Ataque a própria dignidade

A credibilidade é o maior patrimônio de um veículo de comunicação. Na medida em que avançam as novas ferramentas tecnológicas, a velocidade e a disseminação do processo de informação são intensificadas, tornando o patrimônio da credibilidade ainda mais importante.
Ocorre que, por uma escolha dos donos da grande mídia, há alguns anos a credibilidade de seus veículos vem sendo, pouco a pouco, dilapidada, exclusivamente em prol do objetivo de defender determinados interesses. Esse caminho aprofundou-se nas atuais eleições, na evidente preferência dos grandes meios de comunicação pelo candidato da oposição, José Serra.
A grande imprensa manteve durante o governo Lula uma “linha editorial” de ataques ao PT e ao governo, confundindo crítica e controle com tentativa de desestabilização. Contam-se nos dedos os casos de elogios a Lula e ao PT, mesmo quando os acertos são inegáveis.
Foi o caso da crise econômica mundial de 2009, quando o Brasil apresentou resultados positivos na economia, e o presidente Lula foi a público dizer que o tsunami da recessão não seria mais que uma marolinha aqui. A frase sofreu críticas e até gozações por parte de “analistas”.
Mas a realidade mostrou que a avaliação do presidente estava correta: o Brasil foi o último país a entrar na crise e o primeiro a sair dela. A ação governamental para evitar a crise foi rápida, inteligente e bem-sucedida, elogiada ao redor do mundo. Até hoje, no entanto, os críticos da grande mídia nacional não deram o braço a torcer e sequer reconheceram o exagero em relação ao presidente.
O cenário irreal com o qual tentam desgastar Lula e o PT se transformou em uma campanha anti-governo, na qual não são poupados nem os grandes patrimônios do povo brasileiro, como a Petrobras e o BNDES. Se o objetivo é obscurecer os avanços do Brasil e proteger seus interesses, a grande mídia transforma tudo no governo em escândalo.
Ocorre que, no fim das contas, a ação virulenta da grande imprensa contra quem não se alinha aos seus ideais e interesses é um atentado apenas contra a própria imprensa. Entre inverdades e opiniões ditas irrefutáveis, perdem cada vez mais reconhecimento como agentes sérios de fiscalização ou espaços válidos para o debate comprometido com os avanços do país.
E a razão é simples: o descompasso entre o que diz a grande imprensa e a realidade. Aliás, com base na realidade, no dia-a-dia, 80% dos brasileiros acham o governo Lula ótimo ou bom. Se a maior parte do espaço dedicado pela grande mídia ao governo reflete pautas negativas, como é possível um governo ser tão bem avaliado? A resposta reside justamente na credibilidade: o governo situa-se mais crível que a mídia quando o que cada um diz é confrontado com a realidade.
Parece-me legítimo que um veículo de comunicação escolha um lado nas eleições. Mas, ao fazê-lo, é fundamental informar seus leitores e a sociedade. Além disso, é preciso cuidar para que a cobertura jornalística se atenha aos fatos e às versões, deixando as opiniões para os espaços destinados a elas e as conclusões para os leitores.
Infelizmente, não é o que tem acontecido, porque a grande imprensa tem buscado, sistematicamente, atacar o governo e passar a ideia de que existe aparelhamento do Estado e isso levará à volta da censura e da ditadura no país. Pura invocação de fantasmas em período eleitoral.
Trata-se de tentativa de criar uma realidade “virtual midiática”. Bons exemplos foram o terrorismo que fizeram com a crise internacional e com a ameaça de gripe H1N1. Em ambos os casos, o governo Lula agiu com eficiência e precisão, sem alardes desnecessários.
A democracia brasileira também sofre com o comportamento da grande mídia, porque a comunicação de massa tem papel indispensável na democratização da informação e no controle social dos governos. Mas, para isso, precisa conquistar e manter a credibilidade, a partir de informações com respaldo na realidade.
Por não cumprir com sua função de informar, a grande imprensa afasta-se de sua responsabilidade social e coloca jornalistas, redatores, editores e os donos de jornal diante de algo como um juízo final. Ao imolar sua herança de credibilidade e legar uma enorme dívida com os fatos e com o jornalismo, os grandes veículos de comunicação vão transformando seu maior patrimônio em pó. E no afã de atingir os adversários escolhidos, acabam por atacar a si mesmos.

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O pig e a fábrica de crises


Nós já estávamos esperando que o desespero tomasse conta da oposição. Os setores mais conservadores do nosso país, apoiados pela grande mídia, não suportam a ideia de que o seu candidato naufrague. Irão tentar fabricar crises diárias com quaisquer justificativas, para tentar barrar a vitória de Dilma ainda no primeiro turno. E neste vale tudo, apontarão também seus canhões para os partidos aliados.

Mais do que nunca, é preciso superar a falsa sensação de que a eleição está decidida. A vitória de Dilma, e também as vitórias que podemos conquistar nas Assembléias legislativas e no Congresso Nacional dependem do esforço redobrado que temos que fazer até o dia da eleição.

Podemos ver o nosso Brasil avançar, mas isso depende da nossa capacidade de enfrentar os desafios e também conscientizar o povo sobre as crises fabricadas pela oposição.

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Eleição: Chegar ao nível do povo

                                                 Há uma excelente geração de novos dirigentes latino-americanos surgidos nos últimos anos e que vem operando transformações importantes na América Latina. Eles precisam ser vistos para muito além da ótica restritiva da questão ideológica, sendo aquilatados por seus feitos administrativos e pela devoção à vida pública. E a história corre célere no jovem continente cheio de riquezas naturais, povoado por centenas de milhões de pessoas produtivas e conscientes, ávido de recuperar o tempo perdido e assumir o lugar que o aguarda no cenário mundial.
Somos surpreendidos pela grandeza dos destinos da América Latina e pela força de sua gente. Ainda agora, depois de quatro governos da Concertação Democrática no Chile, que sepultaram a longa noite de trevas da ditadura de Pinochet, o empresário liberal Sebastián Piñera chegou ao poder numa eleição disputadíssima, com um discurso bastante interessante e sem baixar o nível do debate eleitoral uma vez sequer. Na noite de sua vitória, o ex-presidente Eduardo Frei, por ele derrotado, estava ao seu lado, cumprimentando-o e desejando-lhe um bom governo.
No Uruguai o presidente José Mujica, o popularíssimo “Pepe”, venceu nas urnas o ex-presidente Alberto Lacalle em um pleito duro e disputado. Mas, em momento algum, o nível da disputa foi rebaixado por nenhum dos candidatos. O eleito contou com a presença do derrotado em sua posse, em gesto civilizado e democrático, e goza de imensa popularidade ao continuar o fabuloso governo de Tabaré Vasquez, também um líder de esquerda. Pepe Mujica, como Dilma Rousseff, esteve preso por muitos anos nos cárceres da ditadura militar uruguaia, sofreu toda espécie de torturas e, igual a ela, se caracteriza pelo espírito conciliador e pela absoluta ausência de qualquer sentimento de vingança ou ódio no coração. Um homem no sentido mais completo, amplo e digno da palavra.  Seu governo, com altíssima aprovação popular, não tem senão recebido elogios de todos os setores, mantendo as políticas do governo anterior, ampliando conquistas e preparando a pequena e valorosa Nação uruguaia para um grande salto qualitativo rumo ao futuro. Ninguém, nem os adversários de Mujica, viram no ex-guerrilheiro tupamaro um “terrorista”: pesou a seu favor a coragem de ter combatido uma ditadura sanguinária, como a que tivemos na mesma época aqui no Brasil, e o seu imenso sofrimento nos 14 anos de cárcere, tortura e entrega à causa de seu país.
Nossa importante parceria com o Paraguai é obra de um intenso trabalho iniciado pelo presidente Juscelino Kubitschek, coroado pelos esforços do Itamaraty na celebração do Tratado de Itaipu e consolidado com a construção da maior usina hidrelétrica do mundo. O governo Lula, com a visão humanista do presidente, com seu acentuado sentimento de latinidade e a notória competência negocial de nossa diplomacia, conseguiu chegar a bom termo nas tratativas de continuidade da parceria exitosa na gestão da Itaipu Binacional. Não faltaram críticas a posição do Brasil em relação ao Paraguai, cedendo aqui ou acolá em nome tanto da continuidade da parceria quanto da constatação de que é necessário ajudar um povo amigo, irmão e sofrido como o bravo povo guarani. É preciso recordar, também, a existência de milhares de produtores rurais brasileiros estabelecidos no Paraguai, produzindo lá, integrados à vida daquele país com suas famílias, e que não poderiam ser alvo de qualquer tipo de retaliação ou hostilidade por parte de quem quer que fosse. Não podemos e nem devemos nos esquecer do massacre a que submetemos aquela gente, dizimando numa guerra desigual quase 100% da população masculina do país. O Duque de Caxias, ao ver o que as tropas do Conde D’Eu haviam feito contra os vencidos, chocou-se e impediu a festa da vitória, mandando rezar uma missa pelos mortos de ambos os lados. Millôr Fernandes, com a sabedoria de sempre, numa frase supera todos os livros e tratados históricos sobre a Guerra do Paraguai e o que fizemos por lá: “a história do Brasil, vista do Paraguai, é outra...”
A exploração do narcotráfico como tema de campanha é demagogia, quando sabemos que nunca se combateu tanto o plantio, o refino, a distribuição e o comércio de drogas na América Latina. Esse combate tenaz se iniciou com um alentado programa do governo norte-americano, através do DEA, com a participação ativa dos governos da Colômbia, Equador, Bolívia, Paraguai e Peru, dentro outros. Além de treinamento de pessoal e material bélico (helicópteros de combate, por exemplo), os EUA irrigaram a luta anti-narcóticos com grandes e necessárias dotações orçamentárias, que permitiram que os cartéis da droga e os grupos paramilitares a eles ligados sofressem pesadas perdas e, nos dias de hoje, estivessem mesmo às portas da extinção. No Brasil a ação conjunta do DPF e das Forças Armadas praticamente desarticularam o tráfico em nossas fronteiras, diminuindo sabidamente a ação desse flagelo da humanidade. O que não foi devidamente combatido, desarticulado e nem vencido, infelizmente, foi a “Cracolândia”, no centro de São Paulo, onde se podem ver milhares de crianças e adolescentes consumindo o crack e vegetando em condições sub-humanas, em região degradada e abandonada pelo poder público. Vejam a ironia: a luta vitoriosa das Forças Armadas e da Polícia Federal sendo desmerecidas pelos partidos que não conseguiram vencer o crack no centro da maior cidade do país!
Eis que chega ao Brasil o novo presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos. É sua primeira viagem como presidente e veio visitar o presidente Lula e agradecer a colaboração do governo do Brasil à luta do povo colombiano contra o narcotráfico e a guerrilha. Apesar disso, a oposição insiste em utilizar fantasiosas relações do PT e do governo Lula justamente com aqueles que foram combatidos pelo mesmo governo.  Seria surrealismo, não fosse pura má-fé.
O debate político não permite a negação dos valores pessoais e políticos do adversário. Como negar os avanços sociais no atual mandato do peruano Allan Garcia apenas pelo fato de ser um líder carismático e popular? Como negar a Evo Morales o sucesso de sua gestão, apoiada por mais de 80% dos bolivianos em sucessivos pleitos e plebiscitos, com políticas sociais e estabilidade econômica, além de notória seriedade pessoal e de propósitos, apenas pelo fato de ser um homem de esquerda? No Equador, mesmo os mais encarniçados adversários de Rafael Correa são unânimes em reconhecer, depois da costumeira bateria de críticas de ordem política, sua honradez pessoal e a profunda sinceridade com que defende suas convicções. Fazer uma campanha eleitoral mentindo, mascarando a verdade, armando jogadas, desmerecendo os adversários e, sobretudo, acreditando que o povo brasileiro não se dá conta de tamanha impostura, é o prenúncio de uma derrota anunciada. Aliás, uma grande derrota.
Os que mistificarem a discussão política em proveito do resultado eleitoral pagarão um preço alto nas urnas. Não só a América Latina como o Brasil tem passado por um processo de transformações profundas, onde o povo tem a exata noção de sua importância, de sua força e de seus verdadeiros interesses. O rebaixamento do nível da discussão política ao rés do chão em nada irá colaborar para o processo de aprimoramento das instituições ou do avanço social. O nível de nosso povo é alto, e preciso ser acompanhado pelos candidatos que insistem em fazer da campanha um palco de permanente baixaria. Os candidatos, especificamente os da oposição do presidente Lula, precisam subir ao nível do povo. Resta-nos o consolo de saber que, do alto de sua sabedoria, o povo negará a eles o seu bem mais precioso: a confiança expressa através do voto.
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Oposição consistente consegue preservar a dignidade para lutar de novo outro dia

Nada, como dizemos em inglês, garante resultados como o sucesso (nothing succeeds like success). Em 1994, tanto Fernando Henrique Cardoso quanto Luiz Inácio Lula da Silva sentiram isso na pele.
FHC, surfando na onda do apoio popular ao Plano Real, era uma força irresistível na eleição presidencial. Enquanto isso, Lula se encontrava na posição nada confortável de ser obrigado a fazer oposição a políticas que traziam um benefício óbvio e espetacular para seus eleitores naturais, as camadas mais pobres da população, para quem a inflação era a mais cruel injustiça dos tempos recentes.
Agora, para importar outra expressão do inglês, a bota está em outro pé. Enquanto Lula surfa uma onda ainda maior de popularidade, aparentemente a maior de todos os tempos no país, José Serra está sendo obrigado a ser seu opositor.
Só que Serra não está cumprindo com suas obrigações. De certa maneira, é compreensível. Opor-se ao Lula de 2010, como dizem nos EUA, é como se opor à maternidade ou à torta de maçã. Não dá ibope.
Mas o Lula de 1994 não se curvou diante daquela dificuldade. Suas ideias e propostas podem não ter sido aceitáveis, podem até ter sido repugnantes para grande parte do eleitorado. Nem por isso ele as abandonou. O povo merecia uma alternativa e, mesmo se a rejeitasse, era papel dele fornecê-la. Serra é diferente. Às vezes se posiciona como o herdeiro natural de Lula. Às vezes, como candidato a ministro de Saúde.
Mais recentemente, começou a bater. Mas a verdadeira oposição, a que oferece uma alternativa a tudo aquilo que está aí, ele não faz. Isso é uma pena. Serra pode não ter políticas oposicionistas, mas o PSDB, creio eu, ainda tem. No PSDB, suponho, deve haver pessoas que acreditam no poder positivo da privatização.
Deve haver pessoas que acreditam no Estado enxuto, na meritocracia, no tão odiado “neoliberalismo”. Essas ideias podem não dar ibope no Brasil de hoje. Mas elas são, pelo menos, da oposição. E, às vezes, uma oposição consistente consegue preservar sua dignidade para lutar de novo outro dia. Mas na política é assim mesmo. Nada fracassa que nem o fracasso.
JONATHAN WHEATLEY correspondente do jornal “Financial Times” no Brasil.

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Ceará - Na segunda pesquisa, os números mantêm o quadro da primeira com a vantagem de Cid sobre os demais candidatos

Os números da última pesquisa do Ibope apontam para a reeleição do governador Cid Gomes (PSB). Se as eleições fossem hoje, Cid teria 31% a mais das intenções de votos de todos os outros seis candidatos ao Governo do Estado do Ceará. O governador hoje tem 61% da preferência do eleitorado cearense.



O segundo colocado na pesquisa é o candidato Lúcio Alcântara (PR) com 17%. Na pesquisa anterior ele aparecia com 24%. Marcos Cals hoje tem 10%, um ponto acima do que recebera na pesquisa anterior que foi publicada no último dia 3 de agosto. Os demais candidatos ficaram com os mesmos números da pesquisa anterior.



Um total de 69% dos eleitores cearenses disseram, ao responder a pergunta "Independente da sua intenção de voto, quem o (a) sr (a) acha que será o próximo Governador do Ceará", que será Cid Gomes; apenas 9% citaram o nome de Lúcio Alcântara e 3% o de Marcos Cals. Nenhum outro candidato foi citado.



Senado

Quanto ao quesito rejeição, a candidata do PCB, Nati é apontada por 25% dos entrevistados, seguida de Gonzaga, do PSTU, com 23%, Soraya Tupinambá, do PSOL, com 22%, Lúcio Alcântara com 21%, Marcelo Silva, do PV, com 19%, Marcos Cals com 17% e Cid Gomes, em último, com 14%.



A segunda pesquisa do Ibope para o Sistema Verdes Mares, divulgada parcialmente ontem pela TV Verdes Mares, foi realizada entre os dias 30 de agosto e primeiro de setembro, com um total de 1204 eleitores de vários pontos do Estado. O instituto fez o registro da pesquisa no Tribunal Regional Eleitoral e no Tribunal Superior Eleitoral, respectivamente com os números 49584/2010 e 27049/2010.



Os eleitores também foram ouvidos sobre a disputa pelas duas vagas no Senado da República. O senador Tasso Jereissati (PSDB) é o preferido de 63% dos eleitores contra 35% do deputado federal Eunício Oliveira (PMDB) e 31% do deputado federal José Pimentel (PT).



Este ano, os eleitores de todos os estados brasileiros e do Distrito Federal poderão votar em dois senadores, em razão de a renovação no Senado ser de dois terços da sua composição de 81 senadores. Cada Estado é representado no Senado Federal por três parlamentares. Continua>>>

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Contra o golpismo, coração quente e cabeça fria

O Serra mete medo em quem?
Desde o ano passado, tenho dito aqui que a campanha de 2010 seria a mais suja da história. Uma campanha pra quem tem estômago forte. Alguém achou que Serra ia despencar feito maçã podre, sem apelar? Se acreditou, não conhece Serra. E não sabe o que é a disputa pelo poder num país que pode se transformar na quinta economia do Mundo em poucos anos.
Os ataques de Serra, o apelo ao golpismo, e a campanha midiática orquestrada deixaram alguns leitores desse blog (e de muitos outros, pelo que vejo nos comentários por aí) um pouco tensos. Sei que mais gente por esse Brasil – gente séria, bem intencionada e que luta por um país mais justo – teme pelo pior. É bom mesmo ficar atento, afinal a história no nosso país e da América Latina mostra de que são capazes a direita e seus aliados midiáticos. Foram eles que clamaram pelo golpe em 64. Hoje, dariam tudo por um golpe em estilo hondurenho.
Mas será que têm forças pra isso?
Antes de sair atirando pra todo lado, é preciso fazer algo que era muito comum nos tempos pré-internet – quando a vida e a política seguiam um ritmo menos instantâneo: análise de conjuntura.
Modestamente, faço aqui a minha.
A eleição desenvolve-se com duas agendas opostas:
1) Agenda deLula/Dilma – o Brasil cresce, gera empregos, reduz desigualdades; não há porque mudar as coisas agora, é preciso fortalecer o bloco que está no governo, votando em Dilma e nos aliados nos Estado, para continuar o que Lula começou;
2) Agenda inicial de Serra/PSDB – o Brasil cresce graças ao FHC, que deixou tudo arrumado; mas como não é possível botar  FHC em cena, é preciso mostrar que Serra (e não Dilma) é o mais preparado para continuar a obra de Lula (e que na verdade não é de Lula, mas de FHC).
A agenda de Serra (um pouco confusa, não acham?) naufragou, foi atropelada por Lula e Dilma. A estratégia serrista de se mostrar “confiável” para continuar a obra de Lula (que na verdade não é de Lula, segundo a turma que chama Lula de “Apedeuta”) era uma quimera – além de tudo, vendida de forma incompetente, com favela “fake” e uma militância tucana confusa (afinal, somos a favor ou contra o “Apedeuta” e o “Bolsa-Esmola”?).
O naufrágio levou Serra a menos da metade das intenções de voto de Dilma. Diante do desastre, Serra saiu atirando, agarrou-se a um escândalo mal-contado e tem o apoio midiático em sua nova estratégia de pancadaria e de flerte com o golpe. Não achei que ia ser diferente. Escrevi várias vezes aqui que a turma de Ratzinger/Frias/Civita estaria aí pra ajudar Serra a produzir confusão na reta final.
Acontece que o povão parece ignorar o bombardeio. A pesquisa diária do Vox/IG/Band mostra isso  pelo segundo dia seguido: Dilma tem 51%, Serra 25% e Marina 9%. A Globo vai testar durante alguns dias os limites desse bombardeio. Se fizer algum efeito, os ataques serão intensificados. Do contrário, tudo será esquecido – menos nos editoriais da “Folha” e do “Estadão”.
TSE acaba de negar pedido tucano de casar candidatura de Dilma. O golpismo não vai prosperar, vai só levar Serra para mais fundo, na lama.
Diante desse quadro, a pergunta é: será que vale a pena bater boca com os serristas desesperados? Ou o melhor é manter a cabeça fria e seguir em frente?
Inclino-me mais pela segunda hipótese. Sabendo, claro, que é preciso ter o coração quente e a firmeza necessária para resistir ao golpismo inato dessa gente. Se, na semana que vem, depois do feriado, eles aprofundarem as manobras golpistas, aí acho que vale a pena se preocupar.
Não podemos entrar no jogo deles, agora. Essa turma quer bate-boca. O brasileiro comum quer olhar para frente e seguir crescendo.

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A nova série de vazamentos


Luiz Carlos Trabuco Cappi, presidente do banco Bradesco, ‘vazou’ nesta 5º feira informações que atingem de forma letal a candidatura Serra. Aspas para as inconfidencias de Trabuco: 
  • I] “O que sentimos, tendo por base nosso relacionamento com 1,4 milhão de empresas, é que o Brasil está crescendo em todos os setores. Não há uma dependência setorial”; 
  • II] “…11 milhões de brasileiros vão viajar pela primeira vez de avião nos próximos 12 meses” ; 
  • III] “…o Brasil passará nos próximos anos pelo melhor ciclo econômico de sua história; vamos vivenciar, na segunda década do século XXI, aquilo que foi chamado de “sonho americano”. 
Ao longo do dia, de diferentes áreas do governo e da economia, outros vazamentos sacudiriam a combalida higidez da candidatura José Serra, a saber: 
a] BC interrompe alta dos juros; 
b] carga tributária declina; 
c] vendas recordes de automóveis em agosto; 
d] massa salarial tem aumento real de 32,7% entre 2004 e 2010; 
e] classes C e D já superam a classe B em poder de consumo; 
f] setor industrial investe R$ 549 bilhões até 2013; 
g] definida a capitalização da Petrobras: fatia estatal da empresa deve saltar de 29% para 42% e garantir –à revelia do condomínio midiáticotucano– a soberania brasileira no pré-sal; h] infraestrutura teve R$ 199 bilhões em investimentos entre 2005 e 2008; terá mais R$ 310 bilhões entre 2010-2013; 
i] Brasil realiza os três maiores investimentos em geração de energia elétrica do planeta – Jirau e Santo Antônio e Belo Monte; 
j] otimismo dos brasileiros atinge o maior nível em 9 anos… 
Visivelmente abalado, no final do dia, o candidato tucano retomaria seu discurso contra as Farcs, contra Moráles, o narcotráfico, o PT… 
(Carta Maior e a insuportável peneira de vazamentos pró-Dilma;)
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