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Sonegação quase perfeita

Em editorial, o jornal O Globo de hoje capricha para encerrar o ano com a mensagem mais agourenta possível. Ele prevê que o início da redução dos estímulos monetários do Banco Central americano poderia deflagrar o início da “tempestade perfeita”, expressão algo misteriosa de economistas neoliberais para pressionar o Brasil a aumentar juros e cortar despesas sociais.
Observe bem, o Banco Central americano, ao invés de injetar US$ 85 bilhões mensais no mercado financeiro, gastará US$ 75 bilhões. Se considerarmos que essa grana jamais pagou a cerveja de um brasileiro, não creio que essa mudança fará diferença para nossa economia.
O ano de 2014, ao contrário do que prevê o Globo, pode ser o início de um novo ciclo de crescimento econômico no país. A entrada em produção de novos poços do pré-sal e o início da exploração em outros (Libra, por exemplo), a aceleração de várias obras estruturais, a realização da Copa do Mundo (que atrairá milhões de turistas), as eleições estaduais e presidenciais (que fazem governantes abrir a torneira), a previsão de um melhor ano para a indústria, tudo aponta para um cenário mais otimista do que o dos últimos dois anos.

RPV: Para mim um dos maiores desafios era entender como era possível aumentar o emprego sem o PIB crescer

Na coluna do Nassif sobre os juros de dois dígitos ele explica que o pib não crescia por conta da redução da Selic, ou seja, as grandes empresas ganhavam no financeiro e não na venda de produtos e serviços. Por isso o PIB não crescia.
Agora lendo o Blog do Dirceu feclhou o elo. "No mês, segundo o CAGED (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), foram criados 127.648 empregos com carteira assinada. Os pequenos negócios foram responsáveis por 127.439 dessas vagas, ou 99,8% do total."
Ou seja, as grandes que fazem o PIB crescer ganham no financeiro, e as pequenas é que empregam.
Ainda segundo o Nassif, que vai pagar a conta dos juros altos são as pequenas e médias empresas, isso para engordar as grandes.
Então fica combinado assim, os trabalhadores suam a camisa para dar lucro ao patrão, e o patrão entrega aos banqueiros (alguns autênticos e outros disfarçados de empresários).
E o Lula que é o malvado da história. 
Essa é a disputa em jogo no país. As placas tectônicas se movem, quando os trabalhadores e os empresários capitalistas descobrirem que estão alimentando quem não quer trabalhar nem empreender... Daí se junta Aécio, Serra, FHC, Marina, Eduardo, para ver se dá um sonífero para essa turminha que ousa despertar de seu sono profundo por conta dos berros do slndicalista Lula.

Banqueiros agiotas e sonegadores intensifica campanha por mais juros

Apesar da decisão do FED (Federal Reserve, o banco central dos EUA) clara e direta – embora cautelosa – de não retirar os estímulos e não subir os juros, aqui no Brasil continua a campanha alarmista sobre uma fuga de capitais para os mercados norte-americanos, mesmo com a subida da Selic e as medidas adotadas para atrair investidores.


A ata da última reunião do FED, divulgada ontem, mostra que quase todos os integrantes do banco ainda dizem que retirar os estímulos monetários não é apropriado, Apenas alguns poucos integrantes avaliaram que em breve será o momento de reduzir um pouco a compra de títulos.



Portanto, não faz sentido essa campanha alarmista por aqui. O objetivo é aumentar o pessimismo e obrigar o Banco Central a uma nova rodada de aumento nos juros. Na prática, promove uma campanha para um locaute de investimentos. 

Fora a escandalosa gritaria contra a desvalorização do real pelos mesmo que clamavam contra a sua valorização. Quando o erro, na verdade, foi não termos desvalorizado o real antes, perdendo a oportunidade de evitarmos o quadro atual nas contas externas.
Os nosso comentaristas e a mídia continuam usando esses falsos argumentos sem nenhum pudor. E ainda se espantam ou fingem espanto com a queda da criação de emprego nas regiões metropolitanas e o baixo crescimento em todo o país.
Texto de José Dirceu Título do Briguilino

Manchetagem sob encomenda

Como os parasitas do mercado financeiro não tem mais a inflação "fora de controle" como argumento para exigir mais juros, daqui para frente até o peido da Anita será motivo de alarme. 

O Estado de S. Paulo

Manchete: Confiança na economia cai ao nível da crise de 2009

Governo tenta reagir ao aumento do pessimismo, que provoca recuo no consumo e nos investimentos

Os índices que medem a confiança de consumidores e empresários na economia caíram aos níveis registrados em 2009, auge da crise global. Segundo especialistas, o resultado preocupa porque o pessimismo provoca retração do consumo e no investimento e freia a economia. "O ano começou com uma expectativa de crescimento mais forte, mas o mercado de trabalho está menos favorável e os juros estão subindo", disse Aloisio Campelo, economista da FGV, responsável pelas sondagens. A queda da confiança acendeu o sinal de alerta no governo. Nos últimos dias, a presidente Dilma Rousseff e o ministro da Fazenda, Guido Mantega, têm batido na tecla de que o pessimismo é exagerado. 

Economia: inadimplência é uma fraude

Maior banco brasileiro e indutor da política de redução de juros do governo Dilma, o Banco do Brasil teve lucro líquido recorde de R$ 7,472 bilhões no segundo trimestre, mais que o dobro do registrado em igual período do ano passado e quase três vezes o valor obtido entre janeiro e março deste ano. 

No acumulado do primeiro semestre, o lucro do BB também foi recorde, somando R$ 10 bilhões.

Bandiqueiros e agiotas capturaran o Estado brasileiro

O documento ao lado é oficialíssimo. Está nas páginas do Senado brasileiro. Leia a linha de número dois, sob 
PagoR$ 134 bilhões, 53 milhões, 618 mil e 451 reais.
É quanto você pagou em juros da dívida brasileira em 2012, segundo o governo (mas há controvérsias, sobre as quais você vai saber abaixo).
Agora leia a linha de número seis, sob PagoR$ 618 bilhões, 888 milhões, 549 mil e 837 reais.
É quanto você pagou em amortização/refinanciamento da dívida em 2012. Uma enormidade, não?
Pois Maria Lúcia Fatorelli acredita que, se houvesse uma auditoria, o valor devido poderia ter uma redução de até 70%.
Por que? A ex-auditora da Receita Federal está certa de que existem ilegalidades e irregularidades nas cobranças da dívida brasileira.
Para benefício dos banqueiros e prejuízo dos contribuintes.
Escrevo “contribuintes” porque a dívida é paga com dinheiro de nossos impostos. Tudo o que o Tesouro brasileiro faz é pendurar a conta em nosso nome: “procura o gerente” e entrega uma montanha de papéis assumindo que “devo, não nego, pago quando puder”. Com juros, muitos juros, razão de viver dos bancos.
Aqui, uma pausa importante: a mídia corporativa não tenta explicar tudo o que você vai ler e ouvir abaixo aos leitores, ouvintes e telespectadores. Por que? Porque os bancos são grandes patrocinadores. Por outro lado, mesmo os governos não gostam de falar do assunto. Quanto mais transparência, menor margem de manobra para os acertos de bastidores. Por isso, em geral os governos fazem de conta que o assunto é muito árduo, muito difícil de entender e que você não precisa se preocupar com isso. Ou seja, deve pagar a ficar quieto.
Mas, voltemos ao que interessa…
O poder dos banqueiros sempre foi imenso. Eles definem as regras nas duas pontas: desde as condições de emissão dos papéis em que prometemos pagar até as regras da cobrança.
Faturam com as comissões sobre as transações e com os juros. Juros altos interessam aos banqueiros. Quanto maiores, mais eles recebem emprestando ao governo.
E os cidadãos? Pagam a conta através dos impostos e ficam sem os serviços públicos que o dinheiro dado aos banqueiros poderia financiar. Sem o Metrô, os hospitais e as creches que o dinheiro gasto em juros poderia financiar.
Sob o peso da dívida — grosseiramente, R$ 3 trilhões em dívida interna e U$ 400 bilhões em dívida externa — o governo privatiza. Aliás, “concede”. Entrega parte da soberania.
Entrega à iniciativa privada — cujo objetivo principal, como o dos banqueiros, é o lucro — algo que poderia fazer, possivelmente mais barato, com recursos públicos, se o dinheiro não fosse usado para pagar ou rolar a dívida e os juros.
Concede portos e aeroportos. Facilita o acesso a recursos naturais. Em outras palavras, entrega o ouro.
Maria Lucia Fatorelli é coordenadora da Auditoria Cidadã da Dívida, uma entidade que batalha para que o Brasil faça o mesmo que o Equador fez, em 2007 e 2008. Aliás, uma experiência sobre a qual Maria Lucia pode falar de cátedra. Ela foi convidada pelo presidente equatoriano Rafael Correa a fazer parte da CAIC, a Comissão de Auditoria Integral da Dívida Pública.
Resultado final? Boa parte da dívida equatoriana era ilegal. Não havia provas, por exemplo, de que o governo tinha de fato recebido os empréstimos pelos quais estava pagando. Ao fim e ao cabo, o presidente Correia reconheceu apenas 30% da dívida. Curiosamente, 95% dos bancos credores do Equador aceitaram fazer acordo com o governo e renunciaram a qualquer ação nos tribunais internacionais.
O Brasil tem hoje uma dívida externa de cerca de U$ 440 bilhões. Uma fatia razoável é de empresas privadas, que tomam dinheiro no Exterior. Mas Maria Lucia está certa de que a fatia pública desta dívida externa, em caso de auditoria, teria um cancelamento tão grande quanto a do Equador, dado que condições similares foram aplicadas ao mesmo tempo nos dois paises por banqueiros internacionais e que, em 1992, parte da dívida dos dois países prescreveu.
Prescreveu? Prescreveu e continuamos pagando? Para entender melhor, ouça o trecho da entrevista em que Maria Lucia fala a respeito de seu trabalho no Equador: Leia mais>>>

Inflação em queda não é novidade. O que impressiona é achar natural a alta dos juros

A inflação tem queda, o preço do tomate despenca, a cesta básica cai em todo país pela primeira vez desde 2007 e o índice oficial de julho fica próximo de zero. Nada disso é novidade ou surpresa. O que impressiona é como se aceita como natural o aumento dos juros.

O que surpreende é como a mídia e a oposição criaram, sem resposta do governo e do PT, expectativas de inflação para além da realidade, impulsionando e generalizando uma inflação setorial e conjuntural pressionada pela demanda dos serviços e mão de obra.

E como obrigaram, na prática, o Banco Central a aumentar a Selic antes que se generalizasse na economia a sensação artificial que a inflação estava fora do controle.

É fato mais do que conhecido – e nós dissemos isso aqui várias vezes – que há muita volatilidade nos preços de alimentos que compõem o índice de inflação, por causa do clima e da safra. A própria Folha de S.Paulo reconhece hoje que, historicamente, a maioria dos alimentos in natura (hortaliças e frutas, por exemplo) sobe de preço nos primeiros meses do ano e cai depois. Mas isso o jornal e o restante da grande imprensa preferiam ignorar durante a campanha artificial da inflação.

Os alimentos derrubaram a inflação, que cairia com o fraco desempenho da economia, com a queda do consumo, diminuindo a pressão sobre os salários, emprego e serviços, uma prova concreta que não era necessário subir a Selic.

Até porque o Banco Central tem outros instrumentos para esfriar o crédito e o consumo, começando pelos compulsórios. Mas ao subir a Selic, atendeu ao rentismo e ao sistema financeiro. Os de sempre...

Preços em queda

A cesta básica ficou mais barata em julho nas 18 capitais pesquisadas pelo Dieese. Foi a primeira queda de preços em todas as capitais pesquisadas desde maio de 2007. O tomate liderou a queda. Em Brasília, o preço caiu 56,81%.

Hoje, saiu o IPCA de julho, que é o índice oficial. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo desacelerou de 0,26% em junho para 0,03% em julho, segundo o IBGE.

Em 12 meses,o  IPCA acumula alta de 6,27%, dentro da meta com banda para cima do Banco Central.
José Dirceu

O nó que o Brasil necessita desatar é esse

Em tese, a política fiscal seria  o espaço da solidariedade no capitalismo. Caberia a ela transferir recursos dos mais ricos para os fundos públicos, destinados a contemplar os mais pobres e o bem comum. Sem carga tributária adequada não se constrói uma Nação. Não apenas isso. A  composição da receita é decisiva na incidência regressiva ou redistributiva que ela provoca. O sistema brasileiro é um caso pedagógico da  regressividade. Mais de 60% da arrecadação está embutida nos preços dos bens de consumo. Não importa a renda do consumidor: ganhe um ou 100 salários mínimos por mês, pagará o mesmo imposto por litro de leite. 

O tributo sobre o patrimônio, em contrapartida, não chega a 3,5% da arrecadação. Pior: bancos pagam menos que o conjunto dos assalariados, cuja paciência chegou ao limite com a qualidade do que obtém em troca. 

O  que se arrecada, tampouco se destina automaticamente a reduzir abismos sociais. Da receita anual, cerca de 5% do PIB destinam-se aos juros  da dívida pública. Equivale a quatro vezes mais o que supostamente custaria a implantação da tarifa zero no transporte coletivo das grandes cidades brasileiras. Mais de dez vezes o custo do  Bolsa Família. Treze vezes o que o programa  ‘Mais Médicos' deve investir até 2014 em obras em 16 mil Unidades Básicas de Saúde; em equipamentos para 5 mil unidades já existentes; na reforma de  818 hospitais; equipando outros 2,5 mil e em melhorias nas instalações de 877 Unidades de Atendimento.LEIA MAIS>>>

Vandalismo econômico


Dívida publica em 15 de julho
O gráfico publicado por O Estado deS. Paulo

Por José Carlos Ruy



A principal notícia econômica de O Estado de S. Paulo desta segunda-feira (15) diz, em tom de alarme e escândalo: “Despesa do governo supera inflação e passa de R$ 1 trilhão pela primeira vez”.

O jornalão paulista teria razão se, na análise da notícia, destacasse a real motivo de alarme e escândalo nela revelado: o enorme peso dos juros sobre as despesas da União, que constituem a verdadeira trava para os investimentos destinados ao desenvolvimento do país. Juros que alimentam os grandes especuladores financeiros e sugam os recursos do país em benefício da pequeniníssima parcela da população que concentra, em suas mãos, a riqueza do país,

O jornalão paulistano revela que as despesas do governo federal tiveram aumento real de 6,6% no primeiro semestre, em relação ao mesmo período de 2012, levando os desembolsos a ultrapassarem aquele valor mítico de R$ 1,01 trilhão. E gerando a dificuldades que o governo terá para realizar o almejado, pela especulação financeira, corte entre R$ 10 bilhões a R$ 15 bilhões de seus gastos. E constata: “o que se vê na prática, é que os investimentos estão estagnados, enquanto as demais despesas sobem”.

Quais despesas subiram? Foram os gastos sociais do governo, como o Minha Casa Minha Vida (que os conservadores consideram como custeio e não como investimento, fazendo aumentar as despesas do governo). Outros gastos cujo crescimento causa o alarme conservador são aqueles ligados ao aumento do salário mínimo, que influencia pagamentos de aposentadorias, pensões e benefícios assistenciais a idosos e deficientes físicos de baixa renda. Além disso avaliam o aumento da folha de pagamento do governo, que praticamente não cresceu neste ano (foi de meros 0,3%), revelando - diz o jornalão da famiglia Mesquita - “que há pouco espaço para cortes adicionais na rubrica. Ali, o aperto já foi feito”.

Avalia também os investimentos feitos pelo governo, no primeiro semestre, para concluir que, dos R$ 90,2 bilhões previstos, R$ 19 bilhões haviam sido empenhados até junho, sendo que apenas R$ 3,7 bilhões foram efetivamente pagos com recursos do orçamento de 2013, e outros R$ 16,8 bilhões, que foram liberados nesse período, eram verbas de orçamentos de anos anteriores - os chamados restos a pagar.

Isto é - o jornalão paulistano se alarma com a perspectiva do governo encontrar dificuldades para realizar os cortes orçamentários anunciados (que podem chegar a R$ 15 bilhões, havendo inclusive analistas conservadores que propõe R$ 25 bilhões!). Dificuldades que derivam do propósito permanentemente reafirmado pela presidenta Dilma Rousseff de não realizar cortes nos gastos sociais do governo. A União, sugere o jornalão, fica então sem alternativa...

Trata-se de uma conclusão que interessa apenas aos especuladores que ganham rios de dinheiro com a dívida pública. Alternativa existe, e ela é revelada pelo próprio gráfico que ilustra a matéria de OESP (ver acima), que mostra os gastos do governo entre 2009 e 2013.

Aqueles R$ 1,01 trilhões de reais gastos pelo governo em 2013 incluem R$ 389,1 bilhões em amortizações e refinanciamento da dívida mais R$ 66,7 bilhões em juros e encargos da dívida. Isto é, a especulação financeira abocanhou R$ 455,8 daqueles gastos, ficando com 45% do total. As despesas que permitem ao governo governar e investir no crescimento do país ficaram muito abaixo, somando R$ 20,5 bilhões no item investimentos, mais R$ 29,7 bilhões em inversões financeiras feitas pelo governo, mais R$ 108 bilhões no item pessoal e encargos, mais R$ 396,9 em despesas de custeio (que, aliás são da mesma dimensão da amortização refinanciamento da dívida: R$ 389,1 bilhões).

Os R$ 20,5 bilhões anotados como investimentos representam apenas 4,5% do total de R$ 455,8 bilhões gastos com a especulação financeira! É irrisório e indica outro caminho, real e produtivo, que permitiria cortes para dobrar os investimentos feitos: a montanha dos juros gerados pela dívida pública! Se o governo decidir dobrar os investimentos, chegando a R$ 41 bilhões, mesmo assim estará agastando apenas 9% daquilo que é abocanhado pela especulação!

Outra forma de medir o verdadeiro obstáculo que o governo enfrenta para fomentar o desenvolvimento, que é representado pela voracidade da especulação financeira, foi indicado pelo “dividometro” publicado pelo portal Auditoria Cidadã da Dívida. Ele mostra que até 1º de junho (nos cinco primeiros meses do ano, portanto) a dívida consumiu R$ 406 bilhões de reais (ao ritmo alucinante de 2,7 bilhões por dia!), representando até aquele dia 51% do gasto federal.

O país não aguenta pagar tanto juro para especuladores. Precisa trazer esses recursos para investimentos em seu desenvolvimento e não esteriliza-los aumentando as contas bancárias de uma elite voraz e improdutiva!

O freio funcionou

Taki Inoue (foto, à esquerda)  foi eleito, recentemente, numa eleição informal do site britânico Autosport, o pior piloto de Fórmula 1 dos últimos 20 anos. O cara é muito lerdo. No Brasil, talvez se tornasse presidente do Banco Central.
Alexandre Tombini (foto, à direita), presidente do BC, conseguiu o que queria. Travou o crescimento econômico, para alegria da urubuzada. A prévia do PIB divulgada pelo Banco Central há pouco aponta uma queda de 1,4% em maio, sobre o mês anterior. Tombini e os sete tombinitos do Comitê de Política Monetária merecem uma salva de palmas da banca internacional, interessada mais no peru com batatas do dinheiro fácil, do que nos riscos de longo prazo dos investimentos em produção.
As “ruas” vão adorar saber que os juros estão subindo na contramão do PIB. É uma equação básica numa economia capitalista: sobe-se os juros, como premissa, queda do PIB como consequência.
O “gigante”, quando acordar outra vez, bem que podia dar uma passadinha na entrada do BC. Infelizemente a mídia gosta de juro alto e não vai contar nada pro grandão e seus amigos de facebook. Ele não vai ficar sabendo, portanto, que os investimentos em saúde, educação e mobilidade urbana, que ele tanto pede  -aos gritos – aos governos, serão tungados com o pagamento de juros à classe rentista. A reclamação do custo dos estádios parece piada quando se pensa quanto o Brasil ainda gasta com juros anualmente. A gente informa por aqui: nos últimos 12 meses, o Brasil gastou mais de R$ 200 bilhões em juros. Dava para fazer umas quatro ou cinco Copas e umas três Olimpíadas. Mais uns 5 ou 6 trens-bala…
Ah, claro, tem a inflação, o ~pior dos males~. Acontece que, há anos, economistas mais progressistas tentam se convencer os burocratas do BC que o tipo de inflação vivida no Brasil não é inflação de demanda. Por mais que o brasileiro tenha aumentado o consumo de bens e serviços, a sociedade como um todo ainda registra um consumo bem abaixo do potencial de produção no país.
Não se combate inflação detonando o crescimento econômico. Inflação se combate com controle dos custos essenciais, aumento da oferta, incremento na infra-estrutura. Em que juros mais altos podem ajudar neste sentido? Nada. 
Fiz uma tabelinha com os presidentes do Banco Central nos últimos governos, só para relembrar ao senhor Tombini e à presidenta, que o cargo pertence ao povo, e trocar um presidente de BC não é nenhum bicho de sete cabeças. Se Tombini continuar pisando forte no freio, a economia vai parar, as ruas vão chiar, e aí tudo degringola de vez. Se a disposição de Tombini, portanto, e de seus tombinitos, é de continuar elevando juros e prejudicando a economia brasileira, talvez seja a hora da presidenta experimentar um outro time.
É preciso ter juízo. Aumentar juro gera desemprego lá na frente. Se as pessoas estão insatisfeitas com uma situação de emprego pleno, é um tanto alarmante pensar o que acontecerá se ficarem sem trabalho. Aí não serão jovens de classe média a ir pra rua. Será o povão, o último bastião que ainda confia na presidenta e pode lhe garantir a reeleição.
Fernando Brito

Para especulador fundamento econômico é lucro imediato

Vejam que edificante para nossos analistas que dizem que são os “fundamentos econômicos” que definem o valor da moeda e que “a saúde da empresa” é aquilo que determina seu valor em bolsa.
O BC deu ao mercado os juros que ele queria. Aí a cotação do dólar “colou” na sua oscilação mundial – em queda, depois do balde de água fria que Ben Bernanke, boss do Federal Reserve deu nos que esperavam uma alta de juros nos EUA.
A Petrobras, que havia virado “patinho feio” no mercado acionário, anunciou uma mudança na contabilidade, fazendo hedge – proteção em dólar de suas dívidas –  e garantindo que a variação cambial só afetará mais adiante seus resultados operacionais e, com isso, que o  pagamento de dividendos de curto prazo cresça, deu um salto de mais de 7% na bolsa.
O “fundamento” mais importante da economia brasileira segue sendo o da especulação.
O Brasil é o país do dinheiro rápido.
Ou “de curto prazo” como preferem os operadores do mercado.
O Brasil, para esta gente, não tem um futuro. Tem, no máximo, um mercado futuro.
De curto prazo, naturalmente.
O capital não tem filhos, apenas dá filhotes. Devidamente devorados.
Por: Fernando Brito

43,98% (750 bilhões) dos recursos federais (nossos) foram para onde?

Por que milhões de pessoas vão às ruas manifestar-se, mesmo sem ter tido conhecimento dos passos mais recentes dados pelos poderes do Estado no sentido da destruição do País?
Claro que para revoltar-se nem precisam estar bem informados. Basta sentir os sofrimentos  decorrentes de problemas que continuam agravando-se: 
  • transporte público insuportável e, além disso,  nas grandes cidades, transporte particular inviabilizado pelo excesso de veículos; 
  • acesso  difícil ou inexistente a  serviços públicos de saúde e de educação, de alguma qualidade, além de, no âmbito privado,  preços absurdos sem qualidade correspondente; 
  • salários baixos; 
  • preços elevados, em mercados dominados por empresas e bancos concentradores; 
  • impostos e taxas numerosos e custosos.

Credita-se ter desencadeado a faísca ao Movimento do Passe Livre (MPL), baseado em São Paulo e outras cidades, organizado há anos e voltado para objetivos justos, embora limitados
O momento em que surgiram os protestos devidos ao aumento das passagens de ônibus em São Paulo, coincidiu com os jogos da Copa das Confederações, a qual expôs os superfaturamentos e outros absurdos ligados à construção dos estádios.
É compreensível que associem esses gastos suntuários às carências no atendimento das necessidades da população.
Falta, porém, elevar mais o número dos manifestantes e motivá-los a lutar pela erradicação das verdadeiras causas das desditas do povo.  Para isso é urgente disseminar, para dezenas de milhões de brasileiros, as informações econômicas e políticas relevantes.

Ah, os juros

Aí está a função do empresariado brasileiro não investir.
Dinheiro e lucros garantidos nos papeis.
Concentração de riqueza e remessa de lucros para fora do pais?
Sim, neoliberalismo na veia.
Somos um pais que ainda continuamos como colônia?
Sim, remetemos nossas matérias primas para fora e o lucro da exploração dessas riquezas nas mãos de uma pequena elite, os senhores da "casa grande".
E o pragmatismo manda que nós, que apoiamos o governo, fiquemos calados, ou pior, que justifiquemos com as premissas de que o governo é barrado pelo Congresso, quando, na realidade, governo é executivo e sua base de apoio no parlamento.
Na realidade ninguém que está no poder quer mexer com a casa grande, tem medo dela.
E nós eleitores continuamos como buchas de canhão defendendo o indefensável.
Concentração da mídia se "resolve com o controle remoto".
Reforma agrária que diluiria esta concentração de terras que ainda nos mantém nos moldes da "casa grande e senzala", para quê?
Por isso todos têm medo das mobilizações das ruas, apenas esta terá o poder de fazer avançar alguma coisa.

*Empregados de agiotas nacionais e internacionais exigem mais juros

Nesta semana, o COPOM (Comitê de Política Monetária) volta a se reunir para definir o que fazer com a taxa básica de juros. E, como sempre, a grande mídia traz de volta e dá destaque para os economistas da oposição.  Eles estão presentes também no noticiário político, sobre as eleições de 2014.

Esses economistas retornam com suas lições e receitas, aconselhando candidatos e dando aulas ao país. Alguns insistem no óbvio: investir e aumentar o crédito, priorizar a educação, a inovação e a infraestrutura. Mas foi exatamente isso que o ex-presidente Lula e a presidenta Dilma Rousseff fizeram.

Querem o BNDES fora do financiamento à indústria e à inovação, como um banco auxiliar de um Estado que prioriza os serviços públicos e a justiça, um Estado mínimo, sem ação econômica, a não ser para garantir as regras ditadas pelo mercado.

Para eles, o governo só deve garantir a estabilidade que se consegue com metas de inflação, câmbio flutuante e superávit fiscal, como se o mundo fosse neutro e o mercado, um Deus.

Querem cortar gastos e derrubar a demanda, falam de desindustrialização e baixos investimento e crescimento, câmbio valorizado, heranças da época que dirigiam a economia com Fernando Henrique Cardoso, esquecendo que a inflação era o dobro, o crescimento médio era a metade e o desemprego era uma realidade.

Querem a volta ao passado e não apresentam nenhuma nova estratégia. Mas a realidade se impõe, o câmbio já se desvalorizou, a demanda esfriou e qualquer corte de gasto com aumento de juros vai levar à recessão e ao desemprego, à queda do consumo e do investimento, à queda de renda média e dos salários.

Mas garantiria grandes ganhos financeiros aos rentistas, únicos beneficiados com essas políticas conservadoras e cujo objetivo é a chamada austeridade. 
by José Dirceu
* O título é Meu

O que o Brasil precisa

Boas notícias da inflação de junho. 
O IPCA, que mede a inflação oficial, desacelerou de 0,37% em maio para 0,26% em junho. Essa taxa é a menor desde junho de 2012, que foi de 0,08%.

Como previsto, o grupo de alimentação e bebidas teve uma forte desaceleração, de 0,31% em maio para 0,04% em junho - o menor resultado desde julho de 2011 (-0,34%). Foi a quinta queda seguida.

As boas notícias na economia não param aí. Agora vêm os leilões do pré-sal, já em outubro. E também temos os leilões das ferrovias, dos portos e rodovias – condição para um maior crescimento, redução de custo, logística melhor e mais recursos para educação e saúde, melhores transportes no país.

Mais produção de petróleo e gás significa uma balança externa equilibrada e recursos para investimentos em educação e inovação. É o que o país precisa nos próximos anos: crescimento sem inflação e com distribuição de renda e melhores serviços públicos.
José Dirceu

As manifestações a aparência e a essência

- Muié, tava onde?
- Fui pru salão de beleza.
- Fazê o quê?
- Fica bunita uai.
- E por quê num fica?...

Porque não mudou a essência. Mudou apenas a aparência.

O mesmo acontece com as manifestações populares e a realidade econômica do Brasil.

As manifestações públicas fizeram que alguns governadores e prefeitos baixassem a tarifa dos transportes públicos.

  • Fulano reduziu 0,20 centavos
  • Sicrano 0,15
  • Beltrano 0,10
E, teve um que realizou a proeza de baixar 0,05 centavos da passagem de ônibus.

Incrível, Fantástico, Extraordinário, Excepcional.

O texto acima para mim é uma piada só, aparência!

A essência é o seguinte:

O "Deus Mercado" vem e exige aumento da selic.

Que fazem os analistas políticos e econômicos?

Discutem de quanto deverá ser o aumento, 0,25 , 0,50 nesta reunião, quanto na próxima?...

Agora pergunta quanto poderia ser reduzido na tarifa dos transportes públicos do país com o dinheiro referente apenas a 1% da taxa selic?

Quantos milhões de brasileiros seriam beneficiados com esta redução redução?...

Pois é amigos, quem quiser que se iluda com estas manifestações e o papel do cidadão nas política públicas, eu se iludo não.

Enquanto o financismo prevalecer sobre a economia real, nós iremos de mal a pior. Caminhamos inexoravelmente para a beira do precipício.



Agiotas querem selic de 9,25 ao do ano

A taxa básica de juros, a Selic, deve chegar ao final de 2013 a 9,25% ao ano. 
A projeção é de instituições financeiras consultadas todas as semanas pelo Banco Central (BC). Na semana passada, a previsão para a Selic no fim do período era 9% ao ano. Para o final de 2014, a projeção também é 9,25% ao ano.
As instituições financeiras esperam que, na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), em 9 e 10 deste mês, seja mantido o ritmo de alta da Selic, com aumento de 0,5 ponto percentual. A taxa básica, atualmente em 8% ao ano, subiu 0,25 ponto percentual em abril e 0,5 ponto percentual em maio.
Essa expectativa surgiu depois da divulgação do Relatório de Inflação, no último dia 27. O BC elevou a projeção para a inflação, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), de 5,7% para 6%, este ano. Para 2014, a estimativa é que a inflação fique em 5,4%.
A taxa básica de juros é elevada quando o objetivo do Copom é conter a inflação. Na divulgação do Relatório de Inflação, o diretor de Política Econômica do BC, Carlos Hamilton Araújo, disse que a autoridade monetária “dispõe dos instrumentos e está fazendo uso [deles] para que a inflação permaneça sob controle”.
Para as instituições financeiras, a inflação medida pelo IPCA deve chegar ao final deste ano a 5,87%, contra 5,86% previstos na semana passada. Para 2014, a projeção subiu de 5,80% para 5,88%.
A pesquisa do BC também traz projeção para o Índice de Preços ao Consumidor da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (IPC-Fipe), que passou de 4,98% para 4,71%, este ano, e permanece em 5%, em 2014.
A projeção para o Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) foi ajustada de 4,72% para 4,79%, este ano, e de 5,20% para 5,50%, em 2014. Para o Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M), a estimativa passou de 4,58% para 4,84%, este ano e de 5,23% para 5,26%, em 2014.
Edição: José Romildo

Cai juros para habitação

A queda do ritmo de lançamentos imobiliários levou os bancos a uma batalha para financiar obras no setor. Como consequência, os juros cobrados das incorporadoras cedeu. A taxa média no crédito imobiliário para empresas caiu para 10% ao ano mais taxa referencial (TR). Pouco mais de dois anos atrás, em março de 2011, a taxa média era superior a 12%, considerando os recursos direcionados, que compõem a maior parte do crédito imobiliário no país e excluem o programa federal Minha Casa, Minha Vida.

A menor demanda por crédito decorre do fim da euforia do setor de alguns anos atrás e também de problemas enfrentados por incorporadoras no cumprimento de prazos de entrega. No primeiro trimestre, por exemplo, as incorporadoras com ações em bolsa lançaram, em conjunto, R$ 3,98 bilhões em novas obras, valor que indica um recuo de 18,2% ante o mesmo período do ano passado.
Valor Econômico

No virtual, o privatismo. Na vida real, o Estado paga

A cantilena sobre a excelência e as maravilhas da livre iniciativa são uma espécie de “pauta” do pensamento econômico da qual virou “pecado”, faz tempo, discordar.
Não há um que deixe de falar sobre o papel vital do agronegócio, da construção civil e das obras de infraestrutura – para aliviar o “custo Brasil” – em nosso país.
Qualquer beabá de economia sabe que, para os três setores, crédito é vital, pela lenta velocidade de retorno.
Um trator não se paga em uma colheita, uma casa não se paga em um ano e uma ponte não dá retorno econômico senão em muito tempo de acúmulo de benefícios de mobilidade e logística.
Então, cadê o dinheiro para investir?

Reação contra a Dilma começou com a redução da selic

por Igor Grabois, especial para o Viomundo
Como, em tão pouco tempo, a direita brasileira conseguiu capturar uma onda de manifestações de massa, com causas justas e origem na esquerda? Por que tanta demonstração de insatisfação, mesmo em um período de bonança econômica? E, mais, por que essa concentração de ataques ao governo Dilma? Nem Lula viveu uma onda de ataques tão intensa no período do mensalão.

A ascensão do PT ao governo federal não alterou o bloco de classes que detém o poder do Estado no Brasil. Ao contrário, alguns setores, como o agronegócio se fortaleceram. As grandes empresas nos dois mandatos de Lula nunca lucraram tanto. Os dois maiores bancos lucram, sistematicamente, cerca de um bilhão de reais por mês. Houve crescimento do emprego e da massa salarial. Há motivos de satisfação tanto para a burguesia quanto para os trabalhadores.

Mas como no capitalismo não há equação de ganha-ganha, alguém perde com as mudanças na economia. Lula legou para a sua sucessora uma política monetária restritiva – a maior taxa de juros real do mundo – e uma taxa de câmbio insustentável. Não mexeu nos contratos das empresas privatizadas herdados de FHC. O crescimento da economia, cujos motivos e causas não cabem nesse espaço, conseguiu adiar a necessidade de solução dessas contradições.

A economia crescia e passou relativamente bem à crise internacional. O crédito cresceu a despeito dos juros altos. Reservas internacionais foram acumuladas em sucessivos superávits comerciais. E houve uma generalizada sensação de elevação dos padrões de vida.

Reduzir a Selic