Dilma mostra sintonia com prefeitos


Dilma Rousseff, afirmou nesta segunda-feira (10), durante encontro com a Associação dos Prefeitos do Rio de Janeiro, que tem bastante experiência administrativa porque começou sua carreira como secretária municipal e conhece as dificuldades dos municípios brasileiros. Segundo a direção do PT no Rio, 87 prefeituras estavam representadas no encontro. 

“Eu, de fato, não disputei eleição, mas tenho longa trajetória de defender o Brasil", afirmou. "Nesse sentido quero dizer a vocês que comecei a minha vida com os prefeitos, como secretária da Fazenda de Porto Alegre. Então, em conheço os dramas e as tragédias que a falta de recursos e de ajuda podem gerar. Isso é algo muito importante na minha formação, eu conheço os municípios. Participei da luta dos municípios na época mais difícil em 1985, quando a gente não tinha dinheiro para nada.”

Dilma ressaltou novamente o governo Lula não é uma continuidade do governo do PSDB, porque tirou o país da estagnação econômica e da posição de escravo do FMI. “Quando eles falam que o governo Lula só deu continuidade ao governo anterior é mentira. Antes estávamos de joelhos, porque o FMI não permitia investimentos. Estávamos de joelhos porque qualquer sopro de crise derrubava o país”, disse.

Segundo ela, o país vive uma nova era de crescimento que permitiu a saída de 24 milhões de pessoas da linha da pobreza extrema e elevou outros 30 milhões para a classe média. A pré-candidata lembrou que em 2002 os brasileiros tinham esperança em relação ao governo Lula, mas esse sentimento ainda estava nascendo e não tinha base real. Agora, segundo Dilma, é diferente.

“Acho que o discurso que marcou a campanha de 2002, o da esperança, ainda era muito difuso, porque não tinha base real. Era um projeto que estava nascendo. Hoje, temos esperança baseada em conquistas reais, num nível de formalização do mercado de trabalho. Vamos concluir o governo criando quase 14 milhões de empregos, esperança de tirar 24 milhões de brasileiros da miséria, elevando 31 milhões para a classe média. Não podemos tergiversar, hoje se abriu uma janela de oportunidades e sobretudo a vida das pessoas mudando”, argumentou.

Debate em Minas


Na semana passada, Dilma também mostrou-se propositiva e segura no debate das principais demandas dos municípios. No 27º Congresso Mineiro de Municípios, ocorrido em Belo Horizonte, Dilma arrancou aplausos ao lembrar conquistas do governo Lula que beneficiaram o país, estados e municípios.

Citou como exemplo o pagamento da dívida brasileira junto ao Fundo Monetário Internacional (FMI). "Em 2002, quem acreditaria que hoje eu podia chegar aqui e dizer pra vocês, pois é, nós pagamos a dívida externa, nós somos credores internacionais, temos 243 bilhões de reservas e hoje emprestamos pro FMI de quem éramos credores... Nós tiramos 24 milhões da pobreza, tiramos e elevamos para a classe média, 31 milhões de pessoas."

O público composto por cerca de 400 autoridades, a maioria prefeitos mineiros, demonstrou ânimos exaltados por diversos momentos. Dilma Rousseff foi diversas vezes aplaudida, como ao lembrar que o Brasil foi um dos primeiros países a sair da crise internacional de 2009. Dilma afirmou que as ações adotadas pelo governo para combater os efeitos da crise foram negociadas com os governadores e prefeitos.

Segundo ela, todos perderam em arrecadação de impostos quando o governo federal reduziu o IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) para incentivar o consumo, mas, em contrapartida, o Brasil foi o primeiro país a sair da crise mundial.

“Foi um processo negociado. Pela primeira vez o governo era parte da solução e não do problema. Antes havia crise e o governo quebrava. Não fizemos o impossível, mas o nosso possível é a recuperação econômica, 14 milhões de empregos e crescimento a taxas como nunca antes. Cada um de nós deu a sua parcela. Todos perderam arrecadação, mas fomos o primeiro país a sair da crise”, disse Dilma, sob aplausos.

Para ela, a reforma tributária pode para aumentar a competitividade do Brasil, gerando ainda mais empregos. “Nós saímos de um momento de estagnação, desigualdade e desemprego [na década de 1990]. Estamos em uma nova era de prosperidade. Fazer a reforma tributária é garantir que o país seja mais competitivo. É garantir mais transparência para todos.”

Outro destaque foi ao citar que 24 milhões de brasileiros saíram da pobreza e 31 milhões migraram para a classe média desde 2003.

Dilma destacou ainda o Programa de Aceleração do Crescimento, o PAC 2; o programa Minha Casa Minha Vida; a construção de creches. Em relação às parcerias com as prefeituras, Dilma salientou que o governo federal mantém uma relação igualitária. “Nos pautamos pelo respeito, e por transformar a nossa relação em uma relação qualificada. Isso se expressa em todos os programas que desenvolvemos”.

A pré-candidata defendeu ainda a parceria entre governo federal, estados e municípios para superar as dificuldades como a questão do saneamento básico (rede de água e esgoto) no país. 

Ofélia ataca novamente

A decantação dos fatos


Jarbas Vasconcelos (PMDB -PE),  homem de confiança de Serra:
"O Bolsa Família é o maior programa oficial de compra de votos do mundo"
(VEJA 18-02-2009)
Roberto Freire (PPS) , braço-direito de Serra para ataques a Lula, ao PT e à CUT
 [o Bolsa Familia]  obedece a uma funcionalidade conservadora, que apenas perpetua a pobreza e a miséria, mantendo o status quo". 
(28-09-2009)
Deuzeni Goldman, esposa de Alberto Goldman,  atual governador de São Paulo:
"O Bolsa Família dá dinheiro mensal para a pessoa se acomodar"
(Folha, 04-04-2010)

Serra
‘[o Bolsa Família] não só vai ser mantido, como vamos procurar maneiras de fortalece-lo ..'
(entrevista à  Rádio Jornal, de Pernambuco; 13-04)


Folha os recursos para o ‘Renda Cidadã [o  Bolsa Família tucano] tiveram um corte de 38%, de 2008 para 2009. No ano eleitoral de 2006, o programa atendia a 160 mil famílias; caiu para 137,3 mil em 2009... (09-05)
Lula:
"no Estado mais rico da federação, a única política social que há é feita pelo governo federal; aqui em São Paulo mais de 1,1 milhão recebem o Bolsa-Família..."
(Discurso no 1º de Maio de 2010)

ONU 
"O Brasil alcançou todos os objetivos do Milênio (Metas do Milênio de redução da fome e da pobreza) ...; demonstrou ao mundo que lutar contra a fome tem um significado econômico. [cria] empregos e crescimento , disse Josette Sheeram, da ONU, na entrega do título de Campeão Mundial na Luta Contra a Fome" ao Presidente Lula ( 10-05)

Enfim, um candidato de oposição


Serra critica BC, Telebrás, Belo Monte, Mercosul…
Tucano diz que política de juros está errada e que PT aparelhou Estado
Após um mês de críticas e elogios ao governo Lula, o précandidato tucano à Presidência, José Serra, adotou ontem discurso abertamente oposicionista.
Em entrevista à rádio CBN, criticou o Banco Central e disse que o órgão errou quando não baixou os juros.
Atacou a usina de Belo Monte, o Mercosul e a Telebrás. Disse que o PT aparelhou o Estado.
Mas que Lula reduziu o clima de terrorismo ao afirmar que nada anormal acontecerá, independentemente do eleito.
Depois, contemporizou e disse que é preciso diálogo entre o Planalto e o BC. E que não dá para ter bom humor às 8h, quando ocorreu a entrevista.
Na foto, Serra é socorrido por assessores para não cair na escada rolante que parou abruptamente
A DISCUSSÃO NA RÁDIO CBN – O GLOBO pag. 3
Durante a entrevista, Serra se irritou com uma pergunta da colunista Míriam Leitão. Ele acabou dizendo que o Banco Central não é a Santa Sé, no sentido de que não é intocável. Não foi um bom momento para o candidato: além da irritação que mostrou com a pergunta, a Igreja Católica vive uma de suas piores crises, com denúncias de pedofilia no mundo todo. A seguir, o trecho da entrevista:
MÍRIAM LEITÃO: A grande dúvida na economia é se o senhor vai respeitar a autonomia do Banco Central.
O senador Sérgio Guerra já disse que o senhor mudaria a política cambial e monetária, depois tentou se explicar, mas ficou essa dúvida no ar. A dúvida também é por declarações suas feitas no passado e por declarações feitas agora também. A sensação que se tem é que, se por acaso o senhor for eleito, vai ser também o presidente do BC. Queria saber isso.
JOSÉ SERRA: É brincadeira (dizer) que eu, eleito presidente da República, vou ser presidente do BC. É preciso não me conhecer. Quem faz um rumor assim é (por) falta de assunto, desejo de criar outros problemas.
MÍRIAM: O senhor respeitará a autonomia do BC?
JOSÉ SERRA: A questão dos juros, a questão do câmbio…
Ninguém, em sã consciência, pode defender a posição de que, quando há condições para baixar a taxa de juros, o BC não baixa, (e que isso) está certo. Isso não significa infalibilidade. A questão do tripé famoso que veio do governo passado que, se não me engano, fui eu até que apelidei de tripé (câmbio flutuante, responsabilidade fiscal e meta de inflação) veio para ficar.
Não baixar os juros num contexto em que não tinha inflação simplesmente foi um erro. As pessoas que conhecem melhor, mesmo dentro do mercado financeiro, sabem disso.
Agora, se alguém se assusta porque eu acho que a taxa de juros deve cair quando a inflação está caindo, quando tem quase deflação, é porque tem uma posição muito surpreendente do ponto de vista dos interesses do Brasil.
Por outro lado, a mesa da economia brasileira, que estava no chão, eu ajudei a erguer. Todo mundo que me conhece sabe que eu não vou virar a mesa coisa nenhuma.
MÍRIAM LEITÃO: Mas a dúvida é exatamente esta.
Quando o senhor fala que foi um erro do BC, se por acaso o senhor for presidente …
SERRA: Espera um pouquinho.
MÍRIAM: Deixa eu completar a minha pergunta.
SERRA: Espera um pouquinho. O Banco Central não é a Santa Sé. Você acha isso, sinceramente, que o Banco Central nunca erra? Tenha paciência.
MÍRIAM: Governador, deixa eu fazer a minha pergunta.
SERRA: Agora, quem acha que o Banco Central erra é contra dar condições de autonomia e trabalho ao Banco Central? Claro que não. Agora, de repente, monta-se um grupo que é acima do bem e do mal, que é o dono da verdade… e qualquer criticazinha já vem algum jornalista, já vem o outro, e ficam nervosinhos por causa disso. Não é assim. Eu conheço economia, sou responsável, fundamento todas as coisas que penso a esse respeito. E, a esse propósito, você e o pessoal do sistema financeiro podem ficar absolutamente tranquilos que não vai ter nenhuma virada de mesa.
MÍRIAM: Governador, deixa eu fazer a minha pergunta que eu não consegui completar. A questão não é se o BC é infalível; ninguém é. Mas se o senhor, quando se deparar com um erro do BC, caso seja presidente, ficará apenas com sua opinião ou vai interferir. A questão não é a taxa de juros.
SERRA: Imagina, Míriam, o que é isso? Mas que bobagem.
O que você está dizendo, você vai me perdoar, é uma grande bobagem.
Você vê o BC errando e fala: “Não, eu não posso falar porque são sacerdotes.
Eles têm algum talento, alguma coisa divina, mesmo sem terem sido eleitos, alguma coisa divina, alguma coisa secreta tal que você não pode nem falar: Ó, pessoal, vocês estão errados”. Tenha paciência.
***

Merval Pereira
“Depois de um período em que navegou em mar de almirante, quase sem cometer erros e claramente ditando o rumo da pré-campanha, o candidato tucano, José Serra, ressuscitou o político ranzinza que estava adormecido dentro dele e saiu ontem com três pedras na mão para responder a uma pergunta da jornalista Míriam Leitão na entrevista que concedeu à rádio CBN.
A pergunta, sobre se manteria a autonomia do Banco Central, nada tinha de ofensiva, e mesmo a referência ao fato de que muita gente acha que Serra quererá ser também o presidente do Banco Central, se for eleito presidente, referia-se a um comentário frequente, que o candidato tem que esclarecer porque se trata de uma característica que lhe atribuem, a centralização das decisões, que pode ser crucial para a definição do eleitorado.” (começo da coluna de Merval Pereira, no jornal O GLOBO)

LIBERDADE PARA AS CAMPANHAS


Ainda bem que os tucanos deixaram sair pelo ralo a sugestão de um alto emplumado para denunciar o presidente Lula por propaganda eleitoral antecipada... na Espanha. Seria mesmo um absurdo se  o Tribunal Superior Eleitoral aceitasse multar  o primeiro-companheiro por haver concedido entrevista ao jornal “El País”, onde sustentou a candidatura Dilma Rousseff e declarou não ver a possibilidade de perder a eleição.

Fora esse lampejo de bom-senso, porém, tanto o PSDB quanto o PT, do outro lado, insistem em levar os adversários à Justiça, sob a alegação de fazerem campanha antes da hora. Além de farisaísmo, é pura burrice ficarem   agredindo um ao outro por conta do óbvio. O presidente Lula já foi multado duas vezes, os tucanos tiveram de alterar programas de televisão,  José Serra precisou mobilizar advogados e Dilma Rousseff,  também. Tudo porque praticam o  mais simples dos postulados eleitorais, ou seja, fazem campanha.

Ora bolas, alguém duvida de que o ex-governador e a ex-ministra sejam candidatos? Haverá como impedi-los de viajar pelo país, de expor idéias e manifestar-se a respeito da realidade nacional?

Constituem pura bobagem  as sucessivas leis e as dezenas de regulamentações expedidas pela Justiça Eleitoral ao longo dos anos.  A única iniciativa sensata seria reconhecer que candidatos fazem campanha e  campanha não é crime, pelo menos quando não  se utiliza nelas dinheiro público. Se um cidadão, quatro anos antes das eleições, deseja pedir votos, que peça. Se pretende divulgar suas preferências, que divulgue. Caberá apenas ao eleitorado decidir se estão abusando de sua paciência, predispondo-se a não votar nos apressadinhos. Deixa de ser assunto para leis ou  regulamentos.

Então invertam

Ontem foi um dia de troca de chumbo por causa dos juros. PT e PV dizem estar plenamente satisfeitos com as políticas do Banco Central, enquanto o PSDB adota tom algo crítico. Mas com aquele medinho de desagradar ao “mercado”.

A profusão de comportamentos domesticados e dóceis diante da ditadura financeira faz ter saudades de um Ciro Gomes. Ou de um Roberto Requião. Alguém com coragem suficiente para dizer o que deve ser dito. Talvez por isso tenham sido escanteados.

Se é para o BC pairar acima de tudo e de todos, que o presidente da instituição seja escolhido pelo voto direto e universal dos eleitores brasileiros.

No novo sistema, o presidente da República poderia então ser aprovado pelo Senado, depois de indicado pelo presidente do BC.

Seria mais lógico.

O camarada Serra


Leandro Fortes
Ao se declarar um homem de esquerda, durante entrevista na CBN, o ex-governador José Serra deve:
1)   Ter caído em desgraça na revista Veja;
2)   Ter caído em desgraça no Instituto Millennium;
3)   Ter caído em desgraça na Fiesp;
4)   Ter caído em desgraça no Clube Militar;
5)   Ter caído em desgraça na ANJ;
6)   Ter caído em desgraça nos blogs de esgoto;
7)   Ter caído em desgraça na TFP;
8)   Ter caído em desgraça na UDR;
9)   Ter caído em desgraça na CNA;
10) Ter caído em desgraça na CNI;
11) Ter caído em desgraça no DEM;
12) Ter caído em desgraça em Higienópolis;
13) Ter caído em desgraça nas Organizações Globo;
14) Ter caído em desgraça na Febraban;
15) Ter caído em desgraça no PSDB.
Então, fico imaginando quem, afinal, deverá votar em José Serra, o Vermelho:
1)   Os 30 mil pernambucanos beneficiados pela plataforma de indústria naval fixada no estado como parte do PAC?
2)   Os 60 milhões de brasileiros beneficiados pela distribuição de renda catalisada pelo Bolsa Família?
3)   Os 32 milhões de brasileiros que saíram da condição de miseráveis à de consumidores?
4)   Os 1,2 milhão de trabalhadores que recebem um salário mínimo que pulou de 60 dólares, da Era Tucana, para 200 dólares, no governo Lula?
5)   Os trabalhadores sem-terra perseguidos no interior de São Paulo?
6)   Os familiares dos motoboys assassinados pela PM paulista?
7)   O delegado Protógenes Queiroz?
8)   O juiz Fausto De Sanctis?
9) Os comunistas?
10) Os Os eleitores de Dilma Rousseff?
E, finalmente, alguém pode me explicar como é que um sujeito de esquerda pode aparecer todo sorridente numa foto ao lado da senadora Kátia Abreu? Seria um caso clássico de infiltração esquerdista nas hostes ruralistas?