Blog do Charles Bakalarczyk: A bactéria fajuta

Blog do Charles Bakalarczyk: A bactéria fajuta: "Quase 70% do consumo mundial de arsênio é utilizado como conservante de couro e madeira. Deveria ser utilizado pela mídia tupiniquim para pr..."

Principismo e Pragmatismo

A presidente eleita, Dilma Rousseff, procurou demarcar terreno num assunto delicado, os direitos humanos no Irã. Delicado pelo tema em si e por um fato singelo: as relações com os iranianos têm sido um banco de areia movediça para a diplomacia, e não apenas a nossa. A regra é a esfinge persa devorar os candidatos a decifrá-la.

O Itamaraty fez uma aposta de como lidar com Teerã, e o presidente que sai embarcou nela com gosto. Teria voltado para casa com o troféu, se as grandes potências tivessem aceitado aproveitar a janela de oportunidade.

Infelizmente, para o Palácio do Planalto e o Itamaraty, aconteceu ali um duplo infortúnio. Nem os iranianos transmitiram a necessária confiança, nem as autoridades brasileiras exibiram suficiente habilidade. Prevaleceu o fototropismo. Promoveram a solenidade de comemoração antes do problema resolvido. Deu no que deu.

Mas isso é passado, e se eventualmente o affair acabar num desfecho negociado o presidente que sai colherá os frutos para a História. Para a presidente que entra, o problema é mais prático.

Já que nos meteram num assunto -a atitude do mundo diante do programa nuclear do Irã- para o qual não tinhamos sido convidados, trata-se de achar o melhor jeito de tudo acabar bem.

O que seria "tudo acabar bem"? Para uma parte do establishment político-militar nacional, se o Irã alcançar o domínio da bomba será uma bela oportunidade de darmos tchauzinho ao Tratado de Não Proliferação (TNP).

Já outros acreditam que o melhor será aderirmos rapidamente ao protocolo adicional do TNP, e termos em mãos um instrumento decisivo na estratégia de garantir que a América do Sul permaneça o único continente sem armas de destruição em massa.

É ótimo -para os cidadãos iranianos- que a presidente Dilma defenda os direitos humanos no Irã. Mas não é suficiente. É preciso saber o que o novo governo brasileiro vai fazer com outro desafio, a ameaça de proliferação nuclear na vizinhança. Por que "na vizinhança"? As relações hemisféricas do presidente Mahmoud Ahmadinejad são autoexplicativas.

O Brasil tem dito que busca um mundo desnuclearizado. Até aí há consenso. As diferenças começam a aparecer quando se discute o melhor caminho para alcançar a meta.

Uns, como Barack Obama, defendem que mais ninguém obtenha a tecnologia bélica. E que a partir dessa premissa se promova progressivamente a renúncia coletiva. Outros líderes, como o presidente brasileiro que sai, ensaiam um discurso mais oblíquo. Os detentores da bomba não teriam "moral" para tentar impedir os demais de seguir pelo mesmo caminho.

Uma defesa indireta do armamento geral -ou pelo menos da ameaça de armamento geral- como melhor caminho para o desarmamento geral.

O que Dilma pensa disso? Os debates eleitorais não foram suficientes para esclarecer.

A presidente eleita tende a levar uma vantagem sobre o antecessor. Parece menos instada a uma política externa de viés presidencial, e parece ter o espírito menos vulnerável à necessidade compulsiva do reconhecimento.

Sempre haverá a tentação de "desafiar o império" para colher aqui dentro os frutos propagandísticos, mas a vaga de candidato brasileiro a guia genial dos povos já está ocupada. O que talvez vá ser útil para a presidente que entra.

Uma diplomacia menos presidencial e mais profissional exigirá, a cada momento, saber onde fica o legítimo interesse nacional. Não há receitas prontas.

Nos direitos humanos, por exemplo, não haverá como Dilma replicar a indignação em todas as circunstâncias. Os interesses, especialmente comerciais, sempre farão valer seu peso.

O principismo tampouco será possível na posição a adotar sobre a soberania dos povos. O Brasil vem de reconhecer o Estado Palestino, mas não apoia a independência de Kosovo, nem vê legitimidade nas aspirações autonomistas do Tibete. E a amicíssima Turquia veta a independência na nação curda.

Pragmatismo. Política externa é assunto para ser decidido caso a caso, conforme o interesse nacional. Dilma está em situação confortável para reajustar a situação por esse parâmetro.

O senador Inácio Arruda (PCdoB-CE) será o substituto do senador Gim Argello (PTB-DF) como relator da Comissão Mista de Orçamento

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INÁCIO ARRUDA FOI DESIGNADO O NOVO RELATOR DA COMISSÃO
  O líder do PTB no Senado decidiu renunciar em decisão formalizada por carta ao presidente da comissão, deputado Waldemir Moka (PMDB-MS), e o objetivo do gesto, segundo ele, seria não dar pretexto à oposição para criar uma nova crise e boicotar a votação do orçamento. Ele também se desligou da comissão. 

Gim Argello tem sido alvo de denúncias de favorecimento de um esquema de entidades fantasmas, sobretudo ONGs, para a transferência de recursos do orçamento para o financiamento de projetos e eventos culturais e turísticos, inclusive com a utilização de documentos falsos e "laranjas". 

As denúncias contra o senador - que é amigo pessoal da presidenta eleita Dilma Rousseff - têm sido publicadas em reportagens do jornal O Estado de S. Paulo, que inclusive entrevistou integrantes do esquema. 

Além de Gim Argello, estariam envolvidos diversos parlamentares, que pressionariam órgãos públicos federais a liberar recursos para essas entidades. Pela manhã, o senador havia decidido solicitar que a inidoneidade dessas entidades seja investigada pelo Ministério Público federal, o Tribunal de Contas da União e a Corregedoria Geral da União.

A lenda dos Cherokees

Passagem da adolescência a maturidade

O pai leva o filho para a floresta no final da tarde, venda-lhe os olhos e deixa-o sozinho sentado numa pedra.
Ele não pode remover a venda até os raios do sol brilharem no dia seguinte.

Ele não pode gritar por socorro para ninguém.
Se ele passar a noite toda lá, será considerado um homem.
Ele não pode contar a experiência aos outros meninos porque cada um deve tornar-se homem do seu próprio modo. enfrentando o medo do desconhecido.

O menino está naturalmente amedrontado.
Ele ouve toda espécie de barulho.
Os animais selvagens podem, naturalmente, estar ao redor dele. Talvez alguns humanos possam feri-lo.
Os insetos e cobras podem vir pica-lo. Ele fica com frio, fome e sede. O vento sopra a grama, a terra e sacode os tocos, mas ele permanece... e não remove a venda.
Após a noite horrível, o sol aparece e a venda é removida.
Ele então descobre seu pai sentado na montanha perto dele, protegendo-o.

Segundo os Cherokees está é a única maneira dele se tornar um homem. E saber a importância e responsabilidade que tem o pai,





Planos de saúde

É desta forma que eles atuam...

A verdade é uma só

Quando Leonel Brizola governou o Rio de Janeiro pela primeira vez, a partir de março de 1983, nomeou um oficial negro para o comando da Polícia Militar, o coronel Cerqueira, conhecido como o Cerqueira bom, porque tinha um outro nominado que era bandido e torturador, totalmente do mal. O coronel reuniu a tropa e, de forma simples, direta e objetiva, deu o primeiro recado.

Disse o Cerqueira do bem: 
"Vocês vão subir o morro, todavia vão revistar os moradores com o mesmo respeito que tratam os abastados da Zona Sul."

ArrematePor isso não posso aceitar que um comentarista sem moral, cineasta frustrado, que odeia Lula porque o presidente se recusa a dar dinheiro público para ele produzir pornochanchadas, e que tem sérios problemas com as ações sociais do governo, venha agora dizer que Brizola proibiu a polícia de subir os morros. Olha, até mesmo a cretinice precisa ter um limite.

Contas públicas só estarão equilibradas quando juros e câmbio estiverem

Dada à situação econômica européia e das nossas contas externas, mais o câmbio valorizado, todo esforço do futuro governo Dilma Rousseff com relação às contas públicas, detalhado pelo atual e futuro ministro da Fazenda, Guido Mantega, só vale a pena se, como ele prevê, realmente os juros caírem.

Mas, atenção, insisto: somente se as taxas baixarem mesmo porque os nossos principais problemas econômicos hoje são os juros e o câmbio. Como além desses dois, temos o problema crônico e estrutural do serviço da dívida pública, a continuidade de taxas elevadas significa real valorizado e altos superávits para pagar os juros da dívida interna.

Portanto, toda redução de custeio e adiamento de investimentos - e mesmo redução de gastos - são políticas que só devem ser adotadas, se vierem acompanhadas da queda da taxa Selic. Caso contrário não teremos redução do déficit nominal coisa nenhuma, e muito menos da relação dívida pública/PIB.

Compromissos não podem deixar de ser  cumpridos


Nessa equação toda de cortes é preciso ter em conta que a presidente eleita, Dilma Rousseff, seu partido (o PT) e a coalizão partidária que sustentará seu governo assumiram uma série de compromissos com o eleitorado que precisam ser cumpridos.

Eles vão da construção das Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) na área da saúde, das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) na área da segurança, a creches, escolas técnicas e quadras poli esportivas, dentre outros.

Também na área do Minha Casa Minha Vida - construção e empréstimos para viabilização de 1 milhão de moradias na sua 1ª fase - os subsídios precisam ser mantidos porque o programa depende de financiamentos e não do Orçamento Geral da União.

Agora as PPPs são indispensáveis

Na área dos investimentos na infraestrutura econômica e urbana é mais fácil, vamos em frente. A iniciativa privada, por meio de concessões e parcerias público-privadas (PPPs) pode e deve ocupar um espaço maior, inclusive pelo sistema de concessão assumindo os aeroportos - como já acontece com as ferrovias, rodovias e portos - e as obras para a Copa do Mundo de 2014 e das Olimpíadas (no Rio) em 2016.

Apesar do detalhamento de medidas antecipado pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, é preciso conhecer os cortes de custeio e os projetos do PAC que serão adiados para uma análise mais concreta das intenções do governo, ainda que frente à situacção mundial a prudência recomenda ao governo mão firme das contas públicas. Mas, repito, desde que venha a inadiável redução dos juros. Do contrário, vamos enxugar gelo.