Semana decisiva para o estaleiro Promar Ceará

A Prefeitura de Fortaleza promete anunciar de hoje até a próxima sexta-feira, uma posição oficial sobre a instalação, ou não, do empreendimento na Capital cearense. Orçado em R$ 200 milhões, o projeto traz "na proa", a perspectiva de geração de 1.200 empregos diretos e 5.000 indiretos, a partir da construção de oito navios gaseiros à Transpetro, e a possibilidade do Estado entrar com força, no seleto grupo da indústria Naval, que agora retoma à superfície, içada pelo Programa Federal de Modernização e Expansão da Frota Nacional (Promef).

Atualmente, como antecipou com exclusividade o Diário do Nordeste, a Prefeitura já detém, estudos de custos e dos impactos ambientais, paisagísticos e urbanísticos da implantação do equipamento em mais três áreas do litoral de Fortaleza, além do Titanzinho. São elas a Praia do Portão, também no Mucuripe, o Pirambu e o Poço da Draga, estas últimas localizadas no Centro da cidade.

Lançado pelo governador Cid Gomes, o estaleiro vem, há cerca de dez meses, navegando em águas não muito tranquilas. Bombardeado, inicialmente, pela própria prefeita Luizianne Lins e agora pelo Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB-CE), a instalação do equipamento naval já conquistou o apoio ambiental e jurídico da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-CE), mas segue dividindo opiniões e atraindo atenções.

Enquanto parte da população do Serviluz, principalmente surfistas e pescadores, já se manifestaram contrários à implantação do empreendimento naquela área, moradores do Pirambu são favoráveis, desde que, pelo menos, 90% dos 1.200 postos de trabalho prometidos pela PJMR, empresa sócia do Promar Ceará, sejam garantidos para moradores do bairro.

Para o empresário Paulo Haddad, presidente do Promar Ceará, a localização do estaleiro em uma das três áreas em estudo pela Prefeitura é indiferente, desde que o Estado banque os custos com a infraestrutura.

O comunicado oficial da prefeita Luizianne Lins vem sendo aguardado com grande ansiedade pelos investidores da PJMR, que, se tiver a área aprovada na costa de Fortaleza, terá somente até o próximo dia 30 de junho, para assegurar a posse da área na Secretaria do Patrimônio da União (SPU), e a licença ambiental prévia, no Ibama.

CARLOS EUGÊNIO

REPÓRTER

Dilma Rousseff, José Serra e Marina Silva entram na briga pelo apoio da nova classe média

César Fonseca
cesarsfonseca@gmail.com
  Redação Jornal da Comunidade
A mobilidade social que cria a nova classe média representa fenômeno não apenas brasileiro, mas mundial e seu reflexo, sem dúvida, produzirá efeito determinante na campanha eleitoral que movimenta as três candidaturas em disputa: a da ex-ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, do PT; do ex-governador de São Paulo, José Serra, do PSDB, e da ex-ministra do Meio Ambiente, senadora Marina Silva, do PV.

De 1990 a 2004, essa categoria social dobrou de tamanho. Estima-se que 400 milhões de pessoas pertençam a ela, sendo projetada outras 2 bilhões a serem incorporadas até 2030, correspondendo, aleatoriamente, mobilização das classes E e D, que se transferem para as integrantes das C e B, com variação salarial em reais entre R$ 1.115 a R$ 4.807.

O Brasil é parte expressiva desse megaprojeto de mobilidade social que se traduz em 30% da população brasileira, proporção comparável à de países com nível similar de renda per capita, como México (29%), China (31%), Argentina (34%) e Chile (45%), embora bastante inferior à da classe média dos países desenvolvidos, como Estados Unidos e Suécia (90%).
Principais candidatos (Serra, Dilma e Marina) à Presidência preparam propostas para a nova classe médiaFotos: DivulgaçãoPrincipais candidatos (Serra, Dilma e Marina) à Presidência preparam propostas para a nova classe média

A nova classe média brasileira passou de 44% da população em 2002 para 52% em 2008. Tais números e projeções encontram-se em “A classe média brasileira - Ambições, valores e projetos de sociedade”, de Amaury de Souza e Bolívar Lamounier, patrocinado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e editado pela Campus.

Trata-se de algo em torno de 30 milhões de pessoas, cuja participação política terá papel decisivo no processo eleitoral de 2010, segundo o presidente da CNI, deputado Armando Monteiro (PTB), candidato ao Senado por Pernambuco.

Maior organização política

Maior participação social e disponibilidade para mais intensamente agir socialmente, de forma organizada, politicamente, eis a característica mais marcante e essencial da nova classe média, assim considerada não porque sua renda tenha subido ao patamar daquela que é tradicionalmente considerada classe média, com renda relativa mais alta do que a vigente no intervalo entre R$ 1.115 e R$ 4.807, mas porque passa a ter acesso ao crédito direto ao consumidor de forma generalizada, capaz de alavancar consumo médio, propriamente dito.

Comprar carro, celulares e aparelhos eletrônicos em geral, na base do crediário, permite a nova classe alcançar, psicologicamente, o mesmo volume de informação da velha classe média, cuja característica essencial era a de ser mais conservadora e politicamente reacionária.

Em vez de ser conduzida por líderes políticos, como aconteceu, em 1964, quando os conservadores manipularam a velha classe média para apoiar o golpe militar contra a democracia, a nova classe média tende a conduzir os acontecimentos, por ser mais participativa, graças a sua organização sindical e por meio de associações de toda a natureza, com perfil comunitário. É mais politizada e exigente, relativamente aos temas dos seus interesses reais.

Tal classe média em ascensão, fundamentalmente, é fruto, na avaliação dos autores do livro, da evolução política que se intensifica, no país, especialmente, depois do advento do Plano Real, no Governo Itamar Franco, seguido no Governo FHC, como plataforma mais importante da renovação dos costumes.

Base da poupança interna
A evolução política, pedagogicamente, influenciada pelas conquistas dos direitos sociais inscritos na Constituição de 1988, tem seu ponto de inflexão na base da melhor distribuição da renda, com o incremento dos programas sociais, a partir da Era FHC, intensificando-se na Era Lula. Atualmente, a classe social mais baixa, a classe D, já vai ao banco pedir empréstimos, sinalizando, gastos da ordem de R$ 380 bilhões em 2010, de acordo com a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), segundo informa o Valor Econômico, nessa sexta 28. O acesso ao consumo das classes economicamente baixas movimenta a demanda dos supermercados à indústria, para renovação de estoques de alimentos. Por sua vez, a indústria demanda a agricultura.

Tal movimento impulsiona os transportes, produzindo circulação de mercadorias pelo país afora, agilizando a indústria automobilística e de caminhões, bem como aumento do consumo de combustíveis. O resultado final do incremento do consumo das classes E, D, C, B é o aumento da arrecadação de impostos, que eleva o investimento público, embora este tenha sido insuficiente para romper o estrangulamento da infraestrutura, na qual se investiu pouco, apesar da propaganda governamental de que houve maciços investimentos.

Em abril, a arrecadação bateu recorde e, ao contrário do que estavam prevendo os críticos, foi possível gerar superávit primário bem acima do inicialmente previsto, atenuando preocupações antecipadas segundo as quais o déficit em contas correntes estava caminhando para sair do controle. A taxa de desemprego, no ritmo em que a economia cresce, sinalizando PIB de 7%, aproximadamente, em 2010, apresenta-se na casa dos 7% a 8%, média histórica mais baixa registrada nos últimos 20 anos, segundo o IBGE.

Eis o resultado da emergência da nova classe média nacional, que determinará quem será eleito em outubro. Ela é a principal responsável por garantir ao Brasil a estabilidade macroeconômica, no auge da grande crise global, em curso, aprofundando catástrofe capitalista, simplesmente, porque representou o esteio para expansão do mercado interno, que consome os estoques, evita formação de excedentes e reduz possibilidade de desvalorização para promover exportações, afastando, consequentemente, pressões inflacionárias.

PIB do País no 1º trimestre deve registrar aumento anualizado superior ao da China, ficando atrás apenas da Índia entre as maiores economias

Leandro Modé, de O Estado de S. Paulo:
Brasil deve ocupar o segundo lugar no ranking das maiores taxas de crescimento do mundo no primeiro trimestre, à frente até mesmo da China. O dado oficial só será divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na terça-feira da semana que vem, mas, levando-se em conta as projeções do mercado financeiro, já é possível cravar que o País será um dos líderes em expansão no período.
O Itaú Unibanco, por exemplo, estima uma alta do Produto Interno Bruto (PIB) de 3% nos três primeiros meses do ano, na comparação com o quarto trimestre do ano passado. É uma das projeções mais elevadas de todo o mercado. Em um cálculo anualizado – ou seja, assumindo que o ritmo se manteria pelo resto do ano –, seria o equivalente a crescer 12,6% em 2010.
Para ter uma ideia, a China se expandiu a um ritmo anual de 11,2% entre janeiro e março. O líder do ranking deve ser a Índia, que avançou a uma taxa anual de 13,4%. Os Estados Unidos, que ainda lutam para se recuperar da forte crise que atingiu o país em 2008, cresceram 3%.

Que Brasil é este dos 5% do contra?

O tema do Balaio vale uma pesquisa em profundidade, uma tese acadêmica ou mesmo uma capa de revista: que Brasil é este dos 5%?
Entra pesquisa, sai pesquisa, eles estão sempre lá do mesmo tamanho. São os que consideram o governo Lula ruim ou péssimo. A aprovação do presidente e do governo pode variar entre 70 e 80%, conforme o instituto, os restantes ficam na categoria regular e, invariavelmente, temos os 5% de insatisfeitos com os rumos do país, tanto faz o que esteja acontecendo naquele momento de bom ou ruim.
Quem são eles, onde vivem, o que fazem, o que pensam? Já que ninguém se atreve a investigá-los, disponho-me aqui a encontrar algumas respostas sobre o perfil deste minoritário, mas sólido contingente de brasileiros que não mudam de opinião, mesmo remando contra a maré.
Mais do que um posicionamento político-partidário ou mesmo ideológico, como à primeira vista indicam as pesquisas, creio que se trata de um fenômeno psíquico, algo mais ligado aos sentimentos do que à razão, ao comportamento humano de um núcleo duro que é do contra porque é do contra, quaisquer que sejam suas motivações.
Em termos absolutos, estes 5% representam mais ou menos 9 milhões de brasileiros, o mesmo universo dos que lêem habitualmente jornais e revistas da grande mídia, o que pode representar uma primeira pista para entendermos seu pensamento.
Noto isto pelos comentários dos leitores publicados aqui no Balaio. Qualquer que seja o assunto, política, futebol, literatura, música, cinema, observações de viagem, mulheres bonitas, praias, botecos ou buracos de rua, sempre aparecem os mesmos comentaristas, escrevendo as mesmas coisas, com os mesmos argumentos: nada funciona, ninguém presta, tudo está ruim, a vida não vale a pena.
Confundem o país com o governo, a vida real com o noticiário do poder, ao reproduzir o que lêem nas manchetes e nos editoriais dos grandes veículos, nos blogs da Veja.com, nas colunas de O Globo ou ouvem dos comentaristas da CBN e da Jovem Pan. Se você fala bem de alguma coisa acontecendo no país, logo te chamam de vendido, chapa-branca, idiota.
Não importa o assunto. Nas viagens pelo Brasil que fiz nas últimas semanas, falei da minha alegria em revisitar as cidades de Teresina e Rio de Janeiro, que me encantaram por algumas características que tornam a vida dos seus moradores mais agradável, mesmo com todos os problemas de qualquer capital, grande ou pequena.
A grande maioria dos leitores destes dois lugares gostou do que escrevi, até me agradeceu por falar bem destas cidades que normalmente só aparecem no noticiário pelo lado negativo, dando-se mais destaque às suas mazelas do que aos seus encantos.
Mas lá estavam também os 5% de sempre, que me esculhambaram por elogiar a cidade onde vivem, dizendo que eu não vi nada, que a vida ali é um inferno, que não existe nada de bom, que só pensam em ir embora de lá.
Teresina é administrada pelo PSDB e, o Rio, pelo PMDB, em aliança com o PT, o que me prova não se tratar de implicância partidária, mas de um estado de espírito.
Como não posso pedir ajuda aos universitários, apelo aos leitores para que juntos encontremos outras respostas capazes de explicar que Brasil é este dos 5%. Ou será que vivemos em países diferentes?

Ângelo D’Agostini: “Pedágio em São Paulo custa mais que em Nova York”

Por Fabrício Calado Moreira

Não é de hoje que o pedágio nas rodovias paulistanas está caro. Na última semana, contudo, a Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), resolveu mostrar o quanto isso atrapalha.

Uma pesquisa do Ibope feita a pedido da Federação mostrou que 46% dos empresários do estado consideram o pedágio das estradas um dos [...]

Centrais unificam agenda política e mobilização eleitoral contra o PSDB

   Quase 30 anos depois da última tentativa do movimento sindical para unificar suas lutas, cinco das seis centrais sindicais do país esperam reunir 30.000 militantes amanhã, no estádio do Pacaembu, em São Paulo, para a Conferência Nacional da Classe Trabalhadora destinada à aprovação de uma plataforma política e eleitoral comum. A conferência será precedida [...]

O perigo da volta do Serra que “já foi”

O projeto que a  direita brasileira traçara, cuidadosamente, para tentar retormar o poder total – porque totalmente do poder ela jamais saiu – está arruinado.
A essência deste projeto era a desinformação e o esfriamento do debate político. O desconhecimento de Dilma, o seu quase anonimato, era o seu trunfo.  E, convenhamos, isso correspondia a uma realidade.
Um realidade que prevaleceria, se dependesse apenas do processo político convencional, inclusive das estruturas partidárias que apóiam Dilma, perdidas em composições eleitorais, disputas por “cabeças  de chapa” e disputas de “espaço interno”. As estruturas políticas convencionais da nossa “esquerda” estão acomodadas, sofrendo da “modorra” criada por anos de governo,  de cargos, de praticar uma política que, embora diferente do ponto de vista dos seus objetivos, ia se tornando semelhante, em matéria eleitoral, à dos políticos conservadores.
Alguns fatores, porém, mudaram esta situação.
O primeiro, e mais importante deles, é que Lula nem de longe trabalhou com a tese de que seu retorno ao poder em 2014 fosse o objetivo central e, portanto, nunca adotou a posição de d’après moi le deluge(depois de mim, o dilúvio, que teria sido uma frase dita por Luís XV, rei da França).  E olhem que isso não é raro com governantes populares e bem avaliados, e os mais velhos podem traçar paralelos com o que ocorreu com JK.
Ao contrário. Lula, desde o momento em que escolheu Dilma sinalizou que quem enfrentaria o processo eleitoral não seria o PT ou os partidos da base do Governo, mas ele, pessoalmente. Ele, que pela sua origem e estatura, sabe que o sucesso de seu governo deveu-se não à máquina, mas a si mesmo, quis alguém externo à máquina partidária, que não tinha como desafiá-lo e a quem não restava alternativa de, mesmo sem grande ânimo, senão aderir – para alguns com certo contragosto – à candidatura Dilma.
Tenho certeza que foi enorme o sofrimento pessoal do presidente ao sacrificar Ciro Gomes-  que não apenas foi um aliado fiel como é uma figura humana cativante – em nome desta identificação única: Lula é Dilma e Dilma é Lula.
E Lula enfrentou, pra valer, o processo eleitoral. Expôs-se até ao um risco de quebra de sua “unanimidade”, jamais recolheu-se a uma falsa posição de árbitro ou de alheio ao processo, não seguiu o modelo “Bachelet” de manter-se um tanto quanto afastado da dinâmica eleitoral para que um eventual insucesso eleitoral não maculasse  sua “canonização” política, o que era algo tão forte que até mesmo Serra – o prévio Serra – não hesitava em exaltar.
Ficou claro o que Lula queria deixar claro: Lula é Dilma e Dilma é Lula.
O segundo fator foi, por conta disso, a lucidez do povo brasileiro. Na sua simplicidade, soube – e está sabendo cada vez mais – ler o que dizia o presidente e corresponder a este entendimento. A adesão à candidatura Dilma  espalhou-se como uma imensa hera, incontrolável, por vezes – para escândalo dos sabichões elitistas – de forma aparentemente irracional  (mas, no fundo, totalmente lógica e razoável, por identificação a um momento novo na vida do país). Era “a muié do Lula”, termo que nossos “punhos de renda” desprezavam, mas que para o nosso povão, na sua sincera e genial compreensão, resumia perfeitamente o significado da candidatura que ele propunha às massas. Ah, como este nosso povo é lúcido quando os líderes se oferecem a ele como referência!
Ficou-lhe claro que Lula é Dilma e que Dilma é Lula.
O terceiro fator, menos importante do ponto de vista de massas, mas importantíssimo para que  o debate formal e midiático não ficasse totalmente sob as rédeas da direita – como sempre aconteceu – foi esta nossa incipiente comunicação via web. As manobras, a parcialidade da mídia, as manipulações das pesquisas, tudo isso que sempre se fez impunemente nos processos eleitorais, de repente, viu-se sob o crivo de dezenas de milhares de olhos e suas contradições foram expostas, escritas num lugar  em que centenas de milhares ou até milhões de pessoas poderiam ver.
Se a crise do capitalismo mundial abalou o mundo do pensamento único, foi aqui – e não na mídia convencional – que os outros pensamentos, as outras análises, os outros enfoques, as outras verdades encontraram o seu canal de expressão aberta, já não mais restritas aos circulos acadêmicos, partidários, corporativos.
Uma leitora, num depoimento que me comoveu profundamente, disse outro dia aqui que tinha largado as panelas do jantar de sua família para ler uma determinada análise política. Será que os nossos analistas políticos se dão conta do que vem a ser isso? Será que se dão conta do sentido sublime e genial desta participação de alguém que, para eles, é uma pessoa amorfa, conduzida de forma inciente pelomarketing?
A mudança de posição de Serra, abandonando o “lulismo”, tem dois significados.
O primeiro é que desabou a pretensão da direita de, sob mil artifícios de mídia e de pesquisas (e ambas se confundem, não é?), inaugurar a campanha eleitoral, com o “favoritismo” de Serra. Este favoritismo seria sua legitimação. Seria sua “ligação com o povo”, que o absolveria de ser, como é, o candidato anti-povo.
Ele a perdeu. Ele está fadado a começar a campanha como o candidato das elites , do “grand-monde” , ordem interna e da obediência externa.
E isso quer dizer que seu “teto” baixou para algo como os 30% dos votos que a direita, em geral, consegue reunir em qualquer pleito eleitoral. São estes que Serra busca consolidar. Ninguém ache que o sentimento anti-Lula se resuma aos 5 ou 6% que aparecem como avaliação de “ruim e péssimo” nas pesquisas sobre seu Governo. Ele é correspondente, isso sim, aos 24 ou 26% que não são classificados como “aprovação”.
Você mesmo pode verificar entre o seu círculo de relacionamentos que os que classificam o Governo como “razoável” são, em geral, eleitores do candidato anti-Lula.
Mas não se ganha eleição com 25 a 30%.
É preciso criar uma crise que desestabilize esta tendência natural.
Econômica, seria o ideal. Mas o caminho para isso parece estar fechado pela pujança que a economia brasileira tem, neste momento e, ao que tudo indica, terá nos próximos meses.
Resta a crise institucional. E ai, já vimos que estamos diante de alguém desligado de qualquer princípio ético e moral, que é capaz de mentir, de camuflar, de esconder ou de intrigar de todas as formas.
Nosso dever, aqui nesta nossa pequena janela que lança luz sobre os fatos, é não descuidar e nunca achar que o inimigo está derrotado. Porque ele não segue as regras do jogo democrático e eleitoral.
Vamos vencer, sim. Mas o preço desta vitória ainda nos será muito caro. Virão ainda mil e uma armações, além das que já estão em curso.
Talvez nos sirva o preceito bíblico: vigiai e orai. Mas com um acréscimo: vigiai, orai e lutai.
Comecemos mais uma semana de combate, meus amigos.
Com a serenidade dos que têm a razão a seu lado.
Mas com a dedicação e coragem dos que sabem que estão lutando uma grande batalha histórica.