A última luta contra a diatadura

Ficou excelente, Miguel! Sintetizou o que nos motiva.
 
Estou "botando bloco na rua", espalhando pela internet. Solicito a todos que forem vendo esse tópico, faça a disseminação e convoque para o ato de mais tarde.
 
Sds
Sergio Telles

Em 21 de setembro de 2010 04:39, Miguel do Rosário <migueldorosario@gmail.com>escreveu:
A julgar pelos editoriais, a imprensa brasileira se acha uma vítima trêmula e indefesa, pronta para ser devorada pelo bicho papão totalitário. Claro que há o constrangimento de ter apoiado a ditadura, contra o mesmo bicho papão, mas se ele (o papão) não existia antes e mesmo assim justificou-se um golpe de Estado, não é tão difícil inventar novamente o mesmo inimigo; dessa vez não exatamente para dar um golpe, mas algo mais fácil, como queimar um candidato e eleger outro. Considerando que esses jornais transformaram-se em poderosos conglomerados econômicos à sombra do regime militar, pode-se especular que nossa batalha contra os desmandos desses grupos consiste na última luta dos brasileiros contra o fascismo que pendurou nossa liberdade e nossas esperanças num pau de arara.

Como empresas privadas, os jornais têm liberdade para defender ou atacar seja quem for, mas a Constituição ficaria grata se evitassem desrespeitar o direito dos indivíduos à honra e à privacidade e, sobretudo, se se esforçassem em conter seus ódios pessoais e tratassem as instituições democráticas e seus representantes com um mínimo de decoro e respeito. Não pedimos isenção. Ao contrário, pedimos honestidade em declarar sua preferência partidária, como fazem os jornais norte-americanos, o que ajudaria os leitores a separar notícia de opinião e entender melhor o que está lendo.

Conhecemos a imprensa de outros países e francamente não observamos em lugar nenhum do mundo um engajamento partidário tão enlouquecido e agressivo como vemos no Brasil.

A imprensa de fato tornou-se um quarto poder, mas à diferença dos outros poderes, goza de uma liberdade quase selvagem. Pode incentivar as pessoas a tomarem remédios que não precisam, espalhar informações falsas sobre partidos, destruir a reputação de inocentes, pressionar juízes a emitir ordens de prisão (ou de habeas corpus), desestabilizar governos... E quando setores da sociedade, como as associações de medicina, por exemplo, iniciam debates para criar leis que regulamentem o uso de informações sobre saúde, os grupos de mídia não apenas se recusam a dialogar como lançam pesadas acusações contra os que desejam o debate. Eles se pretendem intocáveis. A liberdade de imprensa converte-se, portanto, em objeto de luxo de uso exclusivo de meia dúzia de proprietários de jornais e tv.

Não temos ilusão quanto aos defeitos de nossa classe política e seus representantes, mas também não nos iludimos quanto à perseguição seletiva praticada por uma imprensa desde sempre identificada com ideais conservadores - e portanto com os partidos afinados com esses ideais.

Protestamos, em suma, contra hábitos sinistros que estão se arraigando em nossa imprensa, como fazer acusações sem provas e prejulgar pessoas e instituições de maneira açodada, desrespeitando o princípio da presunção da inocência. Com seu poder, a mídia consegue intimidar inclusive juízes, produzindo outra aberração contra a democracia, que é obstruir o direito de todo cidadão ou empresa de ter um julgamento isento e livre, longe das paixões políticas.

Protestamos, principalmente, contra a tentativa de interferir no processo eleitoral, através da criação de factóides que vão parar diretamente, às vezes no mesmo dia, na página de alguns candidatos. Denúncias devem ser feitas, claro, mas embasadas num mínimo de provas e fundamentos lógicos. Os escândalos que pipocam não nascem da intenção louvável de aprimorar o funcionamento da máquina pública, e sim do desejo mal disfarçado de produzir estragos políticos no adversário da vez.

Enfim, quando vemos a mídia engajada em campanhas partidárias, e ainda lançando suspeitas de que há forças querendo censurá-la ou silenciá-la (o que é mentira); e, para culminar, participando de seminários no Clube Militar, como o que deverá acontecer dia 23 de setembro deste ano, intitulado "Democracia Ameaçada", muitos cidadãos começam a se questionar, preocupados, se haveria alguém imaginando um golpe, seja um violento, com uso de armas, seja um "pacífico", como fizeram em Honduras no ano passado, onde o presidente eleito foi preso pelo exército e conduzido para fora do país. Todos, incluindo o golpe contra Chávez, em 2002, tem algo em comum: a cumplicidade entre oposição conservadora e corporações midiáticas.

Falamos apenas dos jornais. Quanto à mídia televisiva, os fatos são muito mais graves, porque são concessionárias de serviço público, e há leis que proibem a veiculação de material entendido como propaganda partidária.

Quando chamamos a imprensa de golpista, portanto, referimo-nos não só a seu papel fundamental na preparação do golpe de 64 e na consolidação política do regime militar, como também no esforço constante, até hoje, para derrubar ou eleger governantes a partir de artifícios nada éticos de manipulação da notícia.

Reiteramos nosso apreço pela liberdade de imprensa e de expressão, mas observamos que estas liberdades não são direitos exclusivos dos donos de jornal: elas também valem para o leitor, que não deve ser enganado; e para o jornalista, que deveria ter direito a trabalhar sem se submeter aos caprichos ideológicos do patrão.

Por fim, convidamos a todos a se libertarem do vício triste de pensar com a cabeça alheia, e a conhecerem a blogosfera política, onde se trata a informação com muito mais profundidade: é verificada, checada, depois conferida novamente, revirada de todos os lados, discutida, rechaçada, e de novo aceita; e onde, principalmente, respeita-se a inteligência do leitor e procura-se fazer com que ele a use efetivamente, pensando politicamente por si mesmo.

Somos os representantes da edição fluminense de uma articulação nacional, os Blogueiros Progressistas, ou seja, de esquerda, e nossa luta mais importante, nas últimas semanas, tem sido desmontar as manipulações midiáticas que visam confundir e influenciar o eleitorado, deturpando a vontade popular.

Mais informações no blog http://rioblogprog.blogspot.com

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O prazer que move os 4%

Há um outro prazer, que é o que – penso – move a questão ideológica dos 4%.
É o de exclusividade. Ter o que ninguém mais tem. Se ninguém mais tem algo que você tem, aquilo é especial. Se essa coisa que você tem (viagens de avião, carro, casa, marcas de status, etc) é algo que outros tem, deixa de ser especial. Todo esse barulho é movido não somente por uma questão de interesses (afinal, Lula beneficiou os “nossos” ricos e elites na prática também, pois o mercado consome mais coisas que eles fabricam), mas por uma questão emocional. 
Há as questões de publicidade, sim, mas – fora da mídia, fora dos outros interesses – é uma questão que vai além do “eu ter” e chega a “os outros não terem”. Para certas pessoas, o prazer é aumentado (ou só é obtido) se os outros não têm nada. 
Como disse alguém, numa versão expandida: 
Não basta para um dos 4% ele ter o Mercede, tem que ter um pivete sujo e maltrapilho babando sobre o Mercedes dele, Pivete esse que pode perfeitamente assaltar ele no Mercedes e matá-lo para roubar o carro e vender ou trocar por drogas. Mas MESMO essa insegurança, MESMO saber que isso pode prejudicá-lo no final, não significa nada perto da sensação de “eu tenho, e, o mais importante, VOCÊ NÃO TEM”. 
A grande maioria dos brasileiros, incluindo as elites, não está nem aí para isso. 
As elites também ganham com o governo Lula, e aqueles que se satisfazem em ter, quer o outro tenha, quer não, estão felizes com esse governo e desejam a continuidade dele. 
O povo é pragmático. Viu que ganha com o governo Lula e vai votar na Dilma por isso. 
Eu idem!
Jõao Lucas

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“Folha” vira a FOX de Dilma

Nos EUA, Barack Obama pendurou o guiso no gato já há algum tempo. Lá, a assessoria do presidente colou na FOX o rótulo de “braço midiático do Partido Republicano”.
Nessa segunda-feira, o jornal da família Frias teve o seu dia de FOX. Dilma bateu pesado na “Folha”. É o troco, depois de dias e dias de uma campanha unilateral. Aliás, são meses de deturpações e cobertura enviesada. Começou lá atrás, com a ficha falsa na primeira página. Seguiu com a manchete tosca sobre o aumento da conta de luz “por culpa de Dilma” (tão tosca que fez a “Folha” ir parar nos trendtopics do twitter, como exemplo mundial de manipulação).
Nas últimas duas semanas, diante do aturdimento de Serra – incapaz de traçar uma linha para sua campanha – a velha mídia assumiu o comando da oposição. Cumpriu-se, assim, na prática, o que Judith Brito (presidenta da ANJ – Associação Nacional dos Jornais) já havia vaticinado: “a imprensa é o verdadeiro partido de oposição no Brasil.”
O clima de confrontação, criado pela direita, aproxima-se muito do que vemos na Venezuela. Como escrevi aqui, a venezuelização do Brasil vem pela direita: quem escolheu o confronto não foi Lula, mas Serra (com seu discurso no Clube Militar, falando em “República Sindicalista”) e a velha mídia.
Já escrevi nesse humilde blog que a imprensa tem , sim, o dever óbvio de investigar e denunciar. Não vejo nada de errado nisso. A situação absurda, no Brasil, é que as denúncias são sempre unilaterais. Só existem escândalos federais no Brasil, há quase 8 anos. O ímpeto investigativo dos jornais não se volta – jamais – contra os tucanos. Explica-se: os tucanos garantem polpudos recursos para a velha mídia, com a assinatura de jornais para as escolas paulistas.
A velha mídia tenta criar um “Mar de Lama” contra o lulismo. Como Lacerda fez contra Vargas em 54.
Naquela época, o único contraponto era o “Última Hora”, jornal de Samuel Wainer. Hoje, os “blogs sujos” cumprem – de forma ainda limitada, mas efetiva  - o papel de contraponto. Nem isso Serra gostaria de ter. Queria toda a mídia pra ele.

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De onde ela vem

Mesmo no meio de um processo eleitoral há espaço para a lógica. No fim de semana o presidente da República fez o que fez, disse o que disse sobre os veículos jornalísticos que publicam acusações de supostas irregularidades no governo. Já ontem, o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, saiu de um encontro da coordenação de governo afirmando que Luiz Inácio Lula da Silva mandou apurar tudo, para a punição dos eventuais responsáveis.



Qual é a face real do comboio governista, o Lula do fim de semana ou o Padilha de ontem? Provavelmente ambos. O presidente deve sim estar enfurecido com a sucessão de acusações contra a administração, e é normal que veja nelas motivação político-eleitoral, mas numa democracia não há jeito de a autoridade escapar das obrigações legais. É preciso mover-se, produzir providências. Até por razões político-eleitorais. Pelo andar da carruagem, o governo sairá das urnas com motivos para sorrir. Mas a vida segue, e a política idem.



Lula deseja que a atual oposição encare outubro dizimada, e tem uma chance de conseguir. E daí? E daí nada, ou muito pouco. O Brasil já assistiu antes a belas hegemonias eleitoriais. Em 1970 a Arena massacrou o MDB, que chegou a pensar em autodissolução. Em 1986 o PMDB reacendeu os temores de “mexicanização”, ao ganhar tudo e mais alguma coisa. Tomou o Planalto, quase todos os governos estaduais e a maioria esmagadora na Constituinte. E em 1994 o PSDB abocanhou a Presidência da República, São Paulo, Minas Gerais e o Rio de Janeiro.



O poder absoluto, ou quase, não foi suficiente para a Arena, o PMDB e o PSDB se eternizarem. A “mexicanização” frequenta esporadicamente o noticiário, mas nunca se consumou. Por quê? Assunto para os doutores. De todo jeito, a oposição aos governos não nasce nos parlamentos, nem lhe é indispensável deter orçamentos públicos para azeitar a vida diária e suas campanhas. A origem da oposição é sempre social, e mesmo governos maravilhosamente bem avaliados, e votados, podem virar pó se o vento na rua muda de sentido.



Desde, é claro, que exista um ambiente institucional favorável à democracia. Como aqui.



Governos sempre colhem os frutos da bonança econômica. Este não é exceção. E as hegemonias recentes no Brasil foram minadas por frustrações econômicas. O eleitor sempre encontrou uma maneira de, nessas crises, manifestar o desejo de mudança. E recebeu a bola quem estava, como diria o Capitão Coutinho, no ponto futuro. Só isso. O problema é que para chegar a esses pontos futuros as forças da esperança precisaram atravessar, cada uma a seu tempo, um deserto particular.

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A minha vida é um barco abandonado



Infiel, no ermo porto, ao seu destino.
Por que não ergue ferro e segue o atino 
De navegar, casado com o seu fado ? 
Ah! falta quem o lance ao mar, e alado 
Torne seu vulto em velas; peregrino 
Frescor de afastamento, no divino 
Amplexo da manhã, puro e salgado.

Morto corpo da ação sem vontade 
Que o viva, vulto estéril de viver, 
Boiando à tona inútil da saudade.

Os limos esverdeiam tua quilha, 
O vento embala-te sem te mover, 
E é para além do mar a ansiada Ilha.

Fernando Pessoa

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Serra vai criar a Sudeme


O candidato José Serra está criando  uma nova estatal.

A Sudeme. Superintendência da Demagogia e da Mentira.
Prometeu um salário mínimo de 600 reais. Nada contra, muito pelo contrário. Acho que, inclusive, vamos chegar perto disso. Mas ele, como Ministro do Planejamento, não propôs aumentos assim no Orçamento da União. O Governo do qual fez parte, ao contrário, não fez senão uma pífia manutenção do arrocho do mínimo, durante oito anos.
Hoje, prometeu o 13º do Bolsa Família. Bolsa Família, como se sabe pelas explicações de sua mulher, Monica Serra, é aquele dinheirinho distrubuído para o pobre ser indolente e não querer mais trabalhar.
E disse que vai criar uma secretaria especial para o semiárido nordestino, como forma de combater a seca. Esqueceu, talvez, que o governo do luminar Fernando Henrique Cardoso extinguiu um órgão criado para isso, a Sudene, que teve em Celso Furtado o seu fundador e primeiro dirigente.
Por isso, o que que está criando mesmo é a Sudeme. Mas aviso logo que Gepetto e o Grilo Falante não vão poder trabalhar lá, senão é nepotismo e compadrio. Todos os servidores têm que ser aprovados por concurso. Só passa quem for reprovado no polígrafo, aquele aparelhinho que detecta as mentiras.
Até o tal analista de expressões faciais que a Folha contratou já percebeu que Serra tem o  "prazer dos trapaceiros".

Batalhão da FSP vasculha passado de Dilma


Em campanha aberta e despudorada contra Dilma Rousseff (governo-PT-partidos-aliados) a Folha de S.Paulo entrou em desespero e escalou um batalhão de repórteres com a missão de vasculhar todo o passado da candidata - até de seus ancestrais na Bulgária. Como não encontram nada de forma minimamente consistente que a comprometa agora, a ordem é uma só: ver como Dilma administrava no passado, qual o seu processo de tomada de decisões.





É nessa linha, e dentro dessa nova diretriz, que o jornal publica hoje esta matéria com o título "Dilma favoreceu firma e aparelhou a secretaria, diz auditoria do TCE". Querem dizer que a candidata petista, quando secretária de Estado de Minas e Energia do Rio Grande do Sul (governos Alceu Collares e Olívio Dutra, na década de 90) favoreceu uma empresa "e aparelhou secretaria".





Dilma negou agora há pouco a "denúncia" e acusou o jornal de usar de má-fé e ser parcial. "Gostaria de fazer um protesto veemente contra a parcialidade do jornal Folha de S.Paulo. Fui julgada em todos os anos pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE). Nunca tive uma conta rejeitada. Todas foram aprovadas e essa informação não está na matéria. Isto é um absurdo e prova absoluta de má-fé", afirmou a candidata, que prometeu disponibilizar em seu blog as contas aprovadas (veja).





"A matéria chega ao ponto de me acusar de ter feito um contrato em 1994 e depois a empresa ter feito outro em 2009. É a única acusação de futuro que eu já vi na vida - ou seja, a minha responsabilidade é porque quinze anos depois fizeram o contrato com a empresa. Que história é essa?", questionou. "Meu objetivo é evitar esta distorção escandalosa cometida contra mim pelo jornal", acrescentou.





O que a Folha não quer é registrar que Dilma como secretária de Minas e Energia do Rio Grande fez uma gestão exemplar e evitou que o Estado fosse vítima do apagão tucano em 2001. A matéria é uma calúnia pura e simples feita para não lembrar que o êxito da gestão dela evitou o apagão o que possibilitaria a comparação entre os governos FHC/Serra x Lula, da qual oposição e mídia têm tanto pavor.

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