Mostrando postagens com marcador paz. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador paz. Mostrar todas as postagens

Uma bandeira de paz em tempo de guerra


Cada dia na vida de uma pessoa é uma existência em miniatura e sempre cheia de surpresas. A vida não avisa. A vida acontece até o dia que não acontece. São bem poucos os que saem da vida por vontade própria e em momentos de extremado desespero. Muitos já se desesperançaram e chegaram a cogitar abreviar o compromisso de viver, mas depois, por algum detalhe ou uma dessas mesmas surpresas, determinam a mudança brusca da caminhada sem rumo daquele que tateia na aparente e oportuna estrada do desespero. Cada dia na vida de uma pessoa proporciona oportunidades de serem boas, gentis, solidárias, mas existem aquelas que se alimentam do fel ou de veneno, como aquele das piores cobras, que escorrem pelo canto das bocas curvadas para baixo. Nunca tive medo de alma, de fantasmas ou daqueles que me olham nos olhos e dizem lá as suas verdades ou me dão ciência dos seus queixumes, suas preferências, e falam de seus deuses, da sua fé, das suas crenças. Dia 3 passado, fiquei mais velho. Já percorri um grande caminho, vivi um monte, tentei ser bom na maioria das vezes e em muitas me enganei ou fui mau mesmo. Guardo pouco rancor e ódio mesmo sinto por bem poucos. Não perdoo punhalada pelas costas ou agressões igualmente oportunas pela facilidade que proporciona a ausência do "bola da vez". Qual a razão desse intróito?

A Paz


Certa vez houve um concurso de pintura e o primeiro lugar seria dado ao quadro que melhor representasse a paz. Ficaram, dentre muitos, três finalistas igualmente empatados. 

O primeiro retratava uma imensa pastagem com lindas flores e borboletas que bailavam 
no ar acariciadas por uma brisa suave. 
O segundo mostrava pássaros a voar sob nuvens brancas como a neve em meio ao azul anil do céu.
O terceiro mostrava um grande rochedo sendo açoitado pela violência das ondas do mar em meio a uma tempestade estrondosa e cheia de relâmpagos.


Mas para surpresa e espanto dos finalistas, o escolhido foi o terceiro quadro, o que retratava a violência das ondas contra o rochedo. 
Indignados, os dois pintores que não foram escolhidos, questionaram o juiz que deu o voto de desempate: 

- Como este quadro tão violento pode 
representar a paz, Sr. Juiz? E o juiz, com uma serenidade muito grande no olhar, disse: 
- Vocês repararam que em meio à violência das ondas e à tempestade há, numa das fendas do rochedo, um passarinho com seus filhotes dormindo tranqüilamente? E os pintores sem entender responderam: 
- Sim, mas... 
Antes que eles concluíssem a frase, o juiz ponderou: 
- Caros amigos, a verdadeira paz é aquela que mesmo nos momentos mais difíceis nos permite repousar tranqüilos. 

Talvez muitas pessoas não consigam entender como pode reinar a paz em meio à tempestade, mas não é tão difícil de entender. Considerando que a paz é um estado de espírito podemos concluir que, se a consciência está tranqüila, tudo à volta pode estar em revolução que conseguiremos manter nossa serenidade. Fazendo uma comparação com o quadro vencedor, poderíamos dizer que o ninho do pássaro que repousava serenamente com seus filhotes, representa a nossa consciência. 
A consciência é um refúgio seguro, quando nada tem que nos reprove. E também pode acontecer o contrário: tudo à volta pode estar tranqüilo e nossa consciência arder em chamas. 

Direitos Humanos

Pingos nos "is"
Image
 Ao se dirigir ao presidente da Alemanha, Christian Wulff, no Palácio do Itamaraty, a presidenta Dilma Rousseff criticou o quadro de "violência intervencionista" nos conflitos no Oriente Médio e na África. Seu discurso sobre o tema é histórico, pois reafirma uma política externa brasileira independente, não intervencionista e multilateralista.

A presidenta criticou a ação militar respaldada pela Organização das Nações Unidas (ONU) na Líbia. "Os conflitos recentes na África do Norte e no Oriente Médio mostram que não há porque optar entre conformismo de um lado, violência intervencionista de outro. A realidade é mais complexa", afirmou a presidenta.

É bom lembrar que Brasil e Alemanha, ao lado de China, Rússia e Índia, abstiveram-se na votação do Conselho de Segurança que aprovou a zona de exclusão aérea ao país. A posição alemã gerou críticas de seus parceiros na União Europeia (UE).  Essa mesma intervenção militar na Líbia, que supostamente serviria para defender a vida de civis, resultou, na prática, em ataques aéreos constantes, vitimando a mesma população que pretenderia proteger.

Direitos humanos

Ao apoiar os rebeldes daquele país e tomar partido numa guerra civil, o Conselho de Segurança da ONU não se limita à justa e necessária defesa dos direitos humanos ou de populações civis desarmadas, indefesas e pacíficas. A presidenta defendeu uma análise mais profunda das causas dos conflitos na região, de forma que "soluções duradouras" sejam adotadas.

"Cada uma dessas situações depende de tratamento específico, atento às verdadeiras raízes dos problemas e à busca de soluções duradouras, que respeitem a soberania nacional, os direitos civis e os direitos humanos em todos os países da região, sem seletividade", disse.

A chefe do governo voltou a defender a reforma do Conselho de Segurança da ONU: "há base suficiente sobre a reforma que contemple a expansão dos assentos permanentes e não permanentes”.  Para a presidenta, só assim, com a presença de países que espelhem a nova relação de forças no mundo no Conselho ele será “mais efetivo, mais eficaz e, de fato, representará os interesses da humanidade".
Zé Dirceu

Mensagem do dia

[...] Reflexão

Uma jornalista ouviu falar de um judeu muito velhinho que ia todo dia ao Muro das Lamentações para rezar, duas vezes por dia, e lá ficava por muito tempo. 
 
Decidiu verificar. 
 
Foi para o Muro e lá estava ele, andando trôpego, em direção ao local sagrado.
 
Observou-o rezando por uns 45 minutos, quando ele resolveu sair, vagarosamente, apoiado em sua bengala, aproximou-se para a entrevista.
 
- Desculpe-me, senhor, sou Rebecca Smith, do CNN. Qual o seu nome?
 
- Morris Feldman - respondeu ele.
 
- Senhor, há quanto tempo o senhor vem ao Muro orar?
 
- Bem, há uns 60 anos.
 
- 60 anos! Isso é incrível! O que o senhor pede?
 
- Peço que os cristãos, os judeus e os mulçumanos vivam em paz. Peço que todas as guerras e todo o ódio terminem. Peço que as crianças cresçam em segurança e se tornem adultos responsáveis. Peço por amor entre os homens.
 
- E como o senhor se sente, pedindo isso por 60 anos?
 
- Me sinto como se estivesse falando com uma parede...

Mudar o mundo

Comece mudando a si mesmo. Ninguém muda o mundo se não consegue mudar a si mesmo ... 

Cuide da Saúde do Planeta. Não desperdice água, não jogue lixo no lugar errado, não maltrate os animais ou desmate as árvores. Por mais que você não queira, se nascemos no mesmo planeta, compartilhamos com ele os mesmos efeitos e conseqüências de sua exploração ... 

Seja responsável: não culpe os outros pelos seus problemas, não seja oportunista, não seja vingativo. Quem tem um pouquinho de bom senso percebe que podemos viver em harmonia, respeitando direitos e deveres ... 

Acredite em um mundo melhor. Coragem, Honestidade, Sinceridade, Fé, Esperança são virtudes gratuitas que dependem de seu esforço e comprometimento com sua Honra e Caráter. Não espere recompensas por estas virtudes, tenha-as por consciência de seu papel neste processo ... 

Tenha Humildade, faça o Bem, trabalhe. Não tenha medo de errar, com humildade se aprende, fazer o bem atrairá o bem para você mesmo e trabalhando valorizarás o suor de teu esforço para alcançar seus objetivos ... 

Busque a Verdade, a Perfeição, uma posição realista frente aos obstáculos, uma atitude positiva diante da vida... 

Defenda, participe, integre-se à luta pacífica pela Justiça, Paz e Amor. Um mundo justo é pacífico, e onde há paz pode-se estar preparado para viver um grande Amor ... 

Rodrigo Bentes Diniz

Brasil conquistou ‘alcance global’ nos últimos anos.

O ministro de Relações Exteriores, Antonio Patriota, diz que a melhora na avaliação sobre a influência do Brasil no mundo, verificada em pesquisa da BBC divulgada nesta segunda-feira, se deve ao modo com que o país se relaciona com as outras nações e à aprovação ao modelo de desenvolvimento brasileiro.

“Acho que podemos atribuir isso (a melhora na avaliação) a um modelo no Brasil que associa democracia com crescimento inclusivo, geração de emprego e também uma forma de interagir com o resto do mundo que é baseada em soluções diplomáticas para problemas, cooperação para reduzir a fome e a pobreza e cooperação para criar mais mecanismos democráticos para lidar com questões globais”, diz Patriota à BBC Brasil.

Segundo o ministro, nos últimos anos, o Brasil estabeleceu como prioridade “comunicar-se com o mundo”.

Essa postura implicou a abertura de embaixadas em vários países da África, Oriente Médio e Ásia Central, regiões onde a diplomacia brasileira ampliou consideravelmente sua atuação. De acordo com o Itamaraty, 52 missões brasileiras foram abertas nos últimos oito anos. Como resultado, hoje o Brasil mantém relações diplomáticas com 191 dos 192 países membros da ONU.

“Hoje acho possível dizer que o Brasil tem um alcance global verdadeiro”, afirma o ministro.

Patriota avalia também que a imagem mundial do país é favorecida por suas “relações exclusivamente pacíficas com o resto do mundo”.

“Não temos armas nucleares, não somos uma potência militar e não pretendemos ser uma. Nossa agenda é verdadeiramente uma agenda para a paz”, diz ele.

O ministro diz ainda que contam a favor do Brasil alguns elementos de “soft power” (poder suave, em inglês), expressão que designa a habilidade de um país em influenciar atitudes e posturas por meio de valores, instituições ou da cultura.

Entre esses fatores, ele cita o futebol brasileiro e as vitórias do país nas disputas para abrigar a próxima Copa do Mundo, em 2014, e os Jogos Olímpicos de 2016.
Pesquisa
Conduzida em 27 países, a pesquisa do Serviço Mundial da BBC revelou que as opiniões positivas sobre a influência do Brasil no mundo tiveram o maior salto entre as nações pesquisadas, passando de 40% a 49%.

Já as visões negativas sobre a atuação brasileira caíram três pontos percentuais, para 20%. Somente num país – a Alemanha – as opiniões negativas sobre o Brasil suplantam as positivas (32% a 31%).

O levantamento, coordenado pelo instituto de pesquisas GlobeScan/PIPA, foi feito entre dezembro de 2010 e fevereiro de 2011 com 28.619 pessoas, que opinaram sobre a influência de 16 países e da União Europeia.

BBC – O Estado SP

10 boas notícias

Vitórias sobre o crime, o terrorismo e os ditadores, no Brasil e no exterior, fizeram de 2010 um ano de esperança para milhões de pessoas
 
1. A paz avança nas favelas
A tomada do Complexo do Alemão, em novembro, foi o maior símbolo do avanço da legalidade no Rio de Janeiro (na foto, uma “mansão do tráfico”). Ainda resta muito a fazer, porém, para livrar a cidade da violência.

2. Fim da pandemia
A influenza A, conhecida como gripe suína, matou mais de 18 mil pessoas desde abril de 2009. Mais branda do que se temia, deixou de ser considerada pandemia pela OMS.

3. Retirada americana do Iraque

Sete anos após a ocupação, as tropas americanas deixaram oficialmente o Iraque no final de agosto. Ficaram, porém, milhares de soldados para ajudar na reconstrução do país.
Hugo Infante  
4. O resgate dos mineiros chilenos
Os 33 trabalhadores de uma mina que passaram dois meses presos a 700 metros de profundidade foram retirados com vida (acima). O resgate, em outubro, comoveu o planeta.

5. Chávez, enfim, tem oposição
Os adversários do presidente da Venezuela conseguiram mais de um terço das cadeiras do Congresso, nas eleições de setembro. Mas a tentação ditatorial ainda ameaça o país.

6. Derrotas das Farc

O governo colombiano praticamente aniquilou a guerrilha. Mono Jojoy, um dos líderes das Farc, foi localizado e morto graças a um aparelho instalado em sua bota.

7. Menos árvores caindo

O ano de menor desmatamento na Amazônia foi celebrado pelo governo brasileiro. Especialistas acreditam que o Brasil possa alcançar a meta de redução de 80% até o final da década.
Alberto Simon  
8. A Catalunha proíbe touradas
Será a primeira região espanhola a banir essa violenta tradição (na foto, o toureiro Julio Aparicio é atingido pelo touro opíparo numa arena de Madri, em maio deste ano; ele sobreviveu. O touro, não). A lei entrará em vigor em 2012
 
9. Cessar-fogo do ETA
O grupo separatista basco fez o anúncio em setembro. Em um vídeo divulgado pela BBC de Londres, o grupo diz que não vai realizar ações armadas em sua campanha para se separar da Espanha.

10. Libertação de Aan Suu Kyi

Vencedora do Prêmio Nobel de 1991, a líder da oposição em Mianmar foi libertada em 13 de novembro, depois de quase duas décadas de prisão domiciliar.

A paz perfeita

A paz está dentro de cada um de nós. Podemos estar rodiados de problemas, e mesmo assim ter tranquilidade, deixar nosso coração em paz para que possamos percorrer nosso caminho.Que todos nós possamos ter os corações calmos para ajudar nosso mundo que tanto precisa de paz.


Havia um rei que ofereceu um grande prêmio ao artista que fosse capaz de
captar numa pintura a paz perfeita. Foram muitos os artistas que tentaram. O
rei observou e admirou todas as pinturas, mas houve apenas duas de que ele
realmente gostou e teve que escolher entre ambas. A primeira era um lago
muito tranqüilo...um espelho perfeito onde se refletiam plácidas montanhas
que o rodeavam. Sobre elas encontrava-se um céu muito azul com tênues nuvens
brancas. Todos os que olharam para esta pintura pensaram que ela refletia a
paz perfeita. A segunda pintura também tinha montanhas...mas estas eram
escabrosas e estavam despidas de vegetação. Sobre elas havia um céu
tempestuoso do qual se precipitava um forte aguaceiro com faíscas e
trovões...tudo isto se revelava nada pacífico. Mas quando o rei observou
atentamente reparou que atrás da cascata havia um arbusto crescendo de uma
fenda na rocha. Neste arbusto encontrava-se um ninho. Ali, no meio do ruído
da violenta camada de água, estava um passarinho placidamente sentado no seu
ninho. Paz Perfeita! Qual pensas que foi a pintura ganhadora? O rei escolheu
a segunda...mas por quê? O rei explicou: "Paz não significa estar num lugar
sem ruídos, sem problemas, sem trabalho árduo ou sem dor. Paz significa que,
apesar de se estar no meio de tudo isso, permaneçamos calmos no nosso
coração. Este é o verdadeiro significado de Paz.


Lembrem-se a paz está no seu coração.

PAZ ENTRE COLOMBIA E VENEZUELA

DERROTA PARA O URIBISMO TUCANO 

Álvaro Uribe despediu-se do poder regurgitando provocações contra Chávez, que o ignorou. 
A tentativa algo desesperada de impedir que o belicismo desagregador personificado por ele virasse passado na política regional não deu certo. 
Nem bem a cadeira presidencial esfriou, seu sucessor, Juan Santos, recebeu o venezuelano para restabelecer a paz nas relações bilaterais. 
A atitude madura reforçada pela intermediação cuidadosa da Unasul, através de Nestor Kirchner, adiciona um caminhão de más notícias à candidatura do presidenciável brasileiro, José Serra. 
Esganado pela mão dupla de uma economia que bate recordes sucessivos na geração de empregos e tem um Presidente com 80% de aprovação, interessaria ao tucano vocalizar o uribismo no ambiente eleitoral brasileiro. 
Seu parceiro de chapa e idéias, Índio da Costa, e o back-vocal obsequioso da mídia demotucana, foram insuficientes, porém, para emplacar o delirante enredo que insinuava a existência de um ‘eixo do mal’ latinoamericano, formado por guerrilheiros das Farcs, tráfico, o PT e, claro, a candidatura apoiada por Lula. Era o título pronto de um filme à moda Stallone: ‘Uribe e Serra contra o Mal’: 
Eles cortam cabeças de pessoas’, disse o ex-governador de São Paulo na pré-estréia. 
O reatamento das relações entre Venezuela e Colômbia indica que o trem da paz pode incorporar uma solução política para o futuro das Farcs. 
O rápido avanço das negociações no ambiente pós-Uribe avulta a desconcertante inadequação e o esférico despreparo da dupla Serra & Índio para liderar o mais influente guarda-chuva econômico e político de uma convergencia regional assentada na paz e na cooperação: 
a chefia do Estado brasileiro.
 

L3R ? 3NT40 CL1K N0 4NÚNC10 QU3 T3 1NT3R3SS4 ! 4GR4D3Ç0 !

O Brasil não apoia o Irã; apoia a paz

Entrevista com Celso Amorim, ministro de Relações Exteriores.

Celso Amorim: Li agora o documento entregue na ONU; de maneira nenhuma ele procura isentar nenhum país de nada, pelo contrário, o objetivo é tornar as recomendações dos órgãos de direitos humanos mais fáceis de implementar. Diz apenas que o método usado até agora, só condenação aos países, não foi efetivo, não mudou a situação de nenhum país. E há o fato de que as condenações são muito concentradas em uma ou duas regiões. Quando se leu alguma resolução sobre Guantánamo, ou algum país que permitiu que seus serviços de inteligência transferissem presos para lugares onde seriam torturados? Ninguém nasceu ontem, [o mecanismo] existe para certos casos e certos países.
Valor: Todos os países passam por revisões no Conselho…
Amorim: O Brasil lutou muito para ter esse mecanismo universal, todos passam por isso: Brasil, Coreia, Irã, EUA. No documento levado a Genebra se fala em mecanismo para ver se as ações recomendadas podem ser implementadas; vai ter até quem o veja como intrusivo, porque pede informativos, visitas aos países por delegações de Estados-membros, estratégias para implementação das recomendações dos mecanismos de revisão periódica, como implementar recomendações dos outros mecanismos de direitos humanos…
Valor: A questão direitos humanos ganhou fôlego por que…
Amorim: Porque é misto de má fé e ignorância. Ignorância porque não sabem como as coisas correm na realidade da vida, que países aliados militares de outros ficam totalmente isentos. Não vou dar exemplos, não quero romper relações diplomáticas, mas todo mundo sabe disso. Falei há pouco de Guantánamo porque até o presidente Obama falou; e os países cujos serviços de inteligência foram usados para levar presos, isso está noticiado. Não queremos dar refresco para nenhum país, queremos uma maneira que melhore, não para que os que tem complexo de culpa possam botar diploma na parede e dizer: condenei, e não mudar nada. O que me choca é a falta de interesse em melhorar de fato a situação de direitos humanos.
Valor: Mas Cuba e Irã são dois países onde…
Amorim; A mídia está totalmente errada ao dizer que o Brasil apoia o Irã. O Brasil não apoia o Irã. O Brasil apoia a paz, procurou um acordo proposto pelos países ocidentais em relação a energia nuclear, evitar armas nucleares.
Valor: Mas o presidente Lula faz declarações de apoio aos países, como quando compara oposição iraniana à torcida de futebol, diz ser avacalhação intervir por uma condenada à morte por adultério, diz que pode abrigá-la se ela estiver incomodando…
Amorim: Estamos trabalhando pelos direitos humanos, mas nossa maneira de agir é diferente de outros que fazem da hipocrisia sua maneira de principal instrumento. Condenam publicamente e financiam privadamente, em muitos casos.
Valor: Citaria um exemplo?
Amorim: Não.
Valor: Especialistas dizem que o Brasil emite sinais ambíguos, dá impressão de ser advogado dos interesses iranianos…
Amorim: Isso é imaginação, invenção das pessoas. Peguem os comentários feitos pelo Brasil sobre as exposições iranianas no Conselho de Direitos Humanos e verão que há muitas críticas e recomendações. Está disponível.
Valor: Pode citar algumas?
Amorim: Várias: condenação à pena de morte para menores, sobre a situação da mulher. Agora, o Irã, com todos os defeitos, convidou a alta comissária de Direitos Humanos para ir lá, e ela não foi até agora, deve sofrer pressão de alguém para não ir. Não propomos refresco para ninguém. Os métodos tradicionais não funcionam, precisamos encontrar métodos eficazes, e entre eles existe a maneira como implementar as recomendações dessa revisão universal. Isso não é notícia nova sequer, há uma fabricação com objetivos políticos, no noticiário.
Valor: Não só os jornais, as ONGs também se queixam do Brasil….
Amorim: As ONGs estão em sua missão de fiscalizar, como as de meio ambiente, que falam coisas que a gente não concorda, depois nos elogiam. A maneira como encaramos o processo, essa ideia da revisão periódica universal, eu defendi em Genebra, no governo FHC, justamente porque se pretendia tratar com isonomia, não permitir a politização, porque países entravam e outros não.
Valor: Na Guiné Equatorial o senhor falou em negócios; seria tradição de isolar a economia do tema de direitos humanos?
Amorim: Um jornalista me fez uma pergunta, foi totalmente distorcida, sobre negócios com o país. Eu disse: qual manteiga você comprou hoje? Quais companhias de petróleo operam aqui? Não quer dizer que esteja endossando o governo. Não quis dizer que isso guia nossa diplomacia, mas que não se pode confundir as coisas. A manteiga era francesa, as companhias de petróleo, americanas.
Valor: Outra crítica é que o Brasil se propõe a atuar como mediador…
Amorim: Não estamos propondo não, os outros países nos procuram. O presidente da Síria esteve aqui, o [presidente da Autoridade Palestina] Mahmoud Abbas, o presidente de Israel e o presidente do Irã estiveram aqui.
Valor: E na América do Sul, onde o Uruguai pediu em vão ajuda na crise com a Argentina pela instalação de papeleiras na fronteira?
Amorim: Só podemos ajudar quando os dois lados estão interessados, senão em vez de ajudar prejudica. No caso iraniano, recebemos estímulos de países ocidentais e outros para continuar na trilha e tinha óbvios interesses no Irã. Óbvio interesse dos dois lados.
Valor: No caso de palestinos e Israel não havia tanto interesse…
Amorim: Essas coisas têm de ser levadas com delicadeza. Há movimentos sendo feitos, no caso eu, pessoalmente, em decorrência até de pedido de Israel.
Valor: A aproximação com a Síria?
Amorim: Não vou dar detalhes, estive na Síria, Palestina, em Israel. E Turquia.
Valor: O Brasil não poderia ser mais ativo no Mercosul? E as queixas dos uruguaios?
Amorim: Não agimos com imposição, não faz parte de nossa atitude. Há mecanismos persuasórios, mas se não funcionam não adianta forçar, tem de esperar que o momento ocorra.
Valor: A reunião do Mercosul avançou com uma agenda que estava paralisada?
Amorim: O ministro não pode estar o tempo todo presente; lançam-se linhas de ação e elas avançam. Coisas que pareciam impossíveis ocorreram, houve o código aduaneiro, eliminação dos cronogramas, acordo de livre comércio com o Egito, o primeiro com país em desenvolvimento – além do que o Egito por si mesmo é país importante para nós. Tivemos uma coisa que não é comercial, mas é importante, o de gestão do aquífero Guarani. Só podemos exercitar plenamente nossa soberania mediante acordos de cooperação entre os quatro países.
Valor: Mas não falta, como reconheceu na reunião, um cronograma para acabar com as exceções à tarifa comum? Como aplicar um código nas alfândegas com tantas diferenças de tarifa?
Amorim: Uma coisa pressiona a outra, é positivo. A inexistência de uma tarifa externa comum faz com que o mercado comum não se realize plenamente, dificulta até negociações externas. Não se consegue isso de um dia para o outro, mas se fizermos um cronograma -não quero botar números, dez anos, quinze anos que sejam, e umas exceçõezinhas para o final – teremos mecanismo de cobrança sobre nós mesmos . Vamos conseguir dessa vez? Foi grande êxito a reunião, vai até ficar difícil para o Brasil agora porque muitas coisas que estavam represadas saíram. Temos de começar outras iniciativas.
Valor: Os chanceleres e presidentes discutiram as exceções à tarifa externa na última reunião?
Amorim: Falei na minha apresentação. Não houve discussão, estávamos muito concentrados em resolver nossos problemas. No último momento sempre há questões complexas. Até o ultimo momento estávamos empenhados em uma solução razoável para esse problema naquela reunião.
Valor: Era a reivindicação argentina de incluir impostos de exportação no código?
Amorim: Não necessariamente o da Argentina, o Brasil aplicou por muito tempo imposto sobre exportação de couro wet blue…
Valor: O Mercosul vai manter práticas como esse imposto de exportação?
Amorim: A medida em que a gente evolua para uma tarifa externa comum para valer, elimine a dupla cobrança da TEC, trabalhe para eliminar subsídios internos, não faz sentido ter imposto de exportação interno, mas isso será uma evolução.
Valor: Na crise Venezuela e Colômbia, um dos problemas é a presença dos guerrilheiros das Farc na fronteira; não é um problema regional a ser atacado?
Amorim: As Farc nascem de qualquer maneira dentro da Colômbia, qualquer atitude tem de ser combinada com o governo colombiano. Não significa que não vamos melhorar o policiamento na fronteira, isso aliás vale para os dois lados. A ideia do Conselho de Defesa da Unasul é também poder trocar de informação, ter medidas de criação de confiança, incluir medidas desse tipo, certamente com o repúdio a grupos armados sobretudo ligados ao narcotráfico.
Valor: Uribe desmoralizou a Unasul ao preferir denunciar na OEA a presença das Farc na Venezuela?
Amorim: Não desmoralizou, primeiro porque não é problema do Conselho de Defesa; quando se trata de denúncia é problema político. O Conselho é para encaminhar soluções ou que previnam que se chegue a esse ponto (de crise diplomática) ou para encaminhar alguma decisão política. Uma ação de um país não pode desmoralizar uma organização. O presidente Uribe tem direito de fazer a opção que quiser, também é membro da OEA, mas é muito mais provável conseguir solução na Unasul que na OEA.
Valor: Defende a ideia de mecanismo conjunto de fiscalização das fronteiras na região
Amorim: Pode ajudar, mas pode ser bilateral, vamos respeitar as sensibilidades; essas coisas não podem ser impostas.
Valor: Que metas o governo tem para o fim do governo?
Amorim: Resolver bem o que começamos. Sempre disse que o Brasil, até para atuar fora da região, precisa que a região esteja bem organizada e bem integrada. Demos passos importantes, não definitivos, não resolvem os problemas, temos de avançar mais. Não é eliminar as exceções; é como chegar a uma plena tarifa do Mercosul num numero X de anos. Tem sentido não ter acordo de compras governamentais que deem ao Mercosul uma preferência real? Temos de ter acordo de serviços mais amplo, maior liberalização, dar tratamento nacional às empresas do bloco em todos os países. Em vez de negociar setorzinho por setor será que não devemos ter meta para definir, que devem ser alcançadas? Talvez agora, com o fim do nosso governo, esteja na hora de pensar grande novamente no futuro. Essas metas temos de buscar.
Valor: Pode-se fechar o acordo de livre comércio com a União Europeia neste ano?
Amorim: Não quero fazer previsões. Se forem pessimistas, tornam-se auto-cumpríveis; se muito otimistas, dirão que é a proverbial ingenuidade do Itamaraty. Vamos trabalhar, ver até onde avançamos. Acho que dá para avançar, mas, realisticamente, concluir negociação neste semestre, não sei. Aguardamos a resposta deles para nossa oferta agrícola.
Valor: O que há entre EUA e Brasil para Lula falar em decepção com Barack Obama?
Amorim: Não posso fazer juízo assim, o presidente Obama é bem intencionado, muito importante para a política interna dos EUA, foi positivo o que fez na saúde, na disciplina dos bancos, Mas a política americana é complexa, parece não poder tratar de muitos assuntos ao mesmo tempo. Talvez o que o presidente Lula fale é da necessidade de maior compreensão do que é e como mudou a América Latina.
Valor: O embaixador José Botafogo diz que a diplomacia aponta uma série de tarefas, mas confunde importância com prioridade. Se tudo é prioridade, desperdiça esforços.
Amorim: Quando o [secretário-geral do Itamaraty, Antônio] Patriota vai a um determinado lugar me sinto representado. Tanto que esses avanços todos no Mercosul foram obtidos na minha ausência. Quando há necessidade, pode ter certeza de que estamos presentes, como no caso do código aduaneiro no Mercosul.
Valor: O senhor atuou diretamente?
Amorim: Me lembrei de problema parecido, no acordo Trips [direito de propriedade intelectual] da OMC. Garantimos que o assunto fosse mencionado, mas que cada um pudesse considerar-se representado.
Valor: Ministro, já decidiu o que fará no próximo governo?
Amorim: Minha vida não se mede por governos.
Valor: Em 2011, permanece no ministério? Falou com a candidata de seu partido?
Amorim: Não conversei, nem vou criar esse tipo de constrangimento para ela. Uma coisa garanto: não vou criar constrangimento a ninguém. E estou tomando providências: vou dar aulas na UFRJ. Não estou em idade de ensinar teoria, os mais jovens devem saber mais, mas posso transmitir experiência. Outra coisa minha mulher já fez: pedimos o apartamento nosso no Rio, em Copacabana que já está alugado

L3R ? 3NT40 CL1K N0 4NÚNC10 QU3 T3 1NT3R3SS4 ! 4GR4D3Ç0 !