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A segunda-feira é inocente

Prisão trabalho

O trabalho não é, por definição, aprisionante e terrível. Somos seres construtores, produtivos. Idealmente, o trabalho nos permite dar vazão ao nosso afã criador e, ao mesmo tempo, ganhasr o dinheiro que precisamos para viver nossa vida e realizar nossos projetos pessoais. Muitas vezes, entretanto, o trabalho custa caro: ele suga quase toda nossa energia vital e nos dá somente uns míseros tostões em troca. Nesses casos, sim, o trabalho é uma prisão.

Lula e Dilma criaram 19,2 milhões de emprego

Os empregos criados nos governos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da presidenta Dilma Rousseff, ambos do PT, são quase duas vezes superiores aos postos gerados durante os 15 anos dos governos Fernando Henrique Cardoso, Itamar Franco e José Sarney.

Juntos, Lula e Dilma criaram mais de 19.2 milhões de postos de trabalho contra cerca de 10,4 milhões dos outros três presidente.

Cansei

E se eu pudesse mudar algo, alguma coisa?..
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“Clique. Clique. Clique. Clique.”
Cansei. Hora de recomeçar, mudar, fazer e refazer. Repensar.
Foi assim, num clique em um belo dia na volta de uma breve conversa com meu chefe. Ex-chefe, digo. Foi um clique mais que óbvio, mas coisas evidentes sobre nós mesmos não são tão fáceis de enxergar.
Eu não gostava daquele emprego. Mas não podia largar. Tinha de pagar as contas e, talvez, assumir um status ou simplesmente atender as expectativas que os outros tinham em mim e, nessa brincadeira, passei dois anos me anulando e desperdiçando energia demais em coisas que não me acrescentavam nada, muito pelo contrário, apenas me desgastavam.
Culpa de uma grande dívida que nasceu nesta insanidade. Um apartamento.
E olha, caro amigo, pagar um imóvel com salário de assistente significa abdicar-se de quase tudo: não sair, freelar de madrugada e se virar com o que tem. No fim, tudo deu certo. Foi uma boa poupança que me rendeu uma grande viagem, mas com uma execução errada. Poderia ter tido disciplina e guardar essa grana de qualquer forma e sem tanto sofrimento.
Tentando ser positivo — não vou reclamar de tudo –, durante dois anos você conhece muita gente e as pessoas são, muito provavelmente, a máxima da vida. Um dos responsáveis pelo tal estalo foi o Fernando, um amigo com quem eu almoçava todos os dias. Nesse tempo, conversávamos muito sobre a vida e sobre o tempo que perdíamos ali e como não chegaríamos a lugar algum.
Entretanto, tínhamos um assunto predileto: viagens.
O cara viajou muito e despertou em mim esse antigo sonho. Conhecer lugares, gente, passar perrengue, ter histórias para contar. Comecei cada vez mais me sentir acorrentado, enquanto a vida acontecia do outro lado do vidro a prova de som e longe do ar condicionado.
Após me estabilizar, vender meus metros quadrados e ver que poderia seguir minha vida, pedi demissão e segui os passos de Amyr Klink:

Ato de comemoração dos 30 anos da CUT

A CUT completa hoje 30 anos. A entidade foi a primeira central sindical do Brasil e já nasceu combativa e ousada. Para a classe trabalhadora, simboliza desafios e conquistas. Ninguém pode contestar que foi também um dos pilares da transformação da sociedade. Participou e participa ativamente de momentos decisivos do País, como as lutas pela democratização, anistia, Constituinte e Diretas Já.
O ato político de comemoração dos seus 30 anos, vai acontecer nesta quarta-feira (28), às 19h, no Pavilhão Vera Cruz, em São Bernardo do Campo. E o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva participará da solenidade ao lado dos ex-presidentes nacionais da CUT, dirigentes cutistas de todo o Brasil e personagens que fizeram parte da história e trajetória da entidade.
O evento será transmitido ao vivo e só acessar: www.tvt.org.br
E caso queiram embedar em seu blog,  o código é este:  <iframe src="www.tvt.org.br/akamai/ctvt-medio.php" width="420" height="405" frameborder="0" scrolling="no"></iframe>

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Evite estes 10 comportamentos no trabalho


  1. Falar mal da empresa em que você trabalha ou noutra que trabalhou
  2. Tratar de assuntos particulares constantemente
  3. Fazer críticas em público
  4. Grosseria
  5. Mal-humorado
  6. Fofocar
  7. Impontualidade
  8. Abusar da boa vontade dos colegas
  9. Mentir
  10. Vestir-se mal

Trabalhar em demasia causa depressão

Você tem trabalhado demais, excedendo nas horas extras?...
 Tome cuidado: o hábito de esticar algumas horas de trabalho pode provocar sérios danos à saúde. Um estudo da Universidade de Londres e do Instituto da Saúde Ocupacional da Finlândia acompanhou a rotina de 2000 trabalhadores e, dentre eles, os que ficam mais tempo trabalhando têm mais propensão à depressão severa.
A organizadora do estudo, Mariana Virtanen, alertou que embora as horas a mais possam beneficiar a carreira pessoal, os riscos de um problema de saúde também aumentam vigorosamente. E você, o que prefere? Cuidar mais da saúde ou do trabalho?

Artes gráficas

No Ceará tem isso sim

Cada vez mais, ilustradores e outros profissionais do setor colocam a produção do Estado em destaque Se no caderno do seu filho há mais rabiscos que cálculos, esqueça o castigo e lhe compre mais papel e caneta. Entre esboços de super heróis e personagens de mangás, pode estar a mão de um futuro profissional das artes gráficas, com potencial para desmantelar preconceitos e mostrar que, sim, é possivel. Continua>>>

Modernizar relação trabalhista não pode retirar direitos

O velho modelo de estrutura sindical está sendo ultrapassado a cada dia por acordos e convenções coletivas de trabalho, embora saibamos que em muitos lugares a CLT continua sendo importante.

Parte do movimento sindical brasileiro está dando exemplos de maturidade e de compromisso com o desenvolvimento do país. Como exemplo, o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC que, por seu presidente, Sérgio Nobre, entregou às presidências da República e da Câmara a proposta de Acordo Coletivo Especial (ACE), cujo principal objetivo é contribuir para a democratização e modernização das relações de trabalho no Brasil, respeitando as particularidades de cada setor.

O mesmo ocorre na maior e mais representativa Central Sindical do país, a CUT. Durante sua 13ª plenária nacional, cujo tema principal foi "Liberdade e autonomia - por uma nova estrutura sindical", lançou-se uma campanha que dialoga diretamente com o tema : a ratificação da Convenção 87 da OIT - que trata da liberdade e proteção ao direito de livre organização sindical - e sobre a necessidade de substituir o imposto sindical por uma contribuição negocial definida pelos trabalhadores, democraticamente.

Não é possível pensar em uma reforma trabalhista sem antes mudar a estrutura do movimento sindical, que deve ter regras e configuração claras e consistentes.

A modernização das relações de trabalho não pode estar vinculada à perda de direitos. Precarizar não combina com modernizar. Ainda presenciamos o trabalho escravo no país. Somente dando dignidade aos trabalhadores é que poderemos afirmar que avançamos para uma situação progressista. Uma nova relação de trabalho deve considerar, minimamente, a convenção 158 da OIT - que protege o trabalhador contra a demissão imotivada, já que há um grande percentual de rotatividade - e a ratificação da convenção 189, recentemente aprovada pela OIT, que estabelece medidas destinadas a melhorar as condições de vida e de trabalho das domésticas.

Presidi a Comissão Especial da Câmara sobre a Reforma Trabalhista e participei do Fórum Nacional do Trabalho, mas não conseguimos consenso sobre o tema. Hoje, identificamos melhor quem defende mudanças com base em compromisso com a classe trabalhadora e com o desenvolvimento do Brasil. Já temos as assinaturas necessárias ao lançamento da Frente Parlamentar Mista Pela Modernização das Relações de Trabalho, que terá papel fundamental dentro do Congresso Nacional.

Se pretendemos evoluir, de fato, nas relações de trabalho, precisamos elevar a condição de vida dos menos favorecidos. Temos de aprovar importantes projetos, tais como o que prevê a redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais - sem redução de salário; o que regulamenta o trabalho terceirizado - sem precarização de salários e condições de trabalho (PL 1621/07, de minha autoria); e o que estabelece punição para a prática do trabalho escravo, entre outros temas.

A classe trabalhadora está consciente do seu papel e continuará se organizando cada vez mais para garantir a sua dignidade, fazendo valer os seus direitos para poder contribuir com o desenvolvimento do Brasil.
Vicentinho

Emprego e Renda

[...] 2012 promete

A expansão dos rendimentos reais dos trabalhadores deve ser mantida em 2012, segundo análise divulgada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Esse fôlego permitirá manter o consumo doméstico como principal motor da economia. O setor de serviços promete puxar a alta da ocupação. “Podemos viver um ano bem melhor, do ponto de vista salarial, se a inflação cair e o poder de compra da população ficar mais forte”, analisa Clemente Ganz Lúcio, diretor técnico do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). “Mas se a taxa de crescimento diminuir, é possível haver menor oferta de postos de trabalho.”
Em 2011, as negociações salariais no primeiro semestre foram positivas segundo o Dieese. Dos 353 acordos fechados, 84% ofereceram ganhos salariais acima da inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). “Esses acordos passaram também a ter maior duração, principalmente em áreas sociais, como a saúde do trabalhador”, diz Lúcio.
Segundo a CNI, a renda real do trabalhador metropolitano manteve uma curva de crescimento durante o ano que, junto ao aumento do emprego formal, fomentou o consumo. O emprego metropolitano cresceu 2,2% na média de janeiro a outubro de 2011, ante o mesmo período de 2010, mas a criação de postos de trabalho nas seis maiores regiões metropolitanas perdeu força ao longo do ano.
Em outubro, conforme a CNI, com base em dados do IBGE, o emprego cresceu apenas 1,5% quando comparado ao mesmo mês do ano anterior. Na indústria, a comparação da média dos dez primeiros meses de 2011 com igual período de 2010 registra expansão das ocupações na maioria dos segmentos. Nichos como veículos automotores; máquinas, aparelhos e materiais elétricos; além de equipamentos de transporte, se destacaram pelo forte aumento do emprego, com taxas de, respectivamente, 7,3%, 5,6% e 5,3%. O setor de madeira foi o patinho feio da temporada e amargou queda de 5,3%.
No setor bancário, de janeiro a setembro de 2011, foram gerados 18,1 mil novos postos de trabalho ou 1,01% do 1,8 milhão de vagas criadas em todos os setores da economia. “O piso salarial para bancários na função de caixa passou para R$ 1,9 mil, em jornadas de seis horas”, conta Magnus Apostólico, diretor de relações do trabalho da Federação Brasileira de Bancos (Febraban). Para os escriturários, o piso saiu de R$ 1.250 para R$ 1,4 mil.
Para o governo, uma das vitórias na área de emprego foi o aumento da formalidade nas grandes cidades, em todos os setores. Em outubro, esse indicador atingiu o maior patamar (61,2%), desde 2002. De acordo com a CNI, o emprego aumenta em velocidade maior do que a população economicamente ativa (PEA): essa cresceu 1,2% em outubro ante igual mês do ano anterior e a ocupação, 1,5%.
De acordo com a CNI, o rendimento médio real nas seis maiores regiões metropolitanas manteve-se em expansão nos dez primeiros meses de 2011: na média, o rendimento cresceu 2,9%, ante o mesmo período de 2010. “O rendimento real pode ser incrementado em função do aumento de 14,6% do salário mínimo, em janeiro”, lembra Lúcio. “Será um instrumento de poder vigoroso, principalmente para a base da pirâmide.”


por Jacílio Saraiva

por Cesar Maia

OS ABUSOS DAS TERCEIRIZAÇÕES NO BRASIL!
              
1. As terceirizações surgem justificadas por ações provisórias dos governos, ações cuja especificidade não se resolve por concurso público, ou por funções adjetivas de apoio. Mas, com o tempo, passaram a ser usadas nos três níveis do serviço público brasileiro, para qualquer coisa, até para as funções públicas precípuas. Em boa medida, se transformaram em empresas alugadoras de mão de obra. Depois, o abuso ganhou ainda maior flexibilidade com a generalização das ONGs, que nem precisam passar por processos licitatórios.
              
2. Não são poucos os casos que, via terceirizações ou ONGs, a mesma função exercida por um servidor público concursado é muito melhor remunerada via terceirizações e ONGs. E a rotatividade de pessoal das terceirizadas impede que se fixe a memória do serviço prestado, em saúde, educação, etc.
              
3. Com a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) surgiu outro atrativo. Na medida em que há limitação para as despesas de pessoal, a expansão das terceirizações dribla esta limitação. Na verdade, a LRF é coerente, pois inclui as despesas com pessoal das terceirizações e das ONGs como despesas de pessoal, latu sensu, tendo que ser agregadas às despesas de pessoal com servidores e, assim, obedecer aos limites estabelecidos. Mas a LRF remete a uma lei a regulamentação. Não é preciso dizer que, até o dia de hoje, 11 anos depois, esta lei de regulamentação não foi sequer tramitada e ficou tudo por isso mesmo.
              
4. No governo federal as despesas com terceirizações vêm crescendo de forma sistemática. O valor delas em termos reais (IPCA- dezembro de 2010), em 2006, eram 9,2 bilhões de reais, em 2007 eram 10,5 bilhões de reais, em 2008 eram 13,4 bilhões de reais e em 2009 foram 14,8 bilhões de reais. Isso sem as ONGs. Em moeda de dezembro de 2010, o crescimento nestes 3 anos, entre 2006 e 2009, foi de 5,6 bilhões de reais. Sobre as despesas de pessoal com os servidores, as terceirizações passaram de 7,2% para 9,3%. Estes dados podem ser encontrados na análise de Mansueto Almeida. Conheça.
              
5. No Rio-Capital, em 2009, foi aprovada uma lei autorizando as OSs (Organizações Sociais), ou seja, ONGs mal disfarçadas. Só na secretaria municipal de saúde, desde fim de 2009, quando a lei começou a ser executada até os primeiros dias de maio de 2011, foram pagos às OSs, 538 milhões de reais. Se não bastasse o abuso com aluguel de mão de obra, essas OSs passaram a ser autorizadas a comprar diretamente material próprio da atividade fim da secretaria de saúde, vale dizer, medicamentos, etc. Isso sem licitação efetiva na forma da lei 8666, e sem qualquer fiscalização. Se for feita uma auditoria vai se comprovar a barbaridade que se faz ali, com dinheiro público.
              
6. Estamos em plena apoteose da burla do concurso público, da burla das licitações, da burla de empresas efetivamente especializadas. Esta é a pior privatização que se poderia fazer, sem usar esse nome, para evitar -digamos- incompreensões. Ou seja: o PT privatiza, mas se esconde na nomenclatura.
              
7. Há desvios clássicos de dinheiro público. Esse agora é um desvio moderno de dinheiro público. E com maior disfarçastes. E por maior valor.

por Cesar Maia

TRABALHO INTERNO (INSIDE JOB)!

1. "Trabalho Interno" foi o documentário premiado com a estatueta do Oscar em 2011. Destrincha a lógica da especulação e dos derivativos e mostra os ganhos espetaculares dos diretores de empresas financeiras, suas relações íntimas com o poder e a entrada do mundo econômico acadêmico neste jogo.

2. Os recursos ganhos por estes personagens alcançam sempre a casa de centenas de milhões de dólares. Nenhum deles perdeu nada com a crise. Seus recursos estavam fora do circuito da especulação. Perderam os aplicadores e os contribuintes (já que o custo fiscal, nos EUA, ascendeu a 1 trilhão de dólares).

3. O documentário entrevista os principais atores desta tragédia, com algumas exceções que se negaram a falar. Duas passagens -pelo inusitado- merecem destaque.

4. Uma analista comenta "-A força da especulação é de tal ordem, que é como se se anunciasse que vem aí um tsunami e os 'jogadores' dissessem: -Que traje de banho de mar devo colocar?"

5. Um psicanalista famoso fez testes em aparelho de ressonância magnética. Colocou viciados em cocaína e localizou a zona do cérebro que produz o vício descontrolado. Depois colocou na mesma ressonância magnética operadores sêniores do mercado financeiro quente, e entregou a eles um joguinho eletrônico de especulação financeira. A zona do cérebro afetada pelo vício do "jogo" era a mesma da cocaína.

O que todo brasileiro deve saber sobre Leonel Brizola

por Gilberto Felisberto Vasconcellos
Leonel Brizola não gostava do “ismo” brizolismo, considerava-o excessivamente personificado e personalizado, ao contrário de seus detratores (e foram muitos tanto na direita quanto na esquerda) que tripudiavam o “personalismo” dele, líder egocêntrico, personalista, narcisista, individualista, ou senão centralizador tal qual Lênin e Trotsky. Essa calúnia foi repetida durante décadas, muita gente nas universidades e nos sindicatos acreditou que ele fosse um homem neuroticamente obcecado pelo poder, fazendo de tudo para lá chegar, pouco importando por quais meios, se espúrios, imorais e ignominiosos.
Curiosamente a maior parte de sua vida viveu fora do poder e, durante muito tempo, exilado e perseguido. A maledicência a fim de detratá-lo não dava margem a que se perguntasse acerca do mais importante: por que e para que queria o poder? Nos cursos de ciências sociais diziam-no que não estava politicamente vinculado a nenhuma classe social, ora tido como populista, ora bonapartista, ora intersticial, mas foi um homem público que desafiou a própria morte com coragem e intrepidez pelo destino da pátria e a sorte do povo.
 
Leonel Brizola se identificou politicamente com o trabalhismo, reportando-se ao nome de Getúlio Vargas na história do Brasil e, antes dele, ao mártir Tiradentes. Não abdicou nunca desta filiação, mantendo-a firme no caminho do socialismo, convicto de que o capital não representa solução para a humanidade. Em sua palavra e ação, a centralidade do trabalho indigitava a concepção originada de Marx e Engels (como a do jovem Getúlio procedia de Saint-Simon), ou seja: o trabalho criador de riqueza, o homem se fazendo pelo trabalho, a história do homem como a história do trabalho.
       
O Trabalho de Quem Não Trabalha
A notória repulsa de Leonel Brizola à monarquia é que ela esteve associada ao latifúndio e à escravidão. Todavia, o problema hoje é que a direita, ainda que de modo transverso e caricato, se apropriou da noção de trabalho. Antonio Ermínio de Moraes se define como trabalhador, George Soros alardeia todo santo dia que começa a trabalhar às cinco horas da manhã, José Serra se vê como um infatigável trabalhador desde quando estava no útero da senhora sua mãe.
 
A força de trabalho tornou-se objeto de falsificação, tal como tudo no capitalismo, embora sem explorar a força de trabalho nenhum capitalista ganha nada, não obtém aquilo que é o motivo de sua existência: o lucro.


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Ministro prevê a criação de mais de 270 mil empregos em maio

O número de empregos formais gerados no Brasil em maio deve ficar entre 270 mil e 280 mil, disse ontem o ministro Carlos Lupi (Trabalho).

O número oficial deve ser divulgado pelo Ministério do Trabalho por volta do dia 15. “Se não for o melhor mês de maio da história, vai perder apenas para 2004″, afirmou Lupi. Em maio daquele ano foram criadas 291,8 mil vagas com carteira assinada. “Será um pouco mais ou um pouco menos do que isso.”

O número de empregos criados nos cinco primeiros meses de 2010 deve superar o de todo o ano de 2009, na previsão do ministro. No ano passado foram criadas 995 mil vagas. De janeiro a abril de 2010, o número de novas vagas já chegou a 962.327. Em todo o ano, Lupi prevê a criação de 2,5 milhões de empregos. Por enquanto, o recorde é de 2007, com 1,617 milhão de vagas.

O ministro também anunciou que o governo prepara um projeto de lei propondo que o dinheiro de abonos e seguro desemprego não retirados no prazo pelos trabalhadores seja aplicado obrigatoriamente em cursos de qualificação profissional. 

Hoje, esse dinheiro volta para o FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador) e pode ser usado para diversos fins.

40 horas, mais progresso

Visão equivocada da realidade é crer que a redução da jornada de trabalho não é necessária. Pior que isso:  a redução da jornada de 44 horas semanais seria um “luxo” ou, mesmo, um absurdo sua discussão em um país com as carências do Brasil. Em verdade, a jornada de 40 horas é a que melhor se ajusta à realidade e necessidades de toda a classe trabalhadora, de toda a sociedade brasileira e mesmo de nossa economia.

Na Assembléia Nacional Constituinte, em 1988, houve um considerável avanço, fruto do esforço dos sindicatos e associações de classe e da conscientização dos Constituintes, de que era preciso e viável que a velha e pesada carga semanal de 48 horas fosse reduzida para 44 horas semanais. Assim foi feito. Qual o problema acarretado por aquela conquista social? Nenhum. Mais postos de trabalho foram criados, o Brasil continuou seu caminho rumo ao desenvolvimento pleno, sequer uma única empresa quebrou por conta da redução da jornada e os trabalhadores tiveram mais tempo para suas famílias, para seus estudos, para o lazer.

Em mais de duas décadas o Brasil é outro país, bastante diverso e mais desenvolvido, com indicadores sociais e econômicos invejáveis e várias vezes superiores aos daquele já distante ano de 1988, e urge reformular conceitos, revisitar questões fundamentais e debatê-las com absoluta transparência em benefício de toda a sociedade civil. Com uma jornada menor, seguramente, criam-se mais empregos num país em franco desenvolvimento e que venceu o desemprego, tormento dos trabalhadores e de suas famílias até o início do governo Lula, em 2003, quando o Brasil adentrou o ciclo virtuoso em que vivem sua economia e sua sociedade depois de experimentarem o desastroso período de um “liberalismo” que não contemplava de forma alguma os trabalhadores.

Vivemos em um país onde o empresariado teve a competência de investir massivamente na tecnologia de ponta, dando-nos invejável competitividade no mercado internacional e aumentando nossa já alta qualidade na produção. Hoje se produz mais em menos horas. As máquinas, longe de tomarem o lugar do homem, tornaram possível uma jornada menor e mais produtiva de trabalho. E nossos empresários – arrojados e modernos em sua imensa maioria – constatando tal realidade, já se conscientizaram faz tempo de que a jornada imposta aos nossos trabalhadores está entre as maiores do mundo e que reduzi-la é imperativo para a manutenção do equilíbrio nas relações entre o capital e o trabalho.

Algumas das maiores empresas do Brasil, em todos os setores, apresentam elevado nível de produtividade com menos empregados. A indústria automobilística é um exemplo clássico da alta tecnologia que tomou conta de sua linha de montagem, permitindo mais produção com menos trabalhadores. Nos serviços bancários, área onde o Brasil está elencado entre os primeiros e melhores do mundo, deu-se o mesmo, com um volume crescente de demanda respondida por menos trabalhadores do que antes. Uma das melhores empresas do país, orgulho do Brasil nos céus do mundo, a Embraer, é outro exemplo cristalino de uma produção intensa e crescente com o emprego cada dia maior de tecnologia e decrescente mão-de-obra humana.

Na agricultura, sucede o mesmo: pelos campos nos deparamos com mastodontes tecnológicos que fazem de nossa agricultura uma das maiores e melhores do mundo. Máquinas de última geração substituem o homem e multiplicam por centenas de vezes a capacidade de plantio ou de colheita nas plantações de soja, arroz, café, milho e algodão. Recordo-me do arado puxado pelo boi, nos idos do final da década de 60, quando, ao lado de meus irmãos, ajudava meu pai em sua propriedade rural de Buriti Alegre, no interior de Goiás, e vejo a impressionante transformação de nossa agricultura, de nossa economia, enfim, de nosso país. Toda a produção de arroz era colhida manualmente. Cortava-se o arroz com o cutelo, depois ele era batido em feixes na “banca”… Alguns anos depois apareceu a “batedeira”, antes da colheitadeira, que já fazendo o trabalho de mais de 30 homens! Hoje, pelos campos desse país-continente, autêntico celeiro do mundo, a maioria esmagadora das colheitadeiras dispõe de GPS, altíssima tecnologia em todos os seus itens funcionais, além de cabines com ar condicionado. Do arado de boi à localização por satélite nossa agricultura deu um salto fabuloso e não há razão, aí também, para que a jornada de trabalho não seja reduzida.

A economia cresce e absorve a mão-de-obra em variados setores, fazendo do desemprego uma imagem triste de passado que nos envergonha. A média anual de geração de empregos do governo FHC foi de 99 mil postos de trabalho. No governo Lula a média anual é de 1 milhão 246 mil. A média mensal de geração de empregos do governo FHC foi de 8 mil postos de trabalho. No governo Lula a média mensal é de 104 mil. Tínhamos um salário mínimo de pouco mais de US$ 70 em 2002. Hoje, na Era Lula, o salário é de mais de US$ 250, não há desemprego, sobram vagas, nenhuma empresa quebrou e nossa economia dá mostras de vitalidade e competitividade invejáveis. Qual, então, o motivo para não termos mais essa conquista, a das 40 horas semanais de jornada de trabalho?

O Brasil tem vencido etapas importantíssimas na atualidade. O governo do presidente Lula, de forma competente e sem traumas, realizou a proeza de correr atrás do tempo perdido na década infame que antecedeu sua investidura na presidência da República. Antes, num governo onde o desemprego imperou e a economia se eclipsou em várias oportunidades, discutia-se até mesmo a abolição dos direitos trabalhistas, o fim da Carteira de Trabalho, a volta da classe trabalhadora aos primórdios da República Velha, sem direitos e sem o respeito dos patrões. Hoje, numa economia ascendente, num Brasil ganhador e respeitado, com o desemprego debelado e o trabalhador tendo reconhecidos todos os seus direitos fundamentais, passamos à discussão de uma necessidade, a da redução de sua ainda muito pesada jornada de trabalho.

Mais qualidade de vida para os trabalhadores que fazem do Brasil um dos países escolhidos para liderar o mundo no século XXI, mais tempo para os estudos, mais tempo para o lazer, mais tempo para o convívio com suas famílias. Essa gente fabulosa que carrega nas costas o país que amamos, esses trabalhadores extraordinários que fazem de nossa economia uma das mais fortes do mundo, esses brasileiros que dão o melhor de si pela grandeza de sua pátria, merecem mais tempo para viver melhor.
Delúbio Soares é professor