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Ritmo de 10% ao ano já dura três trimestres

Fernando Dantas 

O Brasil cresce há 9 meses num ritmo anualizado de 10% ou mais. A previsão dos analistas, porém, é que a velocidade caia para algo entre 4% a 5% ao ano. Já há sinais de suavização a partir do segundo trimestre, o que deve levar o crescimento em 2010 para um nível entre 7% e 8%.
Alexandre Schwartsman, economista-chefe do Santander, nota que a velocidade de crescimento em nove meses é de 10%; em seis meses, é de 10,4%; e, no primeiro trimestre, de 11,2%.
Ontem, junto com os dados do PIB do primeiro trimestre, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou também a revisão para cima do crescimento do PIB trimestral dessazonalizado do terceiro e do quarto trimestres de 2009. As taxas passaram de, respectivamente, 1,7% e 2% para 2,2% e 2,3%.
Essa mudança acabou aumentando o chamado “carregamento estatístico” de 2009 para 2010 – simplificadamente, um resíduo de crescimento que se incorpora ao resultado de 2010, mas está ligado ao ano anterior. Assim, pelas contas do Santander, se o PIB parasse de crescer depois do primeiro trimestre, ainda assim a expansão em 2010 seria de aproximadamente 6%.
Consumo. No detalhamento das contas nacionais do primeiro trimestre, nota-se que os investimentos puxaram a aceleração, com crescimento anualizado acima de 30% por três trimestre consecutivos – em relação aos trimestres anteriores, dessazonalizados.
Já o consumo das famílias se mantém como o principal motor de longo prazo, registrando no primeiro trimestre crescimento de 9,3%, comparado a igual período de 2009. É a 26.ª expansão trimestral seguida (desde 2003). Com essa taxa, o consumo das famílias retomou o mesmo ritmo do terceiro trimestre de 2008, depois de ter caído bastante – mas sem deixar de crescer – no início da crise global.
Porém, no ritmo “da ponta” (tendência de curto prazo), o consumo das famílias moderou-se. Ante os trimestres anteriores, descontados os fatores sazonais, ele caiu gradativamente de 2,9% para 1,5% (6,1% anualizado) entre os primeiros trimestres de 2009 e 2010.
A agropecuária cresceu 5,1% no primeiro trimestre, ante igual período de 2009, depois de cair ao longo de todo o ano passado nessa base de comparação. Os destaques no primeiro trimestre foram soja, algodão e milho.
Na indústria de transformação, alguns destaques foram máquinas e equipamentos, metalurgia e siderurgia e têxtil. A construção civil foi impulsionada pelo crescimento de 48,1% no crédito à habitação no primeiro trimestre. No setor externo, as exportações cresceram 14,5% e as importações, 39,5%, ante o primeiro trimestre de 2009. Com isso, o País registrou no primeiro trimestre de 2010 uma necessidade de financiamento recorde de R$ 25 bilhões.

Nordeste oferece 30% dos novos empregos na construção

Em ebulição, a indústria da construção civil cresce a taxas chinesas no Nordeste, resultado da combinação entre crédito farto, déficit habitacional elevado e crescentes investimentos em infraestrutura. 


O bom momento, no entanto, vem acompanhado de uma grave crise na oferta de mão de obra, o que já está se traduzindo em perdas para algumas empresas. Faltam pedreiros, pintores, carpinteiros, eletricistas, engenheiros e até estagiários. 


A região responde por três em cada dez empregos gerados no setor em todo o país, enquanto o consumo de cimento nos nove Estados cresceu em média 9,3% ao ano entre 2006 e 2009, muito acima da média nacional de 5,9%.

O mercado da construção no Nordeste deve continuar aquecido nos próximos anos. Além das boas perspectivas para o segmento residencial, puxado pelo programa Minha Casa Minha Vida e pelo aumento do crédito imobiliário, a região abrigará três sedes da Copa do Mundo de 2014, o que deverá gerar investimentos importantes em Fortaleza, Recife e Salvador.


Isso é mais uma prova que o "PAC não passa de ficção", como diz a oposição. Isso não existe, somos uns lunáticos, estamos vendo miragens.

Minha Casa, Minha Vida gera emprego


Aos 52 anos, João Luiz Ferreira conseguiu um emprego de carteira assinada há 20 dias. É mestre de obras na construção de um edifício em Guarulhos (SP). Antes trabalhava por conta própria como pedreiro. “Agora tenho seguro contra acidente, férias, décimo terceiro, e ganho mais”, diz.
Ferreira era metalúrgico, mas perdeu o emprego no fim da década de 80. “Não consegui mais trabalho e fui ser pedreiro.” Em janeiro, procurou o Instituto de Ensino e Cultura, vinculado ao Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil (Sintracon), e especializou-se como mestre de obras. Quando saiu do curso, já estava empregado.
Rafael Rivera, responsável técnico da Construtora Pillaster, é o novo patrão de Ferreira. Ele já contratou três pessoas formadas pelo instituto e precisa de mais trabalhadores. “Às vezes temos receio de pegar novos projetos por falta de mão de obra.”
O “boom” da construção civil trouxe um efeito indireto benéfico: o aumento do número de trabalhadores com carteira assinada. Entre 2005 e 2009, o Produto Interno Bruto do setor cresceu 32%. Mas as vagas com carteira assinada avançaram mais: 44%.
“Dada a falta de mão de obra qualificada, as construtoras atraem profissionais que deixam de atuar por conta própria”, diz o presidente do Sintracon-SP, Antônio de Souza Ramalho.
Para a professora da Fundação Getúlio Vargas (FGV) Ana Castelo, outros fatores também colaboraram para o aumento da formalização, como a abertura do capital das incorporadoras em bolsa e a entrada de novos investidores, como os fundos de participação (private equity).
Minha Casa, Minha Vida. Ela ressalta que o programa Minha Casa, Minha Vida tem um efeito benéfico no mercado de trabalho, porque permite que a população de baixa renda compre imóveis das construtoras em vez de construir um “puxadinho”.
Segundo o vice-presidente de relações capital e trabalho do Sindicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscon-SP), a formalização também é positiva para as empresas. “Concorrer com o informal é muito difícil”, diz.
Apesar dos avanços, a informalidade na construção civil é alta. Em 2008, 28% dos trabalhadores tinham carteira assinada, 25% trabalhavam sem carteira e 39% por conta própria. O setor gera hoje 2,5 milhões de postos formais no País. 

Campeã de vendas do programa Minha CMRV tem planos de construir 70 mil casas por ano até 2015, o que pode transformá-la na maior construtora do mundo


Naiana Oscar, – O Estado de S.Paulo

Aos 12 anos de idade, Rubens vendeu uma vaca, presente do pai, e investiu o dinheiro em dólar e ouro. Aos 19, estagiário de engenharia numa construtora de Belo Horizonte, descia o carro na banguela para economizar gasolina. Aos 23, apostou com o chefe um jantar à base de camarão se conseguisse construir uma casa a um custo abaixo do estimado. O imóvel está lá, na Rua dos Maçaricos, zona norte da capital mineira, como pedra fundamental do que é hoje a MRV – maior construtora do País voltada para a baixa renda e também a que mais fatura com o programa Minha Casa, Minha Vida do governo federal, segundo dados de mercado.
O jeito austero com que Rubens Menin, de 54 anos, tratou suas contas desde a infância está impresso na empresa criada em 1979, em sociedade com dois primos. “Somos espartanos”, gosta de dizer. Cortar custos é a alma do seu negócio. Foi assim que ele fez da MRV uma máquina de construir ? na semana passada, com valor de mercado de R$ 5,7 bilhões. Ela disputa com a PDG Realty o posto de segunda empresa imobiliária mais valiosa da Bovespa, atrás da Cyrela.
No ano passado, a MRV produziu 13 mil casas e apartamentos e vendeu 23 mil, faturando R$ 2,8 bilhões. No prazo máximo de cinco anos, Rubens quer tornar a MRV um fenômeno mundial, com uma média de 70 mil unidades construídas por ano. A mexicana Homex, hoje a que mais constrói, coloca em pé 53 mil casas. No Brasil, só a Encol, que foi a maior do País e faliu em 1997, chegou tão perto. “É um objetivo ousado, mas não chega a ser impróprio, desde que haja escala”, diz o professor de Real Estate da USP, João da Rocha Lima Jr.
Isso significa instituir uma produção em série na companhia, coisa que a MRV já faz, mas precisa aperfeiçoar. Originalidade não é uma palavra que se costuma pronunciar nos corredores da empresa, nos canteiros e nos plantões de venda. Menin se orgulha disso. Abre um sorriso quando avista a fachada padrão de seus imóveis. “Reconhece?”, costuma perguntar. “É nosso.” Todos os apartamentos são iguais nas 75 cidades onde está presente. O piso salmão da sala é o mesmo em São Paulo e em Porto Alegre. As 135 mil janelas encomendadas para este ano não diferem em nada umas das outras. Para ter escala, a MRV tenta aumentar ao máximo o número de unidades por canteiro de obra, sem ter de multiplicar o número de empreendimentos.
As novas metas de Menin começaram a ser delineadas em um fim de tarde de dezembro de 2008. “A Dilma está no telefone e quer falar com o senhor”, avisou a secretária. Era a Rousseff, convidando-o para uma reunião em Brasília. Além dele, outros seis empresários da construção se sentaram à mesa para discutir o programa. O plano chegou meio torto: as construtoras teriam participação secundária e dependeriam das terras do poder público para construir. As empresas ajudaram a reformular o programa. “No dia do anúncio, fomos morrendo de medo para Brasília. Não sabíamos o que nos esperava”, lembra Menin. “Acabou saindo melhor do que a encomenda.” Todas as propostas das construtoras foram aceitas e o governo ainda decidiu subsidiar parte dos imóveis.
Assim que o Minha Casa, Minha Vida engrenou, a MRV refez as metas. O crescimento, estimado no início do ano em 15% em relação a 2008, foi ampliado para 50%. As vendas quase dobraram. O programa, criado para facilitar a compra de imóveis por famílias de baixa renda, caiu como uma luva para a construtora, com uma experiência de três décadas nesse segmento.
Trator. Menin, que já era uma máquina no trabalho, virou um trator. Ele viaja duas vezes por semana, num avião particular, para visitar obras, terrenos e concorrentes. O jato sai de Belo Horizonte impreterivelmente às 5h55. Quem atrasa fica para trás. “Corremos contra o pôr-do-sol porque no escuro não dá para ver obras.” Nas cidades que ele levava no máximo 1h30 para percorrer, hoje precisa de quase cinco horas, porque as paradas se multiplicaram. Há duas semanas, numa quinta-feira, Rubens esteve em São José do Rio Preto, Araçatuba, Sorocaba e Itu, no interior de São Paulo ? Estado que concentra um terço do negócio. O recorde foram 12 municípios em um dia.
Naquela quinta, de calça cáqui, sapato social, camisa Lacoste e uma bolsa preta a tiracolo, Menin esteve em 22 canteiros, 20 terrenos e em cinco concorrentes no período de 12 horas. Uma comitiva, formada por diretores regionais e corretores, esperava por ele em cada um dos destinos com um mapa da cidade e imagens de satélite dos terrenos. Menin acompanha todos os trajetos no mapa e fica aflito se não consegue identificar em que rua está passando. “Você não disse que esse terreno estava em área urbanizada, Tonhão?”, perguntou a um dos diretores e amigo de faculdade. “Isso aqui está no meio de um clarão. Não tem nada perto.”
O empresário diz que revolucionou o mercado de baixa renda ao mostrar que é possível construir condomínios baratos dentro da cidade. Por isso, o sucesso de um empreendimento depende da escolha do terreno. Todos são visitados por Menin e passam por sua aprovação. “Ele sempre quer saber se tem padaria perto”, diz um dos corretores. “Eu e o Elie Horn (da Cyrela) somos os que mais rodamos”, conta Menin. “Às vezes me ligam para dizer que ele acabou de passar por uma obra nossa. E ligam para o Elie para contar que me viram numa obra deles.”
Na visita aos canteiros, ele circula entre os operários e entra em pelo menos um imóvel do empreendimento. Depois de um tapinha nas costas do engenheiro responsável, dispara uma série de perguntas-padrão: prazo, número de funcionários, unidades concluídas, custo, nada escapa. “Essa é a sua pior obra em produtividade, não é?”, perguntou a um dos supervisores, que em resposta deu um sorriso sem graça. Na saída, Rubens sacou o gravador: “Parque Alba, 350 homens, 30 apartamentos, produtividade baixa.”
Cobrança. São até 100 gravações por viagem. Entre uma cidade e outra, Menin liga para a secretária, em Belo Horizonte, e “descarrega” o que gravou. Ela envia as mensagens para os gestores responsáveis por cada área. Na viagem que o Estado acompanhou, um dos diretores recebeu três e-mails enquanto dividia o mesmo carro que o chefe.
A cobrança por resultados é aplicada aos 18 mil funcionários. O cumprimento das metas é recompensado com bônus, prêmios, participação nos lucros e ações da empresa. Hoje, R$ 420 milhões ? 7,1% do capital ? estão nas mãos de executivos e conselheiros. Menin tem 34,6% das ações. A maioria dos executivos é formada por amigos pessoais. “O Rubão liga o tempo todo, até no fim de semana, para tratar de negócios, sugerir um vinho ou saber os resultados de um exame médico”, conta Lucas Cabaleiro, diretor de desenvolvimento imobiliário.
Desde janeiro, Cabaleiro disputa o primeiro lugar no ranking dos diretores que mais compram terreno e mais conseguem fazer permuta (oferta de imóveis como parte do pagamento). Se atingir a meta, pode ser recompensado com até 12 salários. Engenheiros que reduzem prazos e custos podem ganhar até oito. Este ano, os supervisores de obra passaram a ser motivados por um concurso próprio, com prêmios que variam de R$ 10 mil a R$ 50 mil.
O comprometimento com a redução de custos é alvo de programas específicos, com bônus próprios. Em 2008, no auge da crise, a construtora lançou a “brigada de custos”. Cada um dos diretores ficou responsável por reduzir os gastos numa área que não é a sua. A meta de Menin, por exemplo, é diminuir a conta de telefone. Fazer economia pode significar até 30% a mais na participação dos lucros no fim do ano. Desde o início da brigada, a empresa economizou R$ 42 milhões ? dinheiro suficiente para construir 800 unidades.
Em casa, nem a fatura dos cartões de crédito dos três filhos casados escapa à calculadora de Menin. “É incrível como ele consegue cuidar da empresa e das nossas despesas ao mesmo tempo”, disse a filha Maria Fernanda, 30 anos, promovida no mês passado ao cargo de diretora-jurídica da empresa. Só o filho mais novo, João Vitor, 28 anos, não está na MRV. Rafael, de 29, também foi promovido recentemente, com a reestruturação do organograma. A mudança está diretamente ligada a uma futura sucessão de Menin, mas ele não fala em aposentadoria. “Se parar, embota.” Disposição ele tem. Na viagem que o Estado acompanhou, iniciada quando o sol ainda não tinha nascido, Rubens só ameaçou o primeiro bocejo às 18h58.

Ritmo de crescimento do comércio imobiliário deve ficar, segundo aponta o Secovi-CE, em 10% ao ano. Para 2010, a projeção é de movimentação em torno de R$ 1,63 bilhão

Com R$ 1,48 bilhão negociados em 2009 - 12,2% a mais do que o volume geral de vendas de 2008 -, o mercado imobiliário cearense tem fôlego para crescer cerca de 10% ao ano pela próxima década, movimentando, assim, algo em torno de R$ 1,63 bilhão em 2010 .

Os programas habitacionais voltados para o público de baixa renda aliados à manutenção da taxa básica de juros e ao crescimento do crédito imobiliário são os motores do segmento em todo o Brasil e também no Ceará, segundo levantamento apresentado ontem à imprensa por membros do Sindicato da Habitação (Secovi-CE).

"Estamos numa curva ascendente de vendas desde 2005 e ela vai permanecer crescente, à despeito de qualquer coisa, porque temos demanda para os próximos dez anos", avaliou o presidente do Secovi-CE, Sérgio Porto. Ele admite que a bolha imobiliária norte-americana acabou dando um pequeno freio nos negócios em 2009 - tanto que o incremento anual de vendas saiu de 38%, entre 2007 e 2008, para os 12,20% do exercício passado sobre o anterior. Mas a recuperação chegou a tempo.

"Essa redução no crescimento decorre mais da saída dos agentes de crédito privado do mercado, em receio à crise americana, do que algum efeito propriamente dito da crise aqui no Brasil", explicou Porto. O levantamento do Secovi-CE, apresentado também aos empresários do setor, dá conta da comercialização de 5.791 unidades imobiliárias ao longo de em 2009 - 10% a mais do que as 5.264 negociadas no ano anterior.

O Índice de Velocidade de Vendas (IVV) - que a venda sobre a oferta - saiu de 8,19 %, em 2007, para 7,78 %, no ano seguinte, e 9,16 %, em 2009. Isto significa que, para cada 100 unidades lançadas, foram comercializadas, em média nove delas, no ano passado. "À medida em que chegam novos empreendimentos ao mercado, a velocidade de venda aumenta porque eles estão mais adequados em termos de preço, características, localização, entre outros", argumenta Porto.
Menos lançamentos

Ainda conforme o levantamento, o número de unidades lançadas caiu 17,7% passando de 6.835, em 2008, para 5.622, no ano passado. "O resultado seria melhor não fosse as péssimas notícias sobre a crise, que nem pegou o Brasil", pondera o presidente do Secovi-CE. A boa notícia é que o preço médio do metro quadrado na Grande Fortaleza caiu 3,35%, saindo de R$ 3.044,37, em 2008, para R$ 2.942,48, em 2009. 

SAMIRA DE CASTRO
REPÓRTER

Graças ao PAC


Serra, ex- ministro de FHC por oito anos, disse sábado que falta infraestrutura ao país. A coalizão demotucana que o lançou afirma que o PAC é uma ficção. Aspas para o presidente da Associação Brasileira de Engenharia Industrial, Carlos Maurício de Paula Barros: “...as empresas de construção industrial brasileiras nunca tiveram tamanho volume de obras.... [graças à] combinação das obras do PAC com o aumento do conteúdo nacional nas obras e equipamentos da Petrobras; chego a ficar tonto [ao] fazer um levantamento detalhado do que há para fazer nos próximos cinco anos ... há trabalho pelo menos até 2020... todas as empresas (do setor) hoje têm uma perspectiva que nunca tiveram, nem na década de 1970 .... em 2003 a indústria naval estava praticamente parada e muitas outras fábricas operavam com, no máximo, 30% de uso da capacidade instalada; hoje, em contrapartida, são mais de 40 estaleiros operando..
(Carta Maior , com informações Valor;)
 

Construção industrial tem trabalho “até 2020″, graças ao PAC


Chico Santos, do Rio – VALOR

Reeleito no fim de março para um segundo mandato à frente da Associação Brasileira de Engenharia Industrial (Abemi), o executivo Carlos Maurício de Paula Barros, presidente da EBSE (grupo MPE), disse ao Valor que a combinação das obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) com o aumento do conteúdo nacional nas obras e equipamentos da Petrobras -que compõem a maioria do PAC-, as empresas de construção industrial brasileiras nunca tiveram tamanho volume de obras.
Barros afirmou que chega a “ficar tonto” quando tenta fazer um levantamento detalhado do que há para fazer nos próximos cinco anos e disse que há trabalho para fazer “pelo menos até 2020″. Segundo ele, “todas as empresas (do setor) hoje têm uma perspectiva que nunca tiveram, nem na década de 1970″.
Somente em obras para a Petrobras, o faturamento foi multiplicado por oito em cinco anos, passando do equivalente a US$ 3 bilhões em 2003 para US$ 24 bilhões em 2008. De acordo com o executivo, em 2003 a indústria naval estava praticamente parada e muitas outras fábricas operavam com, no máximo, 30% de uso da capacidade instalada.
Hoje, em contrapartida, são mais de 40 estaleiros operando, de vários portes, e as demais empresas estão chegando ao limite de uso da capacidade. A freada provocada pela crise de 2008/2009 já está ficando para trás e Barros vê para os próximos meses o reaquecimento para além do setor petróleo, com a retomada de projetos congelados em setores como o de mineração e siderurgia.
Para dar uma dimensão da arrancada dada pelo setor de engenharia industrial, o presidente da Abemi conta que no período de quatro anos, encerrado em março de 2010, o Programa Nacional de Qualificação Profissional (PNQP), destinado ao setor petróleo, que foi gerenciado pela entidade, formou 80 mil pessoas, espalhadas por 12 Estados, em 156 categorias profissionais, das quais 86% foram empregados. Mesmo assim, a segunda fase do PNQP, que deve começar nos próximos meses, parte de uma carência de 210 mil novos profissionais, o mesmo número do início da primeira fase.
“A nossa bandeira maior chama-se conteúdo nacional”, define Barros. Segundo ele, foi a elevação do conteúdo nacional mínimo de 46% para 65% nas obras da Petrobras, a partir de 2003, que desencadeou o atual ciclo de bonança. “Agora fala-se em 72%.”, torce, afirmando que, se confirmado o novo piso, haverá uma nova elevação expressiva nos volumes de obras e de empregos.
Barros ressalta que em 1997, quando a empresa que dirige participou das construções das plataformas P-19, P-31 e P-34, quase todos os componentes foram comprados no exterior. “Até estruturas metálicas vieram de barcaças dos Emirados Árabes, porque não havia competitividade no Brasil”, ressaltou.
Apesar de dizer que houve muito avanço, o presidente da Abemi admite que ainda há problema de competitividade Mas reclama que o câmbio sobrevalorizado é o responsável por grande parte dessa persistência. Segundo ele, com o câmbio na casa de R$ 1,70 não dá para competir com países como China e Índia, países onde, afirma, os custos de mão de obra são muito mais baixos do que os brasileiros.
Como resolver o problema do câmbio? Barros diz que não daria certo fazer um câmbio especial para o setor petróleo, por exemplo. O caminho, segundo ele, é sobretaxar com imposto de importação os produtos considerados artificialmente competitivos como, ressalta, “os Estados Unidos fazem com o Brasil”.
Mas Barros admite que ainda há muito ganho de produtividade a ser conquistado. “Não atingimos a competitividade dos países desenvolvidos. Não dá para comparar o operário recém-formado nosso com o europeu ou o americano. Eles são muito mais produtivos”, disse.
Para o presidente da Abemi, até agora a engenharia industrial brasileira cresceu, basicamente, com o que ela já tinha, embora tenha havido elevações do nível tecnológico importantes, como seria o caso do Estaleiro Atlântico Sul (Pernambuco). “Não foi ainda (no geral) um salto radical de tecnologia. Acho que, a partir de agora, esse salto será indispensável. Quem ficar fora, não vai competir”, prevê.

"Boom" de boas notícias na economia continua




ImageEnquanto a oposição e a mídia fabricam factóides para tentar impedir a continuidade do projeto de desenvolvimento do governo Lula, o país cresce e os brasileiros voltaram a comemor mês a mês bons índices  de emprego formais (com carteira assinada).


Só no mês passado foram 242 mil - em um só mês mais que 25% do que os 800 mil empregos que o tucanato gerou nos 4 últimos anos de governo FHC.

Outra boa notícia vem do setor de construção civil. Batemos um novo recorde - em julho pp. chegamos a 2,216 milhões de trabalhadores no setor. 



Agora, dados da pesquisa do Sindicato da Indústria da Construção Civil (SINDUSCON-SP) e da FGV Projetos revelam que em agosto esse número chegou a  2,260 milhões de trabalhadores - um acréscimo de 44.922 novos empregos numa única área em um só mês.

Escolas profissionalizantes - Ceará


A Central de Licitações do Governo do Estado realizou nesta sexta-feira (19), concorrência pública para construção de 10 escolas profissionalizantes nos municípios de Várzea Alegre, Trairi, Tauá, Tamboril, Quixeramobim, Maracanaú, Itaitinga, Icó, Beberibe e Acaraú. Da concorrência, participaram 66 empresas de engenharia. Cada unidade deverá contar doze salas padrões, com salas de direção, centro de multimeios, laboratório de ciências, laboratório de informática, quadra coberta e áreas comuns.
Além da matérias básicas ofertadas no ensino médio, as escolas ofertarão formação técnica nas áreas de tecnologia, humanas e saúde, variando a partir da necessidade de cada município. Para este ano estão previstas a inauguração de 26 escolas e em 2010, mais 49, que somadas as 25 unidades inauguradas em 2008, prefazem um total de 100 escolas de ensino médio integral e integrado.
Em 2009, serão atendidos 12.400 alunos que deixaram o ensino fundamental e agora terão acesso à educação básica e cursos técnicos em diversas áreas. O esforço representa um investimento da ordem de R$ 35,7 milhões, somente esse ano.
As empresas participantes são

Construção tem projetos de R$ 500 bi

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Programas de governo, investimentos estatais e Copa do Mundo transformam setor em motor do crescimento


A confiança dos empresários começa a ser renovada com a volta do crédito, embora com taxas ainda salgadas. Entre o quarto trimestre de 2008 e o primeiro deste ano, as empresas foram sufocadas pela falta de dinheiro para poder levantar lançamentos do passado. Outro ponto foi o cancelamento de projetos de expansão da indústria. Tudo isso contribuiu para uma queda de 9,8% da construção civil no primeiro trimestre.

Com a volta das ofertas públicas iniciais de ações (IPOs, em inglês) e do crédito no mercado internacional, o setor acredita em dias melhores a partir de agora. A aposta é que o programa habitacional e as obras de infraestrutura priorizadas pelo governo para amenizar os efeitos da crise tenham reflexos positivos a partir deste ano, já que 2010 é ano eleitoral.

No caso do programa habitacional Minha Casa, Minha Vida, lançado em março - que prevê subsídios do governo federal -, a expectativa é de aprovar projetos de 600 mil unidades até julho de 2010, num total de R$ 45 bilhões, segundo projeção do presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic), Paulo Safady. Até o início do mês, a Caixa já havia recebido das incorporadoras 385 projetos imobiliários (65 mil unidades), mas apenas 40 deles já haviam sido aprovados.

Se o governo cumprir o compromisso de reduzir os prazos do processo, o programa poderá alavancar de forma significativa as atividades da construção. “Muitas construtoras, que não estavam nesse mercado, já se interessaram pela demanda potencial. Afinal, o déficit habitacional do País é de 7,2 milhões de unidades”,disse o presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (Sinduscon-SP), Sérgio Watanabe. Segundo ele, o programa poderá suprir o mercado de classe média, se o reaquecimento da economia demorar a ocorrer.

A definição das 12 cidades que vão receber os jogos da Copa do Mundo também animou o setor. Embora ainda não haja uma estatística oficial sobre o volume de investimentos, os números que circulam apontam para cifras que vão de R$ 60 bilhões a R$ 100 bilhões.

Em paralelo, o governo federal precisará definir todas as obras de infraestrutura exigidas para receber o evento. Só em transporte serão necessários mais de R$ 30 bilhões (sem contar o trem-bala, que custará US$ 14 bilhões), afirma o professor da Fundação Dom Cabral, Paulo Resende. Boa parte dos recursos vai para alternativas para melhorar a mobilidade urbana, como a construção de linhas de metrô, corredores de ônibus e estacionamentos.

Outras áreas, como aeroportos, energia elétrica e telecomunicações, terão de ter seus serviços reforçados para evitar um colapso durante o evento. Isso sem contar a ampliação da rede hoteleira.O presidente do Sindicato Nacional da Indústria da Construção Pesada (Sinicon), Luiz Fernando dos Santos Reis, destaca que, para atender às exigências da Fifa, o governo deverá eleger obras prioritárias para acompanhar e acelerar o processo. “Nem tudo vai sair do papel. Por isso é importante definir projetos essenciais.”

De qualquer forma, a expectativa é que a Copa impulsione o Produto Interno Bruto (PIB) do País nos próximos anos, como ocorreu em países que já receberam o evento. Na Alemanha, cujos investimentos ficaram em torno de US$ 10 bilhões, o impacto no PIB foi da ordem de 0,5 ponto porcentual. No Brasil, a expectativa é que as obras promovam maior aquecimento da economia, já que as necessidades são bem maiores.

Outro dado importante é que, para cada R$ 1 milhão de investimento na construção civil, cria-se 33 empregos diretos e 25 indiretos. “Esse é um tipo de emprego que se reverte quase 100% em consumo, não em poupança. Além disso, a construção civil tem um efeito de arrasto bem maior do que outros setores da economia”, diz Paulo Resende.

Os especialistas destacam ainda que as estatais foram autorizadas pelo governo federal a ampliar os investimentos para combater a crise. A Eletrobrás anunciou investimentos de R$ 30 bilhões para o período de 2009 a 2012 e a Petrobrás, de US$ 174 bilhões (R$ 348 bilhões) para 2009-2013.

No caso da holding de energia, os planos incluem a construção de, pelo menos, seis hidrelétricas e da Usina Nuclear de Angra 3. É preciso ponderar, porém, que as obras nesse setor normalmente sofrem inúmeros atrasos por questões ambientais e disputas judiciais.

A Hidrelétrica de Belo Monte, por exemplo, está no plano de investimento da Eletrobrás, mas não consegue nem ter seu estudo de viabilidade por causa de pressões de ambientalistas. Já a metade dos recursos da Petrobrás vai para produção e exploração de petróleo.

Na avaliação dos representantes e especialistas do setor, a construção civil deverá ganhar maior participação no PIB a partir do ano que vem - até 2008, a indústria da construção representava 5,1% das riquezas do País.

MOTOR DE CRESCIMENTO

Obras da Copa do Mundo, programa habitacional e investimento de
estatais devem turbinar o setor de construção nos próximos cinco anos

Valor estimado de investimentos: mais de R$ 500 bilhões

Copa do mundo

Evento exigirá investimentos que podem variar entre

R$ 60 bilhões e R$ 100 bilhões

Principais obras

Reforma e construção de estádios

Transportes

Expansão da rede metroviária

Estacionamentos

Novos corredores de ônibus

Ampliação de aeroportos

Trem de alta velocidade

Telecomunicações

Ampliação e melhora da qualidade dos

serviços prestados

Energia elétrica

Reforço das redes de distribuição de energia e garantia de fornecimento de eletricidade em momentos de consumo de pico durante as partidas

Hotéis

Expansão da rede

hoteleira do País capaz de atender à demanda de turistas que chegarão ao País. A expectativa é receber 500 mil turistas
estrangeiros durante a Copa. Cada um deve gastar cerca de US$ 112 por dia

Minha casa, minha vida

Programa habitacional lançado pelo governo federal em março deste ano prevê investimentos de R$ 60 bilhões em três anos

Investimentos das estatais

Grupo Eletrobrás e Petrobrás planejam investir R$ 30 bilhões (2009-2012) e R$ 348 bilhões (2009-2013), respectivamente, na construção de hidrelétricas, termoelétricas, refinarias e gasodutos.