Luciana Otoni – VALOR
O Ministério da Fazenda divulgará nova projeção para o Produto Interno Bruto (PIB) de 2010, que ficará entre 6,5% e 7,2%. Nessa reestimativa, a indicação para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deverá passar de 5,5% para igual ou inferior a 5%, sinalizando um quadro mais favorável para a variação de preços no restante do ano.
As projeções atualizadas, a serem apresentadas nos próximos dias, representarão um sinal verde para a Receita Federal reavaliar para cima a arrecadação dos impostos e contribuições. Até o momento, a indicação é de R$ 637,149 bilhões calculadas considerando expansão de 6,5% e inflação de 5,5%. Estão, portando, subestimadas.
A indicação de PIB maior e inflação menor é um cenário benigno. No entanto, ao ajustar as estimativas, a Fazenda lembrará que o ritmo de expansão se mantém elevado, embora em ritmo menor que o verificado entre janeiro e março, quando a economia avançou 9% em comparação ao primeiro trimestre de 2009 e 2,7% frente aos últimos três meses de 2009.
Os cálculos da pasta também reforçarão a mensagem do ministério de que a inflação maior no início do ano refletiu um choque sazonal concentrado no preços dos alimentos e em altas pontuais nos segmentos de transporte e educação.
Ontem, após reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ministro Guido Mantega comentou que poderá apresentar hoje a previsão atualizada para o crescimento. A última indicação da pasta para o PIB foi feita em 10 de junho, após a divulgação do crescimento do país no primeiro trimestre. Depois disso, o Banco Central apresentou sua reestimativa, que passou de 5,8% para 7,3%.
A reavaliação da Fazenda ocorrerá na semana anterior à reunião do Comitê de Política Monetária do BC, que deverá decidir por nova elevação na taxa Selic, fixada em 10,25% ao ano.
Além de PIB e inflação, o ministério revisará a totalidade ou parte dos parâmetros que embasam as receitas e as despesas do governo. Até o fim deste mês, o Ministério do Planejamento publicará o novo decreto de programação orçamentária, na qual constarão as estimativas atualizadas para os gastos e a arrecadação. No lado das despesas, o percentual dos benefícios previdenciários acima do salário mínimo passará de 6,14% para 7,7%. Também deverá ser revista para cima a taxa Selic média, que está em 9,19% ao ano.
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