O Rei Roberto Carlos está setentão

Completa sete décadas de vida nesta hoje, 19 de abril de 2011. Sua ideia era celebrar a data com o show "Emoções", na Arena Vitória, em Bento Ferreira, no Espírito Santo, seu Estado natal. No entanto, com a morte de sua filha Ana Paula, no sábado passado, tudo foi adiado. O comunicado oficial da assessoria de do artista capixaba sobre a morte dela diz: "É com grande pesar que comunicamos o falecimento de Ana Paula Rossi Braga Ferreira, a filha mais velha de Roberto Carlos e Cleonice (Nice) Rossi, e esposa do músico Paulinho Ferreira. Ana Paula faleceu na madrugada de 16 de abril de 2011, em São Paulo".

Sobre o adiamento do show, a assessoria do artista também se posicionou: "Devido ao falecimento, esta madrugada, em São Paulo, de Ana Paula Braga, filha do artista Roberto Carlos, foi suspenso o show marcado para o próximo dia 19, no Ginásio Alvares Cabral, em Vitória, Espírito Santo. Dodi Sirena, empresário do artista, anunciará a (nova) data nos próximos dias. Contamos com a colaboração de todos". Quem assina o texto é a DC Set Produções.

Carma

Apesar de ter um milhão de amigos, as curvas da estrada da vida de Roberto Carlos têm sido tortuosas. Primeiramente, o acidente que vitimou sua perna, depois, as perdas com as mortes das esposas Cleonice Rossi, a Nice, de quem estava separado; Maria Rita, mulher que ele amou de verdade e que o deixou meio abalado por alguns anos. Some-se a isso, próximo de seu aniversário de 69 anos, no dia 17 de abril de 2010, a partida de sua mãe, Laura Moreira Braga, tratada carinhosamente por ele, também em música, como "Lady Laura".

Celebrando 70 anos de vida e 52 de carreira artística, Roberto Carlos começou na música popular brasileira surfando nas ondas da bossa nova num então disco de 78 rotações por minuto, ainda no formato de cera, no qual sua voz tentava se assemelhar aos sussurros do papa João Gilberto. Como havia uma espécie de divisão no movimento musical surgido nos apartamentos da zona sul carioca, notadamente na residência de Nara Leão, e o ainda novato era ligado na turma da zona norte, na Tijuca, ao lado de Erasmo Carlos e Tim Maia, entre outros, ficou difícil entrar no seleto grupo que já despontava com sucesso na MPB também, com Roberto Menescal, Carlos Lyra, Sérgio Mendes, Ronaldo Bôscoli, Tom Jobim, Vinícius de Moraes, Baden Powell e Johnny Alf, entre outros. Em 1978, a "Musa da Bossa Nova" dedicou um então LP somente para músicas de Roberto Carlos: "Debaixo dos Caracóis dos seus cabelos".

Com uma pequena ajuda do conterrâneo de Cachoeiro do Itapemirim, Carlos Eduardo da Corte Imperial, um agitador cultural que o tentou como o "Príncipe da Bossa Nova" e produziu o então primeiro LP, o álbum "Louco por você" (1961), Roberto Carlos, mesmo sem fazer sucesso com o lançamento, ficou com um cartão de visitas para apresentá-lo na MPB. O disco é o único em que Roberto Carlos não aparece na capa e, hoje, ainda é inédito em lançamento oficial em CD, sendo os exemplares de vinil muito disputados pelos colecionadores, os quais consideram o item mais valioso de suas coleções.

O primeiro êxito popular de Roberto Carlos foi em 1963, ainda num disco em 78rpm com "Splish splash" e "Parei na contramão", esta última começando sua parceria com o amigo Erasmo Carlos, uma das mais populares da MPB. Carlos Imperial também levou seu então pupilo para apresentações em seu programa de televisão, "Clube do Rock", e, daí, sua carreira começou mesmo a descolar para o grande público brasileiro.

Jovem Guarda

A Jovem Guarda foi um grande sucesso também de público, tanto que, em 1965, a TV Record resolveu apostar num programa homônimo para o público das "jovens tardes de domingo" comandado por Roberto Carlos e os parceiros Erasmo Carlos, o Tremendão, e Wanderléa, a Ternurinha. Também foram lançados, entre outros, Jerry Adrianni, Wanderley Cardoso, Eduardo Araújo e Ronnie Von.

Com o seu sucesso no Brasil inteiro, a fama de Roberto Carlos também se alastrou primeiramente na América Latina. Depois, as primeiras apresentações no exterior, principalmente na Europa, no festival Midem, na França, em 1967, e, na Itália, em 1968, sendo o grande vencedor do Festival de San Remo, com a canção "Canzone per te", de Sérgio Endrigo e Bardotti.

O artista capixaba participou de três filmes: "Roberto Carlos em ritmo de aventura"; "Roberto Carlos e o diamante cor-de-rosa" e "Roberto Carlos a 300km por hora". Tem uma extensa discografia e compôs grandes clássicos da música popular brasileira de sua parceria com Erasmo Carlos da popularidade de "Detalhes", "Jesus Cristo", "As curvas da estrada de Santos", "A distância", "Amada amante", "Quero que vá tudo pro inferno" e "O portão", só para citar algumas.

Parte da obra de Roberto Carlos, principalmente suas criações com Erasmo Carlos, são cantadas por nomes da MPB dos anos 60 até hoje. Intérpretes como Caetano Veloso, Gal Costa, Wanderléa, Cauby Peixoto e Maria Bethânia - os dois últimos dedicaram discos para a parceria do Rei com o Tremendão. A geração roqueira também gravou um álbum coletivo "Rei" e, mais recentemente, também foram lançados CDs/DVDs, como "Elas Cantam Roberto" e "Emoções Sertanejas".

Veja galeria com vídeos dos 70 anos de Roberto Carlos:


NELSON AUGUSTO
REPÓRTER

Brasil perde Status de emergente

o Brasil começa a deixar de ser tratado como um país pobre e terá às preferências comerciais às suas exportações retiradas. 

Europeus, japoneses e americanos estão usando o crescimento da economia brasileira como argumento para acabar com preferências dadas ao País. 

O primeiro a suprimir benefícios será a União Europeia em maio. 

EUA e Japão em seguida.

ESTAGIÁRIO RECEITANDO REMÉDIO...

Remédio para Tosse

O farmacêutico entra na sua farmácia e repara num homem petrificado, com os olhos esbugalhados, mão na boca, encostado em uma das paredes.
Ele pergunta para o estagiário:
- Que significa isto? Quem é esse cara encostado naquela parede?
O estagiário responde:
- É um cliente que queria comprar remédio para tosse. Ele achou caro, então eu vendi um laxante.
O farmacêutico:
- Você ficou maluco? Desde quando laxante é bom para tosse?!?!
O estagiário:
- É excelente. Olha só o medo que ele tem de tossir...

por Cesar Maia

FUSÃO DE PARTIDOS: SINERGIA OU DISFUNÇÃO?
                  
1. Alexander Bogdanov, no entorno de 1915, desenvolveu uma teoria geral dos sistemas que chamou de tectologia. Para ele, existiam três tipos de sistemas: a) complexos organizados em que o todo é maior que a soma das partes. A isso a administração chamou depois de sinergia. b) complexos neutros, em que a organização e a desorganização se anulam mutuamente. c) complexos desorganizados, em que o todo é menor que a soma das partes. A isso a administração chamou mais tarde de disfunção.
                  
2. A fusão de dois partidos políticos só é um processo simples quando o tamanho de um deles é insignificante perto do outro. Melhor seria chamar de assimilação. Mas quando dois partidos políticos se equivalem, a fusão é um processo complexo, especialmente num país continental como o Brasil. Alguns partidos substantivos no Brasil surgiram por processos de desagregação, como os casos do PSDB e do DEM. Esse é também um processo simples, porque as partes homogêneas de um partido se separam para formar outro partido.
                  
3. Não é sem razão que nunca no Brasil, nem no Império, nem na República ocorreram fusões entre partidos políticos substantivos. A complexidade ocorre por diversos subsistemas que teriam que se acomodar. Em nível das direções nacionais, sempre haverá como compor num diretório nacional e numa executiva nacional. Mas quando os espaços de cada dirigente começam a ser definidos, termina a simplicidade. Isso sem falar nas estruturas administrativas de cada qual. Quando se desdobra isso em nível dos 27 estados e 5.565 municípios, muito mais.
                  
4. Mas, além disso, existem as listas de vereadores por Município, deputados federais e estaduais por Estado, cuja agregação produzirá riscos maiores ou menores para centenas de parlamentares. E ainda há os espaços de liderança a serem definidos. E, também, em todos os níveis, os órgãos de representação especial, como imprensa, mulher, institutos e fundações...
                  
5. E se não bastasse, tal decisão produziria uma redução à metade das lideranças no Senado, na Câmara, nas Assembleias e Câmaras de Vereadores, assim como estruturas respectivas. E o tempo de argumentação.
                  
6. O novo partido, independente da denominação que mantenha, terá que incorporar em seu programa os programas dos dois. E, especialmente, os elementos diferenciadores desses programas, abrindo uma luta ideológica de saída no novo partido.
                  
7. Finalmente, a legislação eleitoral que permite, havendo fusão de partidos, que os parlamentares (vereadores, deputados, senadores) e os executivos (prefeitos e governadores) que se sintam prejudicados mudarem de partido. Não é preciso analisar no detalhe para saber que alguns deputados federais e vários deputados estaduais e vereadores usarão essa circunstância para mudar de partido, com alegações orgânicas. O novo partido ficará parlamentarmente menor.  As únicas coisas que somam são: tempo de TV e o Fundo Partidário, o que também vai gerar atritos pelo uso.
                  
8. Isso tudo levaria a uma enorme disfunção. Seria como um barco com 10 remadores em que metade remaria num ritmo e outra, em outro. Portanto, colunas, matérias e notícias na imprensa, reuniões e avaliações entre políticos, artigos de analistas sobre fusão de dois grandes partidos nacionais é pura perda de tempo. Puro diletantismo. Repetindo: no Brasil -no Império e na República- nunca houve fusão de dois grandes partidos. Nem haverá. Melhor gastar o tempo com coisa séria.

                                                    * * *

por José Paulo Kupfer

As voltas que o mundo dá
As manchetes dos principais portais de notícias do mundo nesta segunda-feira parecem surreais. Quem poderia imaginar que, um dia, uma agência de classificação de riscos, no caso a Standard & Poor’s, poderia diminuir a nota dos Estados Unidos?
Em linguagem técnica, os analistas dessa tão prestigiada quanto polêmica empresa mudaram a perspectiva para o rating do governo americano de estável para negativa.
Em língua de gente, significa dizer que essa agência, em tese especializada em avaliar a capacidade de pagamento de emissores de dívida (sejam governos ou empresas), está alertando o mercado que a situação fiscal dos Estados Unidos inspira cuidados no longo prazo.
No limite, a S&P, como é conhecida, diz que os EUA, ainda considerados o porto-seguro do mercado financeiro mundial, não são assim tão seguros. Ou ao menos não são confiáveis hoje como eram num passado nem tão distante.
Há dez anos, quando Bill Clinton deixou o governo, em 2001, o Tesouro americano estava recomprando dívida. Ou seja, a quantidade de títulos públicos do país em circulação no mundo diminuía ano a ano. E a confiança fazia caminho oposto: só crescia.
Bush filho assumiu e, de cara, lançou mão de estímulos fiscais para tirar a economia da recessão em que se encontrava. A política de aumento de gastos públicos e frouxidão monetária foi amplificada em 2008, na crise que aquela política ajudou a produzir.
Só com muito dinheiro do governo – põe dinheiro nisso – os EUA conseguiram evitar que a crise fosse tão grave como a de 1929. Praticamente sem alternativa, Barack Obama manteve e ampliou mais um pouco a política frouxa que herdou.
Vá lá que a S&P, bem como suas principais concorrentes (Moody’s e Fitch), ficou com credibilidade para lá de arranhada depois de comer bola na crise asiática dos anos 90 e, principalmente, na própria crise do subprime americano em 2008. Mas, para o bem ou para o mal, suas avaliações são acompanhadas de perto pelos investidores.
Ver a nota da dívida americana rebaixada nem em histórias de ficção era considerado possível. Mas o mundo econômico, desde a quebra do Lehman Brothers, tem dando voltas. Mais do que voltas, tem dado cambalhotas.
A mensagem é clara e socrática: tudo o que sabemos da economia internacional hoje é que nada sabemos.

A criminalização da mangação

Promotores da Infância e Juventude de São Paulo querem que mangar seja considerado crime. Um anteprojeto de lei elaborado pelo grupo prevê pena mínima de um a quatro anos de reclusão, além de multa. Se a prática for violenta, grave, reiterada e cometida por adolescente, o autor poderá ser internado na Fundação Casa, a antiga Febem.
A proposta prevê que poderá ser penalizada a pessoa que expuser alguém, de forma voluntária e mais de uma vez, a constrangimento público, escárnio ou qualquer forma de degradação física ou moral, sem motivação evidente estabelecendo relação desigual de poder. Estão previstos casos em que a pena pode ser ampliada, como quando é utilizado meio eletrônico ou qualquer mídia (cybermangação). "Hoje, como não há tipificação legal específica, os casos que chegam são enquadrados geralmente como injúria ou lesão corporal", explica promotor Mario Augusto Bruno Neto, secretário executivo da promotoria.
Como a mangação e a cybermangação são praticados na imensa maioria dos casos por crianças e adolescentes, os promotores vão precisar adaptar a tipificação penal dessas práticas ao que prevê o ECA -  Estatuto da Criança e do Adolescente -. 
O anteprojeto será submetido, no dia 6 de maio, a aprovação na promotoria e, depois, encaminhado ao procurador-geral do Ministério Público (MP), Fernando Grella Vieira, que deverá enviar o texto a um deputado para que o documento seja encaminhado ao Congresso. Antes disso, porém, a proposta será divulgada no site do MP para consulta pública. "Queremos que a população envie sugestões para que possamos aperfeiçoá-la", explica o promotor Bruno Neto.
A educadora Madalena Guasco Peixoto, da Faculdade de Educação da Pontifícia Universidade Católica (PUC/SP), considera a proposta exagerada. "Essa questão não se resolve criminalizando, e para casos graves já existe o crime de lesão corporal", opina. 
"As escolas precisam assumir a responsabilidade e, se tiver de haver punição, que seja aplicada pelos estabelecimentos de ensino", defende. 
"O problema é que as escolas estão sendo omissas", rebate o promotor Thales Cezar de Oliveira, que também assina o anteprojeto de lei. 

Charge

A tradução perfeita do momento que estão vivendo os tucademos e oposição(?) brasileira