. Não tem como não chegarmos ao segundo turno”, disse Emídio.
Pesquisas internas do PT paulista mostram Mercadante a apenas dois pontos porcentuais de levar a disputa ao segundo turno. Se isso ocorrer, e com a possível vitória de Dilma Rousseff já no domingo, o PT nacional promete concentrar todos os esforços para acabar com a hegemonia tucana em São Paulo.

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Orgulho de ser brasileiro!

Uma cena que mostra um pouco e explica o porque o povo elegerá Dilma domingo dia 03. Emociona!

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Adísia Sá - Nota de solidariedade a Ciro e Cid Ferreira Gomes

Há uma tendência bem acentuada no ser humano: requentar. Ou, se quiserem: relembrar, recordar, retornar, aproveitar o que foi… 
Na cozinha a coisa funciona dependendo do que se guardou na geladeira ou mesmo no fogão: importante é não jogar comida fora. Com meu pai, por exemplo, aprendi que não podia deixar um carocinho de arroz no prato: “botou, tem que comer. E com essa lição, a mais importante: “tem gente sem nada na panela e jogar comida fora é inaceitável”.
Mas é na política que “requentar” vira arte… 
Mau caratismo, quase sempre, principalmente no período eleitoral. Para derrubar o concorrente ou opositor ou “inimigo”, políticos remexem o passado do “outro” em busca de algo que possa ser requentado. E no requentar trocam datas, acrescentam nomes, criam situações para que tudo tenha cor e cheiro de verdade. E espalham para que o “fato” tome ares de verdade e como tal seja considerado pelo eleitor.
Estão fazendo isto com políticos cearenses, gente que todo mundo conhece a sua trajetória e a história de suas famílias: gente de bem, honrada. Mas há quem, a despeito da cara limpa desses nossos conterrâneos, diga: “quem diria, não é?” e passe a “informação” adiante.
Como a mentira tem pernas curtas, a verdade virá à tona; não sem antes causar abalos e sofrimentos até que os “acusados” apresentem provas de inocência. Só que essas provas, essas declarações de inocência, não eliminarão o que foi lançado.
Pior: as bocas dos que espalharam as aleivosias não apagarão o que disseram tampouco os jornais e as revistas que as divulgaram darão o mesmo espaço para a defesa de suas vítimas. E tudo foi dito e escrito em nome da “liberdade de imprensa”. Neste caso é de se dizer: “cinismo absoluto”, porque liberdade de imprensa é para “eles” publicarem, não para os “outros” se defenderem.
PS.: Minha solidariedade a Ciro e Cid Ferreira Gomes.
Adísia Sá - Jornalista
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O grande místico

Certa manhã, Nasrudin - o grande místico sufi que sempre fingia ser louco - colocou um ovo embrulhado em um lenço, foi para o meio da praça de sua cidade, e chamou aqueles que estavam ali.
- Hoje teremos um importante concurso! - disse - Quem descobrir o que está embrulhado neste lenço, eu dou de presente o ovo que está dentro!
As pessoas se olharam, intrigadas, e responderam:
- Como podemos saber? Ninguém aqui é capaz de fazer adivinhações!
Nasrudin insistiu:
- O que está neste lenço tem um centro que é amarelo como uma gema, cercado de um líquido da cor da clara, que por sua vez está contido dentro de uma casca que quebra facilmente. É um símbolo de fertilidade, e nos lembra dos pássaros que voam para seus ninhos. Então, quem pode me dizer o que está escondido?
Todos os habitantes pensavam que Nasrudin tinha em suas mãos um ovo, mas a resposta era tão óbvia, que ninguém resolveu passar vergonha diante dos outros.
E se não fosse um ovo, mas algo muito importante, produto da fértil imaginação mística dos sufis? Um centro amarelo podia significar algo do sol, o líquido ao redor talvez fosse um preparado alquímico. Não, aquele louco estava querendo fazer alguém de ridículo.
Nasrudin perguntou mais duas vezes, e ninguém se arriscou a dizer algo impróprio.
Então ele abriu o lenço e mostrou a todos o ovo.
- Todos vocês sabiam a resposta - afirmou. - E ninguém ousou traduzi-la em palavras.
"É assim a vida daqueles que não tem coragem de arriscar: as soluções nos são dadas generosamente por Deus, mas estas pessoas sempre procuram explicações mais complicadas, e terminam não fazendo nada."
                                                                                    autor desconhecido

Liberdade na internet

Alexandre Barros

A discussão sobre a liberdade de informação é ótima, mas está centrada na mídia tradicional. Sem liberdade de circulação de ideias tudo para, dos pequenos prazeres às grandes inovações.
Mas pouco espaço tem sido dedicado à manutenção da liberdade na internet. Como ela é livre, poucos se lembram da importância de preservá-la assim.
Quem cresceu sem internet acha-a interessante, mas a maioria não explora todas as suas virtudes e liberdades. Quem cresceu com ela é mais audaz em buscar seus meandros mais interessantes e ousados, mas a estes falta a noção de como era o mundo sem internet.
A internet livre é o que mais se aproxima do mercado perfeito de Adam Smith, John Stuart Mill e Milton Friedman. Na internet você acha tudo o que quiser e faz praticamente o que bem entender, do mais interessante ao mais enjoativo. Se todos concordassem a respeito do que é interessante ou enjoativo, não teríamos apostas nem discussões.
Há muitas gente poderosa que quer censurar a internet. O controle pode ocorrer, acabando com a neutralidade da rede (que permite que todas as ideias circulem com a mesma velocidade e amplitude) ou censurando-a por acharem que ela é um depósito de informações perigosas.
Mas perigosas para quem? Se levarmos em conta as diversidades culturais, a internet serve tanto para defender o direito de Sakineh de não ser apedrejada quanto para defender a cultura que acredita que ela deva ser apedrejada.
Da diversidade e do embate das ideias é que surgem novidades criativas. Com censura as pessoas não podem informar-se sobre alternativas nem discuti-las.
Muitos acham inútil e perigoso que adolescentes passem horas sem fim navegando ou jogando com alguém do outro lado do mundo. Quem inventou a internet não pensou nisso, nem em que as pessoas poderiam comprar, vender, discutir, debater, namorar, casar ou encontrar almas irmãs para compartilhar os mais esdrúxulos (não necessariamente malévolos) gostos e preferências.
Dito assim parece chocante, mas a diversidade dos interesses humanos é muito maior do que imaginamos. Pessoas que visitam países “exóticos” porque tiveram dinheiro e interesse em lá ir comentam achar estranho que na Coreia se coma carne de cachorro ou que na China se cozinhe com gordura de iaque.
A internet permite-nos tudo isso de graça. Mais importante do que apenas preferências, a internet oferece a oportunidade a um enorme número de pessoas, que nunca teriam acesso a mais informações do que seus cinco sentidos e seus recursos econômicos permitem, de andar por caminhos impensados há 30 anos.
Nos início da internet a coleção de artes do Vaticano ficou famosa e competia em pé de igualdade com receitas para fazer bombas, como uma vez disse um senador da República, justificando a necessidade de censurar a internet.
Mas não nos esqueçamos de que a excentricidade tem livre trânsito na internet e dela surgem grandes invenções.
Foi preciso que Ford e outros excêntricos atinassem com a solução de colocar um motor na carruagem para as pessoas pararem de pensar que a solução para transportes mais rápidos seriam cavalos mais rápidos.
Outro excêntrico, menos conhecido porque muitas de suas ideias circularam limitadamente num mundo que ainda não estava pronto para elas, foi Nikola Tesla. Ele foi o inventor da corrente alternada que sai da sua tomada e alimenta todos os seus eletrodomésticos, das lâmpadas aos computadores. Tesla ficaria no anonimato, restrito a poucos entusiastas, se não fosse pela internet. Interrompi este artigo e busquei Tesla no Google: 14,7 milhões de referências. Sem ela poucos saberíamos que Tesla sequer existiu.
Prepare-se para as invenções dele. Estão sendo aplicadas no carro elétrico da marca Tesla, já lançado em mercado restrito. Tem a performance de uma Ferrari, sem consumir combustível fóssil. Daqui a alguns anos a sua tomada elétrica ficará obsoleta porque a transmissão da eletricidade se dará sem fios. Adeus àquela confusão das casas nas quais os fios se embaraçam pelo chão e dão choques nos cachorros (que retornaram, no Google, 37 milhões de resultados).
Falei só do pitoresco, mas quem gosta de ir ao cinema e pouco se interessa por internet não imagina que os jogos de internet já faturam mais do que a indústria cinematográfica.
Precisamos incluir a preservação da liberdade na internet quando nos queixarmos dos ataques do governo à mídia.
A internet, do ponto de vista da mídia, permite até que a mídia impressa, falada e televisiva multiplique seu alcance muitas vezes. Este artigo que você pode estar lendo aqui, no Estadão impresso, está disponível na internet inteiramente grátis. Milhões de pessoas têm acesso a ele. Diariamente, em torno de 1 milhão de pessoas acessam o estadao.com.br, sem precisar gastar papel ou dinheiro.
A internet merece respeito, carinho e proteção. Boa parte das coisas que você estará consumindo daqui a 25 anos ainda não foi inventada e a internet é o principal ambiente em que essas ideias e invenções serão compartilhadas, difundidas e aperfeiçoadas. Sem liberdade na internet os benefícios do progresso científico demorarão muito mais tempo.
E o que um censor proíbe hoje pode ser a salvação de milhares ou milhões, ali na esquina ou espalhados pelo mundo.
A aids, nos seus primórdios, não tinha financiamento de pesquisa do governo americano por ser considerada castigo divino para comportamento sexual inadequado ou pecaminoso.
A hepatite C assola 170 milhões de pessoas no mundo (e mata anualmente mais de 10 mil) e se transmite de maneira parecida com a aids. O desenvolvimento de remédios para ela pode ser muito mais rápido com liberdade na internet.

CIENTISTA POLÍTICO, É DIRETOR-GERENTE DA EARLY WARNING: OPORTUNIDADE E RISCO POLÍTICO (BRASÍLIA) E-MAIL: ALEX@EAW.COM.BR


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Propagandas Antigas