Balanço da campanha na sua reta final

Com todas suas turbulências – naturais, conhecendo o que tem sido o desespero da oposição, que tem na velha imprensa seu peso essencial -, a campanha presidencial deste ano não poderia ter sido, até aqui, mais racional, normal, até onde pode esperar racionalidade de um processo como esses.


Está triunfando, de maneira avassaladora, a candidata de um governo que tem um apoio extraordinário da população. Lula tinha anunciado que seria a campanha mais fácil, porque seria possível mostrar as realizações do governo, ao final de um ciclo de 8 anos, que conta com uma popularidade que nunca havia sido obtida ao final do mandato.

Essa previsão se revelou correta. A liderança do Serra ao longo de tantos meses se assentava no conhecimento do seu nome, que contrastava com a decisão dos mesmos que optavam por seu nome, pela vontade de votar no candidato do Lula. Isto levou o Serra a tentar, em um primeiro momento, a tentar passar a imagem do melhor continuador do governo Lula – espelhada no seu lema inicial, de que “pode mais” e na utilização da imagem do Lula, elogiosamente, no seu programa eleitoral -, até que se deu conta que o mecanismo esperado passava a se realizar inexoravelmente: esses votos eram transferidos para Dilma, conforme ela foi aparecendo como a candidata de continuação do governo, para o qual ela tinha sido coordenadora essencial.

O começo da campanha de televisão e a multiplicação dos comícios pelo Brasil afora foram o elemento de consolidação de uma vantagem que nas pesquisas passou a ser maior do que 20%, se aproximando dos 30%, o que provocou crise de identidade, desconcerto e paralização da campanha opositora. Nesse vazio se projetaram as tendências que pregavam uma radicalização da campanha, como único espaço que restava ao candidato opositor.

Passou-se à fase atual, com um contraponto claro entre campanha de balanço de um governo de sucesso, com projeção da sua continuidade para o futuro, e ausência de algo similar nem sequer onde Serra e os tucanos governaram por mais de 10 anos – São Paulo. As denúncias, com a esperança de que o fenômeno da passagem ao segundo turno na campanha de 2006 pudesse resgatar a queda nas pesquisas e brecar o avanço da Dilma.

O denuncismo foi a tônica opositora, levando a imprensa brasileira a um dos piores momentos da sua história – ainda superada pelo apoio unânime dos órgãos atuais ao golpe militar e à ditadura que se instaurou em 1964. Atuou de forma coerente com a declaração da executiva da FSP de que, dada a fraqueza dos partidos opositores, a velha mídia era o verdadeiro partido da oposição.

Se valem de tudo – de indícios reais a provas forjadas, de declarações de fontes sem nenhuma credibilidade a mentiras – no desespero, protagonizando a campanha eleitoral no lugar do candidato opositor, dilapidando o resto de credibilidade que lhe restava. (Falar e escrever todo o tempo contra o governo e obter apenas 4% de rejeição do governo demonstra a que nível de falta de credibilidade chegaram).

Apesar de todos os escândalos forjados pelo denuncismo, Dilma se encaminha para ganhar no primeiro turno, impondo uma derrota de proporções à direita. Derrota, em primeiro lugar, da velha imprensa. Em segundo lugar, dos tucanos paulistas. Em terceiro, do DEM. Vitória, em primeiro lugar, do governo Lula, do Lula e da Dilma. Em segundo, do conjunto do campo popular – partidos, movimentos, imprensa alternativa (bloqueiros progressistas incluídos) – e do povo, que constroem uma nova maioria progressista no país.

Pode haver ainda novas atitudes da velha imprensa nestas duas semanas. Não se excluir a exploração de algum parente de vitima militar de alguma ação da resistência armada à ditadura, tentando vinculá-la à Dilma. Ela nunca participou de ações, menos ainda que tivessem vítimas do lado da ditadura. Mas como é um vale tudo, pode-se considerar a possibilidade do apelo a esse tipo de manipulação.

Da mesma forma que, no limite poderiam apelar para algum auto-atentado, algum atentado forjado por eles mesmos, para tentar transformar o candidato da oposição ou algum órgão da imprensa em vítima de suposta violência.

Não creio que nada disso possa alterar o resultado eleitoral, pelas razões de fundo que levam ao voto pela Dilma e pela proporção de votos decididos firmemente. Mas se deve ter manter todos os sinais de alerta, porque historicamente nunca as elites cederam seus privilégios sem apelar para todos os instrumentos de que dispõem.

Esse o quadro, em linhas gerais, da campanha que deve fazer com que, pela primeira vez na história deste país, um governo – teria que ser de caráter popular – conclua seu mandato de 8 anos com um extraordinário apoio e eleja seu sucessor. Para comemorar mais: uma mulher, de formidável competência e de trajetória exemplar.

Estamos a pouco tempo de um momento histórico único no Brasil. Que estejamos todos à altura desse momento e do período novo que se abre na história do país.

por Emir Sader

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Uma lição de vida, com uma pitada de humor

ASSISTA, REFLITA E MUDE...

José Serra - O cara-lisa

Vi e ouvi o candidato José Serra, com a cara mais lisa do mundo, dizendo ter estudos que comprovam a possibilidade de o salário mínimo passar, ano que entra, de 538 para 600 reais. Por que ele não disse isso a seu chefe, Fernando Henrique Cardoso, para quem a majoração do salário mínimo do equivalente a 70 dólares para 100 importaria na falência do País, da menor prefeitura do Brasil a todas as pequenas empresas. Veio Lula e, na maciota, sem alarde, majorou o salário para 538 reais.
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DEPOIS DA SINERGIA ENTRE UM LADRÃO DE CARGA E O 'JORNALISMO' DA FOLHA, O QUE MAIS VEM POR AÍ?

Depois do receptador de cargas roubadas, que também foi pego com dinheiro falso, ex-presidiário, condenado por infração ao artigo 180, caput, e ao artigo 344, combinado com o artigo 69, todos do código penal, ter sido transformado num própero, honesto e ilibado "empresário", o que a GmC vai armar?...

A coalizão demotucana e seu dispositivo midiático atiram-se com sofreguidão em qualquer 'língua negra' que desponte no solo ressequido da semeadura eleitoral demotucanao. Como tem anunciado todos os seus colunistas de forma mais ou menos desabrida, às vezes escancarada, a exemplo de Fernando Rodrigues, da Folha, há uma 'encomenda' em licitação aberta no mercado de compras do denuncismo lacerdista: "...é necessário um escândalo de octanagem altíssima (com fotos e vídeos de dinheiro) ...', especificou o jornalista em seu blog do dia 14-09. Na ausencia de oferta equivalente, usa-se por enquanto o que aparecer. Apareceu um 'empresário' indignado com supostas práticas de lobby, segundo ele, encasteladas na engrenagem da Casa Civil do governo, comandada pela agora ex- iministra Erenice Guerra. A Folha elevou-o à condição de paladino da honestidade. Esponjou-se no material pegajoso derramado da obscura tubulação. Claro, há o Manual de Redação, sobretudo as aparências de uma redação. Muito lateralmente, então, informa-se na 'reportagem-derruba Dilma' que a fonte da indignação cívica que adiciona um novo tempero à mesmice do cardápio diário apregoado pelos Frias inclui em sua folha corrida o envolvimento comprovado com roubo de carga, falsificação de 'notas de cinquenta reais e crime de coação, não detalhado. Há pouco tempo e espaço para detalhes. Nem o mínimo cuidado com a averiguação de valores se observa.O escroque que já cumpriu pena de 10 meses de cadeia, lambuzou a Folha com cifras suculentas e isso era o bastante: a negociata envolveria a 'facilitação' para um empréstimo de R$ 9 bilhões junto ao BNDES , desde que em contrapartida fossem desviados quase R$ 500 milhões a intermediários de uma cadeia supostamente iniciada com parentes ou subalternos da ministra Erenice Guerra para desembocar em caixas de campanha de candidatos do governo. Se a sofreguidão da Folha fosse menor, o jornalista, quem sabe seu editor, quiça o próprio diretor do jornal teriam tido a cautela de verificar a existência no BNDES de projeto e valores mencionados, já que o acepipe oferecido pelo ladrão de carga de tempero remetia à liberação de financiamento barrado na instituição. Se tal fosse a prática, o leitor teria a oportunidade de saber, em primeiro lugar, que os valores relatados são absurdos (equivalem a meia usina de Belo Monte para fornecer 6% da energia que ela prevê); ademais, há discrepância de cifras entre o relato do meliante eo o projeto que deu entrada no BNDES, cujo corpor técnico jamais o aprovaria. Diz a nota do banco divulgada 5º feira,"[o referido projeto]...foi encaminhado por meio de carta-consulta, solicitando R$ 2,25 bilhões (e não R$ 9 bilhões como afirma a reportagem) para a construção de um parque de energia solar. O BNDES considerou que o montante solicitado era incompatível com o porte da referida empresa. Vetou a solicitação. Naturalmente, isso comprometeria um pouco a 'octanagem' da manchete de seis colunas com duas linhas bombásticas saídas da sinergia estabelecida entre a Folha e um ladrão de carga de condimento. Não há tempo para minúcias. Restam apenas duas capas de VEJA para detonar a vantagem de Dilma e tentar uma sobrevida que leve Serra ao 2º turno. Essa é a lógica do que vem por aí. A esposa do candidato, Monica Serra, já diz em campanha de rua que "ela [Dilma] quer matar as criancinhas". Nas redações circulam rumores de que o comando demotucano estaria interessado em depoimentos de parentes de militares mortos em confrontos com grupos da esquerda armada, nos anos 70. Em especial se houver, ao menos, leve insinuação de suposto comprometimento de Dilma Rousseff.



Zé Dirceu - Compromisso histórico com a democracia

 A despeito dos que querem me rebaixar —usando inclusive o horário eleitoral, que é um espaço de apresentação de propostas para melhorar o país—, minha história política está diretamente associada à liberdade. Só quem sofreu as chagas da Ditadura Militar neste país sabe, na pele, o que é ser defensor da democracia. E não existe democracia sem garantia ao direito à expressão e ao livre exercício da atividade jornalística.

Ensina a boa doutrina jurídica que não há direito absoluto, ou seja, o limite à aplicação de um direito é estabelecido por outro direito. Nesse sentido, não se pode dizer que o direito de ir e vir está acima do direito à propriedade, e assim por diante. É preciso confrontar os direitos no caso concreto, para se definir qual prevalecerá. Trata-se de uma atividade típica e exclusiva ao Judiciário.
Aliás, esse confronto é que diferencia uma democracia de um regime totalitário, absolutista, imperial. Ao contrário do que muitos pensam, tal condicionamento é sinal de solidez e avanço democrático. Em certa medida, equivale dizer que todo direito embute responsabilidades. Essa compreensão não é somente minha, está expressa na nossa Constituição, que, não à toa, é tida como uma das mais democráticas e avançadas do mundo.
Com base nesse preceito constitucional é que precisamos refletir sobre o papel e comportamento da grande imprensa no Brasil de hoje. A prática que tem prevalecido é a de acusar e formar culpas antes sequer da abertura de um processo judicial. A estratégia é cristalizar na sociedade opiniões para pressionar a Justiça.
Mas a conquista do respeito ao rito jurídico não é mera formalidade, é imprescindível ao pleno funcionamento da democracia. É tão valiosa quanto a liberdade de expressão. Da mesma forma, configura-se fundamental respeitar o direito de imagem e o direito de resposta de qualquer cidadão. Caso contrário, estaremos jogando no lixo um dos pilares de nossa democracia, comprometendo todo o regime.
Ocorre que a grande imprensa nacional, imbuída do claro propósito de defender determinados interesses e a pretexto de sua inquebrantável liberdade de expressão, tem usurpado com frequência o direito de cidadãos de se defender. É preciso que a própria mídia suspenda tais práticas e reflita sobre as responsabilidades e papéis que tem a cumprir perante a sociedade. O irretocável direito de informar não pressupõe manipulações.
Infelizmente, o comportamento da grande imprensa nas atuais eleições tem caminhado no sentido oposto. Claramente, escolheu-se um dos candidatos e passou-se a contaminar o noticiário com vistas a atender os interesses eleitorais dele. O que a grande imprensa não percebeu é que o preço dessa adesão “contaminada” é o sacrifício de sua própria credibilidade e do bom jornalismo: a abstenção de juízo de valor, a pluralidade ideológica, a isonomia de espaço para acusadores e acusados e a defesa do direito à imagem e à honra.
Liberdade de expressão plena e verdadeira prescinde da existência de mão dupla no relacionamento entre imprensa e sociedade, não tentativas de manipular as opiniões. É isso, e apenas isso, que o monopólio da comunicação tem buscado defender, colocando a mídia acima dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário.
Exageros como a proposição de que caminhamos para o totalitarismo no Brasil só acentuam esse processo de perda da credibilidade. E, convenhamos, não condizem com a realidade. Resta à grande imprensa retomar os princípios democráticos em sua cobertura.
Como sempre, reafirmo minha defesa desses valores com responsabilidade, pois abalos a quaisquer —repito, quaisquer!— direitos constitucionais só interessam aos quem não têm compromisso histórico com a democracia.
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Blog do Charles Bakalarczyk: Nem Aécio atura mais o PSDB!

Blog do Charles Bakalarczyk: Nem Aécio atura mais o PSDB!: "A edição 614 da revista Carta Capital (ver aqui) informa que o ex-governador de Minas Gerais Aécio Neves vai sair do PSDB e fundar um novo ..."

Para fazer oposição, algum resíduo de autoridade moral deve existir!

 É por isso que no Brasil não temos oposição. A tucademopiganalhada golpista não tem moral alguma!      
                    
1. Os romanos distinguiam, nesse sentido, três conceitos relacionados ao poder: o poder ou "autoridade", o “imperium”, ou "comando" e a auctoritas, que poderíamos traduzir como a "autoridade moral". O "poder" era a faculdade que possuíam os funcionários habilitados para aplicar a lei dentro da sua área de competência. O "império" era o comando militar segundo a origem etimológica da palavra “imperator”, que queria dizer “General”. Isso valeu nos tempos da República Romana, mas não no tempo do Império Romano, que se colocava a frente de seus próprios generais, comprometendo desta forma a ordem republicana. Finalmente, só tinham "autoridade moral" aquelas raras pessoas que, independentemente da sua situação legal, eram universalmente respeitadas por suas virtudes de prudência, de sabedoria.

2. Todo o poder da oposição, para ser respeitada, deverá reunir estas três qualidades. Se não tem “império”, finalmente é desprezado dentro e fora das suas fronteiras. Se lhe falta a “autoridade” necessária, suas bandeiras são tidas como ilegítimas. Mas algum resíduo de "autoridade moral" deve subsistir, porque se as pessoas realmente acreditam que a oposição é corrupta, que servem acima de tudo ao seu próprio bem, é difícil que não se sintam tentados a também enganar a lei, que deve reger tanto o governo como a oposição e os governados.
                  
3. Andando suja a oposição, tudo o mais marchará impura e torpemente. 

Os brasileiros têm de maneira clara esta questão. A GmC é torpe.

parodiando Mariano Grondona
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