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Brasil de Fato entrevista José Dirceu


Brasil de Fato: A conjuntura atual é marcada pela queda de Dilma Rousseff. Quais deficiências da esquerda permitiram que isso acontecesse?

Zé Dirceu:  
O golpe tem razões estruturais. Se você olhar a História do Brasil, vai verificar que de tempo em tempo –conforme o nível de organização, politização e, principalmente, ocupação de espaços institucionais, no sentido eleitoral, de governo e parlamentar, como também de auto-organização das classes populares— sempre há uma interrupção do processo. Foi assim em 1964 e se repetiu em 2016. Em outros momentos houve tentativa de golpe, como em 1955, tentativa de impedir a posse de Juscelino. Em 1945, Getúlio foi deposto por um golpe da cúpula das Forças Armadas, elegeu Dutra, voltou nos braços do povo e foi “suicidado" em 54.
O golpe foi dado pelo que representavam histórica e estruturalmente a médio prazo as transformações que estávamos fazendo e o empoderamento político. As classes trabalhadoras criaram muitas vezes partidos, entidades, movimentos, mas foram abortadas pela repressão. Se você olhar a questão do pré-sal, dos bancos públicos, a política externa. A capacidade que o Brasil estava adquirindo, de ter autonomia, soberania e crescimento. As bases que estavam sendo criadas para um mercado interno, através da distribuição de renda. Participação nos Brics. Aqui a Unasul. O processo de crescimento de governos progressistas. Tudo isso pesou no golpe.
Nós estamos em uma situação muito diferente de outros momentos. Nós temos um candidato que ganharia as eleições, temos partidos políticos, movimento social, seja rural, urbano ou sindical. Tem um nível de organização. A correlação de forças é desfavorável a nós, mas temos uma base social e política, um legado. Há um nível de conscientização razoável para travar a luta, até mesmo a luta institucional. Tanto é que eles, para fazer a eleição, têm que inabilitar o Lula. Já fizeram outras vezes. Os militares cassaram Jango, Juscelino, Jânio, Lacerda, Magalhães Pinto, Adhemar de Barros. Eles perderam as eleições em 66 e perderem de novo em 74, para o MDB. E perderiam no Colégio Eleitoral em 78.
No caso particular, nós estivemos no governo um período maior: 13 anos e meio. Um processo bem longo de hegemonia política. Ganhar quatro eleições em um país como o Brasil não é para amador. Nossa debilidade talvez tenha sido não ter o nível de organização e mobilização para se contrapor ao tipo de golpe que tem sido dado agora em vários países, que é a mobilização de classes médias, às vezes de classes populares, muito apoio da mídia, a partir de razões muitas delas reais, muita intervenção externa e uso do Parlamento e do Judiciário. Foi o caso de Honduras, Paraguai e depois Brasil. O golpe foi a saída que tiveram para abortar a volta do Lula em 2018, que seria natural. Em 2014, ele deveria ter sido o candidato, mas optou por não ser. Elegeu a Dilma, mas poderia ter sido candidato. Mas o nível de conscientização, mobilização e capacidade de luta das classes populares foi de grande fragilidade, e continua sendo até hoje.
Nós subestimamos muito a questão da luta contra a corrupção. A história do Brasil é a luta contra a corrupção. O Jânio foi isso. O Collor foi isso. O Golpe de 64 era contra a corrupção. Nós não nos preparamos para a possibilidade de ter um golpe. Desde 2005, no chamado Mensalão, nós erramos na avaliação do que estava acontecendo. Fomos recuando, fomos perdendo terreno. Por fim, eles puseram a cara para fora. Agora eles estão aí, querendo institucionalizar o golpe. Daqui a pouco criam um sistema político-eleitoral de mentira. Tirando o Parlamento, em que é difícil fazer maioria –por isso falam em semi-presidencialismo toda hora, porque a Presidência da República a gente pode chegar, se não for agora, daqui quatro anos. Eles não têm como impedir que a gente ganhe uma eleição presidencial.
Repito: a prova disso é o banimento do Lula. Por que só ele está banido? Por que nenhum outro acusado "de corrupção"? Os processos contra os políticos de outros partidos têm um tratamento e encaminhamento diferentes. Quantas vezes já saiu que Roberto Jefferson recebeu 40 milhões dos irmãos Batista? Os outros partidos receberam. Eles que financiaram as alianças do Aécio. Não tem prisão. Não estou querendo dizer que deveria ter ilegalidades, mas a verdade é que não tem. Não tem nem processo. De vez em quando a imprensa fala. E o tratamento do Alckmin? O Trensalão foi arquivado no Supremo Tribunal Federal. Em São Paulo, as denúncias todas não têm deputado, não têm governo, não têm político. É só empresário e funcionário das secretarias. O Ministério Público não investiga.
Isso foi uma arma que foi usada contra nós. Isso não quer dizer que não haja corrupção e que não é preciso tomar medidas para se combater.

Festejam os idiotas! por Malu Aires

Lula, como presidente do Brasil, país com milhões de miseráveis e trilhões em riquezas, poderia ter seguido os passos do seu antecessor e ficado milionário. Tornado os filhos e amigos, milionários.
Poderia estar descansando numa fazenda qualquer no interior do país, com pista de pouso pro seu jatinho. Poderia ter dezenas de apartamentos e imóveis no exterior - NY, Barcelona, Paris...
Sabe por que poderia? Porque, no Brasil, país com milhões de miseráveis, parte da sociedade brasileira só respeita gente que fica rica sem esforço algum, sem honestidade nenhuma.
"Esse soube ser esperto" - diz o que nasceu pra burro e desonesto.

Os iguais cheiram o rabo uns dos outros.
A família Marinho, dona da Globo e das maiores fortunas do país, não tem um centavo lícito. Mas janta com ministro do Supremo.
O dono da Ambev (e seus sócios) ficaram ricos da noite pro dia com informações privilegiadas do governo FHC. Ninguém mexe com eles.
Não mexem, sequer, com um doleiro pé-de-chinelo, de Londrina, vão mexer com o homem mais rico das Américas?
Não, né?
Com essa gente que manda matar, ninguém mexe.

No Brasil, acontece sempre um fenômeno muito estranho. Ladrão sai das colunas de escândalo, direto pra lista Forbes, em um ano.
O dono do Banco Safra é um deles e, toda a lista do escândalo Zelotes já está limpinha na Forbes.
A sonegação fiscal no Brasil chega, por ano, a roubar dos cofres públicos R$1 trilhão.
Estão todos estes trilhões nas listas Exame, Valor, Forbes...
Todo mundo aplaude, porque os Marinho dizem que, toda vez que sai uma lista dessa, o Brasil ganha mais investidores. E o trouxa que acha que TV lhe dá informação de graça, acredita.

O mercado paga anúncio em forma de reportagem que afirma que o Brasil quebrou e que a conta é o aposentado quem vai pagar.
O trouxa acredita e aceita manso. 
Na reportagem do ano anterior, o anunciante pagou matéria que afirmava que o pré-sal dava prejuízo ao país.
E o trouxa acreditou e continua acreditando, mesmo, um ano depois, quando a matéria diz que a Shell vai ter lucro e não vai pagar imposto nenhum pelo pré-sal furtado.
Ah, e a gasolina subiu de novo, trouxa.

Dezenas de bilhões pra Shell e nada pro aposentado.
Trilhões de dólares pra Shell, até 2040 e 20 anos sem investimentos no Brasil com educação, saúde e infraestrutura.
Tá aí, o tal Padrão FIFA que os desmiolados pediam, em 2013.

O roubo é o maior do século. Mas nada é dito. O repórter nem comenta. O jornal nem anuncia em letras garrafais "SHELL ROUBA DO BRASIL R$40 BI AO ANO"
Claro que não.

No Brasil, parte da nossa sociedade aceita patifaria dessa, calado. Senta na frente da TV com prato na mão, enche a boca de feijão e farinha e engole a ladainha toda a seco.
Depois, quer descontar a revolta nos filhos, na esposa, no primeiro infeliz que cruzar o seu deprimente caminho. Enche  a cara de cerveja de milho transgênico, o ano inteiro, pra votar (de ressaca pesada) no primeiro palhaço que der as caras nas urnas.
"Pior não fica" - fica sim. Sempre fica. Olha aí!

Colocaram Lula pra servir de saco de pancadas, enquanto o roubo segue livre, atravessando todas as fronteiras.
A folha de pagamentos dos desembargadores do TRF-4 compraria uns 10 triplex daquele, por mês. Quem julga juiz? Quem quebra sigilo bancário de juiz?

Não é o dinheiro que some pelo ralo, dia a dia, que importa pro cidadão revoltado com tudo que assiste na TV. Os tribunais podem ficar com todo o dinheiro do roubo. O juiz responsável pode até investir em ações, com os valores retidos em juízo. Os delatores podem até sair livres e ricos, da cadeia. Os promotores, virarem "consultores" dos corruptores.
O que importa? Quem mexe com peixe grande?
Cadeia não é pra rico. Nem pra rico corruptor, nem pra rico estuprador condenado a 278 anos.

O cidadão só quer falar de "triplex". E com um deboche da sua própria condição de classe-média assalariada, que nem ele se dá conta. Ele não está falando de um apartamento na Avenue Foch, em Paris. Sua indignação não vale o salário do desembargador. Não vale o aeroporto da pista de pouso do narcotráfico de Minas. Sua indignação não chega ao valor de um prêmio do BBB. Um roda-roda Jequiti.
A indignação com tamanha micharia, esvazia a legítima revolta de um quarto, em Salvador, acondicionando R$51 milhões em cash.
É muito zero na cabeça, muito escândalo pra esquecer numa semana. Melhor falar do triplex. Mais fácil de pronunciar que "Avenue Foch".

O cidadão não quer Lula preso porque ele congelou investimentos no país, por 20 anos. Não quer Lula preso porque foi o ex-presidente que deu o pré-sal brasileiro pra Shell. O cidadão não quer Lula na cadeia porque foi Lula quem entregou a base de Alcântara pros EUA, as terras produtivas pra China, a água pra Nestlé. Não quer Lula preso porque ele tem rádios, TVs, aeroportos, fazendas... O cidadão sabe que Lula não tem nada comparado a isso, não cometeu nenhum desses crimes que estão fadados ao esquecimento.
O que não dá na TV, ninguém se lembra.
O cidadão quer Lula preso porque o juiz quer Lula preso. Porque a TV quer Lula preso. Porque a Shell quer Lula preso.
Com Lula preso, terão tempo de sobra pra colocar todo o país à venda por R$1.

Lula, com essa sentença, perde seus direitos, sua liberdade. Com esse processo-farsa, perdeu esposa, inclusive.
Mas Lula não perde triplex nenhum a leilão porque o imóvel nunca foi dele. Dinheiro nunca importou a Lula, ou ele teria sido imagem e semelhança do seu antecessor - rico, blindado, amigo íntimo de banqueiros internacionais, dono de instituto intocável, dono de imóveis milionários e com imenso espaço em jornais e TV pra posar de príncipe, até o fim da miserável existência.
Pra isso, Lula teria que vender o Brasil a R$1 pra Shell.

Com essa sentença, quem perde fortunas é o Brasil.
Com essa sentença, o povo brasileiro perde toda a sua dignidade e suas garantias legais e cidadãs. O povo perde emprego, criança perde creche, doente perde hospital, a juventude perde ensino superior, a família perde casa e renda, o país perde respeito e futuro.

A Shell vai ser dona do Brasil e todo país que a Shell ganha de governos, políticos e juízes corruptos, fica na merda.

Vamos comemorar a possível prisão do Lula, pra virar o ano soltando fogos pela gasolina beirando os R$8 o litro, o gás, R$100.
Vamos festejar, idiotas!
Vamos festejar nossa própria sentença de miséria perpétua!
Enfim, agora temos o país de bosta que todos os bostas queriam de volta.

A quadrilha de Curitiba não quer aceitar a delação de Palocci, por que?


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Porque ela atinge os realmente poderosos do Brasil. Que são eles: os Bandiqueiros - banqueiros, agiotas nacionais e internacionais e rentistas - e os meios de comunicação, em especial a Rede Globo - famiglia Marinho -
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Delação de Palocci: Record põe no ar os "rabos presos" da Globo

por Fernando Brito: O Domingo Espetacular, da Record, colocou hoje no ar uma longa e detalhada reportagem de Luiz Carlos Azenha  que costura o fio que une a ameaça – sempre refugada – de delação premiada do ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci e os benefícios – legais e ilegais – dados no início do Governo Lula à Rede Globo de Televisão, envolvida num caso de sonegação fiscal bilionário e, sobretudo, arriscada a falir por conta de seus negócios desastrosos na Europa.
A história é longa, mas tem o mérito de revelar o contexto, que a mídia tradicional sempre se recusou a retratar e cujo enredo, quase que de forma solitária, só foi contada pelos blogs de esquerda.
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Professor disseca sentença de Moro e deixa o justiceiro mais baixo e sujo que poleiro de pato

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Não me proponho a exaurir o tema, tampouco entrar num embate próprio das militâncias partidárias, relatarei apenas as minhas impressões na tentativa de traduzir o juridiquês sem perder a técnica processual penal.
Objeto da condenação: a “propriedade de fato” de um apartamento no Guarujá.
Diz a sentença: “o ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva e sua esposa eram PROPRIETÁRIOS DE FATO do apartamento 164-A, triplex, no Condomínio Solaris, no Guarujá”.
Embora se reconheça que o ex-presidente e sua esposa jamais frequentaram esse apartamento, o juiz fala em “propriedade de fato”.
O que é propriedade ?
Código Civil – Art. 1.228. O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou detenha.
Portanto, um “proprietário de fato” (na concepção desse juiz) parece ser alguém que usasse, gozasse e/ou dispusesse do apartamento sem ser oficialmente o seu dono.
Esse conceito “proprietário de fato” não existe em nosso ordenamento jurídico. Justamente porque há um outro conceito para caracterizar essa situação, que se chama posse:

Globo, e sua estranha mania de mamar nas tetas do Estado

A Rede Globo mete a mão no dinheiro público até pela Lei Rouanet, por Paulo Nogueira
Um ministro de Geisel uma vez disse o seguinte num despacho para seu chefe: “Os jornais não vivem e nem sobrevivem sem o governo”. 
Isto, segundo ele, era uma arma poderosíssima que a administração Geisel devia usar em sua relação com a imprensa. Roberto Marinho, disse ainda o ministro, era mestre em pedir “favores especiais” a Geisel por conta do apoio que dava à ditadura.
Tudo isso está no livro Dossiê Geisel, feito com base em documentos pessoais de Geisel doados à Fundação Getúlio Vargas.
Lembrei dessas coisas todas ao ver a lista dos maiores beneficiários da Lei Rouanet em 2015. Ali não estavam os artistas sempre acusados pelos analfabetos de mamar na Rouanet, como Chico e Zé de Abreu.
Mas a Globo estava, pela Fundação Roberto Marinho.
Abaixo, a lista de quem foi mais favorecido pela Rouanet:
Mais que uma empresa, a Globo é uma máquina de meter a mão no dinheiro dos contribuintes. Este é sem dúvida seu maior talento. Às fórmulas clássicas — publicidade oficial, financiamentos de bancos como BNDES, vendas de livros e assinaturas de jornais e revistas — a Globo acrescentou novidades, nos últimos anos, como a sonegação de impostos.
E até a Rouanet passou a ser utilizada para transferir recursos do pobre contribuinte brasileiro para os Marinhos.
Não foi dito que projetos da Fundação RM foram financiados pela Rouanet. Mas a pergunta é inevitável: a Globo precisa de mais esta mamata? A família mais rica do Brasil não pode abdicar da Rouanet para que sobre dinheiro para artistas que não tenham a fortuna dos Marinhos?
É sempre assim.
Na era FHC, uma gráfica nova — e ruinosa — da Globo foi bancada pelos contribuintes, pelo BNDES. Não foi um empréstimo: foi uma cusparada na sociedade, autorizada por FHC. Imagine se o Banco da Inglaterra enchesse de dinheiro Murdoch de libras para uma nova gráfica? Thatcher sairia do túmulo.
A inépcia gerencial da Globo — mesmo com tantos privilégios esteve várias vezes insolvente — se explica na voracidade com que se atira a recursos públicos. Você não pode ser bom em tudo. E se você desenvolve excelência em mamar dinheiro público provavelmente não terá tempo para se aprimorar em outras coisas.
E então você vai atrás de cada real público que esteja a seu alcance. Por exemplo, os reais da Rouanet. 
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Corrupção graúda sem Globo e Judiciário envolvidos é igual falar do Vaticano e não falar do Papa

A respeito das delações da Odebrecht, que alguns muitos chamam de delações do fim do mundo, três coisas precisam ser ditas:

1) Se os números assustam, é preciso saber que se trata de UM esquema dentre VÁRIOS que existem – não se constrói maioria em parlamento no Brasil, seja em Xiririca da Serra ou no Congresso em Brasília, sem propina, e quem paga a propina são os fornecedores do Executivo.

2) Faltam delatados na delação do fim do mundo – Judiciário e grandes veículos de comunicação participaram deste banquete, mas agora que a conta está sendo paga, eles saíram de fininho.

3) No que realmente importa, um País livre da corrupção, não vai dar em nada. O que está havendo é uma troca de elenco.

Alguns são expulsos de campo e trocam-se os treinadores eos jogadores, tudo para que o jogo de cartas marcadas continue.

Sobre os esquemas: na década de 90, o mesmo Sérgio Moro, já juiz federal no Paraná, colocou a mão em algo gigantesco. As contas CC5 do Banestado.

Era a forma como políticos e empresários enviaram dinheiro da corrupção e da sonegação para fora do País.

Em 2003, houve uma CPI Mista no Congresso Nacional, que não deu em nada.

A exemplo do que se vê hoje, dezenas de inquéritos foram abertos em consequência das investigações, mas, muito provavelmente como acontecerá com os casos atualmente em apuração, não deu em nada.

Descobriu-se que o equivalente a 19 bilhões de dólares sem origem declarada foi enviado para o exterior e só 17 milhões de dólares repatriados.

Ninguém foi efetivamente punido.

Havia indicações de políticos do PSDB por trás de algumas contas.

José Serra, por exemplo, é citado numa perícia da PF como um dos responsáveis por uma conta chamada Tucano – isso mesmo, Tucano — , que recebeu quase 177 milhões de dólares entre 1996 e 2000.

Nos bastidores da CPI, que tinha um tucano como presidente e um petista como relator, era do conhecimento de todos de que na selva do Banestado tinha uma floresta de tucanos e de políticos ligados ao PFL (depois DEM) e uma meia dúzia de árvores petistas.

Houve um grande acordo e a CPI terminou sem relatório.

A mídia praticamente ignorou o caso. Nas contas do Banestado, também foi descoberto dinheiro da Rede Globo.

Em 2009, a Polícia Federal colocou a mão no caixa 2 da construtora Camargo Corrêa e descobriu que essa contabilidade não oficial irrigava as contas de políticos ligados ao PSDB.

Descobriu-se até uma anotação que constrange o jornalista Reinaldo Azevedo. Sem nome antecede uma flechinha apontando para Andrea Matarazzo e a cifra 50 mil.

Em 2011, o então presidente do STJ, César Asfor Rocha, concedeu liminar que anulou toda a investigação, liminar que foi depois confirmada unanimemente pelo plenário da corte, a partir do voto da relatora Maria Tereza de Assis Moura.

O argumento central aceito pelo STJ é que a investigação tinha origem em uma denúncia anônima.

César Asfor Rocha é o ministro cujo filho advogou para o empresário Carlos Alberto Fernandes Filgueiras, o dono do hotel Emiliano, que morreu no acidente de avião com o ministro Teori Zavascki.

O filho de Asfor Rocha conseguiu no STJ numa vitória que o advogado Carlos Miguel Aidar, que já presidiu a OAB no Estado de São Paulo, considerava impossível.

O filho de Asfor Rocha anulou a penhora do hotel Emiliano, obtida por uma família que negociou com Filgueiras uma área nobre em São Paulo para a construção de apartamentos, e não recebeu um centavo por isso.

O relator do processo era um ministro do mesmo Estado de Asfor Rocha, Ceará, com nomeação que era tida, no meio jurídico, como apadrinhada por ele, de resto um frequente hóspede do Hotel Emiliano e comensal de Filgueiras em jantares no restaurante do chef Alex Atala.

Maria Tereza é a ministra que, recentemente, concedeu prisão domiciliar para a advogada Adriana Ancelmo, mulher de Sérgio Cabral, sob o argumento de que ela precisava cuidar dos filhos.

Há diferentes maneiras de verificar que o buraco da corrupção no Brasil é muito mais embaixo.

A perversa concentração de renda no País é uma delas.

Mas se pode também verifica-la a partir de estudos de caso. E, nesse sentido, a Globo é um paradigma.

A empresa sai maior de cada crise política.

Começou com dinheiro estrangeiro, na década de 60, contrariando a Constituição da época.

Foi incriminada por uma CPI, mas se livrou de penalidade às vésperas do AI 5, quando obteve licença definitiva para funcionar.

No movimento das diretas, a Globo demorou para desembarcar do tanque dos militares, mas, quando foi para a calçada, indicou o ministro das Comunicações do governo de Tancredo Neves, Antônio Carlos Magalhães.

Esse episódio está contado no livro “A História Secreta da Rede Globo”, de Daniel Herz.

Em outra obra pouco divulgada no Brasil, o documentário “Muito Além do Cidadão Kane”, o jornalista britânico Simon Hartog narra que ACM, como ministro, asfixiou o antigo proprietário da indústria de equipamentos de telecomunicações NEC e criou as oportunidades para a compra da empresa, a preço vil, por Roberto Marinho.

A família de ACM se tornou, na mesma época, fraqueada da Rede Globo na Bahia.

Na era Collor, a emissora promoveu o caçador de marajás, estrela de um Globo Repórter, e depois, também com atraso, desembarcou do Morcego Negro – como era chamado o avião de Collor/PC.

Nos dois anos e três meses de governo Itamar Franco, tocou a vida, até encontrar em Fernando Henrique Cardoso o seu grande amigo.

Os companheiros Roberto Marinho e FHC

Eram tão amigos que, em maio de 1997, Roberto Irineu Marinho, recebido num almoço no Palácio do Alvorada, se sentiu à vontade para aconselhar Fernando Henrique Cardoso a ter mais “autoridade”.

O próprio Fernando Henrique conta, em suas memórias, o que entendeu pelo conselho do dono da Globo.

“Entenda-se por isso maior repressão, sobretudo no que se refere ao MST”, escreveu ele em Diários da Presidência.

No almoço, Roberto Irineu Marinho deixou de presente para Fernando Henrique um livro que relatava como o presidente peruano, Alberto Fujimori, muito popular em seu país na época, havia endurecido.

Fujimori havia dissolvido o Congresso e fechado o Poder Judiciário e o Ministério Público, com a colaboração das Forças Armadas.

A família Marinho conseguiu no governo Collor um empréstimo ajuros camaradas da Caixa Econômica Federal, para fazer o Projac, e nadou de braçada nos anos de Fernando Henrique, com financiamentos do BNDES e participação direta e indireta nos leilões de concessão e privatização.

No governo do PT, pelo menos em seus primeiros anos, teve vida fácil, e Antonio Palocci , ministro da Fazenda, prestaria um grande serviço ao País se levasse adiante o que teria insinuado num conversa com procuradores em Curitiba.

Dois procuradores, numa sondagem para saber quem Palocci poderia implicar num eventual acordo de delação premiada, ouviram: “Roberto Irineu Marinho”.

Os jornalistas que cobrem a Lava Jato sabem dessa história e enviei uma pergunta ao advogado de Palocci, Roberto Batochio, para saber se era verdade.

Como resposta, obtive o silêncio.

Nos anos de Palocci no Ministério da Fazenda, a Receita Federal descobriu um caso de sonegação da Rede Globo, ocorrido na aquisição dos direitos de transmissão da Copa do Mundo em 2002.

A dívida só aumentou até 2009, quando uma Medida Provisória foi aprovada pelo Congresso Nacional, que concedeu desconto na multa e na correção monetária e permitiu o parcelamento da dívida.

Não só da Globo, mas de todas os devedores, inclusive da Odebrecht, que agora confessa ter pago propina pelo benefício.

A ação penal contra os três filhos de Roberto Marinho – Roberto Irineu, João Roberto e José Roberto — , denunciados pela Receita Federal pelo crime contra a ordem tributária, não ocorreu, porque os autos que descrevem o delito desapareceram da Receita Federal.

Eu os encontrei numa casa do subúrbio do Rio de Janeiro, depois que passou pelas mãos de uma quadrilha que tinha o envolvimento de uma funcionária da Receita.

Sem confrontação, a Globo segue com a hegemonia da narração da “delação do fim do mundo” e pode contar a história como quiser.

No Fantástico deste domingo, por exemplo, a emissora colocou no ar o trecho em que Emílio Odebrecht fala que o pagamento de propina é uma sistema de mais de trinta anos.

Na sequência, Emílio disse que a imprensa tinha pleno conhecimento. Chamou de demagogia a denúncia feita agora pela imprensa. Esta parte, a Globo cortou.

Emílio Odebrecht disse demagogia, mas talvez outra palavra se encaixe melhor: hipocrisia.

No purgatório que vive, a corrupta Odebrecht é bode expiatório.

A empresa ficou na mesa e agora paga sozinha a conta da corrupção.

Os outros comensais saíram do restaurante e hoje contam para o público o que se passou, mas, claro, omitem o fato de que estavam lá.

por Joaquim de Carvalho, especialmente para o Diário do Centro do Mundo

O bobo de hum bilhão de dólares, por Fernando Brito

A hipocrisia é irmã siamesa do moralismo.
Quando o irmão entra em cena, ela chega com a imensa prole: o bobo, o santarão, o tolinho, o distraído o "espero que a Justiça cumpra seu papel", "o acredito na Justiça" e tantos outros chavões.
A partir disso é que se deve analisar o suposto conteúdo das declarações de Marcelo Odebrecht, evidentemente que vazadas e traduzida na versão dos advogados de Michel Temer presentes ao interrogatório.
As expressões pinçadas da fala de quatro horas, porém, nos dão a pista do papel que, depois de quase dois anos de cadeia, o herdeiro de Emílio Odebrecht se dispôs a fazer.
Melhor ainda se prestarmos atenção a um singelo parágrafo do que publicaram Bela Megale, Mario Cesar Carvalho e Walter Nunes, em junho passado na Folha, um mês após a subida de Michel Temer ao poder, tratando do que eles chamam de súbita “conversão” do empresário:
Marcelo era inicialmente contra a colaboração, mas dobrou-se às evidências apresentadas por seu pai, Emílio Odebrecht: ou delata ou o grupo quebra. As dívidas chegam a R$ 90 bilhões. Finalmente ele topou.

A Lava-Jato acaba no dia seguinte ao impeachment, por Jeferson Miola



na Carta Maior

Cunha conduzir o impeachment é mais que metáfora; é sinal do Brasil na podridão

A Lava-Jato acaba no dia seguinte ao impeachment. Esta é a moeda de troca: criminosos se livram de processos se depuserem uma Presidente inocente

O impeachment da Presidente Dilma, sobre quem não existe nenhuma acusação por crime de responsabilidade, é um golpe contra a democracia igual àquele dado pela Globo e os fascistas em 64. É um golpe contra o Estado Democrático de Direito, contra a Constituição. E, se consumado, vai abrir uma chaga na história do Brasil que jamais vai cicatrizar.

A estratégia do impeachment foi assentada já em 27 de outubro de 2014, dia seguinte ao sufrágio de 54.501.118 brasileiros/as que entregaram a Dilma o mandato para ser cumprido até 31 de dezembro de 2018.

Inconformados com o resultado das urnas, os golpistas do PMDB, PSDB, DEM, PPS, PTB adaptaram o mantra udenista do "corvo" Carlos Lacerda à realidade atual: Dilma, uma vez eleita, não poderia assumir; caso assumisse, não poderia governar; e, caso tentasse governar, deveria ser sabotada até ser deposta do cargo.

Executaram o plano dentro do figurino udenista com a ajuda do condomínio jurídico-midiático-policial, que congrega atores no Judiciário, no MP, na PF e a mídia. Este condomínio exerce forte dominância na cena pública com um dispositivo amedrontador de poder, que é a Lava- Jato.

Dilma cometeu erros, é verdade. Mas nem o pior dos erros, que foi o de confiar na aliança com o PMDB sob a batuta do chefe da conspiração Michel Temer, se enquadra naqueles crimes que a Constituição autoriza para se poder instalar o impeachment.

Os crimes "congênitos" de Dilma são outros: ela é mulher, não transige com a corrupção, luta e resiste pelo seu povo, é do PT, e simboliza o projeto de desenvolvimento com igualdade iniciado por Lula em 2003; projeto que desfigurou para sempre a fisionomia excludente daquele Brasil medieval no qual só cabiam os 3% brancos, ricos e sulistas.

Dilma não cometeu crimes. O impeachment está previsto na Constituição não para punir erros, mas para punir crimes. Os erros governamentais são punidos pelas urnas ao final do mandato do governante, pelo escrutínio popular que avalia o desempenho do governo. Os crimes de responsabilidade, caso de fato existam, devem ser julgados e punidos através do processo de impeachment.

Romper com uma governante porque não se gosta dela até pode ser um critério válido em namoricos juvenis [e na fantasia de vices "decorativos"], mas jamais pode ser aplicado para uma detentora de mandato popular. A violência em curso não é apenas contra a pessoa da Dilma Rousseff, mas contra as 54.501.118 pessoas que a elegeram – e é óbvio que este contingente humano não ficará passivo diante de monumental agressão.

Não parece estranho que um gangster corrupto como o multi-réu Eduardo Cunha, apesar dos incontáveis processos criminais a que responde no MPF e no STF, dê as cartas no tabuleiro do golpe, enquanto a Presidente Dilma, sem nenhuma mancha na sua biografia, seja uma vítima inocente conduzida ao cadafalso com a cumplicidade – ou negligência – dos mesmos MP e STF?

Observa a ironia: o chefe do Ministério Público e o notório juiz tucano no STF seqüestram o direito constitucional da Presidente para nomear Lula para a Casa Civil; mas, por outro lado, deixam Cunha firme no cargo e cegam em relação aos absurdos "desvios de poder" cometidos por ele, que usou o impeachment como arma de vingança pessoal contra Dilma.

Cunha só continua vivo e firme porque é útil para a conspiração. Ele aceita sujar as mãos com o sangue da Dilma para deixar Michel Temer imaculado. Em troca disso, ganha a promessa do sol de cada dia fora da penitenciária – Cunha recebeu a promessa de impunidade justamente daqueles que deveriam prendê-lo imediatamente.

Estes são tempos de experimentos fascistas, de partidarização do Estado, de origem de um Estado policial e judicial, aparelhado para aniquilar desafetos, adversários e inimigos ideológicos. Na Alemanha dos anos 1920/1930, isso começou com a fixação de estrelas de David nas residências dos judeus, para facilitar a caça, a localização e a eliminação deles.

Cunha definiu a liturgia do golpe: será célere e com votação por ordem regional e não alfabética – por esse critério, ironicamente o primeiro voto será de um réu-deputado do PP/RS que recebeu propina da corrupção na Petrobrás.

Ele também decidiu que a sessão será um espetáculo big brother da Globo. E, para coroar o caráter deexceção do julgamento, será num domingo! A Globo, embalada por este espírito de exceção, combinou com a CBF a antecipação da rodada de futebol em todo o país para a tarde de sábado, e dedicará a grade de programação exclusivamente para a transmissão da tentativa de golpe.

Não é necessário ser vidente para adivinhar que a Lava-Jato acaba no dia seguinte ao impeachment. Esta é a moeda de troca: criminosos se livram de processos criminais se depuserem uma Presidente inocente – mais da metade dos deputados desse tribunal de exceção responde por todo tipo de crime: corrupção, improbidade, lavagem de dinheiro, evasão de divisas, sonegação fiscal, fraude, estelionato etc, e até homicídio.

A corrupção, magicamente, terá acabado, e então Cunha, Temer, Padilha, Moreira Franco, Maluf, Aécio, FHC, Serra, Bolsonaro e caterva ocuparão o altar reservado às santidades que sempre se locupletaram com as riquezas dessa imensa nação chamada Brasil.

Cunha não reúne as condições de presidir a sessão de julgamento do impeachment, e todos os deputados investigados por crimes não possuem a legitimidade e a moral para julgarem Dilma.

Os democratas do Brasil e as pessoas com um mínimo de bom senso – inclusive aquelas fervorosamente dedicadas à causa golpista, mas que ainda conservam um mínimo de racionalidade – não podemos aceitar que este personagem deplorável, na companhia de inúmeros réus-deputados, presida o julgamento de uma Presidente inocente, digna, íntegra.

Se isso acontecer, será um claro sinal de ingresso do Brasil numa etapa do vale-tudo, do desrespeito às Leis, à Constituição e à moralidade; do absurdo desmedido. Se vale Cunha presidir o julgamento da Presidente Dilma, muitas outras bandalheiras e muitas outras arbitrariedades também passarão a ser validadas e aceitas. Os golpistas devem saber que estão conduzindo o Brasil ao reino da podridão.

Filha de um Marinho está envolvida com laranjal

Bomba exclusiva do VioMundo - Lava jato encontra documento que liga Paula Marinho Azevedo a offshores da Mossack & Fonseca.
Da Redação com o Garganta profunda.


Documentos apreendidos pela Polícia Federal no “evento 26″ da Operação Lava Jato, a Triplo X, identificam quem está por trás de uma offshore que é dona da Paraty House e envolvem uma certa Paula Marinho de Azevedo, que investigadores terão de determinar se se trata da filha de João Roberto Marinho, um dos controladores do Grupo Globo.
A apreensão foi feita na sede da empresa Mossack & Fonseca, na avenida Paulista, em São Paulo.
A Mossack, do Panamá, é um dos maiores laranjais do mundo.
Oficialmente, faz o que define como “proteção patrimonial”: um empresário que queira guardar patrimônio para se proteger da eventual falência de seu negócio monta uma empresa de fachada, por exemplo. Na prática, não é assim: as fachadas podem servir para sonegar impostos, transferir dinheiro de origem indeterminada ou lavar dinheiro de origem ilegal.
Segundo Ken Silverstein, que escreveu um longo artigo sobre a Mossack, ela serve a ditadores, terroristas e criminosos.
No âmbito da Lava Jato, a Mossack abriu empresas para que o ex-diretor da Petrobras Renato Duque, o ex-gerente Pedro Barusco e o operador Renato Góes recebessem propina.
Além disso, a empresa Murray, criada pela Mossack, tem em seu nome 14 unidades do edifício Solaris, que se tornou conhecido por conta do triplex que teria sido reformado para o ex-presidente Lula — ele nega ser dono do imóvel.
Segundo o jornal O Globo de 28.01.2016, a Mossack é acusada de financiar ações de terrorismo.
O jornal da família Marinho reproduziu declaração do Ministério Público Federal segundo a qual “há indícios suficientes de que a Mossack pode ser utilizada na estruturação de operações por meio de offshores, visando à ocultação e à dissimulação da natureza, origem, localização, disposição e propriedade”.
A Paraty House, construída de forma irregular na praia de Santa Rita, em Paraty, litoral do Rio de Janeiro, é hoje uma mansão sem dono.

Briguilinks


  • Ontem mesmo todas as formalidades legais foram realizadas. A partir de hoje o ex-presidente prestará explicações exclusivamente ao ...
  • \o/ Habib's é investigado por suposto esquema de sonegação Habib's é investigado por fraude fiscal em São Paulo e Minas Habib's ...
  • \o/ O governo sai das cordas Desde que o TSE proclamou o resultado da eleição presidencial em 2014 o Psdb, Judiciário e mídia iniciara...
  • \o/ Um rato se proclama "profeta do caos", um Coringa para trazer um Batman, por Fernando Brito -  Tijolaço A entrevista de D...
  • Ao blog o promotor Cássio Conserino voltou a criticar a preferência da Globo na divulgação e endeusamento da PF, MPF e um juiz de Cur...
  • por Paulo Nogueira 1) O governo Dilma sai da defesa. Desde o primeiro dia de seu segundo mandato, Dilma vive sob ataques incessantes ...
  • - Até líder do Psdb critica pedido de prisão de Lula "Ao requerer a prisão de Lula, os promotores estão banalizando uma providência judicial...
  • - Lembro ao jornalista que Fhc também foi citado em delações premiadas. Acredito que tenha sido apenas eum pequeno lapso de memória não é me...
  • \o/ Os promotores Cássio Conserino, José Carlos Blat e Fernando Henrique de Moraes Araújo (tinha de ter um Fernando Henrique no meio), b...

  • CARTA ABERTA AO DIRETOR DA GLOBO QUE PÕE MORO COMO AVATAR E PEDE A PRISÃO DE LULA. por PAULO NOGUEIRA


    Caro Erick Bretas:

    Eu ia escrever a palavra jornalista, mas me detive. Não acho que possa chamar de jornalista, não pelo menos como imagino que se comporte um jornalista, alguém que coloca no Facebook o avatar de Sergio Moro e, na véspera da Aletheia, defendeu euforicamente a prisão de Lula e a deposição de Dilma.

    Mesmo para os padrões jornalísticos da Globo, me parece coisa demais para designar alguém que faça aquilo como jornalista.

    Mas o que eu queria dizer é outra coisa.

    No Facebook, você acusou o DCM de ser financiado pelo governo. Esta calúnia mostra, também, o grau de honestidade e acurácia do que você escreve. Como, mesmo assim, você escalou degraus na hierarquia da Globo revela bem a qualidade do jornalismo da casa.

    Bretas: é uma ofensa à inteligência um executivo da Globo falar em publicidade federal e, de uma forma geral, em dinheiro público.

    Apenas na TV, e com audiências sempre cadentes na Era Digital, a Globo recebe 500 milhões de reais por ano em dinheiro do contribuinte derivado de anúncios do governo federal.

    Não estou falando do dinheiro público originário de outros tipos de governo. No tempo em que fui diretor editorial da Época, tive uma briga estrepitosa com o diretor comercial ao saber que o governo do Amazonas comprava lotes imensos de livros da Editora Globo em troca de matérias elogiosas.

    O pobre povo amazonente estava contribuindo assim para os bônus dos diretores da Editora Globo e, uma escala acima, para a fortuna da família Marinho.

    Rompi o pacto sinistro (que desconhecia) ao autorizar uma matéria crítica. O governador voou para São Paulo e, numa conversa extremamente desagradável para um jornalista com meus princípios, disse que levaria o caso a João Roberto Marinho.

    A Globo não vive e nem sobrevive sem o dinheiro público. No livro Dossiê Geisel, feito à base dos documentos guardados pelo presidente Geisel e doados à FGV, aparece um ministro contando ao chefe que Roberto Marinho dizia merecer "favores especiais" por ser "o aliado mais fiel e constante" da ditadura.

    O livro conta que Roberto Marinho demandava os "favores especiais" por paranoia. Ele tinha a crença de que uma empresa que não cresce começa a declinar. E então ele queria crescer sempre, mas não graças ao talento, à capacidade de inovar e estar à frente da concorrência: mas com "favores especiais" dos donos do poder.

    Escrevi uma vez que um macaco ergueria a Globo tais e tantas as mamatas e privilégios em troca do apoio do amigo mais constante fiel da ditadura. Não exagerei.

    O mais entristecedor é que a mesma rotina perdurou depois da ditadura. FHC contou com a Globo para esconder a namorada Mírian Dutra. Nos anos FHC, o dinheiro do BNDES salvou a Globo quando esta ficou insolvente depois de um investimento desastroso em tv a cabo. O BNDES compareceu também para financiar outro investimento desastroso: uma supergráfica erguida já quando a internet mostrava que massacraria publicações de papel como as do Globo.

    Se os generais foram confrontados com a exigência de "favores especiais", que dizer de um civil hesitante e mole como FHC, devedor do sumiço de uma mulher cuja presença estragaria seus sonhos presidenciais?

    Bretas: eu poderia escrever um livro sobre os privilégios bancados pelo contribuinte e pela sociedade.

    Há uma indecência chamada "papel imune", que trazida à prática representa que o Estado livra as empresas de mídia de pagarem impostos pelo papel com que elas imprimem seus jornais e revistas.

    Mesmo com tantas vantagens fiscais, a Globo é uma manjada sonegadora. Há o caso conhecido e documentado da sonegação na compra dos direitos da Copa de 2002. Não fossem a complacência e o medo da Receita Federal, talvez os Marinhos estivessem na cadeia por este crime fiscal.

    Na mesma Copa, os suíços detectaram subornos a João Havelange e Ricardo Teixeira pela transmissão dos jogos no Brasil. A Copa foi transmitida pela Globo.

    Fora do terreno das moedas, temos, em pleno 2016, uma reserva de mercado para proteger os Marinhos, os Frias e os Frias de competição estrangeira.

    Bretas: você acredita no capitalismo? A sua empresa parece que não. Ela não quer concorrência de tipos como Murdoch. Num artigo em que defendia a reserva de mercado para ela, a Globo citou o perigo que poderia vir caso os chineses fizessem propaganda do maoísmo numa emissora que porventura eles adquirissem no Brasil.

    Maoísmo, Bretas. Maoísmo.

    Bretas: não vou tocar em coisas como a descrição feita por Boni de como a Globo orientou Collor no debate com Lula.

    Bretas, você age como se trabalhasse na UNICEF, ou, se estamos falando de jornalismo, na BBC. Mas não: você trabalha na Globo.

    PF, MPF e Judiciário, torturando e corrompendo em nome de combate a corrupção

    - Como combater crime cometendo crimes hediondos, como combater a corrupção sendo corrupto, dá para responder Morojás? - 

    Mais uma para a série: Judiciário o mais corrupto dos poderes

    por Conceição Lemes - VioMundo
    Desde terça-feira passada, 18, a empresária Cristina Mautoni Marcondes Machado, 53 anos, está presa na Polícia Federal (PF), em Brasília. Tudo indica que é o “o troco” dado ao seu marido, o lobista Mauro Marcondes Machado, 79, por ele não ter aceito fazer delação premiada. Cristina e Mauro são sócios na empresa Mautoni&Machado. Em 26 de outubro de 2015, os dois foram presos preventivamente em nova fase da Operação Zelotes – a que investiga a suposta venda de medidas provisórias (MPs) do governo federal.
    Parênteses: a Zelotes original, que apurava sonegação de impostos de R$ 21 bilhões por grandes empresas, como Bradesco, Santander, Grupo Gerdau, Mitsubishi, e Grupo RBS, afiliado à TV Globo no Sul, foi abandonada pela Polícia Federal (PF) e pelo Ministério Público Federal (MPF), sem maiores explicações até agora. Fechado parênteses.
    Mauro Marcondes é acusado de ter pago valores acima do mercado em contrato de consultoria à LFT Marketing Esportivo, do empresário Luís Cláudio Lula da Silva, filho do ex-presidente Lula. Para os acusadores, os repasses teriam ligação com a venda de MPs. Luís Cláudio sustenta que os valores se referem a serviços de consultoria prestados em sua área de atuação, o esporte.
    Cristina foi presa por “ameaça à ordem pública”. Na empresa, ela figurava como sócia do marido e cuidava da rotina administrativa.
    “Não é segredo que, com sua prisão, o comando da Zelotes quer forçar seu marido a fechar um acordo de delação premiada”, observou em dezembro do ano passado, a jornalista Teresa Cruvinel

    VioMundo - O acúmulo de informações sobre a Operação Lava Jato deixa claro: o Petrolão começou no governo Fhc

    Corrupção "Desorganizada" na Petrobras começou no 1º desgoverno Fhc e rendeu frutos até 2010
    Diz ele que era, então, um esquema “desorganizado”. Ou seja, a corrupção do PSDB é mais “vadia” que a do PT/PMDB/PP/PSB e outros, parece sugerir o sociólogo.

    É exatamente a mesma lógica utilizada para justificar como legais doações feitas pelas empreiteiras envolvidas na Lava Jato a Aécio Neves em 2014, quando aquelas que abasteceram os cofres de Dilma teriam sido “criminosas”.

    “Mas, não tínhamos o que dar em troca, já que não controlávamos o Planalto”, argumentam os tucanos.

    Porém, e os contratos fechados pelas mesmas empreiteiras com os governos paulistas de José Serra e Geraldo Alckmin, totalizando R$ 210 bilhões? E os fechados com os governos de Aécio Neves e Antonio Anastasia em Minas? Não poderia ter se dado aí o quid-pro-quo?

    A lógica do PSDB, endossada pela mídia, deu certo no mensalão: embora os tucanos tenham amamentado Marcos Valério no berço, com dinheiro público de empresas estatais como Copasa (Companhia de Saneamento de Minas Gerais), Comig — hoje Codemig, Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerais — e o extinto Bemge, o banco estadual mineiro, ninguém foi preso; o ex-presidente nacional do PSDB e senador Eduardo Azeredo foi condenado em primeira instância a 20 anos de prisão (leia íntegra da sentença aqui), depois de 17 anos! Dificilmente passará um dia na cadeia, já que em 2018 completa 70 anos.

    Enquanto isso, o mensalão petista deu no que deu, apesar da controvérsia sobre se o dinheiro da Visanet, afinal, era ou não público.

    Vejamos quais são os fatos que localizam o berço do Petrolão no quintal de FHC:
    1. Delcídio do Amaral, ex-líder do governo Dilma no Senado, hoje preso, assinou ficha de filiação no PSDB em 1998 e foi diretor de Gás e Energia da Petrobrás em 2000 e 2001, no segundo mandato de FHC, quando conheceu Nelson Cerveró e Paulo Roberto Costa, que agora se tornaram delatores. Os negócios entre eles começaram então.

    Operação Zelotes retoma foco

    (...) e caso RBS vai ao Supremo

    :

    Retomando seu foco original, a investigação do esquema bilionário de sonegação montado entre grandes empresas e membros do CARF, a Operação Zelotes  apresentou denúncia contra o grupo de comunicação RBS, parceiro regional das Organizações Globo, ao Supremo Tribunal Federal. A denúncia subiu para o STF por conta do envolvimento do ministro do TCU Augusto Nardes, relator da rejeição das contas da presidente Dilma, e do hoje deputado Afonso Mota (PDT-RS), ex-executivo do grupo, que têm foro privilegiado. O inquérito sobre a RBS é o de número 4150 e a relatora já foi indicada. Será a ministra Carmem Lúcia. Outras sete empresas serão denunciadas à Justiça comum.
    Postagens realizadas ontem numa rede social pelo deputado Paulo Pimenta (PT-RS) diziam que a Zelotes retomaria o foco original na sonegação, atingindo setores da mídia e do meio cervejeiro. O Brasil 247 confirmou com procuradores ligados à operação que, além da RBS, outras sete grandes empresas serão mesmo denunciadas e entre elas figura a cervejaria Itaipava, assim como bancos e montadoras.
    Com isso, a Zelotes retoma o objetivo original de investigar o esquema em que membros do CARF – Conselho Administrativo de Recursos Fiscais da Receita Federal, recebiam propinas de dar inveja a Paulo Roberto Costa, da máfia da Petrobrás, para acolher recursos tributários que resultaram em perdas de quase R$ 20 bilhões para a União entre 2005 e 2013.
    Nas últimas semanas o foco da Zelotes havia se voltado para a investigação de suposta “compra” de medida provisória que concedeu incentivos fiscais para montadoras instaladas nas regiões Norte-Nordeste-Centro-Oeste, editadas em 2009 (governo Lula) e 2011 (governo Dilma). A investigação resultou em ação de busca e apreensão na empresa do filho do ex-presidente Lula, Luis Cláudio, que em 2015 recebeu pagamentos de uma empresa ligada à máfia do CARF, a Marcondes & Mautoni, segundo sua defesa pela prestação de serviços de marketing esportivo. A Polícia Federal chegou a levar intimação ao filho de Lula às 23 horas do último dia 27, depois de ele ter saído da celebração dos 70 anos do pai no Instituto Lula, com a presença da presidente Dilma. As ações atípicas da Polícia Federal irritaram o ex-presidente, que se queixou da falta de comando do ministro da Justiça sobre a PF. Ontem José Eduardo Cardoso afirmou em entrevista que Lula “tem todo o direito de não gostar dele”.
    As investigações teriam comprovado (veja no final cópia de trecho do inquérito) que a RBS, grupo de comunicação hegemônico no Sul do Brasil, pagou R$ 11,7 milhões à SGR Consultoria para livrar-se de multa de R$ 113 milhões. O hoje deputado Afonso Mota era o vice-presidente jurídico e institucional da RBS na época. O ministro Augusto Nardes é suspeito de ter recebido R$ 2,6 milhões da mesma SGR Consultoria  por meio da empresa Planalto Soluções e Negócios, da qual foi sócio até 2005 e que continua registrada em nome de um sobrinho dele.

    A semente dos escândalos

    juiz Sergio Moro arbitra uma operação que investiga um extenso esquema de corrupção e evasão de divisas intermediadas por doleiros que atuam especialmente no Paraná. Uma força-tarefa é montada e procuradores da República propõem ações penais contra 631 acusados. Surgem provas contra grandes construtoras e grupos empresariais, além de políticos.
    Delações premiadas e acordos de cooperação internacional são celebrados em série. Lava Jato? Não! Trata-se do escândalo do Banestado, um esquema de evasão de divisas descoberto no fim dos anos 90 e enterrado de forma acintosa na transição do governo Fernando Henrique Cardoso para o de Lula.
    Ao contrário de agora, os malfeitos no banco paranaense não resultaram em longas prisões preventivas. Muitos envolvidos beneficiaram-se das prescrições e apenas personagens menores chegaram a cumprir pena. 
    Essas constatações tornam-se mais assustadoras quando se relembram as cifras envolvidas. As remessas ilegais para o exterior via Banestado aproximaram-se dos 134 bilhões de dólares. Ou mais de meio trilhão de reais em valor presente. Para ser exato, 520 bilhões.
    Salvo raras exceções, CartaCapital entre elas, a mídia ignorou o caso. Há um motivo. Os investigadores descobriram a existência de contas CC5 em nome de meios de comunicação. Essa modalidade de conta foi criada em 1969 pelo banco para permitir a estrangeiros não residentes a movimentar dinheiro no País.
    Era o caminho natural para multinacionais remeterem lucros e dividendos ou internar recursos para o financiamento de suas operações. Como dispensava autorização prévia do BC, as CC5 viraram um canal privilegiado para a evasão de divisas, sonegação de imposto e lavagem de dinheiro.
    Em seu relatório, o procurador Celso Três deixa claro que possuir uma conta CC5, em tese, não configuraria crime, mas que mais de 50% dos detentores não “resistiriam a uma devassa”.  Nunca, porém, essa devassa aconteceu. A operação abafa para desmobilizar o trabalho de investigação começou em 2001. Antes, precisamos, porém, retroceder quatro anos a partir daquela data.
    A identificação de operações suspeitas por meio das CC5 deu-se por acaso, durante a CPI dos Precatórios, em 1997, que apurava fraudes com títulos públicos em estados e municípios. Entre as instituições usadas para movimentar o dinheiro do esquema apareciam agências do Banestado na paranaense Foz do Iguaçu, localizada na tríplice fronteira entre Brasil, Paraguai e Argentina e famosa no passado por ser uma região de lavagem de dinheiro.
    Das agências, os recursos ilegais seguiam para a filial do Banestado em Nova York. Informado das transações, o Ministério Público Federal recorreu ao Banco Central, à época presidido por Gustavo Loyola. Os procuradores comunicaram em detalhes ao BC as movimentações suspeitas.
    Em vez de auxiliar o trabalho do Ministério Público, o Banco Central de Loyola preferiu criar dificuldades para o acesso dos procuradores às contas suspeitas. Segundo Celso Três, as informações eram encaminhadas de forma confusa, propositadamente, diz, com o intuito de atrasar as investigações. Diante dos entraves causados pelo BC, a Justiça Federal tomou uma decisão sem precedentes. Determinou a quebra de todas as contas CC5 do País.
    Uma dúvida surgiu de imediato: se havia formas regulares, via Banco Central, de enviar dinheiro ao exterior, qual a razão de os correntistas optarem por essas contas especiais que não exigiam autorização prévia nem estavam sujeitas à fiscalização da autoridade monetária?
    Pior: antes do alerta da CPI dos Precatórios, o BC parece nunca ter suspeitado da intensa movimentação financeira por agências de um banco estatal paranaense, secundário na estrutura do sistema financeiro. Até então, nenhum alerta foi dado pelo órgão responsável pela fiscalização dos bancos. Vamos repetir o valor movimentado: 134 bilhões de dólares. 
    Editada em 1992, uma carta-circular do Banco Central determinava que movimentações acima de 10 mil reais nas contas CC5 deveriam ser identificadas e fiscalizadas. Jamais, nesse período, as autoridades de investigação foram comunicadas pelo BC de qualquer transação incomum.
    Com a quebra de sigilo em massa determinada pela Justiça, milhares de inquéritos foram abertos em todo o País, mas nunca houve a condenação definitiva de um político importante ou de representantes de grandes grupos econômicos. Empresas citadas conseguiram negociar com a Receita Federal o pagamento dos impostos devidos e assim encerrar os processos contra elas.
    O Ministério Público chegou a estranhar mudanças repentinas em dados enviados pelo governo FHC. Em um primeiro relatório encaminhado para os investigadores, as remessas da TV Globo somavam o equivalente a 1,6 bilhão de reais.
    Mas um novo documento, corrigido pelo Banco Central, chamou a atenção dos procuradores: o montante passou a ser de 85 milhões, uma redução de 95%. A RBS, afiliada da Globo no Rio Grande do Sul e atualmente envolvida no escândalo da Zelotes, também foi beneficiada pela “correção” do BC: a remessa caiu de 181 milhões para 102 milhões de reais.
    A quebra do sigilo demonstrou que o Grupo Abril, dono da revista Veja, fez uso frequente das contas CC5. A Editora Abril, a TVA e a Abril Vídeos da Amazônia, entre outras, movimentaram um total de 60 milhões no período. O SBT, de Silvio Santos, enviou 37,8 milhões.
    As mesmas construtoras acusadas de participar do esquema na Petrobras investigado pela Lava Jato estrelavam as remessas via Banestado. A Odebrecht movimentou 658 milhões de reais. A Andrade Gutierrez, 108 milhões. A OAS, 51,7 milhões. Pelas contas da Queiroz Galvão passaram 27 milhões. Camargo Corrêa, outros 161 milhões.
    O sistema financeiro não escapa. O Banco Araucária, de propriedade da família Bornhausen, cujo patriarca, Jorge, era eminente figura da aliança que sustentava o governo Fernando Henrique Cardoso, teria enviado 2,3 bilhões de maneira irregular ao exterior.