Realengo

O franco atirador, Wellington Menezes de Oliveira

Arquivos

[...] portaria do Ministério da Justiça facilita abertura

ImageUm inegável avanço a portaria do Ministério da Justiça que torna mais claras e simples as regras para acesso aos documentos elaborados durante a ditadura por órgãos de informação e contrainformação guardados no Arquivo Nacional, no Rio. Mas, estão corretos os familiares dos mortos e desaparecidos que decidiram continuar a luta pela abertura de todos os documentos da repressão no período, porque os documentos do Arquivo Nacional não contém tudo. Cada um desses passos dados mostra que já é hora de as Forças Armadas divulgarem todas as informações e assumirem sua responsabilidade histórica perante a nação. Continua>>>

Celular

[...]Pelo celular

Você já deve ter tido a experiência. Está numa mesa de bar com uma turma, as bolachas de chope se multiplicam sobre a mesa, a conversa esquenta e de repente alguém se lembra de alguém. De um que prometera ir ao bar e não aparecera, de um amigo comum de todos que ninguém mais vira...

E fatalmente alguém pega um telefone celular e diz "vamos ligar para esse vagabundo".
Quando localizam o vagabundo, todos se revezam no telefone, xingando o ausente, intimando-o a aparecer, imitando voz de mulher e dizendo "adivinha quem é?", fazendo ruídos de bichos, etc. Mas podem ir longe demais.
Alguém na mesa pergunta "que fim levou o Santoro?" e passam a catar o Santoro com o celular. Primeiro ligam para um número antigo dele, depois chegam a uma irmã dele através de uma moça do serviço de assistência ao assinante miraculosamente eficiente, depois chegam ao próprio Santoro, que faz um curso de informática em Grenoble, na França, e atende o chamado apavorado.
— Que foi? Que foi?
— Seu veado! Onde é que você anda?
— É a mamãe, é? Mamãe está bem?
— Que mamãe? Aqui é o Jander.
— Quem?!
— O Jander. Já esqueceu dos amigos, é?
— Jander, você sabe que horas são aqui?
— Aí não é mais cedo?
Jander ouve cinco minutos de desaforo antes de desligar o celular e dizer, magoado: "Como as pessoas mudam, né?".  Dias depois ouvem que o Santoro ficou tão nervoso com o telefonema no meio da noite que abandonou o curso de informática, abandonou a França, voltou para junto da dona Djalmira, sua mãe, e está trabalhando no armarinho da família. O telefonema tinha mudado a sua vida por completo.
Outra: alguém na mesa diz que tem o telefone particular do Obama, na Casa Branca. Conseguiu na internet. Podem ligar para lá e quando o Obama atender dizer "olha, é do Brasil, foi o senhor que esqueceu uma meia-calça no hotel?", ou "aqui é o Kadafi, posso falar com a Michelle?"
Aí alguém lembra que os americanos podem rastrear todas as chamadas para a Casa Branca, localizá-los por satélites e bombardearem o bar.
E há o mais bêbado de todos que diz que precisa ligar para o Ferreirinha pra saber como ele vai.
— Você esqueceu? O Ferreirinha já morreu. Está no Além.
— Eu sei — diz o outro, com o dedo já pronto para digitar. — Qual será o número?
E as bolachas de chope se empilhando. 
Luis  Fernando Verissimo

por Cesar Maia

AS CRISES ECONÔMICAS DE 1997 E 1998 ABRIRAM AS PORTAS AO POPULISMO!
                                              
          
1. Em julho de 1997, a crise asiática abalou as finanças mundiais, ampliada em agosto de 1998 pela crise russa. As consequências econômicas são bem lembradas, mas as consequências políticas, não. Na América Latina, Venezuela, Argentina e Brasil produziram uma reversão do quadro político. Na Venezuela, o ministro Teodoro Petkoff (Planejamento), que geria o país dada a idade do presidente Rafael Caldera, criou uma forte expansão econômica no início de 1997, preparando a sucessão do presidente.
          
2. Hugo Chávez vinha lá atrás, com uns 5%. Veio a crise asiática e a economia venezuelana naufragou. O barril do petróleo chegou a US$ 11. Da expansão estimulada por Petkoff à queda do PIB após as crises, a economia variou 20% do PIB. Chávez criou, em 97, o Movimento V República (MVR) e depois surfou na onda das crises. Venceu a eleição. Os desdobramentos são conhecidos.
          
3.  Na Argentina, as crises levaram a uma tranquila vitória da oposição, somando centro à esquerda. Fernando de la Rúa foi eleito em 1999. O nó dado pela conversibilidade radical de Carlos Menem produziu o paraíso, e depois o inferno.
Em dezembro de 2001, De la Rúa renuncia e foge do palácio de helicóptero. Três presidentes assumem e renunciam. Eduardo Duhalde, que perdeu a eleição, assume até a vitória de Néstor Kirchner.
          
4. Kirchner trouxe como antecedente a mudança da legislação da Província de Santa Cruz, que, em 1998, autorizou reeleições ilimitadas. Eleito em abril de 2003, ele refunda um populismo peronista e cria o artifício da sucessão da esposa para sua futura reeleição. Mas, em 2010, morre antes disso. Deixa Cristina como herdeira e favorita para a eleição deste ano.
          
5. No mar manso do Plano Real, e no início do governo, FHC aprova a reeleição, mudando as regras do jogo no meio do campeonato. Em 1997, responde à crise com o pífio pacote 51, apelido dado pela mídia. Em meio à turbulência, acentuada em 1998, faz a campanha exaltando os riscos que viriam se Lula vencesse. Deu certo. Venceu no primeiro turno.
          
6. As repercussões da crise foram multiplicadas pelo populismo cambial e fiscal, aplicado na eleição. Governou sob agitação econômica.  A seriedade das medidas resgatou a condução da política econômica, mas afundou a sua popularidade. O risco Lula, em 2002, agravou os problemas, com os preços e os juros explodindo.
          
7. Lula venceu e jogou a carga dos problemas para trás. Manteve as políticas de FHC, flutuou num quadro internacional favorável e abriu um ciclo de pelo menos 12 anos, algo inimaginável antes das crises de 1997 e 1998. Crises que explicam o quadro latino-americano atual e os erros de gestão política e econômica de países, fulcrais para o continente.

FMI

Lobo em pele de cordeiro

Quem respondeu exemplarmente às críticas do documento do FMI (leiam nota) foi o economista Paulo Nogueira Batista Jr. Ele representa o Brasil e 8 países da América Latina e do Caribe no próprio Fundo. Ele considerou o estudo "tecnicamente fraco", com "problemas de análise" e ainda o classificou como "enviesado e deficiente" por "restringir escolhas de políticas".

Para Nogueira Batista. trata-se de "uma tentativa de preparar o terreno para mais interferência do Fundo nas políticas dos emergentes" - ou seja, nas nossas. De acordo com o economista, o FMI está seguindo uma sugestão francesa e combatendo (sobretudo, limitando) as medidas de controle de capitais que os governos, como o brasileiro, estão tomando para enfrentar a guerra cambial.

"O documento avalia 6 ou 7 casos, é uma amostra muito restrita", conclui o economista. E sugere: "seria interessante se o FMI examinasse os problemas criados pelos capitais e as experiências de diferentes países na administração desses fluxos grandes e voláteis. Não é hora de pensar em fazer recomendações. A instituição não está preparada nem tem mandato legal para isso".

O economista brasileiro em Washington lembrou, ainda, haver "países que adotam políticas monetárias ultraexpansivas para sair da crise, provocam uma expansão de liquidez em escala global e, no FMI, dizem às (demais) nações que tentam se defender dessa tsunami monetária internacional, que é preciso criar um código de conduta para suas defesas. Não se fala do problema na origem".

Como vocês podem ver, uma excelente crítica a do Nogueira Batista. Que revela: sob a aparente capa de pele de cordeiro do FMI, com aplauso ao controle, pode esconder-se um lobo.

YouTube

Google investirá 100 milhões em programação

De acordo com fontes do Wall Street Journal, o Google estaria planejando inundar o site com programas originais de baixo custo, feitos especialmente para a web.
No ano passado, o co-fundador do YouTube, Chad Hurley, contou ao Telegraph que o site poderia competir diretamente com a TV aberta por uma fatia da audiência.
No entanto, o YouTube ainda está fortemente associado a conteúdos produzidos por usuários; uma associação que dificulta a atração dos anunciantes da televisão convencional.
Fontes do Wall Street Journal afirmam que o site estaria planejando investir até $100 milhões de dólares em conteúdos de baixo custo desenhados exclusivamente para a web.

Diet

[...] tucademo é o que Aécio Neves é

Aécio Neves fez um discurso de neoliberal diet.


Lançou-se candidato a Presidente na tribuna do Senado. 


Denunciou a volta da “grave doença da inflação”.


O governismo que avança sobre as empresas privadas (como ele, que  tentou – e não conseguiu – convencer o Agnelli a agregar valor ao minério de ferro de Minas).


Aliás, foi Aécio quem revitalizou a Cemig, sobre a qual o Itamar “avançou”.


Depois que o Eduardo Azeredo entregou na badeja ao passador de bola apanhado no ato de passar bola.


Nesse ponto cabe realçar que Aécio repôs – como já tinha feito no Senado, na votação do salário mínimo – a verdade nos trilhos: quem fez o Plano Real foi o Itamar e, não, por usurpação, o Farol de Alexandria.


Descobriu a pólvora quando disse que há continuísmo entre Lula e a Dilma: “não há ruptura entre o velho e novo.”


Foi, por acaso, o que decidiu o eleitorado, com 54% dos votos.

Navalha
O avô tinha ghost writer melhor.
Aécio não saiu do neoliberalismo de 1994, quando se iniciou o sombrio Governo neoliberal do FHC.
Aécio está ancorado nas ideias de lá.
As mesmas que a crise de 2008 sepultou.
E que o próprio FMI, num estudo com vários Prêmios Nobel, também mandou para o tumulo, como demonstrou artigo do Delfim Netto.
O problema da candidatura do Aécio é o Cerra.
E sempre será.
O Cerra quer.
Ele não larga o osso.
Cerra estava lá – não se sabe para que.
E considerou prematura a discussão sobre o candidato do PSDB à Presidência em 2014.
O futuro a Deus pertence, disse o Cerra, sempre de forma sábia e circunspecta.
É um jenio !
O Aécio vai ter que dobrar o PiG (*), que adora o Cerra.
O PiG (*) é Cerra.
Ainda mais com esses discursos “superficiais”, como disse a Folha (**).
(Como se os do Cerra fossem profundos.)


Paulo Henrique Amorim