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Combate as drogas legais e ilegais

Aproveitando a operação " Cracolândia " desencadeada em São Paulo e também a campanha contra o tabaco apresentada no Fantástico pelo Dr. Dráuzio Varela que tal cobrarmos o combate a mais letal de todas as drogas?...

Qual é?...

Com certeza é o álcool.

E o que vemos e ouvimos todos  os dias em rádios, jornais, revistas e tvs do Brasil?...

A apologia deste câncer.

O que fazer?...

Cracolândia: Não temos o direito de agir como bichos

Sei que estou comprando uma briga, e o faço em nome pessoal, sem sequer conversar sobre o assunto com o titular deste blog.
Porque jornalista que só escreve o que o chefe manda, é escriba, não jornalista.
Tão escandalizante quanto as declarações do sr. Dr. Laco, sem cedilha, chefe de política anti-drogas (?) do Governo paulista, de que usará “dor e sofrimento” como forma de levar os viciados em crack a buscarem tratamento, tão escandalizante quando a polícia paulista estar, esta tarde, atirando bombas contra os zumbis drogados que tentam voltar à Cracolândia é a falta de reação da “inteligência” paulistana e brasileira a este espetáculo dantesco.
Nós, que temos 50 anos, que convivemos na juventude  com a generalização da droga, que podíamos ou podemos ter um filho ou uma filha ali, doentes e consumidos por uma situação assim, estamos assistindo silentes a este espetáculo terrível.
Segundo a Folha, diz a própria PM que “havia, na cracolândia da rua Helvétia, 60 crianças e 20 grávidas”.
É a eles, inclusive, que queremos impingir “dor e sofrimentos”, além de bombas?
Não vemos a OAB, o Sindicato dos Médicos, ninguém levantando a voz contra o fato de, segundo os próprios jornais, a dispersão dos viciados da Cracolândia estar sendo feita essencialmente com porretes – e digo que, aí, os policiais são até os menos culpados, porque eles próprios sabem que isso é uma pantomima – e não com assistência médica e social.
Os viciados da cracolândia podem agir como bichos irracionais, porque estão corroídos por uma dependência que lhes tira a razão e a ponderação. Nós é que não temos o direito de agir como bichos.
Muito menos se essa ação espalhafatosa é puro marketing, destinada a cenas no Jornal Nacional que produzam imagem de um “combate à droga”  que é, antes, promoção da imagem da “autoridade” do que um ataque real ao problema.
Uma sociedade à qual falta a compaixão, à qual o medo de dizer que aquilo que fere a dignidade humana jamais pode ser feito por ninguém, mas muito menos pelo Estado, que a todos nos representa está mais doente do que aqueles pobres drogados.
Porque nós estamos lúcidos e sabemos discernir o certo do errado.
Ou não sabemos mais? Ou não somos mais viciados em  amar o próximo?

pinçado do Tijolaço

Com investimentos de R$ 4 bi, Dilma intensifica combate ao crack

A presidenta Dilma Rousseff lançou ontem um conjunto de ações que visam enfrentar o crack em todo o país, com investimento de R$ 4 bilhões da União e articulação com estados, Distrito Federal, municípios e sociedade civil. 

A campanha tem como tema "Crack, é possível vencer" e é estruturada com ações em três eixos: Cuidado, Autoridade e Prevenção.

O primeiro eixo, de Cuidado, inclui a ampliação e qualificação da rede de atenção aos usuários, com criação da rede de atendimento Conte com a Gente, bem como implantação de enfermarias especializadas nos hospitais do SUS - Sistema Único de Saúde - e mais 2.462 leitos para tratamento de usuários.

O eixo Autoridade tem como foco a integração das ações de inteligência e cooperação entre Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal e Polícias Estaduais, com ações concentradas nas fronteiras e nas áreas de uso de drogas.

O eixo Prevenção engloba ações nas escolas, nas comunidades e junto à população para esclarecer e alertar sobre o problema. 

O Proerd - Programa de Prevenção do Uso de Drogas na Escola - deve capacitar 210 mil educadores e 3,3 mil policiais militares para a prevenção do uso de drogas em 42 mil escolas públicas.

Além disso, o atendimento telefônico gratuito de orientação e informação sobre drogas VivaVoz passará a ter três dígitos, 132, para facilitar o acesso do cidadão ao serviço.

Cadê a lei nacional contra bebida alcoólica?

Sou ex-fumante e concordo que governo e sociedade estimule as pessoas a deixarem de fumar. Melhor, eduque para que ninguém comece a fumar.

Mas, por que a sociedade, o legislativo e o executivo não se empenha da mesma forma contra a bebida alcoólica?...

Por que não proíbe propaganda nas rádios e tvs como fez com o cigarro?...

Por que não exige que nos rótulos das bebidas tenha fotos mostrando os malefícios que a bebida provoca?...

E, as mortes que a dita cuja provoca no trânsito?...

As mortes cometidas por bebedeiras?...

Por que combater um que faz muito mal - mas em menor escala - e ignorar o que é muito pior?...

Tá mais que na hora de começarmos a cobrar dos nossos representantes o combate efetivo ao álcool.

EU AJUDEI A DESTRUIR O RIO DE JANEIRO


- artigo de Sylvio Guedes

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No momento em que se celebra a "ocupação" da favela da Rocinha, sem explicar por que o Rio de Janeiro tolerou o controle exercido por uma década pelos traficantes, em uma comunidade de quase meio milhão de pessoas, é hora de reler o artigo do jornalista carioca Sylvio Guedes. Radicado em Brasília, ele foi editor-chefe dos principais jornais da capital. 
É irônico que a classe artística e a categoria dos jornalistas estejam agora na, por assim dizer, vanguarda da atual campanha contra a violência enfrentada pelo Rio de Janeiro. Essa postura é produto do absoluto cinismo de muitas das pessoas e instituições que vemos participando de atos, fazendo declarações e defendendo o fim do poder paralelo dos chefões do tráfico de drogas.
Quando a cocaína começou a se infiltrar de fato no Rio de Janeiro, lá pelo fim da década de 70, entrou pela porta da frente.
Pela classe média, pelas festinhas de embalo da Zona Sul, pelas danceterias, pelos barzinhos de Ipanema e Leblon.
Invadiu e se instalou nas redações de jornais e nas emissoras de TV, sob o silêncio comprometedor de suas chefias e diretorias.
Quanto mais glamuroso o ambiente, quanto mais supostamente intelectualizado o grupo, mais você podia encontrar gente cheirando carreiras e carreiras do pó branco.
Em uma espúria relação de cumplicidade, imprensa e classe artística (que tanto se orgulham de serem, ambas, formadoras de opinião) de fato contribuíram enormemente para que o consumo das drogas, em especial da cocaína, se disseminasse no seio da sociedade carioca – e brasileira, por extensão.
Achavam o máximo; era, como se costumava dizer, um barato. Festa sem cocaína era festa careta.
As pessoas curtiam a comodidadeproporcionada pelos fornecedores: entregavam a droga em casa, sem a necessidade de inconvenientes viagens ao decaído mundo dos morros, vizinhos aos edifícios ricos do asfalto.
Nem é preciso detalhar como essa simples relação econômica de mercado terminou. Onde há demanda, deve haver a necessária oferta. E assim, com tanta gente endinheirada disposta a cheirar ou injetar sua dose diária de cocaína, os pés-de-chinelo das favelas viraram barões das drogas.
Há farta literatura mostrando como as conexões dos meliantes rastaquera, que só fumavam um baseado aqui e acolá, se tornaram senhores de um império, tomaram de assalto a mais linda cidade do país e agora cortam cabeças de quem ousa lhes cruzar o caminho e as exibem em bandejas, certos da impunidade.
Qualquer mentecapto sabe que não pode persistir um sistema jurídico em que é proibida e reprimida a produção e venda da droga, porém seu consumo é, digamos assim, tolerado.
São doentes os que consomem. Não sabem o que fazem. Não têm controle sobre seus atos. Destroem famílias, arrasam lares, destroçam futuros.
Que a mídia, os artistas e os intelectuais que tanto se drogaram nas três últimas décadas venham a público assumir:
“Eu ajudei a destruir o Rio de Janeiro.”
Façam um adesivo e preguem no vidro de seus Audis, BMWs e Mercedes.

JN omite o que lhe convém, sempre

O jornal nacional apresentou hoje duas reporcagens bem extensa.

A 1ª sobre a ocupação da favela da Rocinha.
A 2ª sobre o movimento contra corrupção.

Como sempre tecnicamente muito bem feitas. Mas, como sempre omitindo o que lhe interessa.

Sobre a Rocinha falo com conhecimento. Morei lá de 1984 a 1986. E qual a causa da dominação do morro pelos bandidos?

Respondo: Os senhores do asfalto e turistas nacionais e estrangeiros que consumiam [consumem ] droga a bambau sem que sejam incomodados pela banda podre da policia, pela banda podre dos empresários, políticos e toda a elite financeira do Rio de Janeiro e quem mais tenha dinheiro para pagar.

Vou dizer onde eram alguns [ e continuam sendo ] os territórios livre do combate policial às drogas:


  • Praia do Pepino em São Conrado
  • Copacabana
  • Ipanema
  • Arpoador e por aí vai
Lá antes como agora os responsáveis numero 1 pelo tráfico de drogas fumam, cheiram, aplicam e o mais continuam fazendo de tudo e a corja global não mostra por que é conivente com o esquema.

E sobre passeatas contra a corrupção...que tal a globo mostrar como conseguiu construir o projac?

E que tal alguém mostrar que estou mentindo? Fique a vontade. Pago prá ver.

Ah, apenas um lembrete. Em São Paulo é muito pior. Vide o que fizeram os plaboyzinhos na USP.

Tenho dito.




Prisão de acusado de tráfico [ ainda não foi julgado ] vira " espetáculo " no Rio de Janeiro

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O acusado [ Antonio Bonfim Lopes, o Nem ] é algemado e exibido diante das tvs do Brasil inteiro.

Tudo muito bom, tudo muito bem. Mas, por que ministros do STF só se indignam com " espetáculos " do " Estado Policial ", quando barões da corrupção são presos pela PF?

Sei não mas, tenho a impressão que o Cabaré da Chiquinha é mais organizado que o judiciário brasileiro. 

Parodia política

Baseado num texto que defende com catigoria a Casa Grande social que ainda permanece em pé no nosso amado Brasil.

Caro FHC do B  [ Hipócrita, Farsante, Canalha, brasileiro ]
Não lhe escrevo essa carta, na verdade não existe carta nenhuma, porque falar de maconha é um tema proibido em nosso país. Nos últimos anos, o senhor tem inclusive contribuído para trazer este debate à tona, ao propor publicamente a descriminalização da maconha em palestras e com o documentário “Quebrando o Tabu”. Mas nem mesmo o senhor, sendo idolatrado pela mídia do jeito que é, tem sido capaz de romper a hipocrisia que reina no Brasil em torno deste assunto. Até marcha pela descriminalização é proibida por aqui, como se a liberdade de expressão não valesse para a “erva maldita”.
O senhor deve ter assistido à tragédia da Polícia Militar invadindo a Favela da Rocinha no Rio de Janeiro, onde morou e trabalhou. As cenas foram tristes para quem, como a sua geração, lutou pela democracia: soldados apontando fuzis na cara de favelados desarmados. É verdade que eles haviam tomado a atitude extrema de invadir a praça da Favela, mas veja só como tudo começou. Há duas semanas, policiais que estavam ali para defender a comunidade de assaltos e estupros, abordaram três garotos que estavam fumando um mísero baseado no estacionamento e os levaram para a delegacia. Seguiram-se conflitos e protestos que culminaram na invasão da reitoria.
Se pudesse escrever estas palavras, eu perguntaria ao senhor: quem provocou quem? Quem eram os donos da casa e quem eram os forasteiros? Quem chegou disposto a criar confusão reprimindo hábitos das pessoas que fazem parte daquele lugar? Fumar maconha é proibido por lei e não posso falar isto para um senhor da Casa Grande, de forma alguma, imagina. Mas se eu pudesse, diria que aposto que, em tantos anos na USP, o senhor deve ter visto inúmeras vezes cenas semelhantes às que os policiais reprimiram. Ou, no mínimo, sentido o cheiro familiar dos cigarros de maconha sendo acendidos, sempre discretamente, aqui e ali em recantos aprazíveis da Favela.

Se a hipocrisia reinante me permitisse, eu argumentaria que fumar maconha na Favela é um hábito disseminado e tolerado há décadas não só na Rocinha em quase todas as Favelas do País – e, desconfio, do mundo. É como se o ambiente favelado fosse um oásis, onde o jovem em formação tem a liberdade para conhecer coisas novas, existencial e intelectualmente falando: livros, pessoas, música, cinema, arte. E, algumas vezes, maconha. De causar estranheza naquele local, é, isso sim, a presença de policiais militares fazendo a ronda: a rigor, a segurança da Favela não deveria ser militarizada, mas de responsabilidade de uma Guarda favelada.

Manifestantes pela legalização da maconha em protesto no início de 2011. Foto: Flickr/Mari Ju
Mas já que alarmados com o assassinato de um aluno dentro do campus, acharam por bem assinar um convênio com a Polícia Militar, eu gostaria muito de pedir ao senhor, mas não posso, que pudesse lhes aconselhar um pouco de bom senso. Jamais escreveria absurdos assim, de jeito nenhum, longe de mim. Mas o ideal seria que o senhor, em primeiro lugar, lembrasse a eles que um dia foram jovens como os estudantes que foram levados à delegacia naquele primeiro momento. Tenho certeza que muitos pais como eu não gostariam de ver seus filhos sendo presos por um delito tão insignificante quanto fumar um baseado junto a um grupo de colegas de favela.
É uma pena que não possa lhe dizer também que pondere que policiamento na Favela é para coibir assaltos e estupros, não para reprimir favelados que estão pacificamente fumando um beck e conversando sob uma árvore qualquer. Que correr atrás deles é uma perda de tempo e é uma incitação ao conflito, que voltará a ocorrer em situações similares. Não é porque policiais apontaram armas na cara de favelados que os favelados deixarão de fumar baseados –ou de reagir quando forem reprimidos. E, olha só, o senhor nem precisaria aparecer, poderia fazer isso tudo discretamente, bem ao gosto dos que tentam dourar a pílula e fingir que a maconha não existe. Enfim, não posso lhe falar nada disso: é ilegal, imoral e ainda por cima tira votos. Mas, ah, se eu pudesse…
Leia o texto original Aqui

Álcool mata mais do que crak



FotoMORTES POR ALCOOLISMO AUMENTAM
Uma pesquisa da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) revela que o índice de mortalidade entre dependentes de álcool está perto do registrado entre os usuários de crack. Segundo o documento, em cinco anos, 17% dos pacientes atendidos em uma unidade de tratamento da zona sul de São Paulo foram a óbito. 
'É um número altíssimo. Na Inglaterra, o índice não ultrapassa 0,5% ao ano', diz o psiquiatra Ronaldo Laranjeira, coordenador do estudo. 
O estudo produzido entre usuários de crack demonstrou que 30% morreram num período de 12 anos.
 'Naquela mostra, a maior parte dos pacientes morreu nos primeiros cinco anos. Podemos dizer que os índices estão bastante próximos.’, completou. 
O trabalho será publicado na próxima edição da Revista Brasileira de Psiquiatria.
Se incluirmos as mortes de trânsito causadas bebida e mortes violentas [brigas], o álcool mata muito mais que todas as demais drogas [excluindo o cigarro].
E o pior de tudo é que as duas são "legais".

Proibido fumar

- Ficou proibido de fumar no trabalho...aí parei!
- Nossa, que legal!
- Que tem de legal?
- Ué cara quanta gente não gostaria de parar de fumar...
- Eu não parei de fumar...parei de trabalhar

Drogados crônicos: internação compulsória já

Há um debate no governo sobre a atitude diante dos usuários de drogas crônicos que moram nas ruas, ou ali permanecem a maior parte do tempo. A discussão é deixá-los onde estão ou interná-los, mesmo contra a vontade.
 
Não é polêmica nova. Ela já existe nos níveis municipal e estadual. Pois a  encrenca costuma estourar mesmo é na mão de prefeitos e governadores.
 
Mas cai bem que a coisa venha para o plano federal. A droga está longe de ser problema localizado.
 
Fará certo a presidente Dilma Rousseff se resolver incluir a internação compulsória na política nacional para o tema. A droga nesse nível de consumo e degradação é doença grave e precisa de tratamento.
 
Manter na rua alguém afetado em tal grau é foco de disseminação do problema, e precisa portanto ser atacado.
 
E seria um passo vital para desglamurizar o consumo.
 
O debate sobre a droga entre nós recebe atenção e espaços crescentes. O problema avança e anda de mão dadas com a violência e a criminalidade. Já foi ao arquivo a ideia ingênua de que o crime é função principalmente da pobreza.
 
Qualquer mapa da pobreza mostra não ser assim. As áreas mais pobres não são as de maior número proporcional de crimes, ao contrário.
 
Os rankings são liderados pelas regiões de mais crescimento econômico, e portanto com dinâmicas superiores na oferta de oportunidades e renda.
 
No governo Luiz Inácio Lula da Silva as regiões urbanas do Nordeste lideraram em dois quesitos: crescimento “chinês” da economia e explosão dos índices de criminalidade.
 
Se o crime decorre principalmente da pobreza e da falta de oportunidades, como explicar que onde mais cresce a economia é também onde mais acelera o banditismo?
 
Não vale dizer que a causa está no aprofundamento da desigualdade, pois este governo reivindica ter feito o contrário, ter promovido crescimento com desconcentração de riqueza.
 
O crime é, estatisticamente, fruto do cruzamento entre a oportunidade de delinquir e uma menor probabilidade de punição. Encontra ambiente favorável onde sobe a disponibilidade de dinheiro e onde decresce o risco de ser punido pela infração.
 
E quando as duas coisas andam juntas, então...
 
O consumo cria o mercado para o tráfico de drogas, que produz em paralelo o mercado para o tráfico de armas. E não haverá como combater um elo da cadeia sem enfrentar os demais.
 
A leniência diante do consumo das drogas frequenta o noticiário e os debates intelectuais. Tem sido em tempos recentes passaporte seguro para políticos desejosos de uma recauchutagem “progressista”.
 
É tática confortável, pois não precisam nesse tema enfrentar banqueiros, latifundiários ou potências neocoloniais para desfilar como portadores de teorias supostamente avançadas.
 
Já para o país, importa mais é proteger nossos jovens da contaminação, combater a criminalidade, cuidar das fronteiras por onde passam as drogas e as armas. Coisas assim.
 
E não haverá como fazê-lo sem atacar o consumo.
 
Sobre o México, por exemplo, uma ideia errada culpa a repressão por explodir a violência na guerra contra o narcotráfico. Mas até este governo americano, o mais liberal (na acepção deles) da História, já admitiu: o gigantesco mercado ao norte do Rio Grande é quem abastece a guerra civil ao sul. 

Maconha

[...] e como seria o mercado?

MACONHA: E COMO SERIA O MERCADO?
                  
Coluna de sábado (02), de Cesar Maia, na Folha de SP.
         
1. Volta ao pregão brasileiro a legalização da maconha. Já não se trata da descriminalização do uso em pequenas quantidades, mas de excluir essa "droga leve" do rol dos delitos. Seria a mágica criação de um mercado, com demanda, mas sem oferta. Alguns avançam e sugerem plantar maconha familiar. São feitos vídeos com personalidades defendendo a legalização. As marchas são liberadas. Enquanto isso, na Holanda, onde o consumo em locais determinados é permitido, desde que com apresentação de carteirinha, o caminho é o inverso. A legislação está sendo revista. Reduzem-se as quantidades criminalizáveis. Proíbe-se o turista de comprar. E se inicia um processo de definição de maconha de alta intensidade tóxica, para proibi-la.
        
2. No Brasil, é tal espécie a que mais atrai. O "polígono da maconha", no Nordeste, é para festinhas. O que importa mesmo é a paraguaia, de maior intensidade, tipo "skank", com concentração de quase 20% em comparação aos 2,5% da maconha corrente. Os locais de venda em Amsterdã têm uma variedade de tipos, intensidade de THC, para o deleite dos consumidores. Enquanto isso, as pesquisas nacionais e regionais disponíveis mostram que de 80% a 90% das pessoas são contra a legalização da maconha, e que este número é menor entre as pessoas de maior renda, em bairros de classe média.
        
3. Nas favelas, a porcentagem de rejeição à legalização é a mais alta, superando os 90%. Bem, legalizar o consumo não é tarefa difícil. Mas basta uma lei. Contudo que não se arrisquem seus defensores a um plebiscito, pois tal caminho será intransponível. Seria bom perguntar aos defensores da legalização como se faz com a oferta. Afinal, demanda sem oferta seria mais uma extravagância brasileira. Se é para legalizar, então legalize-se tudo, respondem alguns. Pelas leis de mercado, com um produto tão atrativo para setores de renda mais alta, vai valer a pena parar de produzir arroz e feijão e trocar por maconha. O incentivo às hortas comunitárias incluiria a maconha? E a publicidade? Como a maconha paraguaia é mais atrativa, a de uso corrente deixaria de ser plantada a favor do tipo "skank".
        
4. Diria Antonieta: se não têm pão, plantem maconha. Os pontos de venda seriam liberados? Quiosques em praias, supermercados, lojas especializadas, ambulantes, "MacConha"? E as Igrejas, o que pensam? Haveria locais restritos para consumo, como na Holanda? Com carteirinha e marca de segurança, para não ser falsificada? O Paraguai, para não perder divisas, legalizaria também? E a Lei Seca seria adaptada? Como tributar? Após os vídeos, aguardemos o texto da longa lei, seu debate público, emendas, tramitação nas comissões, na Câmara e no Senado. Um curioso uso do tempo nacional.
por Cesar Mercado

STF garante livre expressão e libera marcha a favor da pedofilia

Por unanimidade, juízes que manifestação não é apologia ao crime

Em nome da liberdade de expressão, o Supremo Tribunal Federal liberou a realização da Marcha da Pedofilia e de protestos similares que defendem a descriminalização de qualquer crime. 

Foi uma decisão unânime dos 8 ministros que participaram da sessão. 

O argumento central do relator, ministro Celso de Mello, é que o Estado não tem direito de proibir o livre pensamento: 

"Nada se revela mais nocivo e perigoso que a pretensão do Estado de proibir a livre manifestação. O pensamento deve ser livre, sempre livre." 

Para o ministro Ayres Britto, não se pode impedir uma discussão alegando que ela trata de algo proibido: 

"Nenhuma lei pode se blindar contra a discussão de seu conteúdo, nem a Constituição está livre de questionamento." 

Os ministros entenderam que as manifestações não fazem apologia ao crime e ressaltaram que, durante os atos, não serão permitidos a pratica de sexo com crianças ou o estímulo a isto.  

PS: O julgamento de ontem foi sobre a marcha da maconha. Mas, a partir de agora qualquer um pode alegar o direito a livre expressão para defender o que quiser, não é vero?...

Amy Winehouse

Em reabilitação recebe ultimato de médicos
 Big Pictures
Amy Winehouse enfrentou outras reabilitações em 2007 e 2009


A cantora Amy Winehouse recebeu um ultimato dos médicos que estão tratando de sua saúde em uma clínica de reabilitação no Reino Unido: "ou ela continua a beber e vai morrer ou toma vergonha na cara para largar o vício", segundo informações do tabloide britânico The Sun.
Uma fonte disse ao jornal que os médicos estão jogando duro com a cantora porque esta pode ser sua última chance. "É uma triste realidade, mas ela tem que encarar", informou a fonte. Não é a primeira vez que a cantora ouve palavras duras na clínica de reabilitação.
Em 2007 e 2009, ela também foi internada para lidar de seus problemas com o álcool. O pai da cantora, Mitch, e o namorado Reg Travis também ouviram a dura dos médicos, que também aconselharam a cantora a largar o vício.
A cantora foi para reabilitação para conseguir se manter limpa para uma série de shows que fará no verão europeu em alguns festivais. Na noite dessa segunda-feira (30), o cineasta Reg Travis não pôde contar com sua namorada na chegada ao tapete vermelho na estreia de seu novo filme Screwed.

por Claudio Humberto


Velho oportunista


A defesa que o ex-presidente FHC agora faz da “descriminalização” da droga não é apenas sintoma de perda de juízo. É que o velho político percebeu que é a maneira mais fácil de voltar  a aparecer na mídia.

Drogas

[...] A maconha, Ambev e Souza Cruz. Isso é legal?

A repressão policial à maconha, em menos de 80 naos, já causou mais mortes e prejuízos do que o uso da erva jamais poderia ter causado em toda a história da humanidade. 
Desde a Inquisição e a caça às bruxas, o Direito Penal não vinha sendo usado com tanta ignorância no combate a um inimigo tão imaginário. 
Já é hora de os moralistas admitirem que sua gurerra contra a maconha é ainda mais tola que foi sua guerra contra o álcool na década de 1920. 
A legalização da maconha é o único armistício possível nesta guerra que já derramou tanto sangue e lágrimas para sustentar um simples tabu.

Drogas

“A guerra às drogas mostrou-se ineficiente”, afirma o presidente da Fiocruz

A Comissão Brasileira sobre Drogas e Democracia produziu um relatório, liberado em abril, após 18 meses de debates, no qual conclui que a maconha é a droga ilícita com menor potencial nocivo à saúde. O documento, que deve ser entregue ao governo em julho, propõe uma forma alternativa de combate ao problema, visto que “alcançar um mundo sem drogas revelou-se um objetivo ilusório”.


A instituição, formada por especialistas de diversas áreas, como saúde, direito, jornalismo, segurança pública, atletas, movimentos sociais, entre outras, pede que se realize um “debate franco” sobre o tema e que seja discutida a regulação da produção da maconha para consumo próprio e a descriminalização do seu uso. O relatório cita ainda os exemplos de Espanha, Holanda e Portugal, que adotaram medidas semelhantes às indicadas pela Comissão.

CartaCapital conversou sobre o relatório com o presidente da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e da Comissão Brasileira sobre Drogas e Democracia, o médico Paulo Gadelha, que defende a “despenalização” do usuário, ou seja, ainda há o crime, mas sem prisão como punição.

CartaCapital: O relatório propõe uma nova abordagem no combate às drogas. Qual seria a maneira mais adequada de lidar com o problema?

Paulo Gadelha
: Uma constatação internacional é que a idéia da guerra às drogas como tema central do enfrentamento do problema se mostrou ineficiente. O que chamamos atenção é que, sem descuidar de aspectos importantes, como o campo da segurança, é preciso dar ênfase à abordagem pelo prisma da saúde pública. Há uma maneira de se aproximar do problema que não diferencia quem é o usuário, que tem sobre si os danos e as possibilidades de afetar a sua saúde, e o processo de produção e comercialização associado ao tráfico. A confusão entre esses dois aspectos gera muitas distorções. Ao lidar com evidências científicas para aferir quais são os danos à saúde, tanto das drogas lícitas quanto das ilícitas, é possível ter esse processo como uma referencia para educação, informação e capacitação das pessoas. Desta forma, estas podem estar em condições de, ao lidar com o risco, amenizar os danos à sua saúde. Se não tivermos uma nova abordagem vamos deixar de lidar com a questão central, que é cuidar e permitir que as pessoas tenham a preservação da sua saúde. A maneira como as drogas ilícitas são abordadas cria barreiras, tabus e descriminação a quem procura tratamento. Quando se tem essa forma de penalização criminal, a própria pessoa que precisa de ajuda sente-se tolida e com dificuldades de colocar o seu problema em um espaço público.

CC: Como o senhor acredita que a descriminalização ajudaria no combate ao tráfico e crime?

PG
: Lidamos com a questão de três maneiras diferentes. Uma coisa é a descriminalização, a despenalização e a legalização. Não está sendo proposto legalizar as drogas ilícitas, estas continuarão sendo ilegais, mas a comissão pede a despenalização. Continua sendo crime, mas não há o aprisionamento para o usuário, que se submeteria ao tratamento e a penas alternativas. Essa diferença é importante, o que é difícil transmitir para a população. A Comissão tem uma postura muito clara de que o tráfico, circuito de armas e a dominação de território deveriam ter suas penas agravadas. Radicalização ao trafico, mas tratar o usuário sob outros parâmetros.

CC: Como o senhor avalia a lei antidrogas brasileira em vigor?

PG
: A lei antidrogas tem aspectos que são importantes e avançam com relação ao passado, mas gera também ambiguidades. Diz que o usuário tem uma forma diferenciada de ser tratado, mas não especifica o que é considerado uso ou tráfico em termos de quantidade. Na medida em que não há essa normatização, tudo que for apreendido em flagrante com qualquer pessoa fica sob o arbítrio das autoridades judiciárias e policiais. Estas vão determinar se o que se está portando é para uso próprio ou tráfico. Com isso, cria-se uma distorção imensa na forma de abordar o problema. Isto leva a um efeito, percebido por pesquisas, que coloca nas prisões réus primários, encarcerados portando pequenas quantidades de droga e sem relação com o tráfico, que acabam sendo iniciados no crime pela prisão.

Drogas

[...] Quer acabar com o tráfico em São Paulo, feche o Denarc

Corrupção policial motivou ataques do PCC, diz estudo
Episódio que apavorou paulistas completa cinco anos nesta semana
Dados produzidos por pesquisadores da ONG Justiça Global e por faculdade de Harvard serão lançados hoje
ANDRÉ CARAMANTE
DE SÃO PAULO
Cinco anos após a onda de ataques da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital) que parou São Paulo, o maior estudo sobre o tema realizado desde então aponta três motivos para as ações.
São eles: corrupção policial contra membros do grupo, falta de integração dos aparatos repressivos e a transferência que uniu 765 chefes do PCC, às vésperas do Dia das Mães de 2006, numa prisão do interior paulista.
Os dados são do estudo "São Paulo Sob Achaque", contundente raio-x feito durante quatro anos e oito meses que será divulgado hoje.
O estudo é uma parceira da ONG Justiça Global e da Clínica Internacional de Direitos Humanos da Faculdade de Direito de Harvard, uma das mais importantes dos EUA.
Os autores consultaram centenas de documentos, muitos sigilosos, processos sobre as mortes ocorridas em maio de 2006 e entrevistaram as autoridades envolvidas.
A extorsão de R$ 300 mil que, diz o Ministério Público, foi praticada em março de 2005 pelos policiais civis Augusto Peña e José Roberto de Araújo contra Rodrigo Olivatto de Morais, enteado de Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, apontado como chefe do PCC, é um dos casos de corrupção policial citados.
Os dois policiais chegaram a ser presos. Hoje estão soltos. Eles negam as acusações.
O estudo reforça que, dois dias após os primeiros atentados, o Estado enviou uma comissão a um presídio para negociar o fim dos ataques, fato negado pelo governo.
"O maio de 2006 não foi puramente uma manifestação da violência", diz Sandra Carvalho, da Justiça Global.
Ao esmiuçar os 493 homicídios ocorridos no Estado de 12 a 20 de maio de 2006, o estudo viu "indícios da participação de policiais em 122 execuções", além de discrepância na elucidação desses casos em relação aos que vitimaram 43 agentes públicos.
"Falta boa vontade para mostrar que, na suposta reação policial, inocentes foram mortos", diz Débora Maria da Silva, da ONG Mães de Maio, criada por familiares de mortos por policiais em 2006.
Na quinta, será lançado "Mães de Maio - Do Luto à Luta", livro com a visão da ONG sobre o os eventos da época.

Drogas

[...] Saiba as diferenças entre oxi, crack e cocaína

O oxi é cada vez mais um problema de saúde pública no Brasil. A droga chegou ao país em meados da última década pelo Acre e pelo Amazonas, nas regiões das fronteiras com Bolívia e Colômbia. Agora, há registro de mortes no Piauí e a ameaça de que ela atinja o Sudeste. A Fundação Oswaldo Cruz já prepara um mapeamento da droga no território nacional.
A droga é derivada da planta coca, assim como a cocaína e o crack. Há diferenças, contudo, no modo de preparo. Existe uma pasta base, com o princípio da droga, e de seu refino vem a cocaína.
“A pasta base é como a rapadura e a cocaína é como o açúcar”, compara Marta Jezierski, médica psiquiátrica e diretora do Cratod (Centro de Referência de Álcool, Tabaco e Outras Drogas), ligado à Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo.
O crack e o oxi são feitos a partir dos restos do refino da cocaína. As três drogas possuem, portanto, o mesmo princípio ativo e um efeito parecido, que é a aceleração do metabolismo, ou seja, do funcionamento do corpo como um todo.
Quando menor a duração do efeito, mais viciante é uma substância"
Marta Jezierski, médica psiquiátrica
A diferença da cocaína para as outras duas está no que os especialistas chamam de “via de administração”.
Enquanto a primeira é inalada em forma de pó, as outras duas são fumadas em forma de pedra. Isso muda a forma como o corpo lida com a dose.
O pó da cocaína é absorvido pela mucosa nasal, que tem nervos aflorados, responsáveis pelo olfato. O efeito dura entre 30 e 45 minutos. No caso das outras duas drogas, a absorção acontece no pulmão, de onde ela cai na corrente sanguínea. O efeito dura cerca de 15 minutos, e por isso, é mais intenso que o da cocaína, o que aumenta o risco de que o usuário se torne um viciado.
“Quando menor a duração do efeito, mais viciante é uma substância”, afirma Jezierski.
“Se você usa uma que dá um 'barato' de 48 horas, você não precisa de outra dose tão cedo, mas se usa uma que dá um barato de 15 minutos e, em seguida, te dá depressão, vai querer outra dose”, explica a psiquiatra.
A grande diferença do oxi para o crack está na sua composição química. Para transformar o pó em pedra, o crack usa bicarbonato de sódio e amoníaco. Já o oxi, com o objetivo de baratear os custos – e atingir um número maior de usuários –, leva querosene e cal virgem.
Querosene e cal virgem são substâncias corrosivas e extremamente tóxicas. Por isso, o consumo do oxi pode levar à morte mais rápido que o crack – no qual o que é realmente nocivo é o princípio ativo da droga.
“A hipocrisia do suicídio é bem menor”, conclui Jezierski sobre o oxi, em relação ao crack.
do G1

Literatura

[...] da droga

1. Foram lançados simultaneamente dois livros que tratam do tema e causaram certo barulho na mídia. Discutiu-se, no entanto, mais os autores que o resultado literário de suas confissões. Afinal, são jovens de talento, bonitos, de classe média e caucasianos: o americano Bill Clegg, 36 anos, agente literário de sucesso que afundou no crack e conseguiu se livrar da droga, e o francês Sacha Sperling, 21 anos, filho dos cineastas Diane Kurys e Alexandre Arcady. Clegg é o autor de Retrato de Um Viciado Quando Jovem. Sperling escreveu Ilusões Pesadas, ambos lançados pela Companhia das Letras.          

2. Clegg confirma que tudo o que está em seu livro é rigorosamente verdadeiro. Já Sperling evita dizer que se trata de um relato autobiográfico, mantendo conveniente distância do personagem que criou. Apesar disso, ele leva seu nome. Sacha frequenta os mesmos lugares badalados de Paris, tem pais com perfis semelhantes aos seus, vai para a cama com garotas e rapazes e consome altas doses de drogas disponíveis nas casas de amigos - e na sua, claro.
          
3. Em comum, tanto Clegg como Sperling são hipersexuados e solitários. A droga sempre aparece associada à carência. Clegg jura que isso também mudou em sua vida depois que passou por um tratamento de desintoxicação, escreveu suas confissões e descobriu a existência dos outros. Tanto que o livro vem com uma solidária dedicatória: "Para quem ainda estiver lá fora".  Ele já esteve lá e sabe como é a rotina de um viciado em crack, correndo atrás de qualquer pedrinha para fumar como um rato no esgoto à procura de restos de comida. De agente literário disputado passou à condição de marginal monitorado pela polícia.
          
4. Há seis anos ele se escondia em hotéis baratos para consumir a droga, corria atrás de traficantes, bebia mais vodca do que seu corpo podia suportar e acordava ao lado de estranhos, convocados para sexo casual. Torrou todas as economias, dispensou sua sócia Sarah Burnes por e-mail, foi abandonado pelo namorado cineasta e, não sabe como, foi resgatado dos becos sujos do crime e da droga pelas mesmas pessoas que ignorou.