Vamos que eu esteja planejando uma campanha insidiosa contra alguém. Assim sendo, autorizo um de meus repórteres a publicar uma ficha falsa na capa do Viomundo. Desconfio que seja falsa ou sei que é falsa. Mas sei, também, que se sair na capa de meu jorn… digo site, ganha um ar de credibilidade. Depois eu sempre posso alegar que não foi possível comprovar que a ficha é verdadeira, nem falsa. O importante é que a ficha atinja o grande público, fique impressa fotograficamente no cérebro de alguns milhares de eleitores.
Mais tarde a mesma ficha, mesmíssima, é distribuída a milhares de internautas em correntes que trazem o alerta:
Ela vai governar o Brasil ?
***Ao reenviarem apague meu endereço, como fiz a quem me enviou***
***E não deixe de enviar aos seus contatos***
Isso acrescenta à campanha um certo ar de “conspiração do bem”. É preciso guardar segredo, caso contrário seremos vítimas deles.
Ah, sim, e é preciso acrescentar alguma prova definitiva, fotográfica. Quem sabe isso:
Arte bem acabada, texto simples e direto. Junto, aquela ficha que saiu no jornal.
Agora, em nossa novelinha ficcional, chegou a hora de provocar o assunto, fazer com que ele ingresse no dia-a-dia dos eleitores.
O que faço eu? Provoco a vítima da campanha insidiosa a falar sobre o assunto. Mesmo que ela negue, tenho pela negação o assunto em pauta.
O eleitor que recebeu o e-mail fica com a pulga atrás da orelha: a candidata diz que é mentira, mas eu recebi aquele e-mail de um amigo e agora faço parte da corrente secreta do bem.
O ciclo se fecha com os comentaristas da internet, que invadem os blogs tentando associar o nome da candidata a codinomes que ela teria usado ou de fato usou noutros tempos.
Ou promovendo outro candidato como “o candidato do bem”, do Brasil que “pode mais”.
Ah, essa minha imaginação!!!