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O aborto é uma questão de saúde pública

Descriminalizar o aborto é salvar vidas 

De acordo com dados do SUS, mais de um milhão de mulheres recorrem ao aborto voluntário anualmente em nosso país e boa parte deles é feita em condições precárias de higiene. Apenas aquelas que possuem recursos financeiros conseguem ter acesso a clínicas especializadas e podem pagar não só pelo tratamento médico, mas também pelo silêncio.
Cálculos da OMS (Organização Mundial de Saúde) indicam que a taxa de mortalidade em decorrência de abortos induzidos varia de 0,2 a 1,2 mortes a cada 100 mil abortos nos países onde a prática é legalizada – ou seja, segura. Naqueles onde não é, o número sobe para 330 mortes a cada 100 mil abortos.
Adaptando um pouco essa conta: se o aborto é um fato cotidiano no Brasil e possui duas modalidades que dependem diretamente da renda da pessoa – a segura e a insegura, não é difícil concluir que estamos condenando à morte as mulheres pobres.
Reproduzo abaixo uma matéria que escrevi à época da campanha presidencial de 2010 e que continua absolutamente atual. 
Somos todas clandestinas

Drauzio Varella: fascismo em nome de Deus

Há manhãs em que fico revoltado ao ler os jornais.
Aconteceu segunda-feira passada quando vi a manchete de "O Globo": "Pressão religiosa", com o subtítulo: "À espera do papa, Dilma enfrenta lobby para vetar o projeto para vítimas de estupro que Igreja associa a aborto".
Esse projeto de lei, que tramita desde 1999, acaba de ser aprovado em plenário pela Câmara e pelo Senado e encaminhado à Presidência da República, que tem até 1º de agosto para sancioná-lo.
Se não houver veto, todos os hospitais públicos serão obrigados a atender em caráter emergencial e multidisciplinar as vítimas de violência sexual.
Na verdade, o direito à assistência em casos de estupro está previsto na Constituição. O SUS dispõe de protocolos aprovados pelo Ministério da Saúde especificamente para esse tipo de crime, que recomendam antibióticos para evitar doenças sexualmente transmissíveis, antivirais contra o HIV, cuidados ginecológicos e assistência psicológica e social.
O problema é que os hospitais públicos e muitos de meus colegas, médicos, simplesmente se omitem nesses casos, de forma que o atendimento acaba restrito às unidades especializadas, quase nunca acessíveis às mulheres pobres.
O Hospital Pérola Byington é uma das poucas unidades da Secretaria da Saúde de São Paulo encarregadas dessa função. Lá, desde a fundação do Ambulatório de Violência Sexual, em 1994, foram admitidas 27 mil crianças, adolescentes e mulheres adultas.
Em média, procuram o hospital diariamente 15 vítimas de estupro, número que provavelmente representa 10% do total de ocorrências, porque antes há que enfrentar as humilhações das delegacias para lavrar o boletim de ocorrência.
As que não desistem ainda precisam passar pelo Instituto Médico Legal, para só então chegar ao ambulatório do SUS, calvário que em quase todas as cidades exige percorrer dezenas de quilômetros, porque faltam serviços especializados mesmo em municípios grandes. No Pérola Byington, no Estado mais rico da federação, mais da metade das pacientes vem da Grande São Paulo e de municípios do interior.
Em entrevista à jornalista Juliana Conte, o médico Jefferson Drezzet, coordenador desse ambulatório, afirmou: "Mesmo estando claro que o atendimento imediato é medida legítima, na prática ele não acontece. Criar uma lei que garanta às mulheres um direito já adquirido é apenas reconhecer que, embora as normas do SUS já existam, o acesso a elas só será assegurado por meio de uma força maior. Precisar de lei que obrigue os serviços de saúde a cumprir suas funções é uma tristeza".
Agora, vamos ao ponto crucial: um dos artigos do projeto determina que a rede pública precisa garantir, além do tratamento de lesões físicas e o apoio psicológico, também a "profilaxia da gravidez". Segundo a deputada Iara Bernardi, autora do projeto de lei, essa expressão significa assegurar acesso a medicamentos como a pílula do dia seguinte. A palavra aborto sequer é mencionada.
Na semana passada, o secretário-geral da Presidência recebeu em audiência um grupo de padres e leigos de um movimento intitulado Pró-Vida, que se opõe ao projeto por considerá-lo favorável ao aborto.
Pró-Vida é o movimento que teve mais de 19 milhões de panfletos apreendidos pela Polícia Federal, na eleição de 2010, por associar à aprovação do aborto a então candidata Dilma Rousseff.
Na audiência, o documento entregue pelo vice-presidente do movimento foi enfático: "As consequências chegarão à militância pró-vida causando grande atrito e desgaste para Vossa Excelência, senhora presidente, que prometeu em sua campanha eleitoral nada fazer para instaurar o aborto em nosso país".
Quem são, e quantos são, esses arautos da moral e dos bons costumes? De onde lhes vem a autoridade para ameaçar em público a presidente da República?
Um Estado laico tem direito de submeter a sociedade inteira a uma minoria de fanáticos decididos a impor suas idiossincrasias e intolerâncias em nome de Deus? Em que documento está registrada a palavra do Criador que os nomeia detentores exclusivos da verdade? Quanto sofrimento humano será necessário para aplacar-lhes a insensibilidade social e a sanha punitiva?

Aborto: necessitamos discutir


Ainda em fase de estudos no Ministério da Saúde, a proposta do governo de elaborar uma cartilha com orientações para a redução dos danos e riscos do aborto ilegal desencadeou de novo a ira dos religiosos evangélicos e católicos em nosso país. É importante deixar bem claro que em momento algum se incita as mulheres à prática. O que está em jogo é encarar o aborto de frente, sem hipocrisia. É dar informações corretas às milhares de brasileiras que pensam em recorrer ao aborto ilegal e que tem na questão a 5ª causa de morte materna no Brasil. Elas precisam saber alternativas, métodos e riscos que correm recorrendo a aborteiros clandestinos. O lobby religioso, embora legítimo, é retrógrado e artificial no Congresso e na sociedade.

Aborto é decisão das mulheres, não do Estado

[...] , é decisão dos pais. Ou o pai só conta quando a mãe decide cobrar na justiça a pensão alimentícia? Quanto a não ser uma questão de Estado concordo.

Aborto é decisão das mulheres, não do Estado

A questão da liberação ou não do aborto é uma questão antiga como a tragédia grega.
Em “Antígona”, escrita séculos antes de Cristo, Sófocles já tratou do que é, no fundo, o que se discute hoje, os limites da intervenção do Estado na vida e nas crenças das pessoas. Antígona quer enterrar seu irmão, morto em guerra contra Tebas, e por isso condenado pelo rei de Tebas a permanecer insepulto.
A peça é sobre o confronto de Antígona com o rei Créon, do sentimento com a lei, do individuo com o Estado, do poder da compaixão e dos rituais familiares com o poder institucionalizado e prepotente.
A lei de Tebas proíbe o sepultamento do irmão de Antígona, que se rebela e o enterra assim mesmo, com o sacrifício da própria vida.
Em gerações ainda por vir o confronto de Antígona e Créon se repetirá. No caso do aborto, em países como o Brasil em que a legislação a respeito ainda não foi modernizada, a intervenção do Estado chega às entranhas da mulher.
É a lei que decide o que a mulher deve fazer ou não fazer com o filho indesejado, ou que ameaça a sua vida. E esta é uma decisão que deveria acontecer o mais longe possível de qualquer consideração legal, no íntimo da mulher, que é dona do seu corpo e do seu destino.
Nem é preciso lembrar que a legislação atrasada força mulheres a recorrer ao aborto clandestino, em condições precárias, com riscos que não existiriam no caso da legalização.
Discute-se quando começa a vida, o que equivale a fixar em que ponto o feto, de acordo com a lei, passa a ser protegido do Estado. Mas do começo ao fim da gestação o feto faz parte do corpo da mulher. O ideal é o processo se completar sem interrupção, ninguém quer a banalização do aborto, mas até a criança ser “dada à luz” ela pertence à mulher, a quem cabe tomar decisões sobre sua vida tanto quanto sobre sua própria vida.
O Estado não tem nada a fazer neste arranjo particular, salvo assegurar as melhores condições possíveis para o parto ou para o aborto.



Fernando Haddad está certo quando taxa de torpe o uso do aborto e kit homofobia

O preconceito é um desserviço a democracia

Temos que destacar e apoiar a posição do pré-candidato à prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad, quando denuncia o uso político dado à polêmica sobre o aborto, na eleição de 2010, e, recentemente, ao kit anti-homofobia, do Ministério da Educação, quando foi ministro da pasta.

Ele está certo quando taxou de “torpe” a forma como essas discussões foram encaminhadas e aproveitadas politicamente. De acordo com Haddad, o uso destes temas incentiva o preconceito e promove a violência.

"Isso não faz bem para o Brasil", frisou ele. Haddad ressaltou que o kit anti-homofobia surgiu de uma demanda de emenda parlamentar. Ainda assim, devido às críticas da bancada evangélica contra a distribuição do material nas escolas, a iniciativa foi suspensa. Segundo o ex-ministro, no entanto, o kit foi usado em cursos de formação de professores.

Não podemos ficar na defensiva e no recuo frente à violência e à chantagem de certos setores evangélicos que querem interditar o debate sobre esses temas no país e patrulhar todas as políticas públicas com relação às questões do aborto e do homossexualidade. 

Esses grupos buscam impor ao Estado brasileiro uma visão preconceituosa e repressiva. 

Os que dão guarida a esse comportamento violento que introduz em nossa sociedade o ovo da serpente do preconceito e do racismo prestam um desserviço à democracia e à convivência social.

É laico o aborto?

A defesa da legalização do aborto conta com dois pilares político-ideológicos explorados pelos abortistas, sendo um deles uma demanda criada pelos próprios. Os direitos reprodutivos e a laicidade do Estado. O primeiro seria hipoteticamente suprimido pela religião, portanto cabendo ao segundo a sua garantia.
O Estado laico surgiu para evitar perseguições religiosas e não para exterminar a religião. Foi um meio para que nos países ocidentais o grupo religioso majoritário, ou o que influenciasse o poder secular, não mais criminalizasse os adeptos de outros credos ou seitas. Foi a democratização da fé ou da sua inexistência. Deu a  cada um o direito de agir conforme sua consciência.

Um erro comum é atribuir a existência do Estado laico à revolução francesa. Como uma dádiva do iluminismo. Ora, o Estado que surgiu do movimento revolucionário era ao mesmo tempo anticlerical e confessional, sendo que qualquer um destes invalida o princípio do laicismo. Esta contradição pode parecer estranha, mas é real. Enquanto o anticlericalismo estatal perseguia o cristianismo, principalmente o catolicismo, incentivava o culto ao ser supremo. A divindade revolucionária que conduziria o povo, com a deusa razão, para desvelar o novo homem.

É comum ouvirmos dos defensores da legalização do aborto a sua aprovação como prerrogativa do laicismo. O Estado deve se ater aos princípios políticos e desconsiderar os dogmas religiosos. Neste caso os chamados direitos reprodutivos femininos se imporiam às crenças. Porém devemos perguntar quem são estas pessoas. Em sua quase totalidade são adeptas do marxismo ou das suas variações. Consideram a religião uma mera criação humana. Um conjunto ultrapassado de crendices que impede o progresso e a implantação das novas teorias e doutrinas, exatamente as que elas professam.

Limitando esta discussão ao campo materialista e aos princípios estabelecidos pelos seus teóricos, teríamos de um lado as antigas superstições em oposição ao novo direito racional. Este por possuir supostas bases científicas deve se sobrepor ao arcaico. Transforma-se numa disputa entre o moderno e o anacrônico. Um confronto entre as luzes, dos herdeiros do iluminismo, que pariu o terror, e as trevas. A supremacia da razão numa valoração feita pelos interessados diretos.

Podemos defender a vida utilizando os instrumentos políticos, não é necessário centrar exclusivamente na fé. A contenda pode e deve ocorrer na disputa partidária. Não é um duelo entre a religião e o Estado. É um embate entre duas correntes dentro da sociedade. Uma que utiliza a sua ideologia e outra com os seus próprios princípios. Politicamente tão legítimos quanto quaisquer outros. Não é uma ação contra o Estado, mas aos que querem controlá-lo para os seus fins, e que se utilizam para isto da distorção da função do próprio Estado.

Ao dizerem que o Estado é laico e portanto as objeções ditas religiosas não devem ser levadas em consideração para a criação ou a manutenção das políticas públicas é totalitarismo. Isto nada tem a ver com o laicismo como fundamento. Esta postura antirreligiosa representa o surgimento de uma nova confissão. Erigida sobre o princípio da superioridade de determinada ideologia sobre qualquer outro conjunto de valores. A opinião de cada cidadão é formada por conhecimentos e influências diversas. Possui o mesmo peso para todos, independente da sua origem e motivação estar alicerçada em princípios políticos ou em crenças religiosas. Não existe nenhum impedimento para que o indivíduo exerça os seus direitos políticos observando os mandamentos da sua religião. Desconsiderar este fato é um atentado contra o preceito da igualdade.

Os abortistas criaram um sofisma. Atribuíram a si mesmos a legitimidade para propor e aprovar a morte dos nascituros, visto que apenas eles estariam em conformidade com as regras políticas. Desqualificando quem se opõe. Como se agissem contra o Estado e fora da sua doutrina fundamental.

A legalização do aborto não se baseia na laicidade do Estado, visto que ela não é contrária a religião, mas apenas o princípio que garante a liberdade de culto e os direitos dos ateus. Portanto a campanha pela legalização do aborto nada tem de laica. É confessional. É a crença na superioridade de uma ideologia, o socialismo científico e suas mutações, sobre as outras proposições para a organização da sociedade.

Os direitos políticos não são estabelecidos conforme a sua motivação. Não existe gradação para ideologia, filosofia ou religião. Vetar a manifestação contrária e alegar ilegitimidade devido a origem da convicção, como fazem os abortistas contra os que se opõem a legalização do homicídio dos nascituros, é a imposição da ditadura. Contra eles deve-se fazer valer o direito do cidadão de influir nas decisões governamentais. 

fisgado do Vermelho Não

Aborto

[...] eugênico

Leve-o para casa e dê-lhe amor! Recomendou o especialista do hospital.

Aquela mãe entendeu, sem que o médico precisasse completar o evidente: "enquanto ainda o tem".

Jonathan não se parecia em nada com os outros dois irmãos.

Sob o ralo cabelo castanho-escuro, a testa era demasiado grande e quadrada e os olhos muito separados.

A mãe soubera, logo em seguida, que o rosto do novo filho era a menor das preocupações. Jonathan, informara-lhe o pediatra, tinha uma grave forma de doença congênita do coração.

Se a doença seguisse seu curso, em breve ele contrairia pneumonia. Se sobrevivesse ao primeiro ataque, outros se seguiriam até seu frágil coração parar.

Mais tarde o especialista disse que provavelmente Jonathan nunca poderia andar e nem mesmo sentar-se sem ajuda - e tudo indicava que seria mentalmente deficiente.

Por que haveria de acontecer isto a mim? - perguntou a mãe mergulhada em auto-comiseração.

Por que logo Jonathan, que era tão desejado por nós?

O doutor Haydem a interrompeu bruscamente:

- Que pensa que aconteceria a uma criança como Jonathan se tivesse sido enviada a pais que não a quisessem?

Quanto a acontecer isso a você - falou mais delicadamente - creio que talvez o próprio Jonathan lhe dê a melhor resposta.

As sábias e proféticas palavras daquele verdadeiro médico vieram a se comprovar ao longo dos anos.

Aquele menino da "cara gozada" como era chamado pelas outras crianças, provou que era merecedor de todo o amor que seus pais pudessem lhe dar e que também era capaz de amá-los com a mesma intensidade.

Superadas foram todas as expectativas de falência de Jonathan.

Ele, amparado pela família, superou todas as dificuldades e limitações que se havia imposto em outras existências...

Lutou e sofreu, mas carregou a cruz que ele próprio tinha construído outrora.

As portas da reencarnação lhe foram abertas como uma nova oportunidade de refazer equívocos e aprender novas lições, e ele soube valorizar...

Quando os colegas lhe perguntavam sobre as grossas cicatrizes cirúrgicas que tinha por todo o corpo, ele respondia bem humorado: "são meus zíperes para deixar os médicos entrarem e saírem com mais facilidade."

* * *

A história de Jonathan foi escrita por sua mãe, Florence Kirk, na revista seleções de dezembro de 1965.

Naquela época, embora os recursos da medicina não estivessem tão avançados quanto hoje, houve um médico que soube honrar seu juramento de lutar pela vida, ainda que todas as evidências fossem favoráveis à morte...

Jonathan, mesmo em estado de feto no útero materno, já trazia as deficiências que expressou ao nascer, mas teve a sua chance de lutar pela vida...

Será que hoje, quando grande parte dos médicos se esqueceram dos seus juramentos e eliminam os fetos com mal formação, Jonathan teria a mesma oportunidade?

Nos dias atuais, a medicina está tão avançada que permite que o feto com deficiências seja tratado ainda no ventre materno.

Eis aí o grande desafio para os especialistas: "matar, nunca".
do MR

Apologia X Opinião e Pensamento

[...] Vc é a favor do aborto? Apoia o fanatismo religioso? Acha correto algumas pessoas se comportarem como se o espaço PÚBLICO fosse algo exclusivo dele e de seu grupo ? Aceita os DOGMAS da Igreja católica, da muçulmana ou judaica? é a favor das drogas  ..do aborto  ..da pedofilia, do incesto, do nazismo  ..da escravidão?  ..o que vc acha do espiritismo e do umbandismo?
O fato de vc querer  DISCUTIR ou  querer QUESTIONAR (inclusive de discordar deste ou daquele ponto de vista/comportamento), o fato de você expor e explorar os  prós e contras de diversos temas polêmicos e correntes,  este simples fato reflexivo e opnativo  já o caracteriza como sendo um ser "fóbico", ou será que isso apenas o sentencia como se sendo um ser humano normal,  um que INSTINTIVAMENTE tem a necessidade de discutir as coisas que mais o angustia no seu dia-a-dia?
DOGMA ou ciência, razão ou sentimento? Crime ou convívio ..instinto?

Confrontar o comportamento dum indivíduo ..partindo do pressuposto de que suas alegações são verdadeiras  ..isso por si só deve ser tomado como sendo ofensivo a todo o seu coletivo ?
em tempo :
Penso que o LIVRE pensar e se expressar é um direito INALIENÁVEL de todo cidadão, e que  este NÃO deve respeitar barreiras ou se impor de limites  ..FATO MUITO diferente de eu concordar que  vc já possa sair por ai praticando as suas "querências" individualmente, principalmente se isso implicar  em ferir o direito alheio, ou se significar passar por cima duma legislação ainda existente, ou seja, de ficar fazendo apologia a torto a um  crime.
alguns conceitos ..
difamação - Difamação é um termo jurídico que consiste em atribuir a alguém fato determinado, ofensivo à sua reputação
injuriar - No direito consiste em atribuir a alguém qualidade negativa, que ofenda sua honra, dignidade ou decoro
agressão física ou constrangimento moral/psicológico - ..esta implícito, não ?!
PRONTO !!!   ..agora penso que vc esta munido de conceitos básicos pra poder aproveitar este BELÍSSIMO programa contido no link que se segue:
abra ..e bom divertimento
ERR - todos os direitos reservados sobre os erros ortográficos
venha comigo pelo plebiscito - VC é a favor do FIM do SENADO ?

Cordel Encantado

A verdade sobre a morte das vítimas do aborto

No pé da Serra da Onça -
Alto sertão de Alagoas -
O povo gosta de loas
Mas tem a maior responsa:
Criança, jovem e coroas
Discutem as coisas boas
E combatem gente sonsa.

Pois numa noite bem mansa,
A lua branqueando o Céu,
Foi de tirar o chapéu
E não perder na lembrança
O filho de Dona Bel
Enfrentou seu Miruel
Num assunto que não cansa.

Seu Miruel é ateu,
Do bem ele quer distância;
Homem cheio de ganância,
Rouba até parente seu.
Uma triste discrepância
Que deixa muitos na ânsia
De vê-lo comendo breu.

Além de tudo é perverso,
Sem ética nem moral;
É mesmo gente do mal,
Mas está no Universo;
E seu maior ideal
É ver uma lei fatal
Nascer num novo processo.

Ele defende o aborto,
É homem muito falante,
Tem um tom repugnante
Mas não quero lhe ver morto;
Quero que ele se espante
Com a verdade de Dante
Que é matar um zigoto.

Ao vê-lo todo exaltado,
O filho de dona Bel
Que nunca foi bacharel
Nem tinha sido testado,
Olhou a barra do Céu
E até quem tava ao léu
Foi ouvir o seu recado:

- Neste dia iluminado
Da minha amada vida,
Esta pendenga sofrida,
Cheia de arrazoado,
Ganha a maior guarida
Para ser bem referida
Neste momento rimado.

- Pois neste mundo malvado,
De tanto conceito torto,
Vou também falar do aborto,
Que está sendo analisado
Da roça ao cais do porto,
Temos muito bebê morto
E outros sendo assassinados.

- Alguém terá desconforto,
Mas quero falar da vida
Que é sempre concebida
Como semente no horto,
Quando a mãe engravida
No instante dá guarida
Ao pequenino zigoto.

- Não sei por quê se duvida
Daquele exato momento
Onde surge o rebento
E a pessoa é concebida;
Nem mesmo o mais avarento
Teria outro pensamento
Sobre aquela nova vida.

Ao ver o homem rimando
O povo ficou feliz,
Pois um simples aprendiz
Estava ali ensinando
O que a gente boa diz
No templo e na matriz
E ele foi assimilando.

É mesmo sinal dos tempos
Tamanha aberração,
Pessoas sem gratidão
Que um dia foram rebentos,
Mas defendem punição
Pra quem não tem condição
De defender um intento.

Depois da vida formada
Seus direitos se garantem;
Nem mesmo o mais falante
Consegue mudar mais nada,
Pois se mudar é mandante
De um crime horripilante
Contra a vida iniciada.

Não pode ter exceção,
Nem ser regulamentada,
Se não pode fazer nada
Durante a operação
A mãe pode ser poupada
Mas a criança gerada
Também precisa atenção.

- O que ocorre, entretanto,
É que a coisa é diferente,
Pois tem muito delinqüente
Deixando gente em pranto,
Fazendo aborto indecente
Traumatiza nossa gente
Ou manda pro campo santo.

O filho de Dona Bel
Que tem pequeno apelido
É conhecido por Dido
Falou até de bordel
Foi bastante aplaudido
E se já era querido
Virou rival de Miruel.

- Aborto é incompetência
De pretensos governantes
Que podem ser bem falantes
Mas inventam na ciência
Motivos extravagantes
Pra matar feito marchantes
Muitos fetos, sem clemência.

O filho que foi gerado
Precisa mesmo nascer
Seu direito de viver
Tem de ser assegurado
E o país tem que fazer
Toda segurança ter
Pra não ser prejudicado.

Para evitar o aborto
Tanta gente sem apego
Só precisa de sossego
Não pode fingir de morto
Saúde, escola, emprego,
Formam o melhor arrego
E acaba este ideal torto.

A questão é complicada
De saúde e de moral
Em busca do ideal
Tem gente desesperada
Pois no âmbito legal
Também precisa de aval
Debaixo daquela espada.

Assunto tão vasto assim
Precisa de discussão
Para não ficar na mão
Ou pra não passar por ruim
Vamos ter reunião
Para saber a razão
De tanto aborto enfim.

Aborto é assassinato
De pequeno ser humano
Um gesto muito tirano
Um triste e horrendo fato
Pois o feto com os anos
Sem perigo de enganos
Pode ser Messias nato.

Uma criança, um filho,
É o que o feto é
Na barriga da mulher
Pode não ter todo brilho
Pois quando em Nazaré
Maria provou a fé
Jesus não foi empecilho.

Quem pode dispor na vida
Da vida de outro alguém?
Eu não conheço ninguém,
Pessoa tão atrevida
Que tenha tanto desdém
Para fazer algo além
Dessa missão recebida

Uma nova vida humana
Não pertence a ninguém
Nem mesmo a mãe detém
A potência tão profana
Pegar futuro nenén
Matar um Matusalém
Que dura poucas semanas

Miruel estava calado,
Ouvia a rima do Dido
Mas com um tom atrevido
Resolveu dar um recado
Que o aborto tinha sentido
Pois ele tinha ouvido
A fala de um deputado.

Dido então se concentrou
E virou-se pro seu lado
Com um tom emocionado
Rapidamente pensou
E naquele seu rimado
Sem se sentir rebaixado
Mais uma rima mandou:

- Já pensou, seu deputado,
Se a sua genitora
Fosse uma abortadora
Quando o senhor foi gerado?
O Brasil outro seria
O senhor não viveria
Tinha sido assassinado.

Mostrando conhecimento
Dido estava inspirado
E Miruel, meio acuado,
Já estava meio bufento
Já que tinha começado
Ficava todo animado
A cada novo momento.

Ninguém sabe de onde veio
A carga de informação
Talvez da televisão
Pois ele nunca fez feio
Assiste a programação
Se liga até no plantão
E nunca tem aperreio.

O jovem continuou
Sua bela prelação
Naquela situação
O aborto ele taxou
De morte sem compaixão
Pois lá na fecundação
A vida já se formou.

Aborto é infanticídio
Pois a mãe mata o filho
Que considera empecilho
Isso também deu no vídeo
Mas é também um martírio
Não digam que é delírio
Pois é tudo homicídio.

Tem quem diga que o aborto
É uma “interrupção”
Isso não é nada são
Por resultar em bebê morto
É uma intervenção
Sem qualquer contemplação
Deixa Miruel num oito.

Se trata de defender
Quem não pode protestar
Pois gerado já está
Deseja sobreviver
Mas alguém quer lhe matar
Se sua mãe abortar
Seu direito é só sofrer.

Além de ser natural
A ida tem algo mais
Deus disse “Não matarás”
Como lembra o Cardeal
O pastor não fica atrás
Diz que é o Satanaz
Que provoca tanto mal.

A ciência comprovou
Algo ainda mais triste
No feto o sistema existe
E ele sente muita dor
Mas a maldade persiste
O desumano não desiste
E anestesia indicou.

Sei que não falei de tudo
Disse Dido a Miruel,
Mas mostrei que é crurel
Você ficou meio mudo
Quem sabe se esse cordel
Não tira você do fel
E lhe faz menos sizudo?

Miruel se concentrou
Para dar sua resposta
Com a voz sempre imposta,
Mas uma lágrima rolou;
Como quem perde uma aposta
Ele admitiu que gosta
Do que Dido lhe falou.

Disse que ia refletir
Sobre coisa tão exata
Que seu amigo relata
Sem intenção de ferir
Sabe que aborto mata
E agora até se retrata
Querendo se redimir.

Dido então se despediu
Abraçando Miruel
Seu jeito de coronel
Parece que se esvaiu
Os dois olharam pro Céu
E como quem toma um mel
A dupla então se uniu.

Agora a causa da vida
Ganha um grande aliado
O homem chegou vaiado
No fim já tinha torcida
E aquela idéia sonhada
Pode ser realizada
Já está sendo aplaudida.


Chega de hipocrisia

Legalização já, do aborto e dos jogos de azar...
Os de sorte [loterias] estão todos legalizados e explorados a contento.

Depois de defender a descriminalização do aborto, o governador Sérgio Cabral ontem se disse a favor da legalização do jogo. 
 
Ele argumentou que o Brasil é o único país do Mercosul onde o jogo é proibido e lembrou que países da Europa, da América do Norte e até a China já liberaram a jogatina. 
 
"Chega de demagogia e hipocrisia. Para ter o jogo é só estabelecer regras rígidas e controle. Essa verba arrecadada poderia beneficiar muita gente e gerar empregos", disse Cabral, que criticou a Câmara por ter rejeitado, na terça, projeto que liberaria o bingo. 
 
"Como diria o grande Mário de Andrade, são as coisas do Brasil: a saúva, a jabuticaba... Francamente, temos problemas sérios, muito maiores, quando o jogo se torna ilegal", disse, lembrando que, na clandestinidade, o setor não paga impostos. 
 
"Então, deixo essa reflexão natalina para vocês e para 2011, com menos hipocrisia e mais vida como ela é", disse, durante evento realizado pela Loterj.

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Matar uma criança é um crime!

Uma mulher chega apavorada no consultório do seu ginecologista e diz: 

- Doutor, o senhor terá que me ajudar num problema muito sério. Este meu bebê ainda não completou um ano e já estou grávida novamente. Não quero filhos em tão curto espaço de tempo...

- Muito bem. O que a senhora quer que eu faça? 

-Desejo interromper esta gravidez e conto com a sua ajuda. 

O médico então pensou um pouco e depois de algum tempo em silêncio disse para a mulher:
- Tenho um método melhor para solucionar o problema,  e menos perigoso para a senhora. 

A mulher sorriu, acreditando que o médico aceitaria seu pedido. 

Ele então completou:
- Veja bem, para não ter que ficar com dois bebês de uma vez, em tão curto espaço de tempo, vamos matar este que está em seus braços. Assim, a senhora poderá descansar para ter o outro, terá um período  de descanso até o outro nascer. Se vamos matar, não há  diferença entre um e outro. Até porque sacrificar este que a senhora tem nos braços é mais fácil, pois a senhora  não correrá nenhum risco... 

- Não doutor! Que horror! Matar uma criança é um crime. 

- Também acho minha senhora, mas me pareceu tão convencida disso, que por um momento pensei em ajudá-la. 

O médico sorriu e, depois de algumas considerações, viu que  a sua lição surtira efeito. Convenceu a mãe que não há menor diferença entre matar a criança que nasceu e matar uma ainda  por nascer. 

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Na Chapada do Arapari mulher não aborta, só tem “pérca”!

Sim 
eu quis a prosa
essa deusa
só diz besteiras
fala das coisas
como se novas
não quis a prosa
apenas a idéia 
uma idéia de prosa
em esperma de trova
um gozo uma gosma 
uma poesia porosa 

Paulo Leminski

Tá lubrinando – escritos da Chapada do Arapari 
Axé feminista
Fátima Oliveira

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Temporada de bumerangues

AYRTON CENTENO
    É de impressionar a frequência com que os movimentos da campanha de José Serra – grande parte deles secundados devotadamente pela antiga mídia que lhe segue os passos – fazem uma pirueta no ar e se voltam, com igual ou maior impacto, contra a própria candidatura. É uma temporada de bumerangues.
    Foi assim com o neocarolismo assumido do candidato que passou furiosamente a beijar imagens, enrolar-se em rosários e puxar hinos com um oportunismo nunca visto em um processo eleitoral no Brasil. Ninguém estranharia se o tucano se juntasse a uma passeata de penitentes açoitando as próprias costas. Este caminho alucinado, porém, levou-o à frente de um padre no interior de Pernambuco que, esbravejando e sem se intimidar com o cardinalato tucano, acusou-o de profanador da religião. Por pouco, não se repetiu na missa a cena bíblica de Jesus Cristo expulsando a chibatadas os vendilhões do templo de Jerusalém.
    Foi assim com o desembarque da questão do aborto na eleição, subrepticiamente desovado pela escória neofascista a soldo na internet. Para, depois, aflorar na campanha oficial por obra e graça da esposa do candidato, a psicóloga Mônica Serra. Como se recorda, ela acusou Dilma Roussef de “matar criancinhas”. Não houve santo que salvasse Serra de afundar na hipocrisia quando várias ex-alunas de Monica disseram ter ouvido da professora, em aula, que ela própria fizera aborto.
    Foi assim com o brutal atentado com bolinha de papel que o deixou entre a vida e a morte. Salvou-o uma tomografia providenciada às pressas pelo ex-secretário de saúde do Rio na gestão César Factóide Maia. A desconstrução da pantomima na web levou de roldão a TV Globo que abraçou, sob vaias de seus próprios jornalistas, a versão serrista dos fatos. Serra e a Globo foram arrastados para um picadeiro virtual e transformados em motivo de chacota planetária, com os hashtags #serrarojas e #globomente escalando os píncaros no twitter nacional e internacional. Pelos e-mails disseminou-se o game “Bolinha de papel”, atraindo adultos e crianças, e que consiste em atirar uma bolinha na cabeça de Serra que se esconde atrás da bancada do Jornal Nacional. Serra e Ali Kamel, o diretor executivo de jornalismo da Globo, poderiam dormir sem essa.
    E foi assim com a história da propalada quebra dos sigilos de notáveis tucanos. O repórter Amaury Ribeiro Junior nega tal violação. De qualquer forma, seus movimentos foram realizados quando atuava no jornal O Estado de Minas – sabidamente aecista – e tiveram como objetivo proteger o ex-governador Aécio Neves, então aspirante à indicação como candidato à presidência pelo PSDB, das arapucas armadas pelo submundo serrista.
    O vazamento de trechos selecionados do depoimento de Ribeiro Jr. na Folha de São Paulo através da advogada do ex-ministro e coordenador da campanha de Serra, Eduardo Jorge Caldas Pereira, além de expor o fogo amigo entre tucanos, deixou furioso o PSDB mineiro. Mais do que isso, o foco dirigido para Ribeiro Jr. enfeixa necessariamente suas investigações.
    Como consta na abertura de seu livro a ser lançado, “Os porões da privataria”, sua garimpagem de uma década de trabalho fulmina eminências do tucanato enfiadas até o queixo nas privatizações da era FHC, várias delas com contas e empresas off-shores abertas em paraísos fiscais. E detalha as ligações perigosas de José Serra com seu clã, entre os quais sua filha Verônica e seu primo emprestado, Gregório Marin Preciado – ambos ex-sócios do próprio Serra – seu genro Alexandre Bourgeois e o ex-caixa de suas campanhas, Ricardo Sérgio de Oliveira, não por acaso diretor de operações do Banco do Brasil e mago da montagem dos consórcios de privatização e dos leilões que torraram o patrimônio público do Brasil e dos brasileiros sob FHC. Todos estão ricos.
    Ribeiro Jr. perseguiu o caminho de ida e volta dos valores movimentados pelo alto tucanato e o clã Serra entre o Brasil e as offshores e as contas paradisíacas do Caribe. Colocá-lo em foco significa enfocar também suas revelações que, cedo ou tarde, virão à tona. “Todos eles – afirma o repórter – têm o que explicar ao Brasil”. A hora da explicação parece estar chegando.

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A hipocrisia do aborto

Teoria e prática de Mônica Serra
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Nesta campanha, o casal Mônica e José Serra rompeu a fronteira entre o público e o privado ao dar conotação eleitoreira ao tema do aborto. 
Quando retirou o procedimento da categoria de saúde pública ou de foro íntimo, o casal abriu um flanco na própria privacidade. 
Serra vinha condenando de forma sistemática a descriminalização ao aborto. 
Mônica, por sua vez, havia sido ainda mais incisiva, intrometendo-se no assunto durante uma carreata com o marido em Duque de Caxias (RJ): 
“Ela (Dilma) é a favor de matar as criancinhas”, disse a um ambulante que apoiava a candidata do PT. 
Não demorou para que o relato de um aborto feito por Mônica quando Serra vivia exilado no Chile virasse assunto público. 
O caso foi trazido à tona pela bailarina e coreógrafa Sheila Canevacci Ribeiro, 38 anos, ex-aluna de Mônica no curso de dança da Universidade de Campinas. 
Ao lado do marido, o antropólogo italiano Massimo Canevacci, Sheila assistia em sua casa a um debate entre os presidenciáveis quando Dilma Rousseff questionou Serra sobre ataques feito por Mônica. 
Surpreendida, Sheila se lembrou em detalhes de uma aula de psicologia ministrada em 1992 por Mônica para a sua turma na Unicamp. 
Ao discorrer sobre como os traumas da vida alteram os movimentos do corpo e se refletem no cotidiano, Mônica contara ao pequeno grupo de alunas do curso de dança que ficara marcada por um aborto que precisou fazer na época da ditadura, devido às condições políticas adversas em que vivia. 
“Fiquei assustada com o duplo discurso de minha professora”, afirma Sheila, que na manhã seguinte colocou uma reflexão sobre o assunto em sua página na rede social Facebook.
A coreógrafa acreditava estar compartilhando a experiência com um grupo de amigos, mas o texto se espalhou, ganhou as páginas dos jornais e até uma nota oficial da campanha de Serra negando o aborto. 
Já Mônica e Serra não fizeram qualquer desmentido sobre o caso. 
Na sequência, Sheila recebeu milhares de apoios, mas também críticas, incluindo a de ter traído sua antiga professora. 
“Foi ela quem traiu minha confiança como aluna e mulher”, diz a coreógrafa. 
“Ela não é a mulher do padeiro, do dentista. Ela é a mulher de um candidato a presidente da República. O que ela fala e faz conta”.
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As atitudes das personalidades públicas contam tanto que chegam a provocar temor. 
Colega de classe de Sheila, a professora de dança C.N.X., 36 anos, também se lembra do depoimento de Mônica na universidade, mas pede para não ser identificada. 
Recém-aprovada em concurso de uma instituição federal, ela acredita que, se eleito presidente, Serra pode prejudicar sua carreira. 
Quanto à aula de 1992, C.N.X. conta que o grupo de alunas não chegava a dez e estava sentado em círculo quando Mônica comentou que um dos fatores que tinham alterado sua “corporalidade” foi a vivência na ditadura e a necessidade de fazer o aborto. 
“Ela queria ter o filho, não queria ter tirado”, diz a professora de dança. 
“E eu fiquei muito chocada com o depoimento, pois na época era muito bobinha”, completa C.N.X., que passara no vestibular com apenas 16 anos e pela primeira vez vivia longe da família.
Na opinião da professora de dança, nada impede que, de 1992 para cá, Mônica tenha mudado de ideia: 
“Mas ela não pode ser hipócrita. Sabe que o aborto é uma experiência traumática”
Trata-se também de um tabu no País, embora 5,3 milhões de brasileiras entre 18 e 39 anos tenham feito pelo menos um aborto, de acordo com o Ministério da Saúde. 
Mais da metade das brasileiras que se submete ao procedimento acaba internada devido a complicações da intervenção. 
Como se não bastasse, pode ser condenada a pena de um a três anos de detenção, como prevê o Código Penal de 1940, exceto para os casos de estupro ou de risco de morte da mãe. 
A mudança dessa lei – ISTOÉ defende a descriminalização do aborto – pode ser o primeiro passo para acabar com a hipocrisia e transformar a interrupção da gravidez em uma questão de saúde pública e de foro íntimo.

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