Lula em alta

Não há dúvida de que o Brasil está entre alguns dos poucos países emergentes que poderão superar a fase econômica negativa em menor tempo. ´O resultado frustrou as expectativas dos pessimistas´ - comemorou, otimista, como sempre, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, acrescentando: ´Nesse caso, não tinha nenhuma projeção minha, mas o mercado inteiro não acertou. Todos previam um resultado negativo maior do que estamos anunciando´. Em comparação com o 4º trimestre, a maior redução foi na indústria (-3,1%), seguida pela agropecuária (-0,5%).

Apesar disso, a pesquisa Ibope/CNI revela que caiu de 19% para 16% a desaprovação do governo de Lula.

A pior avaliação negativa do governo do petista ocorreu em setembro e dezembro de 2005, quando 32% dos entrevistados o tinham como ruim/péssimo.

A aprovação à forma como Lula administra o país também cresceu de 78%, no levantamento de março, para 80%, nesse mês de junho.

O percentual da nova pesquisa foi igual à que foi feitas pelo Ibope para a CNI, em setembro de 2008, mas ainda é menor do que a sondagem realizada em dezembro do ano passado, quando Lula teve 84%.

O Nordeste é o campeão de aprovação ao presidente Lula, registrando 92%, enquanto o Sul exibe o menor índice, de 66%.

No Sudeste, a avaliação positiva do presidente está em 77%, enquanto que no Norte e no Centro-Oeste, é de 81%.

A alta popularidade do presidente demonstra que ele tem condições políticas para influir na próxima disputa sucessória presidencial, mesmo apresentando uma candidata novata, sem cancha, como a ministra Dilma Rousseff, a chefe da Casa Civil da Presidência.

Tarcisio Holanda

Acontece


O Brasil não está em recessão

Para começo de conversa, a economia brasileira não está em recessão. Já não está mais e, na verdade, ela sequer entrou - "em recessão técnica". O crescimento em diversos setores já recomeçou desde abril, o início do segundo trimestre do ano.

No primeiro trimestre de 2009, com as quedas de 0,8% comparado com o último trimestre do ano passado e de 1,8% comparado com o primeiro trimestre de 2008, o sinal é de que nem entraremos na chamada "recessão técnica", e de que vamos, sim, crescer já no segundo semestre desse ano.

Parte da explicação para essa melhora está na ampliação dos serviços, setor responsável por 60% da economia e que cresceu 0,4% no primeiro trimestre contra uma queda de 0,4% no último trimestre de 2008.

Ao lado disso, está o consumo que se sustenta no crescimento do emprego e da massa salarial, com um aumento de 5,2% comparado com o mesmo trimestre de 2008. Também, para reforçar essa tendência (de retomada do desenvolvimento), o consumo das famílias subiu 0,7% em comparação a 2008, depois de ter caído 1,8% no último trimestre do ano passado.


Logo, nossa economia pode crescer esse ano e retomar no próximo sua rota de crescimento acima de 4%, com a criação de 2 milhões de empregos por ano. Isso significa que, realmente, o Brasil estava preparado para enfrentar uma crise das proporções internacionais - financeira e econômica - dessa que derrubou o crescimento e o comércio em nível mundial.

3º mandato e otimismo

Terceiro mandato

Por mais que Lula desminta intenção de disputar terceiro mandato, a imprensa, todo o dia, o combate por isso. Ela cria o factóide e se aproveita de sua invenção para malhar as intenções presidenciais. É porque sabe que se ele entrasse no páreo, com os 81% de popularidade de que desfruta, deixaria todos, Serra e Aécio no chinelo. Odiado da mídia, é o querido das multidões.

Otimismo

Lembram-se de FHC e colunistas amestrados cobrando de Lula quando se delineou a crise internacional que ele combateu, não só com medidas certas, como também com o otimismo necessário? Ela vinha destruir o Brasil e arruinar a popularidade de seu presidente, segundo o desejo dos tucanos. Até agora isto não aconteceu.
Lustosa da Costa

Selic - Por que não 9%?

Com a inflação andando de lado, com o câmbio em ponto morto, com o óleo diesel mais barato e com a economia voltando a engatar a primeira marcha, todos os holofotes voltam-se, nesta quarta-feira, 10 de junho, para a tesoura do Banco Central.

De quanto será o novo corte na taxa básica de juros? De meio ponto percentual? De 0,75 pp? Por que não de 1 pp? Há quem defenda um corte de 1,25 ponto, rebaixando a crista da Selic de 10,25% para 9% ao ano.

Pela primeira vez na história da Selic, taxa nominal de um dígito. Mas ainda taxa real de 5%, das mais elevadas no planeta capinanceiro.

Nos 30 maiores emergentes, a taxa real média é hoje de 2,76% ao ano. Nos 30 países mais desenvolvidos, ela está negativa em 1.,4%. Assim sendo, rebaixando a Selic para 9% na noite deste dia 10, o Banco Central nada mais estará fazendo que sua obrigação técnica. O que lhe daria munição política para cobrar redução mais ousada também dos juros bancários para produção, giro e consumo.

Ainda é do Brasil o crédito bancário mais curto e mais caro do mundo - antes da crise, durante a crise e neste pós-crise.

Freud explica? Nem Friedman!

O resto é sinistrose

São as águas de março fechando a recessão. Saiu o PIB do primeiro trimestre; havia quem apostasse em retração de até 3% e não deu nem 1%. O recuo ficou em 0,8%, por obra e desgraça do setor industrial, com encolhimento de 3,1%. No quarto trimestre de 2008, quando a marolinha quase virou maremoto, recuo de 3,6%.

Ocorre que já estamos fechando o primeiro terço de junho, virada do semestre, com pinta de PIB no azul, desde abril. Ou seja: nosso fundo do poço foi mesmo lá em março.

Agora, chega de retrovisor. Vamos ligar nossos faróis de neblina na cerração do segundo semestre, para vislumbrar até dezembro um PIB gregoriano em expansão.

Quem sabe, algo em torno de 2%, contra apostas recentes de crescimento zero ou mesmo recessão de quase 1%.

Ou seja: mais uma vez a comprovação daquilo que estamnos dizendo desde janeiro - a crise dura nove meses. No Brasil e no mundo.

Todas as crises, desde os anos 80, não passaram disso. A biruta já virou. O Brasil já melhorou e o mundo todo - ou quase - já parou de piorar.

O resto é sinistrose - cenários alarmistas produzidos por analistas alarmados. Comigo não, violão.

Selic de hum dígito

Confirmado o recuo de 0,8 do PIB, qual a aposta do mercado financeiro sobre o corte da taxa de juros - selic - ?

"Banco Central deve reduzir corte da taxa de juros"

Como sempre os porta-voz dos rentistas e agiotas nacionais e internacionais cumprem com maestria o papel de defensores da agiotagem.

Se o Banco Central pensar no Brasil a queda anunciada hoje deve ser de no mínimo 1,5%. Menos que isso é pouco, muito pouco, é mais um erro na postura ultra-conservadora do BC.

Porém se a queda for de apenas 0,75%, pela 1ª vez na historia do Brasil, a selic será de hum dígito. É algo que podemos comemorar.

Mas, desejamos e devemos cobrar, exigir que o investimento, a economia real, o trabalho seja mais importante valorizado que a especulação financeira, o rentismo, a agiotagem.

Tenho dito!