Os agiotas não desistem


A taxa Selic elevada até 13% de novo nem que demore até dezembro de 2011. Essa é a expectativa, na verdade torcida mesmo do mercado. E isso com inflação em 4,5%, portanto dando uma renumeração real de 9,5%... Assim voltamos à taxa de equilíbrio e ao PIB potencial, dogmas que sustentam, na prática, os ganhos do capital financeiro e dos rentistas no Brasil. Mas, infelizmente, às custas do Tesouro Nacional, ou seja, do conjunto do país.

Só para se ter uma ideia, apenas no trimestre encerrado em março último pagamos a soma fantástica de R$ 44 bi de juros da divida interna. Neste ano todo vamos desembolsar, seguramente, mais de R$ 150 bi de reais, quatro vezes mais que o investimento autorizado pelo Orçamento Geral da União, e o correspondente a duas vezes e meia de tudo que investimos em Educação (R$ 60 bi).

Isso, meus amigos, sem falar nas conseqüências cambiais dessa alta dos juros e da Selic atraindo mais capital especulativo para os país, valorizando mais o real, e aumentando os riscos de nossas contas externas. Na prática, estamos desestimulando o mercado de ações e empurrando as aplicações para o mercado de títulos do Tesouro e pós-fixados.

Além disso, mas tão dramático quanto, desestimulando a produção e o consumo, os investimentos produtivos, enfim, colocando o pé no crescimento econômico e na distribuição de renda em nosso país. Não há, portanto, processo de maior concentração de renda no mundo que o pagamento do serviço da divida  interna brasileira.

Todos os anos simplesmente são transferidos da renda nacional 6% do PIB a uma minoria de rentistas, pessoas físicas e jurídicas que aos poucos vão tomando conta da economia e sonham em tomar o poder político de volta.

Indústria naval: Programa da Transpetro contrata 33 navios


Chico Santos, do Rio – VALOR

A falta de competitividade crônica matou, na década de 1980, a indústria naval brasileira, que, sob política protecionista, chegou a ser a segunda do mundo em encomendas (1979). Para a cidade de Niterói, próxima do Rio de Janeiro, foi um rude golpe sobre o seu quase único setor industrial de porte. Lá estava, entre outros, o Estaleiro Mauá, fundado em 1946 por Irineu Evangelista de Souza (o barão de Mauá) com o nome de Fundição e Estaleiro Ponta d’Areia. O Mauá chegou a ter cerca de 10 mil empregados, entre próprios e de empreiteiros. Em 1995, o Mauá parou de fazer navios.
Hoje, Niterói vive um novo ciclo de prosperidade industrial, iniciado em 1999, impulsionado pela indústria do petróleo, especialmente de embarcações de apoio à exploração e produção no mar (offshore). E o Mauá também ficou com quatro navios do atual programa de renovação da frota da Transpetro, subsidiária da Petrobras.
O programa da Transpetro, resultado do aumento explosivo da carga a transportar, vem sendo responsável pelo ressurgimento, de forma desconcentrada, da grande indústria naval no Brasil, tendo contratado 33 navios de grande porte e licitado outros 13. Novos estaleiros surgiram, o maior deles em Pernambuco (Atlântico Sul).
O secretário de Indústria Naval de Niterói, Milton Cal, diz que 15 mil pessoas já trabalham diretamente nos estaleiros e em outras empresas do setor. A caótica Ilha da Conceição, mistura de favelas e ruas esburacadas, orlada de galpões industriais, concentra, segundo cálculos extraoficiais, 50% do Produto Interno Bruto (PIB) de Niterói.
Milton Cal, morador da Ilha, avalia que são cerca de 200 empresas industriais e de serviços, especialmente de reparos, entre elas a coreana STX (estaleiro), Superpesa, Subsea 7, Rolls-Royce e o próprio Mauá que, segundo o secretário, tem 4,5 mil pessoas trabalhando em suas instalações.
A Rolls-Royce escolheu Niterói para instalar sua base de serviços para a frota offshore de toda a América do Sul. Líder mundial em projetos de embarcações offshore e no fornecimento dos equipamentos mais sofisticados, como turbinas, propulsores e máquinas de leme, a empresa britânica inaugurou sua base em novembro do ano passado em um terreno de 13 mil metros quadrados.
Nesta primeira fase, a unidade tem escritórios e uma oficina para reparos e manutenção de equipamentos sofisticados fornecidos pela empresa. Ronaldo Melendez, diretor comercial da Rolls-Royce Marine Brasil, afirma que a empresa trocou o bairro industrial carioca de São Cristóvão por Niterói para ter acesso ao mar e, futuramente, um cais para receber as embarcações offshore diretamente em suas instalações. São cerca de cem empregados trabalhando na base nesta primeira fase.
Atenta ao esforço brasileiro para ampliar o índice de nacionalização das embarcações, a Rolls-Royce criou um grupo de trabalho para estudar as possibilidades de vir a produzir alguns dos seus equipamentos no Brasil, seja por meio de uma fábrica própria, seja em parceria com fabricante local.

Documentário


Ele passou a vida se desculpando pelo que não fez 
No documentário Pecados de Mi Padre, Juan Pablo Escobar, o filho do narcotraficante colombiano Pablo Escobar que depois mudou seu nome para Sebastián Marroquín, dá sua versão sobre o homem que na década de 80 mandava na Colômbia e no tráfico internacional de drogas. Leia mais Aqui

Dia do Trabalhador

Atesanato - Bonecas de pano

Nada se perde, tudo se transforma. Esse pode muito bem ser o lema das artesãs cearenses que descobriram nos restos de tecidos uma matéria-prima valiosa.

As irmãs Raphaela e Thamylis Miranda, por exemplo, sabem aproveitar cada tirinha de malha na criação de suas obras. Assim, elas fazem peças que, de tão perfeitas, já ganharam espaço num badalado restaurante da cidade de Jijoca de Jericoacoara, onde moram.

Já Iranilda Mendes da Silva, de 25 anos, do município de Quixadá, gosta tanto de seus tapetes de retalhos que tem até pena de vendê-los, mas sabe a importância do apurado para a renda da família.

Com inventividade, muitas artesãs aproveitam os restos de tecidos e constroem peças de encher os olhos. São bonecas, tapetes, almofadas, enfeites para decoração da casa e bolsas. A variedade da arte feita de pano é o tema da quinta edição da série "Mãos que fazem História", que será publicada no próximo domingo, dia 09.
Legado

O trabalho, seja das artesãs dos tecidos, das bordadeiras, rendeiras ou das modeladoras do barro enfrenta o desafio da continuidade. O interesse pelo ofício manual parece não contagiar as novas gerações.

Daí porque o trabalho de jovens mulheres como Raphaela, Thamylis e Iranilda merece incentivo. Ao parabenizar a série, por e-mail, a turismóloga e professora Célia Augusta Ferreira observa que o fato de as artesãs repassarem suas técnicas é uma forma de estimular a sua fixação nos locais de origem e de valorizar o turismo na região. "Ao chegar, o visitante se depara com um grande número de artigos produzidos, oriundos dos mais diferentes locais do Estado, resultado da tradição passada de geração a geração", afirma.

Célia Ferreira faz Mestrado na cidade do Crato, onde pesquisa a importância do artesanato para o turismo cultural. "O artesanato cearense vem revelando sua diversidade, concomitantemente às influências do fluxo turístico no estímulo da produção", observa.

O encantamento com as peças não é apenas dos visitantes. Residente em Fortaleza, a professora aposentada Maria José Ramos Motta, 68 anos, mais conhecida como dona Zezé, se declara apaixonada pelas imagens, peças e paisagens mostradas na série.

"Eu vou guardar todos os cadernos. Leio, releio e não me canso. Essas artistas operam milagre. Fico ansiosa quando chega o domingo para ler o caderno". Até o dia 20 de junho, quando será publicado o último exemplar da série, dona Zezé ainda terá muito o que ler.

O projeto "Mãos que fazem História" é uma iniciativa do Diário do Nordeste e tem o apoio do Governo do Estado do Ceará, da Central de Artesanato do Ceará (Ceart) e do Serviço de Apoio às Pequenas e Médias Empresas (Sebrae).

NAIANA RODRIGUES 

Dilma afirmou que salas do País são frequentadas ’só por 8%’ da população


Bruno Siffredi / SÃO PAULO – estadão.com.br

O site da Dilma Rousseff, divulgou na noite deste domingo, 2, um vídeo no qual a ex-ministra responde a perguntas e apresenta seus projetos para a área da cultura. No vídeo, Dilma defendeu as iniciativas federais para a cultura e disse acreditar que as medidas do governo vão possibilitar que o País volte a ter “cinema assistido pelos brasileiros, e não só por 8% dos brasileiros”.
Dilma admitiu que um número reduzido de cidades brasileiras têm hoje salas de cinemas, mas destacou que o governo federal “instalou mais de mil novos cinemas”, denominados Cine Mais Cultura, em municípios com menos de 20 mil habitantes.
“Esse é um problema que nós temos que encarar de frente. Primeiro, eu acho que estimulando através de todos os instrumentos do Ministério da Cultura. No caso, a Lei Rouanet prevê um fundo só para infraestrutura e expansão de infraestrutura.”
“No PAC 2, nós estamos prevendo o que a gente chamou de Praça do PAC, que teria, entre outros equipamentos, a sala de cinema. E eu acredito quer todos esses elementos juntos vão possibilitar que nós voltemos a ter cinema assistido pelos brasileiros, e não só por 8% dos brasileiros”, concluiu a pré-candidata.
Recursos
A ex-ministra disse que, para garantir dinheiro para a cultura, o governo Lula aumentou “significativamente” os gastos na área, passando de R$ 300 milhões para R$ 2,2 bilhões. Dilma citou o fundo social do pré-sal, que “vai destinar uma parte significativa para a cultura” e, por fim, lembrou a nova Lei Rouanet, através da qual está prevista a criação de sete fundos setoriais que vão dispor de 80 milhões de reais, “o que vai permitir que todas as atividades culturais sejam contempladas”.
“Ainda na Lei Rouanet está prevista uma financiadora de projetos, o que é muito importante porque estimula as pessoas a apresentar novos projetos.”
Bibliotecas
Dilma também atribuiu à Lei Rouanet um fundo para “financiar bibliotecas, cinemas e teatros nas cidades Brasil afora”. Além disso, Dilma ressaltou “um projeto do Ministério da Cultura” que visa “zerar o número de municípios sem bibliotecas no País”, sem dar maiores detalhes.
Para a pré-candidata, no entanto, o maior desafio é impulsionar os hábitos de leitura. Ela disse que o governo “criou e dá suporte” para agentes de leitura, que “recebem um salário mínimo para promover o hábito de leitura” em comunidades.
Vale Cultura
Segundo a ex-ministra, o Vale Cultura é um projeto de lei que “vai possibilitar que doze milhões de trabalhadores e suas famílias tenham acesso a bens culturais sem que isso represente uma despesa a mais no seu orçamento familiar”.
Ao lado do publicitário Marcelo Branco, responsável pela campanha de internet de Dilma, a petista explicou que os beneficiários da nova bolsa receberão 50 reais por mês para gastar com produtos culturais. “Pode ser usado também para lan houses. Eu acho que é uma coisa muito rica essa experiência das lan houses, ela permite que nesse espaço você tenha todo um compartilhamento de experiências culturais”, acrescentou a ex-ministra.

Declaração anual - Consumidor recebe quitação de débito em maio

Junto com as contas de serviços como luz, telefone, gás e internet do mês de maio, os consumidores devem receber também de cada empresa a declaração anual de quitação de débitos referente ao ano passado. O documento torna dispensáveis os 12 comprovantes mensais de pagamento de 2009, que podem ser descartados.

Conforme Lei 12.007, sancionada em julho passado, as prestadoras de serviços ficam obrigadas, a partir de 2010, a enviar a seus clientes um documento que ateste a quitação dos débitos do ano anterior, com valor legal com o objetivo de substituir todos os comprovantes do período.

"É muito mais prático para o consumidor, que não precisará guardar tanto papel", diz o advogado do Instituto de Defesa do Consumidor (Idec), Alessandro Gianeli. Manter os comprovantes mensais é uma maneira do consumidor se resguardar contra futuras cobranças indevidas. Segundo Gianeli, as prestadoras de serviços têm cinco anos para cobrar judicialmente um cliente. "Se ela cobra indevidademente, por débito já quitado, o cliente tem como se defender", afirma o advogado.

A declaração anual pode ser impressa no mesmo documento da fatura de maio ou um impresso extra. "As empresas devem acrescentar à própria fatura uma nota com o texto confirmando os pagamentos, para conter gastos com impressão e envio", acredita ele.

Quem deixou de pagar alguma conta no ano passado deve receber o documento referente aos meses quitados. Caso haja um acordo prevendo o pagamento do débito em diversas parcelas, o certificado será entregue no mês seguinte à quitação total dos débitos de 2009. "A lei não detalha tudo; não dá para saber se a companhia mandará um novo comprovante a respeito do ano todo ou se será preciso guardar aquele mês também", avalia Gianeli.

Caso a declaração de quitação não seja entregue, a recomendação é procurar a empresa e pedir o documento. Se ainda assim nada for enviado, outro caminho é procurar o Procon.

Fique por dentro
O que é a declaração
A declaração anual de débitos deve ser entregue em maio por empresas prestadoras de serviço como água e luz. Pode ser entregue na própria conta ou em documento extra. Ela deve informar claramente que os débitos referentes aos 12 meses de 2009 foram quitados. Caso haja alguma conta de 2009 não paga, o documento deve confirmar quais foram. Se a declaração não for enviada, o cliente deve pedir à empresa. Caso não resolva, ele pode procurar o Procon ou órgãos de defesa do consumidor.