Bonecas de porcelana

A artista Marina Bychkova encanta com suas bonecas de porcelana feitas a mão.
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Quem condenou PHA por racismo é um idiota ou uma idiota?

Paulo Henrique Amorim, assim como eu e muitos blogueiros e jornalistas brasileiros, nos empenhamos há muito tempo numa guerra sem trégua a combater o racismo, a homofobia e a injustiça social no Brasil. Fazemos isso com as poderosas armas que nos couberam, a internet, a blogosfera, as redes sociais. Foi por meio de pessoas como PHA, lá no início desse processo de abertura da internet, que o brasileiro descobriu que poderia, finalmente, quebrar o monopólio da informação mantido, por décadas a fio, pelos poderosos grupos de comunicação que ainda tanto fazem políticos e autoridades do governo se urinar nas calças. PHA consolidou o termo PIG (Partido da Imprensa Golpista) e muitos outros com humor, inteligência e sarcasmo, características cada vez mais raras entre os jornalistas brasileiros. Tem sido ele que, diuturnamente, denuncia essa farsa que é a democracia racial no Brasil, farsa burlesca exposta em obras como o livro “Não somos racistas”, do jornalista Ali Kamel, da TV Globo.
Por isso, classificar Paulo Henrique Amorim de racista vai além de qualquer piada de mau gosto. É, por assim dizer, a inversão absoluta de valores e opiniões que tem como base a interpretação rasa de um acordo judicial, e não uma condenação. Como se fosse possível condenar PHA por racismo a partir de outra acusação, esta, feita por ele, e coberta de fel: a de que Heraldo Pereira, repórter da TV Globo, é um “negro de alma branca”.
O termo é pejorativo, disso não há dúvida. Mas nada tem a ver com racismo. A expressão “negro de alma branca”, por mais cruel que possa ser, é a expressão, justamente, do anti-racismo, é a expressão angustiada de muitos que militam nos movimentos negros contra aqueles pares que, ao longo dos séculos, têm abaixado a cabeça aos desmandos das elites brancas que os espancaram, violentaram e humilharam. O “negro de alma branca” é o negro que renega sua cor, sua raça, em nome dessa falsa democracia racial tão cara a quem dela usufrui. É o negro que se finge de branco para branco ser, mas que nunca será, não neste Brasil de agora, não nesta nação ainda dominada por essa elite abominável, iletrada e predatória – e branca. O “negro de alma branca” é o negro que foge de si mesmo na esperança de ser aceito onde jamais será. Quem finge não saber disso, finge também que não há racismo no Brasil.
Recentemente, fui chamado de racista por um idiota do PCdoB, partido do qual sou, eventualmente, eleitor, e onde tenho muitos amigos. Meu crime foi lembrar ao mundo que o vereador Netinho de Paula, pagodeiro recentemente convertido ao marxismo, havia espancado a esposa, em tempos recentes. E que havia dado um soco na cara do repórter Vesgo, do Pânico na TV. Assim como PHA agora, fui vítima de uma tentativa primária de psicologia reversa cujo objetivo era o de anular a questão essencial da discussão: a de que Netinho de Paula era um espancador, não um negro, informação esta que sequer citei no meu texto, por absolutamente irrelevante. Da mesma forma, Paulo Henrique Amorim se referiu a Heraldo Pereira como negro não para desmerecer-lhe a cor e a raça, mas para opinar sobre aquilo que lhe pareceu um defeito: o de que o repórter da TV Globo tinha “a alma branca”, ou seja, vivia alheio às necessidades e lutas dos demais negros do país, como se da elite branca fosse.
Não concordo com a expressão usada por PHA. Mas não posso deixar de me posicionar nesse momento em que um jornalista militante contra o racismo é acusado, levianamente, de ser racista, apenas porque se viu na obrigação de fazer um acordo judicial ruim. Não houve crime, sequer insinuação, de racismo nessa pendenga. Porque se pode falar muita coisa sobre Paulo Henrique Amorim, menos, definitivamente, que ele é racista. Qualquer outra interpretação é falsa ou movida por ma fé e vingança pessoal de quem passou a ser obrigado, desde o surgimento do blog “Conversa Afiada”, a conviver com a crítica e os textos adoravelmente sacanas desse grande jornalista brasileiro.
por Leandro Fortes

O que você precisa saber sobre o PS Vita

O que é?

PS Vita - ou "PlayStation Vita" - é o nome oficial do projeto que a Sony apelidou anteriormente de "NGP". Oficialmente revelado em fevereiro de 2011, ele foi lançado em dezembro do mesmo ano para o mercado japonês. É o sucessor do PSP e vem sendo promovido pela Sony como um "quase PS3 de bolso".

Mas cabe mesmo no bolso?

Tecnicamente, sim, mas de forma desconfortável. Apesar de ser categorizado como console portátil, o Vita é um "meninão": pesa pouco mais de meio quilo, mas tem 7.2 polegadas de tamanho, sendo 5 só para a tela touchscreen. A grosso modo, é maior que um smartphone, mas menor que um tablet.

Sem falar que os botões analógicos dele podem atrapalhar a maior parte dos encaixes. Quer se garantir? Um bolso maiorzinho na mochila dá conta.

OK, e o que ele tem de tão bom?

Tudo depende de sua preferência como jogador, mas na questão de hardware, o Vita vem com dois painéis touchscreen - um sendo a tela frontal e o outro, uma fibra traseira similar aos touchpads do seu notebook. Além disso, ele conta com os botões analógicos padronizados da marca PlayStation (direcionais estilo "rosa-dos-ventos" mais botões de comando "Triângulo", "Círculo", "X", "Quadrado").

O Vita também pegou emprestado o layout das alavancas analógicas de seu antecessor. Finalmente, tal qual o controle DUALSHOCK 3 do PlayStation 3, o Vita possui giroscópio e acelerômetro para controles via sensor de movimento.

Dentro do design elegante, o Vita possui um processador ARM de 4 núcleos e memória de 512MB, além de conectividade nativa com redes sem fio (padrão IEEE 802.11 b/g/n) e bluetooth 2.0 integrado. Há também o modelo com tudo isso, mais suporte à conexão 3G, mas a Sony Brasil ainda não soube informar quando este modelo será disponibilizado no Brasil.

E a mídia? Ainda usaremos UMD em pleno ano de 2012?

O Vita usa um novo tipo de mídia para armazenamento, chamado "PlayStation Vita Memory Card", que vem disponível em modelos de 8 a 32GB. Os jogos virão gravados nesses cartões. Para quem já tinha jogos de PSP, uma boa e uma má notícia: haverá a tão desejada retrocompatibilidade com o portátil de geração anterior, mas apenas para títulos que foram comprados via distribuição digital - ou seja, baixados via PlayStation Network. O suporte aos títulos em UMD, segundo a Sony, não possuem demanda suficiente, então o Vita não dispõe dele.

Aos mais malandrinhos, já vale o recado: o PS Vita Memory Card é similar a um cartão SD, mas o portátil só vai ler os cartões de propriedade da Sony, então não adianta tentar trocar um pelo outro.

Quais são os jogos?

A biblioteca inicial de jogos do PlayStation Vita é, possivelmente, a maior de suas qualidades. A seleção é bem variada e conta com diversos games "Triple A" da Sony, como Uncharted: Golden Abyss, além de produções third party, como Marvel versus Capcom 3Lumines: Electronic Symphony, FIFA Soccer eMortal Kombat. Para lançamentos futuros, o cross over Street Fighter versus Tekken já foi confirmado para uma versão portátil com benefícios exclusivos e personagens ausentes nas versões para console de mesa. 

O preço!

Chegamos à parte mais desagradável para os gamers brasileiros. O preço sugerido do portátil da Sony por aqui é de R$ 1.599,00 - pouco mais que dois Xbox 360 somados.

Os jogos também não ficam muito atrás: um lançamento de base do Vita não sai por menos que R$ 149,90, apenas R$50,00 a menos que os jogos do irmão mais velho PlayStation 3.

Vale a ressalva: jogos do Vita, além do Vita em si, nos EUA, são vendidos por US$ 50 - US$ 60 e US$ 300, respectivamente.

Com informações dos blogs oficiais do PlayStation nos EUA e no Brasil

por Rafael Arbulu

Crônica de Luiz Fernando Verissimo

O que marcou o Carnaval do Rio de Janeiro 2012 foi o silêncio, o silêncio da Bateria da Mangueira...

‘Recomeço’

Quando ainda se escreviam crônicas de carnaval, as de Quarta-Feira de Cinzas eram as mais comuns. Tratavam de ressaca e remorso, de fim da folga e volta ao trabalho, e de todas as possibilidades dramáticas ou patéticas de um carro alegórico abandonado e um falso marquês estirado na sarjeta.

Havia até uma subcategoria de crônica de Quarta-Feira de Cinzas, a crônica de volta do marido para casa. Do reencontro, às vezes catastrófico, do brasileiro com a realidade na forma da Adalgisa esperando no portão, e não aceitando desculpas.
Quarta-Feira de Cinzas era uma coisa muito brasileira. Como ninguém tinha um carnaval parecido com o nosso, ninguém tinha um pós-carnaval tão triste. Uma queda de tanta altura.
Mas o curioso é que, quanto maior e mais coisa inédita brasileira fica o carnaval, mais o nosso pós-carnaval perde suas características — e seu valor literário. Hoje, a figura típica do pós-carnaval não é mais o folião deixando sua fantasia no caminho na volta ao seu duro cotidiano, é o finlandês embarcando no avião e levando sua fantasia para mostrar em casa.
E não tem mais Adalgisa esperando no portão. O marido que volta teve o mesmo destino de outros personagens clássicos: foi engolido pelo tempo e pela irrelevância. Ele não sai mais de casa no sábado e só reaparece na quarta-feira vestindo um cuecão e dizendo que foi sequestrado por sugadoras alienígenas, o que explica os chupões no pescoço. Isso é coisa do tempo antigo. De outros pós-carnavais.
Razão têm os baianos, que acabaram com o pós-carnaval. Lá chamam a Quarta-Feira de Cinzas de “Recomeço”, e emendam. E como gênero literário as crônicas de Quarta-Feira de Cinzas também perderam toda a legitimidade. Viraram anacrônicas. Como esta, que ainda por cima está saindo na quinta.
No final dos anos 60, o programa radiofônico policial “A patrulha da cidade” – teatralizado, de péssimo gosto e recheado de preconceitos racistas – tinha um quadro onde um motorista de ônibus (da linha Caxias-Mauá) comentava as matérias policiais dos jornais populares. E, diante das maiores barbaridades, reclamava que eles eram muito “suaves”, dizendo:
É impressionante como – claro que com muito mais refinamento que o caricato personagem do rádio – o jornalismo econômico brasileiro caminha para do sensacionalismo negativista – inflação e recessão -  para um muxôxo semelhante.
- Ah, mas o crescimento econômico vai ser baixo, o PIB não vai crescer…
Ora, isso é de uma tolice sem par. Que o PIB, em 2011, ia expandir-se a uma velocidade menor que o “boom” de 2010, até as pedras sabiam. Primeiro, porque a base de comparação de 2010, o ano de 2009, era baixíssima, pois o crescimento naquele ano fora zero (até um pouco abaixo de zero). Segundo, porque a ameaça de recrudescimento da inflação – já percebida no fim de 2010 – levou a uma elevação da taxa de juros que, desgraçadamente, se potencializou com os reflexos da crise europeia.
Tanto é que o BC – “precipitação, politização”, apressaram-se a gritar os comentaristas econômicos conservadores -  imediatamente reverteu a curva da taxa de juros públicos.
Como qualquer pessoa de boa-fé poderia prever, o processo inflacionário cedeu – e está cedendo, em ritmo mais acelerado até que o previsível – porque não estava assentado no núcleo da economia, mas na ponta final: basicamente no preço dos serviços. O outro fator altista, a elevação do preço do petróleo, foi contido pela ação da Petrobras – e tome de “revolta” com não haver elevação do preço dos combustíveis nas refinarias.
O PIB brasileiro não apenas vai crescer num ritmo maior, este ano,  como sequer, como se vê agora, baixou como o das principais economias do mundo. Não é correto comparar o desempenho do Brasil ao de emergentes como a China, porque senão teríamos de comparar as estruturas de mercado, a exclusão e,no caso da China, o poder imenso de intervenção do Estado nas estruturas econômicas. E isso, para o bem e para o mal, não é paralelo ao que se passa aqui.
O problema da economia brasileira é a estrutura predatória que há séculos. E que, no capitalismo cada vez mais preso à esfera financeira, expressa-se hoje no tributo, uma espécie de “quinto” moderno,  que representa nossa taxa de juros.
Ela é o centro de um processo perverso que impede o desenvolvimento brasileiro, porque nos impede de uma visão estratégica, de um projeto, em nome do qual se acumule e que produza identidade, porque sem projeto comum não há identidade possível em qualquer grupamento humano.
Como o caricato motorista da “Patrulha da Cidade”, o olhar nacional da dita “inteligência” nacional está preso nas pequenas desgraças do dia-a-dia, com uma tentativa reiterada de ver a nova orientação que tomou como algo que é preciso, torcer, torcer, torcer, para ver se ela dessangra.

pinçado do Tijolaço

Biblioteca básica para o ensino público

Livros de domínio público que pode serem utilizados na educação de crianças, jovens e adultos [ e melhor ], de graça. Segue abaixo a lista de vários clássicos da literatura universal.
* Gilgamesh da Mesopotâmia, (c 1800 aC)
* A Ilíada de Homero, na Grécia, (c 700 aC)
* Mahabharata, na Índia, (c 500 aC)
* Medéia de Eurípides, na Grécia, (c 480-406 aC)
* Metamorfoses de Ovídio, Itália, (c 43 aC)
* A Odisséia de Homero, na Grécia, (c 700 aC)
* O Ramayana por Valmiki, Índia, (c 300 aC)
* A Eneida de Virgílio, Itália, (70-19 aC)
* Édipo Sófocles Rei, Grécia, (496-406 aC)
* O Livro de Jó, Israel. (600-400 aC)
* O Mathnawi por Jalal ad-Din Rumi, Afeganistão, (1207-1273)
* A Divina Comédia de Dante Alighieri, Itália, (1265-1321)
* Decameron de Giovanni Boccaccio, Itália, (1313-1375)
* Os Contos de Canterbury de Geoffrey Chaucer, Inglaterra, (1340-1400)
* Mil e Uma Noites, Índia / Irã / Iraque / Egito (700-1500)
* Gargantua e Pantagruel por François Rabelais, França, (1495-1553)
* Os Ensaios de Michel de Montaigne, França, (1533-1592)
* Don Quixote de Miguel de Cervantes Saavedra, Espanha, (1547-1616)
* Hamlet de William Shakespeare, na Inglaterra, (1564-1616)
* Rei Lear de William Shakespeare, na Inglaterra, (1564-1616)
* Otelo, de William Shakespeare, na Inglaterra, (1564-1616)
* As Viagens de Gulliver de Jonathan Swift, Irlanda, (1667-1745)
* A Vida e Opiniões de Tristram Shandy por Laurence Sterne, Irlanda, (1713-1768)
* Jacques, o Fatalista e o Seu Mestre por Denis Diderot, França, (1713-1784)
* Orgulho e Preconceito, de Jane Austen, na Inglaterra, (1775-1817)
* Fausto de Johann Wolfgang von Goethe, na Alemanha, (1749-1832)
* Os poemas completos de Giacomo Leopardi, na Itália, (1798-1837)
* O Vermelho e o Negro de Stendhal, da França, (1783-1842)
* Morro dos Ventos Uivantes por Emily Brontë, Inglaterra, (1818-1848)
* Os Contos Completos de Edgar Allan Poe, Estados Unidos, (1809-1849)
* Old Goriot por Honoré de Balzac, na França, (1799-1850)
* Almas Mortas de Nikolai Gogol, Rússia, (1809-1852)
* Grandes Esperanças de Charles Dickens, na Inglaterra, (1812-1870)
* Contos de fadas e histórias de Hans Christian Andersen, na Dinamarca, (1805-1875)
* A Educação Sentimental de Gustave Flaubert, França, (1821-1880)
* Madame Bovary de Gustave Flaubert, França, (1821-1880)
* Middlemarch de George Eliot, Inglaterra, (1819-1880)
* Os Irmãos Karamazov de Fiódor Dostoievski M, Rússia, (1821-1881)
* Crime e Castigo de Fiódor Dostoievski M, Rússia, (1821-1881)
* O Idiota de Fiódor Dostoievski M, Rússia, (1821-1881)
* O Possuído por Fyodor Dostoyevsky M, Rússia, (1821-1881)
* Moby-Dick, de Herman Melville, Estados Unidos, (1819-1891)
* Folhas de Relva de Walt Whitman, Estados Unidos, (1819-1892)
* Histórias selecionadas por Anton Chekhov P, Rússia, (1860-1904)
* Casa de Bonecas por Henrik Ibsen, da Noruega (1828-1906)
* As Aventuras de Huckleberry Finn de Mark Twain, Estados Unidos, (1835-1910)
* Anna Karenina por Leo Tolstoy, Rússia, (1828-1910)
* A Morte de Ivan Ilitch e Outras Histórias de Leo Tolstoy, Rússia, (1828-1910)
* Guerra e Paz, de Leon Tolstoi, na Rússia, (1828-1910)
* Em Busca do Tempo Perdido, de Marcel Proust, França, (1871-1922)
* O Castelo de Franz Kafka, Bohemia, (1883-1924)
* As histórias completas de Franz Kafka, Bohemia, (1883-1924)
* Nostromo de Joseph Conrad, Inglaterra, (1857-1924)
* O Processo de Franz Kafka, Bohemia, (1883-1924)
* Os Confissões de Zeno de Italo Svevo, Itália, (1861-1928)
* Os Filhos e Amantes DH Lawrence, Inglaterra, (1885-1930)
* O Livro do Desassossego de Fernando Pessoa, Portugal, (1888-1935)
* Diário de um Louco e Outras Histórias de Lu Xun, China, (1881-1936)
* Romancero gitano de Federico Garcia Lorca, Espanha, (1898-1936)
* Mrs. Dalloway por Virginia Woolf, na Inglaterra, (1882-1941)
* Ao Farol de Virginia Woolf, na Inglaterra, (1882-1941)
* Ulisses, de James Joyce, Irlanda, (1882-1941)
Quais outros livros de domínio público, vocês acham que devem ser incluidos nesta lista?...

Gregos e Troianos hoje são o Brasil e America do Sul de pouco tempo átras

O tempo em que neoliberais de araque tomaram de assalto os Estados da região e patrocinaram as privatarias encomendadas pelo consenso de Washington

Leia com atenção o texto de Carlos Chagas:

Quem [ ainda ] tem riquezas para vender?

Vamos pinçar apenas alguns pedregulhos, do saco de maldades imposto à Grécia pelos banqueiros alemães e ingleses, respaldados por organismos internacionais: a redução de 22% no salário mínimo, a diminuição no valor das aposentadorias, a demissão de 150 mil funcionários públicos, o aumento do desemprego nas atividades privadas, o corte nos investimentos sociais e a privatização de empresas públicas.
                                                        
Sem esquecer que a receita enfiada goela abaixo dos  gregos é a mesma despachada para a Espanha, Portugal, França, além daquele monte de países que vão do Báltico aos Balcãs e ao Mediterrâneo.
                                                        
Apesar da conivência da grande imprensa, até a nossa, em minimizar a reação das populações atingidas,  apresentando como baderna os protestos que ganham as ruas, fica claro ter alguma coisa mudado no relacionamento entre o capital financeiro e as massas exploradas. Estas não agüentam mais.  Aquele gasta suas derradeiras forças na tentativa de preservar privilégios que vão saindo  pelo ralo.
                                                        
A arapuca não funciona mais. Para equilibrar as finanças dos sucessivos governos sediados em  Atenas, imprevidentes, irresponsáveis  e corruptos, a banca internacional promete emprestar 130 bilhões de euros. Fica escancarada a operação  que manterá esses recursos onde sempre estiveram, ou seja, em seus cofres, de onde não sairá um centavo. O empréstimo servirá para saldar as dívidas da Grécia, por certo acrescidas de juros extorsivos, cabendo aos trabalhadores e assalariados arcar com o  prejuízo. Sempre foi assim, através das décadas e dos séculos, só que não é mais.  Não  haverá polícia que dê jeito, como mostram todos os dias as telinhas, mesmo distorcidas e escamoteadas suas imagens.
                                                        
É bom tomar cuidado. A engrenagem financeira internacional, mesmo  podre, desenvolverá todos os esforços para diminuir seu prejuízo. Impossibilitada de agir na Europa insurrecta, estando a América do Norte blindada, não vai dar para lançar suas redes da Ásia. A China chegou primeiro. Com  a África em frangalhos, para onde se voltará a banca em desespero, senão para a  América do Sul?
                                                        
Dessa vez a crise não chegou primeiro para nós. Mas chegará, de forma inapelável. Quem tem riquezas para  vender, como já vendemos no passado?