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Brasil 247: Greenwald consegue documentos inéditos sobre Moro e Dallagnol e anuncia a #VAZAJATO


247 – A maior farsa jurídica da história do Brasil, que condenou o ex-presidente Lula sem provas e impediu sua eleição para a presidência da República, pode estar começando a ser desmascarada. O anúncio foi feito pelo jornalista Gleen Greenwald, que foi também responsável pela divulgação dos documentos de Edward Snowden, da NSA. 

"O arquivo fornecido pela nossa fonte sobre o Brasil é um dos maiores da história do jornalismo. Ele contém segredos explosivos em chats, áudios, vídeos, fotos e documentos sobre @deltanmd, @SF_Moro e muitas facções poderosas. Nossas reportagens acabaram de começar. #VazaJato", escreveu.

"As vezes caio, mas me levanto e sigo em frente, nunca desisto, porque a mão que me ampara não é a do cão, é a de Cristo" 
Vida que segue...

Jornalismo com J maiúsculo




1ª Lição do Jornalismo:
Dá as coisas o nome e significado que elas tem.
O Le Monde (Jornal francês) faz isto.
E, em letras garrafais.
A manchete principal da edição de amanhã é:

Brasil: a extrema-direita chega ao poder

Vida que segue...

A piada do século

A Globo é apartidária, independente, isenta e correta" Ali Kamel, diretor de jornalismo da empresa

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***
Colaboração pelo e-mail icatu.bdblog@blogger.com A publicação é automática, sem moderação

Folha exalta transposição do Velho Chico

Reportagem especial do jornalista Fabiano Maisonnave. hoje domingo 11/03 no jornal Folha de São Paulo, exalta os impactos positivos da obra, apenas hum ano depois da inauguração. Segundo Maisonnave, por enquanto hum milhão de nordestinos estão sendo beneficiados diretamente pelas águas da transposição. Iniciada por Lula e executada na sua grande maioria na gestão da presidenta Dilma Rousseff (PT), na reporcagem não há nenhuma referência a Lula e Dilma. 

Bem disse Veríssimo: "As vezes a única coisa verdadeira num jornal é a data".

Não demora e será publicada outra reportagem especial dando a paternidade da obra ao candidato da Globo, Alckmin, Maia, Meirelles?...

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Reunião de pauta, por Tom T. Cardoso

– Tom, precisamos de pautas mais quentes. Cadê o furo?
Era o editor do caderno de cultura, fazendo o que todo chefe tem que fazer: cobrar do repórter matérias exclusivas, de grande repercussão, chamadas de "furo" no jargão jornalístico.
– Pode deixar.
Essa cobrança era sempre feita na reunião de pauta. E nada é mais chato na profissão de jornalista do que participar de reunião de pauta. Por duas razões:
1) Elas não costumam demorar menos do que seis horas. Deveria ser o contrário, mas não existe bicho mais prolixo que jornalista. No Estadão, tinha uma decana da crítica de artes que falava mais do que o Fidel em assembleia da ONU. Isso numa época em que não existia candy crush e nudes para a gente se distrair. Enfim, um tortura, uma viagem às profundezas do tédio que espero nunca mais fazer.
2) Eu nunca tinha pauta para sugerir. Adotava sempre a mesma estratégia. Me sentava à mesa na direção oposta à do chefe, de frente pra ele. Assim, independentemente do repórter que ele escolhesse pra começar a reunião, do seu lado esquerdo ou direito, sempre ganhava um tempo para pensar em alguma coisa. Quase sempre eu inventava alguma pauta na hora – depois dava um jeito. Uma vez, sem pauta nenhuma, inventei que tinha conseguido uma entrevista exclusiva com o Sílvio Santos. Fui aplaudido de pé pelos repórteres – e pelo chefe.  O problema é que esse meu chefe, que havia trabalhado comigo justamente no Estadão, já conhecia minha tática.
– Tom, nem vem que não tem. Sugeriu uma entrevista na reunião, tem que fazer! Fiquei aflito. Tinha acabado de ser contratado. Precisava de um furo para me livrar da fama de repórter malandro. Tive "sorte": logo na primeira semana recebo um e-mail de um pesquisador baiano:
"Prezado Tom Cardoso, sou fulano de tal, pesquisador da UFBA, com mestrado não sei onde. Tenho, em minhas mãos, poemas inéditos do Torquato Neto. Interessa?"
É claro que interessava. Não se lia nada inédito de Torquato, jornalista e poeta, parceiro de Caetano e Gilberto Gil, amigo de fé de Glauber Rocha, um dos grandes nomes da contracultura (o tropicalismo não seria gestado sem ele), desde o seu suicídio, em 1972.
Enfim, seria um furo. Pedi para o pesquisador me mandar os poemas por e-mail. Ele mandou. Li e achei estranho. Não pareciam escritos por Torquato. Pedi o telefone do pesquisador e liguei pra ele.

– Olá. Recebi os poemas.
– Lindos, não?
– Sim, mas o estilo é diferente.
– Pode ser. Os poetas estão sempre em transformação.

Liguei para alguns jornalistas baianos. Eles conheciam o cara, que era, de fato, um pesquisador, e um profundo conhecedor da obra de Torquato. Fiquei mais aliviado e fui todo confiante pra reunião de pauta.
Me sentei ao lado do chefe e abri a reunião:
– Consegui poemas inéditos do Torquato Neto.
– Sensacional, Tom. Vamos soltar logo isso. Capa de amanhã, ok?
– Beleza, saio daqui e escrevo.
O caderno fechava ao meio-dia do dia seguinte. A vinte minutos do fechamento, já com matéria escrita, editada, paginada, a caminho da gráfica, eu liguei para o pesquisador.
– Opa, a matéria sai amanhã.
– Que legal! O Torquato vai gostar.
– Como assim gostar? Ele morreu, pô.
– Sim, morreu. Mas eu vou falar com ele.
– Tá doido. Papo de maluco. Se ele morreu como você vai falar com ele?
– Eu sou médium, Tom.
– Ahã? Como você conseguiu os poemas inéditos?
– Foram psicografados por mim.
Desliguei e fui correndo falar com o meu chefe:
– A matéria de capa tem que cair.
– Como assim, Tom? Os poemas não são inéditos?
– São, mas vieram do além.
Corremos os dois para a escada que dava acesso à gráfica. Cheguei lá e vi a revisora chorando lendo um dos poemas. Mandamos colocar um anúncio da Gillette na capa. Não fui demitido, mas quase fui fazer companhia pro Torquato.


Pinçado do Face de Tom T. Cardoso

Pitacos a um jornalista recém formado, por Tom T. Cardoso

- Oi Tom.
- Opa.
- Acabei de me formar em jornalismo.
- Bacana.
- Pode me dar algumas dicas rápidas por aqui no Facebook?
- Sim, claro.
- Que Deus o abençoe.
- Primeira dica, anote aí.
- Sim.
- Deus não abençoa ninguém.
- Por que?
- Porque ele não existe.
- Não?
- Não. E mesmo que ele existisse, você não poderia acreditar nele.
- Não posso?
- Jornalista não acredita em instituições.
- Deus é um instituto?
- É, por ai. Qual o último livro que você leu?
- Crime e Castigo. Faz tempo.
- Quanto tempo?
- Foi no começo da facu, numa viagem de ônibus para Poços de Caldas.
- Quanto tempo dá de ônibus até lá?
- Quatro horas.
- Você leu Crime e Castigo em quatro horas?
- Sim. Sou amarradão nessa autora.
- Autora?
- Sim, a Agatha Christie. Ela é top.
- Cara, pode voltar a acreditar em Deus.
- Posso?
- Pode.
- Obrigado, mestre.

*Nilson Lage - parem de inventar "o povo brasileiro". Não é nada disso que vocês estão dizendo

***
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Em um país deste tamanho, faz-se multidão até de engolidores de espadas.
Olhem a dimensão relativa das faixas de renda.
Pensem que a maior parte do território – à exceção do litoral entre Bahia e São Paulo, das penetrações de trabalhadores escravos africanos nos ciclos da mineração e do café, e das áreas de imigração europeia recente do Sul – a população é de origem dominantemente indígena, pelo menos na linhagem materna; isto se constata na cultura do seringueiro, do vaqueiro, do pantaneiro, do jangadeiro, das periferias urbanas.
Seu aparente alheiamento tem muita semelhança ao dos povos de nossos vizinhos do continente – é uma forma de resistência, não tibieza.
O povo brasileiro é dominantemente mestiço e, na vida cotidiana, tolerante.
A miscigenação e a fusão étnica e cultural – a antropofagia dos modernistas – são costumes generalizados fora dos circuitos mais mundanos.
Nada disso aparece no discurso dominante.
Notem, por exemplo, que, apesar da invasão das igrejas comerciais de discurso pentecostal, a Igreja Católica continua sendo a instituição mais respeitada do país, ao lado das forças armadas, apesar, ainda, de toda a campanha que marcou a nossa pretensa e incompleta democratização.
A razão principal é que Igreja e Exército são corporações estáveis, ordenadas e consistentes.
O avanço das forças minoritárias e antinacionais que ascenderam ao poder resulta da organização e objetivos definidos, em oposição às forças que, se não fosse por esse defeito, poderiam confrontá-las facilmente, e com êxito.
O povo disperso não pode nada.
Se ele não se organiza é porque vocês não lhe propõem os instrumentos e, pelo contrário, procuram conduzi-lo segundo o interesse de vocês, não o dele – até porque não o conhecem."
*


Nilson Lage
- jornalista, Doutor em linguística, Mestre em Comunicação, Bacharel em letras, foi professor da UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro e da UFF - Universidade Federal Fluminense e desde 1992 ensina na UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina -.


O [Groubo] anda lendo

Lendo o Tijolaço mas, pior que lê muito mal
A edição online de O Globo, dizendo que “pessoas ligadas à gestão brizolista” contestaram as acusações de um certo Pedro Novis sobre propinas da Odebrecht na construção do Sambódromo, “afirmando nas redes sociais que Novis mentia e não ocupava posição de destaque na empresa, e que a obra tinha como principal empreiteira a Mendes Júnior”.
Como prova, apresenta um balanço de 1985 da empresa, onde ela fala de sua participação na obra e o senhor Pedro Novis assina como um de seus diretores.
As “pessoas ligadas à gestão brizolista” que contestaram a acusação foram, na verdade, este blog – que o Globo não vai citar o nome, não é? – em um post que o jornal tenta desqualificar.
Não há razão para me corrigir.
Novis publica seu currículo na Bloomberg com a informação de que ingressou na Odebrecht em 1985 (veja a imagem ao lado) e assina o tal balanço neste mesmo ano, como um dos últimos diretores citados. A obra do Sambódromo terminou em março de 1984.
Portanto, não há razão para desdizer o que afirmei: que ele mentia ou apenas estava “repetindo o que recebeu de orelhada”, pois não estava na empresa durante a obra.
Depois, afirmo que “a empreiteira líder da construção, em prazo recorde, foi a Mendes Junior, não a Odebrecht, como pode ser visto no portfólio da empreiteira. Se a Odebrecht foi subempreitada ou se responsabilizou por alguma parte da obra, não recordo, mas não era a coordenadora do projeto.”
Portanto, também não se disse que a Odebrecht, através de sua subsidiária CBPO, não participou da obra, mas que não era a coordenadora do projeto. Coisa que, ampliada nos detalhes, vê-se na própria imagem usada por O Globo, onde está lá a plaquinha da Mendes Júnior, com seu logotipo inconfundível.
O que posso afirmar, com certeza, é que a Odebrecht fez uma mega-obra no Rio de Janeiro: o parque gráfico de O Globo, e no período em que Pedro Novis era o presidente do Grupo Odebrecht. Evidentemente, não posso dizer se ali houve propina ou lavagem de dinheiro, não o posso afirmar apenas “de orelhada”, por ouvir falar. Muito menos se houve alguma “ajuda” de Fernando Henrique Cardoso na concessão de um empréstimo de quase R$ 300 milhões (em valores de hoje) dado à obra pelo BNDES.
E posso, ainda, sentir orgulho de ter participado das últimas duas décadas da trajetória de um homem que, de tão destemido e reto, 13 anos após sua morte, continua despertando o ódio do império Globo, que volta e meia revira o passado para atingir sua memória, porque sabe que ela é uma bandeira contra o poder opressivo que ele representa.
Inclusive valendo-se da simples palavra de um bandido, um corrupto e corruptor, que, graças às distorções de um processo doentio de delação premiada, ganha a liberdade e o gozo de sua fortuna ao preço, para ele barato, de tentar enxovalhar a história de um herói brasileiro.

Dama de um jornalista à beira de um ataque de nervos

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"(...) especialmente depois que Dilma Rousseff jogou a toalha, lá pelo primeiro minuto após o resultado das eleições de 2014..."

Escreve o jornalista Nassiff no seu Xadrez do dia e?...

Na minha opinião a frase acima é o mais importante desse blablabla. 

Seria bom ele explicar.

Mas, duvido que faça enquanto Moro não mandar.
Reginaldo Rossi 
Ficava sussurrando junto ao meu ouvido
Mentiras misturadas com o seu gemido
E eu acreditava na sua palavra
Leviana!

Parafraseando Josias de Souza

Jornalistas à venda existem em toda parte. Variam o preço e o cinismo. Nesses quesitos o Brasil revela-se um líder mundial
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Confira a baixo a frase original:
Políticos à venda existem em toda parte. Variam o preço e o cinismo. Nesses quesitos o Brasil revela-se um líder mundial
by Josias de Souza

Briguilinks

Isto é porcalismo
A respeito mentiras que a revista istoé veicula na edição de hoje sábado (16/07) com o título "As mordomias ilegais da família de Dilma" assessoria da presidente...Leia mais>>>

Rir é o melhor remédio
Noivo escreve um poema para noiva um pouco antes do casamento, e recebe a responta da noiva também em forma de poesia...Leia mais>>>

A ditadura midijudiciária
"...quando a delação não for comprovada e for vazada para constranger, com o réu preso, com as contas bloqueadas e a família desesperada, quando for apenas para livrar o bandido da cadeia, para trocar personagens, contar narrativas mentirosas, citar fatos que não têm nada a ver, apenas para lavar o dinheiro pilhado, como algumas delas, evidentemente a pena precisa ser agravada e a delação até desfeita"...Leia mais>>>

Janio de Freitas também faz humor

Em sua coluna na Folha de São Paulo esta semana, o jornalista Janio de Freitas revela uma faceta pouco conhecida do seu público, o humor sutil, a ironia refinada, requintada, a começar pelo título:

Melhorar para o pior

O breve e quase gratuito comentário de Fernando Soares, o Baiano, que é um dos mais prolíficos delatores da Lava Jato, faz uma advertência sem tal intenção: "Tem muito ainda para acontecer na Lava Jato". Ou seja, os abalos políticos e judiciais não se encerram no seu atual capítulo. O que leva a pensar no estado do regime democrático submetido a um processo assim.
O Supremo Tribunal Federal fez, com a sessão desta quarta (16), a abertura de uma previsível etapa, com propensão a se tornar histórica, de interferências em situações de choque e de desafio à construção democrática. Escrevo quando o STF faz ainda essa primeira sessão. Mas antes mesmo se viu e ouviu o suficiente para saber que faltam certas providências, algumas indispensáveis, com que enfrentar mais abalos e choques, sem que terminem por ferir conquistas alcançadas com muita dificuldade.
Os resultados positivos da Lava Jato não diminuem as indagações deixadas por seu desenrolar. Nem, sobretudo, os reparos aos fatos a que foram expostas, na visão de respeitáveis advogados e juristas, muitas circunstâncias das defesas e dos suspeitos ou acusados. Não são problemas atribuídos só ao grupo propriamente da Lava Jato, mas também à Procuradoria Geral da República e mesmo ao Supremo.
Dispõe-se de uma recente e valiosa instância para exame daquele gênero de problema. No ano e nove meses de ação da Lava Jato, no entanto, o Conselho Nacional de Justiça esteve alheio a tais questões, mesmo para a mera coleta de informação. A menos que o tenha feito em tamanho sigilo, que de nada se soube. Mais ou menos o mesmo se pode dizer do conselho paralelo, o que se ocupa dos procuradores da República, se bem que, no caso, as expectativas sejam diminuídas pelo excessivo corporativismo da classe.
A invasão das práticas corruptas não deixa dúvida de que, se estendidas investigações em qualquer direção, a ação da Lava Jato se projetaria em direção à eternidade, desdobrada em incontáveis sucedâneas. Isto não é esperável, mas tudo leva a crer, com Fernando Baiano, que a Lava Jato ainda trará muito, e outras investigações são promissoras.
Com isso, para proteger a construção democrática dos efeitos também lesivos do enfrentamento à corrupção, as instâncias competentes tornam-se devedoras, ao país, de uma revisão dos métodos e dos meios até aqui utilizados. É de sua responsabilidade assegurar que fiquem adequados à medida exata dos rigores e dos direitos do Estado de Direito democrático. Do contrário, o êxito, por um lado, vai destroçar o já construído em outro. Não faltam exemplos assim.

Frase do Dia

Fernando Cabral:
Meu pai dizia uma coisa, que só anos mais tarde fui entender.

"Não quero a opinião do jornalista. 
Quero a notícia. 
A opinião é minha!"

Paulo Nogueira - O que um jornalista deve ter para fazer carreira, hoje, nas grandes organizações?

Num mundo menos imperfeito, a resposta seria: os atributos clássicos, mais familiaridade com o meio digital.
Isso significa sobretudo gosto pela leitura, capacidade de se expressar num português elegante, discernimento para distinguir a manchete da nota de pé de página e curiosidade intelectual.
Mas o mundo em que vivemos é demasiadamente imperfeito.
As qualidades clássicas não são hoje requisito para nada.
Para conquistar um lugar numa redação e, nela ascender, o jornalista tem que estar disposto a matar Lula.
Em sua conta no Twitter, Xico Sá falou exatamente isso estes dias, com enorme repercussão.
Como eu, Xico Sá não pode ser desqualificado como petista, petralha ou o que for. É, como eu, um jornalista independente. Mas não cego. Na campanha presidencial, ele bateu em retirada da Folha, depois de chegar a seu limite de tolerância diante de uma cobertura francamente enviesada.
O talento importa muito menos, nestes dias, do que a disposição de caçar Lula por que meios for, incluídas aí a calúnia e a mentira.
É um movimento que se iniciou, como era de esperar, na Veja no primeiro mandato de Lula. O que era uma chuva localizada se transformaria, com o passar dos tempos, numa tempestade generalizada.
Os primeiros símbolos dos novos tempos foram Diogo Mainardi e Reinaldo Azevedo. Inexpressivos em tempos normais, se tornaram pistoleiros conhecidos quando a Veja inaugurou a perseguição a Lula.
Lula fez os dois. Sem Lula os dois seriam o que sempre foram, jornalistas do segundo escalão.

O código binário do jornalismo ordinário, de Marcos Carvalho

O código binário do jornalismo ordinário consiste em uma linguagem binária cujos valores zero e um corresponde a “Não é do PT” e “Do PT”, respectivamente.
Quando uma notícia ruim envolve um político que não é do PT, o sistema de jornalismo ordinário assume o valor “Zero”, não sendo necessária a informação do partido político do dito cujo, visto que zero é um valor nulo (não tem energia), portanto a ausência de informação o representa de forma satisfatória.
Porém, uma notícia de igual teor envolvendo um político do PT, fará com que o sistema de jornalismo ordinário assuma o valor “Um” (tem energia), desta forma poderemos ver a informação “Do PT” após a citação do político envolvido.
Este sistema pode ser facilmente observado, e inclusive pode ser percebido até pelos coxinhas, veja um exemplo na matéria do UOL a seguir:
Destaque:



"Rio - Rio, 03/10/2015 - Policiais da Delegacia de Homicídios de Niterói prenderam no fim da tarde de sexta-feira, 3, o vereador Douglas Borges, da Câmara Municipal de Macuco, na região Serrana do Rio, por suspeita na morte do ex-prefeito do município Rogério Bianchini. O crime aconteceu no dia 30 de abril deste ano".
Até um coxinha quando lê este texto sabe que não se trata de ninguém do PT, pois não há nenhuma informação sobre os partidos dos envolvidos.

Que jornalismo é esse?

O presidente da Câmara dos Deputados Federal de um país (terceiro na linha de sucessão do presidente da República), é flagrado com contas não declaradas em paraíso fiscal. Em qualquer lugar do mundo que haja liberdade de imprensa com certeza seria manchete das principais revistas semanais. No Brasil, quando muito dá uma pequena chamada no cabeçalho ou rodapé - se muito -, nas duas mais conhecidas não deu nem isso. Confira:

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Isso não é jornalismo
Isto é porcalismo!

Luis Nassif - Lula diz que Dilma pode cair e garante que pode ficar


A interlocutores qualificados, Lula admitiu ter jogado a toalha. Considerou o governo de Dilma agonizante devido à teimosia da presidente e à fraqueza do seu estado-maior. Desabafou que nada do que é combinado Dilma segue e admitiu ter pedido a Dilma várias vezes a cabeça do Ministro-Chefe da Casa Civil, Aloisio Mercadante, e do Ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo.
No último encontro que teve com Dilma, Lula quase foi às vias de fato. Ambos chegaram a gritar um com outro até que Edinho surgisse para apartar.
Segundo Lula, o caminho agora é afastar-se gradativamente do governo, montar uma frente para se fortalecer para as eleições de 2018.
No entanto, a outros interlocutores, Lula explicou que ajudou a montar a estratégia de aproximação com o PMDB, a partir de conversas com a bancada carioca, influenciada por Sérgio Cabral Filho e Eduardo Paes.
Com a nova base montada, garante que o governo Dilma recobrará a governabilidade. Nos últimos tempos, aliás, segundo Lula Dilma parece ter caído na real e se comportado com realismo e Mercadante foi útil na montagem do pacote político. A perda de Ministérios para o PMDB, segundo Lula, ajudará a fortalecer ainda mais a aliança, garantindo a governabilidade.
A partir da aprovação do pacote fiscal, Lula acredita que Dilma se fortalecerá e conseguirá se manter no cargo até que a economia volte a se recuperar, podendo cumprir integralmente seu mandato deixar o governo consagrada.
Atenção
Os dois relatos são absolutamente verossímeis e... falsos.
Não conversei com nenhum interlocutor de Lula e nem sei o que ele anda falando.
Mas posso colocar dezenas de frases em sua boca, com sentidos dos mais diversos, desde que  mantendo a verossimilhança. E, como off é off, que ninguém se atreva a duvidar do meu off.


Aparentemente esse é o estágio atual do jornalismo político.
no GGN

Janio de Freitas faz quatro perguntas

[...] Responde!
Se a retirada do "selo de bom pagador" do Brasil por uma das três empresas privadas que ganham fortunas dando ou negando esses selos justifica a tragédia escandalosa feita aqui, por que a concessão do selo em 2008 não mereceu escândalo positivo?
 
Pode-se acreditar na seriedade da empresa que rebaixa, com o Brasil e a Petrobras, a confiança financeira merecida pelos bancos Itaú e Bradesco, ambos entre os bancos privados de maior lucratividade no mundo?
 
A OAB deu um leve sinal de que agiria contra a interrupção, no Supremo, do julgamento sobre dinheiro de empresas nas campanhas. Pronto. O ministro Gilmar Mendes liberou o seu voto, retido há um ano e cinco meses. Pode ter tido outro motivo que não a delicadeza?
 
Foram mulheres que iniciaram o movimento pela proibição de saias curtas ou justas e decotes panorâmicos na Câmara. Mas por que acabar com o que ainda haja de proveitoso por lá?
na Folha de São Paulo

Janio de Freitas

Suspeitas e suspeitas
Os muitos convictos de que todo o vendaval de aparente moralização visa Lula, desde o processo do mensalão, devem estar reconfortados com a aprovação que lhes dá a Polícia Federal. O que não assegura, necessariamente, a exatidão da tese. Mas a PF levou tão longe o propósito de enquadrar Lula que acabou na situação original de ficar ela mesma sujeita às suas suspeitas.
 
No pedido ao Supremo para tomar o depoimento do ex-presidente, a PF sustenta que ele "pode ter sido beneficiado [...] obtendo vantagens para si, para seu partido, o PT, ou mesmo para seu governo, com a manutenção de uma base de apoio partidário sustentada à custa de negócios ilícitos" na Petrobras.
 
Ministro da Justiça no primeiro mandato de Lula, Marcio Thomaz Bastos deu à Polícia Federal uma nova estatura. Em abertura para investigação de crimes do poder econômico, em liberdade investigatória, em qualificação técnica e em quadros. E em conceito da corporação e dos seus integrantes. Antigos e recentes funcionários foram beneficiados, em muitas dimensões, pela nova PF. Tal benefício foi possível, aplicando-se a concepção exposta pela PF ao Supremo e ao país, por vários fatores.
 
Primeiro, haver um governo que nomeou um ministro disposto a fazer da PF e dos seus policiais o que, por diferentes motivos, nenhum antecessor fizera, desde o governo Jango. Segundo, ser um governo disposto a dar à PF e aos seus policiais o apoio e as condições materiais para a mudança de importância e de estatura que tiveram. Terceiro, sem o qual os dois anteriores seriam inúteis, dispor aquele governo de "uma base de apoio partidário" que aprovou os recursos e as medidas, diretas ou não, para dar à Polícia Federal e a seus quadros novo papel e nova estatura.
 
Se a "base de apoio" para isso era "sustentada à custa de negócios ilícitos na referida estatal", com "vantagens mesmo para o governo", a PF, como parte do governo, fica incluída na suspeita que lança.
 
Outro trecho recusa a possibilidade de inexistirem, no governo, pessoas insuspeitas de conexão com negócios ilícitos na Petrobras. Sustenta a PF que "os indícios de participação devem ser buscados não apenas no rastreamento e identificação de vantagens pessoais por ventura obtidas pelo então presidente, mas também nos atos de governo que possibilitaram que o esquema se instituísse e fosse mantido".
 
Está claro aonde a PF quer chegar: os atos de governo mencionados são as nomeações para a Petrobras. São frequentes os inquéritos de fatos graves ocorridos na PF –desaparecimento de grande quantidade de cocaína recolhida à polícia, engavetamento de inquérito, quadrilha de delegados, e outros. Na tese da PF, as nomeações dos autores de tais ocorrências, e outras feitas pelos demais governantes, implicaram o conhecimento da conduta que cada nomeado teria. Uma ideia estapafúrdia.
 
Se a Polícia Federal não apresentar indícios e argumentos menos suspeitos de desejo e autoritarismo, o alto número de convictos de haver caça a Lula vai aumentar muito. Pior para as pretensões, em 2018, de Aécio, Alckmin, Serra e Temer.
Publicado originalmente  na Folha de São Paulo