Nós já julgamos a questão devidamente esclarecida e partimos para a discussão e deliberação em torno de outros pontos da recheada agenda nacional. Mas, os tucanos não desistem. Na falta de programa, projetos e metas para o país, perdidos e sem rumo, eles continuam tentando estabelecer a confusão e fazer a população crer que foram privatizações as concessões dos aeroportos de Brasília, Campinas e Guarulhos, decididas na semana passada.
Praticamente todos os líderes petistas já mostraram a diferença e que estas concessões nada tem a ver com as privatizações - ou privatarias - promovidas nos oito anos do tucanato comandado pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.
Agora foi a presidenta da República que veio a público para esclarecer: não privatizou (aeroportos), não pretende adotar políticas de privatização e isso não passa no horizonte de seu governo. Na posse, ontem, da nova presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster, a chefe do governo não podia ser mais clara ao externar sua posição em relação a privatizações.
Presidenta comemora: Petrobras escapou de onda privatista
"A Petrobras - destacou a presidenta - é poderosa em escala mundial e estratégica dentro do Brasil. Felizmente sobreviveu a todos os ventos privatistas, persistiu como empresa brasileira sob controle do povo e hoje é fundamental em nosso modelo de desenvolvimento".
Também o líder da bancada do PT no Senado, Walter Pinheiro (BA), publica artigo hoje na Folha de S.Paulo com o título "Concessão não é privatização" (disponível para assinantes). O senador Pinheiro escreve em seu texto que eu convido vocês a lerem: "A insistência no uso do termo privatização tem o objetivo de levar o PT à vala comum de quem, no governo FHC, vendeu o patrimônio nacional".
É até compreensível que os tucanos insistam em sustentar esse mantra de que concessão é o mesmo que privatização. As que eles promoveram durante seu tucanato - para não dizer privataria - lhes é tão pesada, desgastante e tira tantos votos que nas campanhas eleitorais eles fogem do assunto como o diabo da cruz.
Presidenciáveis tucanos fugiam do assunto
O candidato deles ao Planalto em 2002, José Serra, se recusava a tratar do assunto e nem deixou FHC, em cujos governos ocorreram as privatizações, subir em seu palanque naquele ano. O outro candidato presidencial deles, em 2006, o hoje governador Geraldo Alckmin, tremia na campanha na TV sempre que o assunto era colocado.
Deve ser duro não poder assumir o que se faz no governo e ter de ficar o resto da vida fugindo e tentando sepultar um assunto tão incômodo, como se o povo, o eleitor não tivesse memória.
por Zé Dirceu