Humor

Perón é melhor que Lula, garante torcedor argentino

CASA ROSADA - Tomados por um complexo de superioridade, torcedores argentinos lançaram novas músicas para provocar a torcida brasileira. "Que vira-lata, que nada! Nossa síndrome é de Mastim Tibetano", explicou Diego Armando Maradona, enquanto afirmava que a cerveja Quilmes é melhor que Schincariol.
Em São Bernardo, um grupo de torcedores portenhos se aglomeraram em frente à casa de Lula: "Luiz Inácio, Luiz Inácio/ no se quede triste no/ Tiene somente dos mandatos/ Un a menos que o Perón", gritaram, em portunhol. Alguns levaram cartazes para lembrar que a dívida externa argentina é maior que a brasileira.
No final do dia, um grupo de argentinos divulgou uma lista que apresenta provas de que Julio Cortázar é melhor que Machado de Assis; Darín é melhor que Selton Mello e Gardel é melhor que Jobim.
by The i-piauí Herald

Paulo Nogueira - nada se compara ao ódio da direita

Um vídeo em que uma senhora septuagenária profere insultos copiosos ao comunobolivarianismo do PT me remeteu a um assunto sobre o qual eu queria falar já faz alguns dias.
O tema é o ódio político.
Num artigo, Elio Gaspari disse que o PT não tinha moral para falar em ódio. Elio estava respondendo a Lula, que dissera que o PT, nestas eleições, levaria a esperança a vencer o ódio.
O ponto de Elio é que o PT tem, ele também, um histórico de raiva.
Na internet, o assunto foi intensamente debatido. Gostei de ver meu antigo chefe da Veja e na Exame, Antonio Machado, um dos melhores jornalistas com quem trabalhei, se manifestar.
Não lia nada dele fazia muito tempo. Foi como rever um velho amigo.
Machado contestou Elio, a quem chamou, ironicamente, de Doutor. Foi um contraponto divertido ao fato de que Elio chama Dilma de “Doutora”.
Machado, e aí acho um exagero, quase que igualou Elio a Reinaldo de Azevedo.
Elio não é Azevedo, a começar pela diferença de que é um genuíno jornalista, e dos brilhantes.
É, sim, um colunista de centro. Talvez gostasse de se movimentar um pouco mais para a esquerda, mas ele deve saber que não duraria muito nem na Folha e nem no Globo se fizesse isso.
Barbara Gancia, e é um caso exemplar, fez este movimento. Começou a falar em Casa Grande – um lugar comum que me enfastia, aliás – e logo perdeu a coluna na Folha.
Mas o ponto central sobre o qual eu queria falar é o ódio. Nisso, estou inteiramente com Machado e contra Elio.
Nada, rigorosamente, nada se iguala ao ódio da direita. As raízes são profundas e distantes: ao longo de toda a ditadura militar os brasileiros foram submetidos a constantes propagandas anticomunistas.
O “comunismo ateu” era apresentado, sempre, como a quintessência da maldade, do horror.
No plano internacional, Stálin era o demônio supremo. No plano nacional, este papel era atribuído a nomes como Lamarca e Marighella.
Neste ambiente, surgiram e floresceram entidades como o Comando de Caça ao Comunismo e a Tradição, Família e Propriedade – dedicadas a semear ódio patológico na sociedade.
Com o fim da União Soviética, e do comunismo, o ódio da direita não cessou. Apenas foi remanejado para a esquerda em geral.
Na Venezuela, Chávez foi alvo de campanhas de fúria inacreditável. Até sua mãe era insultada cotidianamente pela mídia e pela direita venezuelana.
No Brasil, o anticomunismo de antes se transformaria em antipetismo.  Mudou o nome, mas não o ódio, ou mesmo sua intensidade.
Em suas manifestações mais vis, a raiva nos últimos anos se traduziu em pragas para que o câncer se abatesse novamente sobre Lula e Dilma.
Não é, ao contrário do que Elio afirmou, um ódio que encontre contrapartida na esquerda.
Não que a esquerda aprecie e admire a direita. Mas não é a mesma coisa. Historicamente, não é. Definitivamente, não é.
Até por questões culturais. Faz parte da cultura da esquerda endereçar o melhor de sua raiva às correntes rivais dentro da própria esquerda.
Marx abominava Bakunin. Os bolcheviques viam os mencheviques como seu maior obstáculo. No Brasil, integrantes do PC e do PC do B mutuamente se abominavam.
No Brasil de hoje, repare como os petistas enxergam grupos de esquerda por trás de protestos e como estes vêem o que chamam, desdenhosamente, de “governistas”.
O ódio da esquerda como que se dispersa. O da direita se concentra.
Nada se compara ao ódio da direita – e meu velho chefe Machado, nisso, não poderia estar mais certo.
Paulo Nogueira
Sobre o Autor
O jornalista Paulo Nogueira é fundador e diretor editorial do site de notícias e análises Diário do Centro do Mundo.
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Editorial - Reforma política

Só com Lula na rua


A pouco mais de cem dias das eleições de outubro a rotatividade na política brasileira é tão intensa que fica difícil acompanhar o sopão das siglas se misturam pela manhã para se dissociarem à noite.

O ziguezague forma um caldeirão desprovido de qualquer  coerência retrospectiva ou prospectiva, para não falar de referencias de somenos importância, como história, ideologia, programas ou projetos de nação.

O cenário político estilhaçado é um dos gargalos à continuidade do desenvolvimento brasileiro, que requer o lastro de amplas maiorias para seguir em frente.

Hoje, é essa lava de interesses incandescentes que modela a composição e a lógica do Congresso brasileiro.

Vinte siglas se digladiam ali num jorro desordenado a equiparar a coerência programática de qualquer governante ao desafio de conduzir um trem longe dos trilhos.

Todos os governantes e todos os partidos são reféns dessa montanha russa desengonçada que compõe o sistema político brasileiro.

O sobe e desce abrupto nos dias que correm tem provocado  sugestivas manifestações de enjoo e indigestão.

O Prefeito do Rio, Eduardo Paes, por exemplo.

Ex-demo, ele  classificou de ‘bacanal’ a possível junção entre PMDB, seu atual partido, e o PSDB,  na disputa pelo governo do Estado.

Dias antes, fora a vez de a palavra ‘suruba’ dar o ar da graça no noticiário, para classificar o apoio do PSB ao PT na mesma disputa fluminense. O desabafo veio então do deputado federal pelo PSB, ex-verde, Alfredo Sirkis.

Beirando o despudor em relação ao eleitorado, ao contribuinte e à democracia, o  presidenciável Aécio Neves esponjou-se nesse ambiente carregado de cenas explícitas de promiscuidade.

O tucano exortou os convivas a um comportamento que ilustra o seu conceito de retidão republicana e respeito ao país e ao povo: ‘Suguem mais um pouquinho e depois venham para o nosso lado’, disse esse que se anuncia um cruzado mudancista na vida política nacional.

A sucção tem funcionado bem no seu nariz, mais precisamente em São Paulo, onde Alckmin apunhala Serra e ‘aspira’ Kassab, do PDS --que apoia Dilma--  para candidato a senador, na vaga do PSDB.

Foi no âmbito desse corso financiado pelo dinheiro privado  –com todos os complementos daí decorrentes--  que a discussão sobre a ‘corrupção petista’, catalisada pelo julgamento da AP 470, assumiu contornos de um imenso biombo.

Savonarolas de biografias inflamáveis e togas coléricas cerraram fileiras para fazer desse episódio  uma nuvem de fumaça capaz de desviar a atenção daquilo que o circunstanciava e decifrava: a urgência de uma reforma política para  libertar a democracia da subordinação a interesses que se impõem à revelia das urnas.

Alertas como os feitos atualmente por dirigentes do PT e membros do governo  --que advertem para a disseminação do estigma conservador, que colou no PT  o carimbo de corrupção --   são benvindos.

Mas correm o risco de perder a força renovadora que carregam, sempre que cederem lugar ao lamento reiterativo, em detrimento da mobilização por uma Constituinte destinada a promover uma mudança efetiva na política do país.

Lula, em vídeo recente em defesa dessa bandeira (https://www.youtube.com/watch?v=q1X66PR3KZ), foi eloquente em evocar a sua importância como um divisor na história brasileira.

“Para o Brasil continuar mudando, é preciso garantir a legitimidade das instituições e acabar com a interferência do poder econômico nas eleições”, afirmou reiterando que ela é ‘cada vez mais necessária e urgente; um clamor, que nasce das ruas, que vem da sociedade’.

O ex-presidente que deixou o governo com 80% de apoio popular pede adesão a um manifesto que pretende reunir 1,5 milhão de assinaturas para propor ao Congresso Nacional a convocação de uma Constituinte, exclusiva e soberana, com essa finalidade.

 A manifestação é convincente e ilustrativa da centralidade que a radicalização da democracia passou a ocupar na visão petista do que é prioritário – indispensável-- para destravar o passo seguinte desenvolvimento brasileiro.

Mas carece, ainda, de um lastro mobilizador efetivo.

A ausência desse requisito reflete certa prostração do campo progressista, que hesita em transformar o  aggiornamento histórico de suas reflexões em mobilizações de massa, necessárias para alterar, de fato, a correlação de forças que está na origem dos impasses brasileiros.

Intervenções como a de Lula terão a força requerida pelo objetivo a que se propõem, quando forem parte de um engajamento prático.

Uma determinação feita de agendas, comícios e caminhadas, claramente traduzidos em locais e datas que ofereçam alternativas à participação organizada de amplas esferas da sociedade, para além da franja dos iniciados.

Não apenas isso.

É indispensável  explicitar o vínculo entre democracia e superação da encruzilhada do desenvolvimento do país.

Portanto, entre reforma política e retomada do crescimento brasileiro.

Trata-se de rejeitar a mística conservadora de uma estabilidade em si da economia, fruto da terceirização dos destinos da sociedade aos impulsos dos ‘livres’ mercados.

Em primeiro lugar, a ideia de um capitalismo em equilíbrio é uma contradição nos seus próprios termos.

No capitalismo, a estabilidade reivindicada pela ortodoxia equivale, na verdade, à paz salazarista dos cemitérios, na qual o povo faz o papel de defunto e o dinheiro grosso, o de coveiro.

A retomada do crescimento por aí tem outro nome: concentração de renda; expropriação de direitos trabalhistas; regressão social e alienação do patrimônio público.

É o oposto do compromisso com a melhoria efetiva da qualidade de vida das amplas massas brasileiras.

 Só há uma receita econômica compatível com esse pacto: aquela que entende o desenvolvimento como um processo histórico de transformação da sociedade, o que implica superar estruturas existentes e criar outras novas.

Isso não se faz a frio.

 Ao contrário do que sugerem os dogmas neoliberais apregoados pelo jornalismo isento, quem determina a coerência macroeconômica nesse processo é a correlação de forças de cada época.

Dito de forma muito clara: para romper os torniquetes do dinheiro grosso é necessário poder; e poder hoje no Brasil implica subtrair espaços do mercado em favor da democracia.

Quem pode propiciar isso  é uma reforma política que amplie os canais de participação popular e assegure maior legitimidade à representação da sociedade.
Lula disse em recente encontro de blogueiros, em maio, que ela virá das ruas.
E ela só virá das ruas se Lula estiver nas ruas.


Crônica do A. Capibaribe Netp

Explicando a roedeira

Na mesa do bar ao lado da minha, um grupo de amigos escarnecia um dos presentes dizendo que o mesmo estava sofrendo de "roedeira". O "sofredor da roedeira" tentava disfarçar o incômodo pelo deboche que evidenciava a pletora nas laterais da sua fronte com um riso compulsoriamente cúmplice para não esticar o chiste. Explicando pletora e chiste: o primeiro é a elevação do volume de sangue no organismo provocado pela dilatação dos vasos sanguíneos, e o segundo, é o mesmo que facécia, coisa engraçada ou vista por um ângulo alegre, piada. Aos poucos, a facécia (já explicado), deu lugar a outros chistes e atravessou o clima desconfortável para um assunto sério: a Copa 2014 e o deboche constrangedor de uma vaia deselegante.
O termo era-me familiar, mas fiquei curioso em saber o significado de roedeira. E fui ao Google. Estava lá: trata-se de um regionalismo nordestino, é a epizontia do gado bovino, que determina a queda dos chifres; mal-dos-chifres. Ou seja, um conceito utilizado em veterinária e ecologia para qualificar uma enfermidade contagiosa que atinge grande número de animais em um mesmo lugar, ou, no popular, CIUME! A maioria dos homens já sofreu de roedeira, seja com relação aos chifres que lhes caíram com o tempo que cura tudo ou, mais comumente, com o ciúme.
Para os provectos sibaritas, a roedeira passou a ser de pouca importância e a roedeira deve ser levada na brincadeira, embora cause alguma dor principalmente quando uma ferida ainda mal curada é estocada pelo encontro casual do comborço. Explicando tudo: provecto é o homem adiantado na idade, respeitável, experiente, abalizado: e sibarita é aquele que é dado aos prazeres físicos mesmo que para a evidência prazerosa da pletora necessite do adjutório de recursos azuis. Quanto a comborço, é o atual marido da ex-mulher. A palavra para designar aquele que assumiu a sorte de ser o novo "meu amorzinho" ou tratado como outros adjetivos diminuitivos carinhosos similares por merecimento bem que podia soar melhor aos ouvidos ou parecer mais agradável aos olhos de quem lê essa designação. Tudo explicado. Pois bem, soube depois, que a ingênua vítima do chiste havia, num rasgo de infantil confidenciado aos "amigos" do bar, falado sobre as fotografias do casamento da ex-companheira e de havê-la encontrado, casualmente, na companhia do comborço. Ora, ora, ora, foi falar pra quê? Certas coisas se deve guardar para si, principalmente mesmo sabendo que existe uma enorme diferença entre "roedeira" e confissões de arrependimento. Arroubos de coragem para sair de um relacionamento uma vez, duas, três e o exagero quebrar a chave da porta e jogá-la fora, como demonstração de um "nunca mais" precipitado tem lá consequências, principalmente quando mesmo sem uma outra cópia da chave que partiu em dois e, pior, quem ficou do lado de dentro tomou a providência imediata de trocar a fechadura e colocar uma tranca. Na porta e no coração.
Tudo na vida tem um limite, chega a um fim. O que estava escrito foi cumprido. À risca. O alvo do chiste assimilou a troça e aproveitou a companhia de Baco para ir embora num cambalear inventado disfarçando a mágoa. E sumiu dentro de um táxi, noite cedo afora. Tive vontade de procurar saber o endereço do "chiesteado", mas deixei pra lá. Eu também já senti nas frontes a pletora por raiva e por prazer, e também já fui comborço, não oficial.
Ainda me sobra alguma margem para continuar sibarita, embora provecto. Esta uma explicação percuciente encerra as demonstrações de "roedeira", de arrependimento inócuo, de ciúme tardio, etc. E tal com unilateral humor. Rsrs...!

Fernando Brito - Dilma comemora 500 mil barris/dia no pré-sal

Logo, logo serão muito mais
A Presidenta Dilma Rousseff participa, amanhã, na Petrobras, de um comemoração pelo atingimento da marca da extração de 500 mil barris de petróleo do pré-sal brasileiro.
É bom a Presidenta andar rápido, porque não apenas a marca foi atingida semana passada (520 mil barris num único dia) como, também porque, nos próximos dias, será ligado o  poço 7-LL-22D-RJS no campo de Lula Nordeste, o primeiro dos três que, até o final de setembro, estão produzindo no navio-plataforma Cidade de Paraty.

O papel de José Dirceu entre o Brasil, Washington e Wal Street

A verdadeira história da aproximação de Lula e Bush 


Livro a ser lançado pelo professor de relações internacionais da Fundação Getúlio Vargas Mathias Spektor, relata o crucial período da transição dos Governos FHC e Lula, entre 2002 e 2003 e como foram pavimentadas as relações entre Washington e Brasília para garantir ao Brasil, com mercados em pânico, a solvência do Real naquele momento dependente de um aval de credibilidade internacional vista com suspeita pela ascensão de um Presidente de esquerda. O Real era uma moeda criada pela direita neoliberal, o que seria do Real com Lula? Washinton, aí incluindo a Casa Branca, o Departamento de Estado, o Partido Republicano e o FMI queriam saber.

O Globo deu mais um tiro no pé

Num esforço descomunal para desqualificar Lula, jornal O Globo revela aos seus leitores números positivos que sempre faz questão de esconder

O jornal carioca publicou, sábado (28), reportagem que reproduz afirmações do ex-presidente Lula, feitas em palestra para dirigentes das Câmaras de Comércio dos países europeus (Eurocâmaras), na última terça-feira. O texto tenta desqualificar parte dos dados que Lula apresentou sobre o desenvolvimento econômico e social do país nos últimos anos.