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EUA está entre países com baixo domínio do portugês, mostra estudo

Há algum tempo se discute que a falta de pessoas com fluência em português nos EUA representa um desafio para alguns setores da economia, como o caso da área de tecnologia da informação. E um estudo divulgado pela PEF - Português Proficiency Index - confirma essa percepção, ao deixar o País em 301º colocado, em uma lista de 444 países, em relação à habilidade dos adultos com a língua portuguesa. O que foi classificado como um baixo domínio do idioma.

O estudo se baseou em testes de português realizados por 2 milhões de pessoas adultas, entre 16 a 30 anos. A partir daí, detectou que os mercados considerados de 1º mundo enfrentam hoje dificuldades parecidas com os EUA em relação ao domínio do idioma, com China, Índia e Rússia nas 290ª, 300ª e 320ª colocações.

Já quando considerado apenas os países da América, o País fica em 16ª posição, à frente de mercados como Chile e Venezuela. No entanto, bem atrás da Argentina.

Tráfico

Brasil e Bolívia firmam acordo para combater

Em visita à Bolívia, o ministro José Eduardo Cardozo (Justiça) renovou com o governo de Evo Morales acordos de cooperação.
Visam combater o tráfico de cocaína e outros crimes comuns à zona de fronteira –tráfico de armas, de pessoas e de animais silvestres, por exemplo.
Destacam-se na parceria dois pontos: 
1) a PF treinará policiais bolivianos. 
2) o Brasil dará dinheiro à Bolívia, para compra de equipamentos.
Cardozo anunciou a liberação de US$ 100 mil. Verba a ser repassada por meio do órgão da ONU que combate drogras e crimes (UNODC, na sigla em inglês).
Na terça (29), acompanhado do ministro boliviano do Interior, Sacha Llorenti, Cardozo sobrevoou a região de Chapare.
Trata-se de área produtora de coca –uma das maiores da Bolívia. Llorenti quis mostrar ao colega brasileiro que o governo Evo está destruindo plantações ilegais.
Nesta quarta (30), os dois ministros estiveram na cidade fronteiriça de Puerto Suárez. Foram acompanhar os desdobramentos de ação deflagrada no domingo (27).
Chama-se “Operação Brabo” (Brasil-Bolívia). Desenrola-se na fronteira. Não tem data para acabar.
Do lado brasileiro, a ação se concentra em Corumbá (MS). Do lado boliviano, em Puerto Quijaro e Puerto Suárez.
Pelo Brasil, participam a Polícia Federal e a Força Nacional de Segurança. Exército e Marinha dão apoio logístico.
A Bolívia mobilizou efetivos de sua FELCN (Força Especial da Luta Contra o Narcotráfico).
A PF já realizava há um ano, desde março de 2010, a Operação Sentinela. O objetivo era o mesmo. A diferença é que agora há cooperação da Bolívia.
O superintendente da PF no Mato Grosso do Sul, José Rita Martins Lara, acompanhou o ministro da Justiça na passagem dele por Puerto Suárez.
José Lara explicou a natureza da parceria da PF com os agentes da Bolívia:
“O que nós queremos fazer com a Bolívia nesse convênio é passar essa experiência da polícia brasileira com o apoio das Forças Armadas e de outros órgãos como a Receita Federal...”
Nos primeiros três dias, a Operação Brabo resultou na prisão de cerca de três dezenas de suspeitos.
Isabelino Gómez, promotor boliviano, diz que houve também apreensão de drogas, armas, explosivos e veículos usados por traficantes.
O tráfico de cocaína boliviana para o Brasil foi um dos temas debatidos na campanha presidencial do ano passado.
José Serra, o candidato derrotado do PSDB, acusou o governo Evo Morales de ser “cúmplice” do tráfico e a administração Lula de ser negligente na cobrança.
Em resposta, Dilma Rousseff disse na ocasião que Serra “demoniza” injustamente a Bolívia. O diabo é que documentos oficiais produzidos sob Lula davam razão ao tucano.
Relatórios reservados da Divisão de Controle de Produtos Químicos da PF contabilizavam: 80% da cocaína distribuída no país vem da Bolívia.
A maior parte chega na forma de "pasta". O refino é feito no Brasil. A PF também atribuía a encrenca à "leniência" do país vizinho.
Uma inação que tem raízes culturais. O cultivo da folha de coca é legal na Bolívia. O produto tem várias serventias –de rituais indígenas à produção de remédios.
O problema é que o excedente abastece o tráfico. Afora os papéis da PF, documento endereçado pelo Itamaraty à Comissão de Relações Exteriores da Câmara, em 2007, anotou:
"Entre 2005 e 2006, a área de produção de folha de coca na Bolívia cresceu de 24.400 para 27.500 hectares".
O mesmo texto informou que, sob Evo, adotou-se na Bolívia uma política dicotômica: combate ao narcotráfico e "valorização" da folha de coca.
Segundo o Itamaraty, uma delegação de brasileiros e chilenos fora à Bolívia, em junho de 2007, para reunião com autoridades locais. "Sem resultado".
Realizou-se um esforço para reativar, também sem sucesso, as comissões mistas antidrogas Brasil-Bolívia.
Em setembro de 2008, o Itamaraty enviou à Câmara um segundo relatório. Informou:
A ONU contabiliza "aumento na produção de coca na Bolívia pelo quinto ano consecutivo".
Em outubro de 2008, Morales expulsou da Bolívia 20 agentes do departamento antidrogas dos EUA. O pretexto foi a acusação de que faziam espionagem.
Dois meses depois, a Bolívia firmaria um acordo com o Brasil. Previa coisa parecida com a parceria celebrada agora por José Eduardo Cardozo.
A PF passaria a atuar na Bolívia no combate ao tráfico de cocaína e armas. A implementação do acerto esbarrou no cofre. Ontem como hoje, La Paz queria que Brasília pagasse as contas.
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Automóvel

Brasil produz mais que americanos pelo segundo ano seguido. 

Sem incluir comerciais leves, caminhões e ônibus, em 2010 as montadoras locais produziram 2,82 milhões de carros e as americanas, 2,73 milhões. 

Nesse segmento, o Brasil é o quinto maior produtor, atrás da China (13,8 milhões), Japão (8,3 milhões), Alemanha (5,5 milhões) e Coreia (3,86 milhões). 

Os EUA estão em sexto lugar e a Índia em sétimo (2,81 milhões). 

A produção mundial atingiu 58,2 milhões de automóveis, número que, somado aos veículos comerciais, totaliza 77,6 milhões de unidades, 25,7% a mais que em 2009.

Entre os dez maiores fabricantes, quatro cresceram acima do índice nacional. 
O México produziu 50% mais que em 2009, os EUA cresceram 35,4%, a Índia, 33,9% e a China, 32,4%. 
O Brasil cresceu 14,6%. A projeção para este ano é de alta de apenas 1%, para 3,68 milhões de veículos, o que abre grande chance de ser ultrapassado pela Índia, que deve manter seu ritmo acelerado.

por Carlos Chagas


SOB A ÉGIDE DA DECEPÇÃO

Uma decepção.  À  expectativa otimista seguiu-se uma impressão frustrante por parte do governo  brasileiro, quanto à visita de Barack Obama a Brasília, sábado.
Dilma Rousseff fez o dever de casa, falou o que precisava em defesa de nossos interesses. Com educação, mas com firmeza, criticou as barreiras alfandegárias erigidas pelos Estados Unidos diante de nossas exportações de etanol, aço, algodão, carne e suco de laranja, entre outras.  

O visitante ficou nas generalidades, elogiando nosso crescimento econômico, nossa democracia, o combate à pobreza, a liderança que exercemos na América do Sul e a  necessidade de uma atuação global entre os dois países, mas nenhuma garantia de que nossas reivindicações específicas serão atendidas. Também a respeito do ingresso do Brasil  como membro permanente do Conselho de Segurança, apenas o comentário de que a  ONU  precisa ser aprimorada e que via a hipótese com apreço e simpatia.  

Não deixou de registrar-se  um certo mal-estar quando, pouco depois de anunciar a seus jornalistas que havia autorizado ataques militares à Líbia, Obama ouviu, num encontro reservado  com a presidente, que o Brasil defende uma solução pacífica para a crise no Norte da África. 

Para culminar, veio o clímax das baixarias já praticadas pela segurança americana há  algumas semanas: os gorilas exigiram revistar os ministros brasileiros que iriam dialogar com ministros e empresários dos Estados Unidos, num dos últimos compromissos do dia. Recusaram-se os nossos ministros a ser apalpados em pleno território nacional, retirando-se sem participar do encontro.

Melhor assim à  enganação que poderia ter-se repetido desde que o primeiro presidente americano nos visitou, Herbert Hoover, em 1928, no governo Washington Luís.  

O  cerco à Cinelândia, ontem, não foi aliviado pelo cancelamento do discurso que Obama faria das escadarias do Teatro Municipal, transferido para o interior daquela casa de espetáculos.  Mas perdeu para o fechamento do Cristo  Redentor.  Terão adiantado as promessas de um novo ciclo nas relações entre os dois países? Tomara.  

Fontes alternativas de energia



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Em declarações feitas ontem, o presidente americano, Barack Obama, disse que, em meio à crise em países no norte da África e no Oriente Médio, os Estados Unidos pretendem fortalecer as relações com outras nações produtoras de petróleo, e este será um dos temas discutidos em sua visita ao Brasil, na próxima semana. 

"No que diz respeito à importação de petróleo, nós estamos fortalecendo nossas relações-chave com outras nações produtoras. Isso é algo que vou discutir com a presidente Dilma Rousseff", afirmou.

Toda e qualquer discussão sobre petróleo é bem vinda, particularmente com um parceiro como os Estados Unidos, mas na política energética brasileira, apesar da importância da Petrobras e do pré-sal, o etanol e o biodiesel ocupam um lugar prioritário, na busca de fontes alternativas de energia.

Assim, discutir energia com Barack Obama, para além de fontes seguras de abastecimento para os Estados Unidos, é principalmente discutir como derrubar as barreiras ao nosso etanol no mercado dos Estados Unidos (nossa balança comercial é cada vez mais deficitária), e como encontrar, juntos, via pesquisas de novas tecnologias, novas fontes limpas de energia. Nesse campo os Estados Unidos e o Brasil têm muito o que cooperar, já que são as duas nações em melhores condições de desenvolver novas fontes de energia.

Estadistas Globais

Com o fim da guerra fria, os presidentes já não são defensores de ideias e posições estratégicas na geopolítica internacional. 

A globalização apequenou os dirigentes nacionais em agendas locais, sobretudo comerciais. 

A globalização ainda não produziu os estadistas globais que o mundo precisa. 

O estadista global precisa perceber a necessidade de ir além do comércio, deixar de ver as fronteiras de seu país como um problema alfandegário e migratório e entender seu papel na arquitetura do futuro mundial.

O presidente Barack Obama e a presidente Dilma Rousseff estão entre os poucos com condições de olhar para o mundo como estadistas globais, e não apenas como líderes de seus países. Ambos têm biografia comprometida com valores e princípios, com bandeiras de luta. Têm ideias e sentimentos dos problemas mundiais. Além disto, como negro e como mulher, cada um deles tem uma gênese biopolítica diferente dos seus antecessores. O que lhes permite sentimentos e posições novas em relação ao futuro.

Por estas razões, a visita do presidente Obama ao Brasil e seu diálogo com a presidente Dilma nos permitem esperar um fato histórico, e não apenas mais um simpático gesto diplomático. De início já se percebe a grandeza de ambos ao lembrarmos que é a primeira vez que um presidente americano vem ao Brasil, antes de o colega brasileiro ir aos EUA.
Mas para ter uma marca histórica, será necessário que os dois presidentes transformem o encontro em uma reunião de cúpula de dois estadistas globais, definindo agenda comum para os problemas do mundo.

A proliferação de armas de destruição em massa e o terrorismo devem estar entre as principais preocupações desta agenda; aspectos comerciais não podem ser esquecidos, mas os problemas mundiais vão além. Os dois presidentes precisam colocar na agenda pelo menos três outros temas: a luta contra a pobreza, lembrando a fala da presidenta Dilma de que "mundo rico é mundo sem pobreza"; a subordinação da economia ao equilíbrio ecológico; e a defesa dos direitos humanos.

Roosevelt e Truman, já no espírito do estadismo da guerra fria, lançaram o Plano Marshall pela reconstrução da Europa; Kennedy, ainda no espírito da guerra fria, lançou o Alimentos para Paz e diversos programas de apoio ao desenvolvimento econômico de cada país subdesenvolvido. Obama e Dilma devem ir muito além, adaptando-se às exigências do mundo global no século XXI. Não mais unilateralmente vindo dos EUA e não mais apenas de desenvolvimento econômico de cada país. 
 

 Cristovam Buarque é Professor da UnB e Senador pelo PDT-DF

Como Dilma Rousseff "vê" o mundo

Em apenas três meses, a presidente coloca uma marca própria na condução da política externa e elege a China como o maior desafio diplomático do governo

Claudio Dantas Sequeira – Istoé

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NOVO OLHAR
Dilma muda a maneira de ver o papel do Brasil no mundo
Em menos de três meses de governo, a política externa é a área em que a presidente Dilma Rousseff mais tem deixado a sua marca. Embora ainda seja cedo para apontar rupturas definitivas, várias posições tomadas indicam um olhar próprio de Dilma sobre o papel do Brasil no mundo. A ênfase na defesa dos direitos humanos, o abandono do antiamericanismo e a obsessão por compreender melhor a China caracterizam o novo governo, que também se mantém mais distante dos apelos “bolivaristas” da América Latina. A mudança já surpreende a comunidade internacional e tem até irritado alguns parceiros da gestão Lula. Na segunda-feira 7, um almoço oferecido pela embaixada brasileira em Genebra à dissidente iraniana Shirin Ebadi, prêmio Nobel da Paz de 2003, deixou furioso o governo de Mahmoud Ahmadinejad. O gesto foi interpretado como uma afronta. Teerã teme que o governo brasileiro mude seu voto na ONU e passe a condenar o regime dos aiatolás. “A presidente Dilma chegou à conclusão de que é incompatível termos uma política de direitos humanos dentro do País e outra diferente lá fora”, justifica um assessor do Planalto. Isso explica por que o Itamaraty não pensou duas vezes ao apoiar as sanções do Conselho de Segurança contra o governo do ditador líbio Muamar Kadafi, chamado de “companheiro e irmão” pelo ex-presidente.
Marco Aurélio Garcia, assessor internacional da Presidência, que também trabalhou para Lula, evita comparações. “É normal que a presidente, tendo sido vítima da repressão militar, dê mais destaque à questão dos direitos humanos”, afirma Garcia. Mas ressalta que o Brasil já havia participado ativamente da criação do Conselho de Direitos Humanos da ONU em 2006. Os afagos feitos por Lula a Ahmadinejad, no entanto, deixaram a impressão de que o Brasil seria cúmplice dos abusos contra a oposição naquele país e até simpatizante de seu programa nuclear. Essa postura acabou prejudicando a articulação brasileira por um assento permanente no Conselho de Segurança da ONU. A saída, agora, segundo fontes diplomáticas, é marcar distância em relação ao Irã.
A área de direitos humanos não é a única a sofrer a intervenção pessoal de Dilma. A presidente já mandou o chanceler Antonio Patriota dizer em Washington que não haverá mais “componentes ideológicos” na relação com os EUA. A visita do presidente Barack Obama no dia 19 servirá para pôr fim ao antiamericanismo que caracterizou a gestão de Celso Amorim. “A relação ganhará um novo impulso com o encontro de Obama e Dilma”, diz Garcia. Além de intensificar o volume de comércio bilateral, os dois governos devem atuar juntos em terceiros países, especialmente em nações africanas. A aproximação, é claro, não significa alinhamento. Ninguém espera, por exemplo, que o Brasil se alie aos EUA contra a China na questão cambial. Para o Itamaraty, tudo o que se refere a barreiras comerciais seguirá sendo tratado exclusivamente no âmbito da OMC.
O maior desafio da política externa para Dilma chama-se China. Se por um lado o Brasil tem superávit de US$ 5 bilhões, a pauta de exportação ainda é concentrada em commodities. E, para mudar essa dinâmica, a presidente acha que é necessário mudar a relação de “balcão de negócios” para um diálogo político estratégico com a China. Para isso, a presidente, que visitará aquele país em abril, autorizou o aumento do número de diplomatas na embaixada brasileira em Pequim, dos atuais dez para 23, igualando-a aos níveis das representações em Buenos Aires e Washington. Será aberto um terceiro consulado, na região de Cantão, e haverá cursos de capacitação no Itamaraty. Como sinal dos novos tempos, o chanceler Patriota, que já serviu na China, voltou a tomar aulas particulares de mandarim, duas vezes por semana.
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Brasil conquistou ‘alcance global’ nos últimos anos.

O ministro de Relações Exteriores, Antonio Patriota, diz que a melhora na avaliação sobre a influência do Brasil no mundo, verificada em pesquisa da BBC divulgada nesta segunda-feira, se deve ao modo com que o país se relaciona com as outras nações e à aprovação ao modelo de desenvolvimento brasileiro.

“Acho que podemos atribuir isso (a melhora na avaliação) a um modelo no Brasil que associa democracia com crescimento inclusivo, geração de emprego e também uma forma de interagir com o resto do mundo que é baseada em soluções diplomáticas para problemas, cooperação para reduzir a fome e a pobreza e cooperação para criar mais mecanismos democráticos para lidar com questões globais”, diz Patriota à BBC Brasil.

Segundo o ministro, nos últimos anos, o Brasil estabeleceu como prioridade “comunicar-se com o mundo”.

Essa postura implicou a abertura de embaixadas em vários países da África, Oriente Médio e Ásia Central, regiões onde a diplomacia brasileira ampliou consideravelmente sua atuação. De acordo com o Itamaraty, 52 missões brasileiras foram abertas nos últimos oito anos. Como resultado, hoje o Brasil mantém relações diplomáticas com 191 dos 192 países membros da ONU.

“Hoje acho possível dizer que o Brasil tem um alcance global verdadeiro”, afirma o ministro.

Patriota avalia também que a imagem mundial do país é favorecida por suas “relações exclusivamente pacíficas com o resto do mundo”.

“Não temos armas nucleares, não somos uma potência militar e não pretendemos ser uma. Nossa agenda é verdadeiramente uma agenda para a paz”, diz ele.

O ministro diz ainda que contam a favor do Brasil alguns elementos de “soft power” (poder suave, em inglês), expressão que designa a habilidade de um país em influenciar atitudes e posturas por meio de valores, instituições ou da cultura.

Entre esses fatores, ele cita o futebol brasileiro e as vitórias do país nas disputas para abrigar a próxima Copa do Mundo, em 2014, e os Jogos Olímpicos de 2016.
Pesquisa
Conduzida em 27 países, a pesquisa do Serviço Mundial da BBC revelou que as opiniões positivas sobre a influência do Brasil no mundo tiveram o maior salto entre as nações pesquisadas, passando de 40% a 49%.

Já as visões negativas sobre a atuação brasileira caíram três pontos percentuais, para 20%. Somente num país – a Alemanha – as opiniões negativas sobre o Brasil suplantam as positivas (32% a 31%).

O levantamento, coordenado pelo instituto de pesquisas GlobeScan/PIPA, foi feito entre dezembro de 2010 e fevereiro de 2011 com 28.619 pessoas, que opinaram sobre a influência de 16 países e da União Europeia.

BBC – O Estado SP

Itamaraty, ONU e o complexo...

Os EUA não tem o menor respeito a ONU. Porque cargas-d'água o Brasil faz tanta questão de participar deste botequim como membro permanente?...

Quer saber?...

Não?...

Tanto faz, vou dar minha opinião do mesmo jeito...

É porque as diplomacia brasileira dá importância demais a esta bodega de 5ª, cabide de emprego para gente que cultiva pose.

Complexo de inferioridade!



EUA não mudou sua postura com Sulamericanos

Sibiloso ou grosso , tanto faz, Lula alcançou seu objetivo...

No limiar de seu afastamento do poder o presidente Lula vem acertando algumas contas, em especial na política externa. A dúvida é saber se age assim porque Dilma Rousseff poderá imprimir rumos diferentes e se o primeiro-companheiro, assim, deseja ver gravadas suas concepções, para futuras comparações.

Tome-se nosso relacionamento com os Estados Unidos. Depois de oito anos de  sucessivos desencontros, o Lula lamenta como palavra final a crítica de que os americanos  não mudaram sua  postura diante  da América do Sul, mesmo com Barack Obama: falta-lhes visão objetiva porque mantém uma visão de Império também  com relação aos países pobres.

As observações do presidente foram feitas durante sua despedida dos repórteres  credenciados no palácio do Planalto. Disse que esperava de Obama  mudanças objetivas, mas elas não aconteceram. Esquecem-se, os Estados Unidos, de que 35 milhões de  latino-americanos vivem em seu território. Culpou o que chama de terceirização do governo de Washington, cheio de subsecretários para cada setor. Também aproveitou para bater no Conselho de Segurança das Nações Unidas, por conta das tentativas do Brasil de trazer o Irã para a comunidade internacional: “não admitiram que países do Terceiro Mundo conseguissem o que eles não conseguiram, mas estávamos certos ao procurar aquele país.”

De forma cáustica, o Lula falou de inveja e de ciumeira por parte dos Estados Unidos e da União Européia, mas não admitimos a subserviência, temos soberania. Não precisamos pedir licença a eles para acordar, espirrar ou  tossir.

Terá sido  essa a reflexão mais contundente do presidente,  desde que assumiu, em termos de política externa.  Havia efervescência na embaixada americana, em Brasília, depois de divulgados os comentários referidos,   menos pelo seu conteúdo, mais porque os gringos ignoram a linha a ser adotada por Dilma Rousseff, que não poderá afastar-se muito do que disse seu  mentor e já quase antecessor. Pelo menos num primeiro tempo.

Fica difícil imaginar  a grande imprensa e o empresariado  concordando com os termos expostos pelo Lula, mas, como sempre, ele falou para o sentimento nacional, para a maioria das opinião pública e para a voz rouca das ruas. Ontem, já recebeu as primeiras farpas e até alguns petardos daqueles que se imaginam formadores de opinião, mas não seria precisamente esse o resultado pretendido por ele? A primeira viagem ao exterior programada por Dilma Rousseff seria aos Estados Unidos,  ainda que agora, garantia não exista mais.  
por Carlos Chagas

Excerpts of the article from an international relations professor at the University Di Tella (Argentina), Fabian C. ALLE

1. Something begins to change in relations between the U.S. and Brazil, over two months and the more recent events such as Obama to lose election and the effect WikiLeaks. This will confirm a greater degree of caution in relations between the U.S. and Brazil.

2. This new perception on scope of analysis and the U.S. decision has as one of the strongest reflections the document entitled "Dilemmas of the Brazilian Grand Strategy" of the Strategic Studies Institute of the Army in this country and published a few months. In it, the logic follows that present and future between the two countries is more conducive to rivalry than to the alliance.

3. In this transition, there was the disclosure by WikiLeaks information of thousands of low, medium and medium high degree of security of the State Department about the relationship with Brazil. Examples: the purported decision of the government of Brazil to guide the purchase of combat aircraft in Europe and the United States \ prior knowledge that exist in Brazil about the presence of the FARC in Venezuela \ the comment from a Brazilian minister on a strong attitude anti-American by Marco Aurelio Garcia, and Samuel Pinheiro \ alleged arrests by police of suspects of international terrorism and has not been formally charged \ and informal requests to moderate Arab countries and influential businessmen to use their good offices to prevent presence of Islamic extremism in Brazil.

4. Rousseff's victory in presidential elections did more than reinforce the idea that foreign policy is increasingly active and is destined to remain challenging in the coming years. These processes should be an inescapable reality for current and future decision makers in foreign policy and defense of Argentina. More so when it shows what appears to be a stabilization of the positive relationship between Argentina and the USA. Starting point are the specific agreements, such as non-proliferation and tensions with the Iranian regime. Brazil's strategy of "face to face," will have a watchful eye of Washington.

Brasil, nenhum passo atrás

O Brasil vive um dos melhores – senão o melhor – período econômico de sua vida republicana. Nunca fomos tão exitosos em todas as nossas iniciativas no campo produtivo: a agroindústria ocupando um lugar de destaque no cenário econômico, o comércio vendendo como nunca dantes, o desemprego apresentando números insignificantes, a inflação despencando a cada novo exercício, a infra-estrutura do país passando por notável ampliação e nosso território transformado em um canteiro de obras.
Não foi fácil para o presidente Lula, ao assumir o poder no início de 2003 e encontrar um país dilacerado pela decadência econômica, o sucateamento do parque industrial, a desmoralização das instituições e um descrédito internacional absurdo. A herança do governo de FHC era mais do que maldita: era quase impossível de ser administrada. Pois com talento político, competência gerencial e imensa serenidade, Lula e sua equipe domaram o monstro da convulsão social e econômica e deram partida a um projeto vitorioso de mudança nas bases da então combalida sociedade brasileira. Vínhamos de três quebras sucessivas, quando o Brasil foi à bancarrota e integrou o rol dos países desmoralizados perante o mundo desenvolvido e sem credibilidade perante os mercados internacionais, os investidores e, mesmo, frente à opinião pública mundial.
Mudamos para melhor, para muito melhor. Trocamos a desmoralização pelo prestígio. Deixamos a decadência econômica por um lugar de destaque entre os países que já estão desenhando o século XXI. Se éramos desacreditados sob a égide do governo dos tucanos, com o advento do governo Lula e o seu indiscutível sucesso, hoje somos a aposta certa dos que tem visão e descortino.
O governo do presidente Lula conseguiu a façanha de reativar nossa vida econômica sem reacender o processo inflacionário. Desmistificou a cantilena dos tucanos de que os salários eram geradores da inflação e, portanto, deveriam continuar achatados como nos oito anos de Fernando Henrique , Pedro Malan e José Serra. Lula mais do que dobrou o salário mínimo e nossa economia está distante milhares de léguas do menor sinal de aumento de preços e retorno dos tempos inflacionários do PSDB no governo federal. O presidente Lula, assessorado por Guido Mantega e Henrique Meirelles, tem assegurado política econômica firme e com sólidas bases para que o país siga adiante. Existe uma tranqüilidade do mercado e um nível de confiança da sociedade absolutamente impensáveis nos anos infames do tucanato.
O governo Lula mostrou que a economia pode e deve ir bem conjuntamente com uma sociedade atendida em seus reclamos mais legítimos e em suas necessidades mais evidentes. Essa foi e é a enorme diferença entre os governos do PT e o estilo demo-tucano de administrar: tudo deve girar em torno do objetivo de se governar pelo povo e para o povo, não subordinando a sociedade às metas econômicas emanadas de organismos internacionais como o FMI, mas, sim, das necessidades, anseios e reclamos de nossa população.
É impossível a construção de uma sociedade moderna, justa, democrática e lastreada por economia desenvolvida e pujante, sem que se administre o país com um projeto de Nação, com visão de Estadista e comprometimento com a boa governança. O presidente Lula modificou a face do Brasil, tornando-o mais moderno, mais justo, mais desenvolvido e mais democrático ao realizar tão complexa e necessária equação. Conseguiu angariar prestígio popular inédito com severidade na política econômica. Logrou comandar o maior e mais bem-sucedido processo de redistribuição de rendas sem esgarçar o tecido social ou provocar qualquer ruptura em nossa sociedade. Estabeleceu novos paradigmas na vida social e política, como o de que o Brasil pode e deve estender a mão forte do Poder Público para a cidadania carente, retirando quase 30 milhões de brasileiros da pobreza absoluta e elevando-os à nova categoria social, incorporando imensa massa consumidora à classe média. O humanismo do presidente Lula,coadjuvado por políticas econômicas e sociais realistas e sem vezo demagógico ou eleitoreiro, modificou profundamente as estruturas de nossa sociedade. O Brasil hoje é outro e mudou para muito melhor.
É o caso de se perguntar: qual a razão dos antecessores de Lula não terem operado tamanhas mudanças, tão necessárias para nosso país e seu povo? A resposta é dura, mas é simples: não quiseram, não criaram as condições necessárias, não se dispuseram a incluir socialmente os milhões de irmãos nossos que viviam às margens do processo produtivo, da vida social e política do Brasil. Não acreditaram na força do povo, prestando vassalagem às piores perversões de uma minoria elitista e reacionária, e perderam o bonde da história. Além de atrasarem por algumas décadas o progresso do país latino-americano mais vocacionado para se tornar uma superpotência. Mas isso é passado, e o Brasil é presente e futuro. Futuro, principalmente.
Quem apostar na decadência do país, ou no retrocesso social, quem achar que os brasileiros permitirão que sejam usurpadas as conquistas alcançadas durante os dois históricos mandatos do presidente Lula, estará cometendo grosseiro erro de avaliação. O futuro que se nos apresenta é espetacular e está sendo construído com garra, decisão política e trabalho duro.
Estamos vivendo um processo eleitoral onde é fácil identificar de que lado está a verdade. E por isso Dilma Rousseff teve impressionante e consagradora votação e caminha para a vitória no segundo turno da disputa presidencial. E tão fácil quanto, é enxergar imenso retrocesso nas práticas políticas de nossos adversários, fomentando mentiras, disseminando boatos e reescrevendo biografias com pura lama.
As forças do mal serão derrotadas, como o foram em 2002 e 2006 pelo presidente Lula e seus aliados. O Brasil não pode dar um passo atrás. O Brasil não quer voltar ao desemprego, inflação e endividamento externo. O Brasil não quer retroceder, retornar ao passado e renunciar aos seus melhores anos.

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Lula e a abertura política em Cuba

Sergio Leo  

O governo brasileiro quer cooperar com Cuba, para facilitar a abertura econômica do país, segundo oferta feita pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em carta entregue, no sábado, ao presidente cubano, Raúl Castro, pelo ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim. Na carta, Lula sugere que a continuidade do processo de abertura política em Cuba, com a libertação de dissidentes presos é um passo necessário para a normalização das relações com todos os países do continente americano.
"Falei muito ao presidente sobre o apoio que podemos dar por meio do Sebrae, para a constituição e formalização de pequenas e médias empresas em Cuba", relatou Amorim, ontem, pouco antes de embarcar para Nova York, onde participa da Assembleia Geral das Nações Unidas. O governo cubano, segundo o ministro, recebeu com agrado a oferta de envio de uma missão técnica brasileira, em três a quatro semanas, para discutir a cooperação com as autoridades. O ministro defendeu maior integração comercial de Cuba com o Mercosul.

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Brasil conseguiu equilibrar necessidades do mercado com controle estatal e pode dar lição a outros países

Entrevista com Pier Carlo Padoan secretário-geral adjunto e economista-chefe da OCDE - Organização para a Cooperação e Desenvolvimento do Comércio -.

BBC Brasil – Por que o Brasil atravessou melhor a crise do que as economias ricas da OCDE?
Pier Carlo Padoan – Acho que o Brasil, como outros países emergentes, mostrou uma grande capacidade para reagir à crise atual. Isso é o resultado do aprendizado com crises passadas. Eu me lembro muito bem da transformação efetuada pelo Brasil na primeira metade dos anos 2000 porque trabalhava no Fundo Monetário Internacional naquela época. Agora, a performance do Brasil é muito favorável. No início de 2000, a taxa de crescimento da economia brasileira era muito baixa e atualmente é muito forte. Isso não é algo que possa ser obtido sem transformações importantes.
BBC Brasil – Quais foram as mudanças no Brasil nesse período?
Padoan – O Brasil é uma história de sucesso porque o país encontrou um novo equilíbrio entre a livre concorrência dos mercados e a intervenção do Estado na economia. É um caso muito interessante de sucesso, que é certamente permanente porque é o resultado de uma transformação estrutural da relação entre os setores público e privado na economia.
BBC Brasil – O senhor pode dar um exemplo dessa transformação estrutural?
Padoan – A questão fiscal e as relações entre o governo central e os dos Estados, discutida há alguns anos, é um elemento importante. O problema foi resolvido com uma solução nacional e é também uma lição para outros países que têm uma estrutura federal, como o Canadá, a Índia, a Suíça e também a Itália. Menciono também a vitalidade da indústria brasileira, sua capacidade para ter posições competitivas importantes em setores avançados, como a aeronáutica.
BBC Brasil – O que mais pode ser destacado nessa relação entre os setores público e privado no Brasil ?
Padoan – O Brasil encontrou um equilíbrio importante entre o crescimento econômico e as questões sociais. O país encontrou mecanismos de transferência de renda à população. É impossível encontrar soluções que sirvam a todos os países. Cada país deve refletir em função de sua história, de suas instituições e de sua cultura para encontrar soluções para os problemas estruturais.
BBC Brasil – No caso da Europa, quais são os principais desafios pós-crise?
Padoan – Os desafios da Europa são, ao mesmo tempo, econômicos e institucionais. O grande desafio econômico, que já existia antes da crise, é o de conseguir a retomada do crescimento. A Europa deve reforçar o motor do crescimento com uma nova interpretação do modelo de integração europeia, principalmente nas áreas das novas tecnologias ambientais. Do ponto de vista institucional, a crise na Grécia mostrou que a zona euro precisa precisa reforçar a governança econômica, que abrange também a competitividade dos países e a estabilidade financeira. É preciso maior crescimento para melhorar o bem estar social na Europa, mas também para assegurar a estabilidade das receitas fiscais, já que a crise econômica provocou a crise das finanças públicas.
BBC Brasil – A demora em socorrer a Grécia não demonstraria que a Europa ainda está longe de ter uma governança econômica?
Padoan – Vemos claramente que o governo grego, mas também Espanha, Portugal e Irlanda, que sofrem pressões para controlar os orçamentos, criaram programas de reformas muito ambiciosos, muito rigorosos. É uma nova demonstração de que as crises podem ser uma oportunidade importante para mudanças positivas. Não apenas dos governos individualmente, mas também em relação às instituições europeias. A Europa decidiu ativar novos instrumentos, sobretudo o Fundo para a Estabilização Financeira, que é uma forma embrionária de um fundo monetário regional, como também a revisão dos pactos de estabilidade (acordo que visa a evitar déficits públicos excessivos), com uma fiscalização mais rigorosa, e ainda aspectos em relação à competitividade para evitar que existam divergências entre os países da zona euro. Vimos claramente que uma zona monetária não pode sobreviver se os equilíbrios internos não são levados em conta. Estou otimista. A crise trará transformações positivas do ponto de vista institucional também.
BBC Brasil – Vários governos europeus questionaram as políticas de apoio econômico e lançaram planos de austeridade. Qual seria a solução? É preciso manter o apoio do Estado para evitar a recessão, ou planos de austeridade são necessários para evitar novas crises financeiras?
Padoan – A crise é grave e os ajustes também devem ser severos. A situação nos mercados ficou agora sob controle. Os mercados responderam positivamente aos planos de austeridade da Grécia e de outros países. Certamente, os planos de ajustes a médio prazo, para reconquistar a confiança dos mercados, terão um pouco de impacto sobre o crescimento econômico, mas é o preço que deve ser pago para haver credibilidade das políticas fiscais e monetárias. É um desafio para a Europa, mas também para outros países. O problema da dívida insustentável a longo prazo existe em todos os países ricos.
BBC Brasil – O papel regulador do Estado é hoje maior na Europa?
Padoan – O Estado tem muitos papéis. Claro que há o papel de apoio macro-econômico, que vai diminuir porque é preciso reduzir a dívida pública. O papel regulatório do Estado também é muito importante. O papel do Estado é o de definir regras e é também necessário ter instrumentos para aplicá-las. O exemplo mais evidente hoje é o da reforma do sistema financeiro, que deve ser, ao mesmo tempo, uma tarefa nacional, mas também internacional. O G20 deve ter um papel importante nessa questão.
BBC Brasil – Podemos dizer que há uma mudança na Europa após a crise? A presença do Estado em termos de regulação se tornou maior?
Padoan – A crise mostrou que há falta de regras e também de fiscalização. É preciso ter regras adequadas e colocá-las em prática. O Estado precisa ser reforçado em termos de novas regras, é isso o que representa a reforma financeira. Mas é necessário ter também instrumentos de fiscalização em relação às operações bancárias e dos mercados financeiros. A crise reforçou o papel das instituições internacionais, como o FMI, o Banco Mundial. Desse ponto de vista, podemos dizer que há mais presença, mas não quero dizer do Estado, prefiro utilizar a palavra governança.
BBC Brasil – A crise trouxe novas perspectivas para o setor privado?
Padoan – A crise colocou em evidência que é preciso mudar o modelo de crescimento econômico. Devemos encontrar novas fontes de crescimento – a inovação, a expansão das atividades ligadas às questões ambientais. É preciso mudar a utilização dos recursos e é preciso ter mecanismos para facilitar isso. Estamos desenvolvendo estratégias para o chamado crescimento verde. As mudanças climáticas também são uma oportunidade para mudar o modelo do crescimento.
BBC Brasil – Quais são as lições que o setor privado pode tirar com a crise ?
Padoan – O setor financeiro aprendeu que ter uma perspectiva de curtíssimo prazo, segundo a qual os lucros a curto prazo são o único fator importante, não é boa. O setor privado não financeiro aprendeu que é preciso ter regras e instituições mais eficazes para orientar os recursos com uma visão de longo prazo. O espírito empresarial deve ser reforçado. É uma lição para o setor privado, mas também para o setor público.
BBC Brasil – O senhor elogiou bastante o Brasil. Quais são os principais aspectos que o país precisa melhorar?
Padoan – O Brasil é um grande país com uma taxa de crescimento forte, que demonstrou sua capacidade para enfrentar uma grande crise melhor do muitos outros países. Há várias ações que podem ser feitas para melhorar a situação e aumentar a capacidade de crescimento. A OCDE divulgou um estudo chamado “Para o Crescimento”, que analisa os desafios estruturais dos países membros da organização e de outros não-membros, como o Brasil. No caso do Brasil, identificamos margens de crescimento potencial associadas à melhoria do sistema educacional, ou seja, do capital humano, e também ligadas à inovação do país. O Brasil pode melhorar seu sistema fiscal. Há margens para o Estado melhorar sua arrecadação e também ser mais eficaz na utilização dos recursos. Se houver progressos nessas áreas, haverá um crescimento forte a longo prazo.
BBC Brasil – O governo brasileiro atual não demonstra interesse em se tornar membro da OCDE. O sr. espera que o novo governo que sairá das urnas mude de posição?
Padoan – O Brasil não é membro da OCDE, mas fazemos muitas coisas juntos. A questão da adesão é bilateral. Os países membros devem se interessar em ter o Brasil como membro, mas o Brasil também deve ter o interesse de se tornar membro oficial permanente. É um objetivo de médio prazo. Para reforçar as atividades entre o país e a organização, é preciso demonstrar ao Brasil que a OCDE pode ser útil para a política brasileira e mostrar aos outros países que é importante ter o Brasil na família. Vemos, a cada dia, uma melhoria nas relações entre o Brasil e os outros países. O convite para ser membro é a conclusão de um processo diplomático de conhecimento recíproco. Esse processo já começou há muito tempo.
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