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Bolsa Emprego

Levantamento de ISTOÉ mostra que cidades onde o Bolsa Família é forte lideram na criação de empregos formais

Lúcio Vaz – Istoé

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LEGAL
Em oito anos número de carteiras assinadas cresceu
quase 70% nas principais cidades atendidas pelo programa
Maior programa social do governo federal, o Bolsa Família nasceu com uma dúvida: o repasse mensal de dinheiro poderia levar à acomodação das famílias mais pobres, com o desestímulo à busca pelo emprego com carteira assinada? Levantamento feito pela ISTOÉ, a partir de dados dos Ministérios do Trabalho e do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, mostra que, ao que parece, não. Na verdade, indica que o avanço do emprego formal se deu com mais intensidade e rapidez exatamente nos municípios onde a população é amplamente atendida pelo benefício. Considerando o período de 2002 a 2010, que vai do último ano antes da criação do programa até o final do governo Luiz Inácio Lula da Silva, a média do crescimento formal do número de carteiras assinadas no País ficou em 53,6%. O percentual foi maior no Nordeste, com 64,8%. E mais expressivo ainda nos 500 municípios que mais concentram o benefício do Bolsa Família – todos eles localizados nos sertões nordestinos. Ali, a média de crescimento atingiu os 69,3%.
Os maiores benefi­ciários do Bolsa Família são municípios pequenos, com população média de 12,8 mil pessoas, geralmente longe das capitais. Nesses locais, as principais fontes de trabalho sempre foram a agricultura, a pecuária e os generosos e quase sempre rasos cofres das prefeituras. O dinheiro do benefício é pouco, em média R$ 115 reais por família. Mas é preciso considerar que, nessas regiões, cerca de 70% da população é assistida pelo programa. Há muitos casos em que 80% ou até 90% dos moradores o recebem. A soma desses recursos incrementa o comércio local, o que resulta, a médio prazo, na criação de novas vagas no mercado. E os municípios do Nordeste concentram mais da metade da verba distribuída pelo Bolsa Família. Serão R$ 16 bilhões neste ano. O número de beneficiários chega a 13 milhões de famílias. “Só foi possível reduzir a desigualdade e a pobreza no Brasil nos últimos anos porque o governo adotou ações que aliam crescimento econômico com inclusão social”, diz a ministra de Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Teresa Campelo.
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“A pobreza caiu porque o governo adotou ações que aliam crescimento
econômico com inclusão social”

Teresa Campelo ministra de Desenvolvimento Social e Combate à Fome
Em Ponto Novo, município de 15 mil habitantes no norte da Bahia, 2.672 famílias recebem o Bolsa Família. Como esse número deve ser multiplicado por quatro (média de integrantes de uma família), pode-se dizer que 70% da população conta com a mesada do governo. O município recebe uma injeção de R$ 280 mil todo mês. Mas isso ajuda a economia local? “Ajuda demais, demais. É uma Bolsa Família arretada”, comenta o secretário de Administração de Ponto Novo, José Carlos Alves. Ele acrescenta: “Os municípios pequenos, hoje, são mantidos pela Bolsa e pelos aposentados, que têm uma renda também importante. O movimento no comércio cresce porque esse dinheiro fica no município.” Ali, o número de carteiras assinadas cresceu de 340 para 1.307 em oito anos. Mas o secretário faz uma ressalva. Segundo ele, grande parte dos empregos foi gerada também pela implantação de uma fábrica de processamento de banana.

A realidade não é diferente em Porto Real do Colégio (AL). O número de vagas formais cresceu de 606 para 1.007, desde a criação do programa de transferência de renda. A coordenadora do Bolsa Família no município, Rosemeire dos Santos, também apresenta outra fonte de empregos. “As obras de duplicação da BR-101 geraram muitas vagas no ano passado”. Mas ela reconhece a importância do programa para a cidade. “As pessoas investem mais em alimentação, em material escolar, até em roupa. E isso é bom para o comércio.” Porém, nem tudo são flores, na visão da coordenadora. “O lado negativo é que eles ficam bem acomodados com aquela renda. Eles não investem em aprender uma profissão.

O próprio governo reconhece essa encruzilhada do programa. “O Bolsa Família é um desafio. Desde o início, houve um debate intenso sobre o efeito do programa de renda no mercado de trabalho. As expectativas eram divididas. Para uns, seria um desestímulo ao emprego formal. Outros diziam que seria positivo para o mercado porque teria efeito na economia local”, afirma o secretário nacional de Renda de Cidadania, Tiago Falcão. Informado dos números apurados pela revista, o secretário comentou. “Esses dados vêm confirmar mais a tese de que o programa de transferência de renda é positivo. Tivemos aumento do emprego formal nessa região. Alguns trabalhos já vêm mostrando isso. O impacto real é difícil de medir, mas é perceptível.”
Mas o secretário também analisa o lado falho do programa. “Um estudo demonstra que as pessoas que estiveram no Bolsa Família permanecem por pouco tempo no mercado formal. E, quando perdem o emprego, o retorno ao mercado é muito mais demorado. Os gráficos mostram que, em 11 meses, 50% desse contingente perde o mercado formal.” Tiago Falcão fala de algo que é discutido desde o lançamento do Bolsa Família: a necessidade de se encontrar uma porta de saída do programa.
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Shopping

[...] Depois de lançar, em Campo Grande, o Shopping Center Bosque dos Ipês, o Grupo Jereissati Ceará, controlado pelo ex-senador Tasso Jereissati, prepara, agora, o lançamento de um shopping em Belém do Pará. 

Ele já foi batizado com o mesmo nome do seu similar de Mato Grosso do Sul: será o Shopping Center Bosque dos Ipês de Belém e estará localizado nas proximidades do estádio Mangueirão, na Avenida Independência, uma das mais movimentadas da capital paraense. Sua Área Bruta Locável (ABL) - de 48 mil metros quadrados - começará a ser comercializada a partir de 1º de julho, quando o shopping será oficialmente lançado. 

As obras de sua construção serão iniciadas no segundo semestre deste ano e estarão prontas antes do Natal de 2013. 

Será o maior centro comercial do Estado do Pará e um dos maiores da Região Norte do País. Segundo Ilia Alencar, presidente do Grupo Jereissati Ceará, o projeto arquitetônico do Shopping Bosque dos Ipês de Belém está finalizado "e criará, pela sua beleza, um novo cartão postal na bela e hospitaleira cidade de Belém". Ela não adiantou detalhes sobre o projeto, razão pela qual evitou dar nome às lojas âncoras. Mas, tendo em vista a antiga e muito estreita relação do Grupo Jereissati com o Grupo Pão de Açúcar, é dado como certa a presença de uma loja Extra ou do Pão de Açúcar. "Mas as famosas grifes nacionais estarão lá", diz Ilia Alencar.

por Emiliano José, na Carta Capital

[...] faz tempo que afirmo: Distribuição de Renda é Desenvolvimento

A vitória de um projeto político, o da revolução democrática, que segue seu curso desde o início de 2003, quando Lula tomou posse, leva à necessidade de uma compreensão do papel da política para o desenvolvimento. Ou dito de outra forma, o desenvolvimento econômico pode ser de variada natureza, e depende essencialmente das variáveis políticas. Não fosse a vitória de Lula em 2002, e o Brasil seria outro, e muito pior. Ao menos para o povo brasileiro.
Tenho dito com insistência que nós ainda não dominamos, como é natural, o intenso processo de mudanças que o Brasil está experimentando. É muito mais profundo do que a nossa vista pode alcançar. Até porque é muito difícil apreender as coisas em sua perspectiva histórica com os olhos do presente. Mas, tenho insistido na importância de procurarmos os dados que nos deem algumas pistas do que verdadeiramente está ocorrendo como decorrência das políticas de governo. É o esforço desse texto.
A renda per capita média brasileira subiu quase 24% em termos reais entre 2001 e 2009, claro que em decorrência, sobretudo, da nova fase de desenvolvimento experimentada sob os dois mandatos do presidente Lula. Renda média, no entanto, tem que ser decifrada. Quem ganhou mais nessa fase? É uma pergunta feita pelo economista-chefe do Centro de Políticas Sociais e professor da Fundação Getúlio Vargas, Marcelo Neri.
Em artigo publicado em A Tarde (10/4/2011), Neri informa que a renda dos 10% mais pobres subiu mais de 69% no período. Isso é que explica a explosão positiva do consumo dos pobres, evidencia o surgimento de uma nova classe média, a superlotação dos aeroportos, a aglomeração dos shoppings, a expansão do comércio em todas as frentes. Esse ganho cai, e eis um dado extremamente positivo, quando a renda aumenta. E digo positivo porque significa que está havendo alguma distribuição de renda.
Assim, o ganho dos 10% mais ricos foi de 12,8%, bem abaixo do ganho dos mais pobres e mais próximo da média. Agora, é importante procurar elementos que nos confrontem com a desigualdade profunda que nos atormenta, e o professor Neri também trabalha com esses dados. Se considerarmos gênero, a renda das mulheres subiu quase 38%. A dos homens, pouco mais de 16%. Ponto para elas, que antes sempre viam a renda deles subir mais. E olhemos para os classificados como pretos e pardos: a renda dos primeiros sobe em torno de 43% e a dos segundos, mais de 48%.
Não por acaso o título do artigo do professor é “O Brasil começa a se libertar da herança escravagista”. Começa. Quanto à escolaridade, a renda das pessoas sem nenhuma escolaridade sobe nada menos que mais de 53%. A renda das pessoas com pelo menos o nível superior incompleto cai 9% – ainda aqui outra evidência de distribuição de renda. Numa análise regionalizada, e é importante para perceber as razões das mudanças nordestinas, no Nordeste, a região mais pobre do País, a renda subiu quase 42% contra quase 16% no Sudeste, a mais rica.
E se quisermos chegar aos Estados, para exemplificar, a renda no Maranhão sobe quase 47%, antes o Estado mais pobre, contra um crescimento de pouco mais de 7% de São Paulo, o Estado mais rico. Em Sergipe, aqui tão perto de nós, a renda sobe 58%. Andando pelas capitais, outro exemplo: Teresina, no Piauí, experimentou a maior taxa de crescimento, mais de 56%. Nas periferias, o crescimento mais elevado se deu em Fortaleza, com um aumento de renda da ordem de 52%. A capital paulista e sua grande periferia cresceram, respectivamente, 2,3% e 13,1%.
Anotemos que o padrão de um maior crescimento da periferia em relação às capitais se deu em sete das nove grandes metrópoles brasileiras, como acentua o professor Neri. Podemos ir agora à relação campo/cidade. A renda nas áreas pobres rurais cresceu mais de 49% contra 16% das metrópoles e quase 27% das demais cidades. Outro dado de distribuição de renda.
Tudo isso evidencia, que nesse início de século XXI, diz o professor Neri, houve crescimento da renda dos mais pobres, daqueles tradicionalmente excluídos, como analfabetos, negros, nordestinos, populações periféricas, dos campos e construções. Tal tendência não se observou nos países desenvolvidos e nos demais Brics (Rússia, Índia, China e África do Sul), onde a desigualdade cresce.
Isso tudo deve nos levar a refletir. Primeiro que não há espontaneidade nessa distribuição. Houve uma política deliberada do governo Lula, em oposição à trajetória anterior do governo FHC, de distribuir renda para os mais pobres. Segundo: há uma longa caminhada pela frente. A nossa desigualdade social ainda é muito grande. Com Dilma, a luta continua. Tem que continuar.
E a presidenta tem dado demonstrações evidentes de que não mudará esse curso. Ao contrário, pretende aprofundá-lo. Nos próximos dias, deve anunciar com detalhes o programa de erradicação da miséria no Brasil, seguindo as conquistas do governo Lula. Será um conjunto de medidas destinadas a fazer do Brasil um País de todos. Será a continuidade de uma política, a política de continuar crescendo, mas fazendo isso com a obstinação de sempre prosseguir distribuindo renda.
As políticas neoliberais foram derrotadas no Brasil. Elas têm um foco: o mercado. E não só isso, um mercado restrito, que foi a maneira como Fernando Henrique governou durante oito anos. O mercado de massas, que a esquerda sempre defendeu para o Brasil, foi constituído por Lula e será ampliado com Dilma, para o bem do povo brasileiro, especialmente dos mais pobres. Esse projeto político conquistou o povo brasileiro. Deu duas vitórias a Lula. Deu vitória a Dilma. Quer continuar a mudar o Brasil. Para melhor.
*Jornalista, escritor, deputado federal (PT/Ba) e doutor em Comunicação e Cultura Contemporâneas pela Universidade Federal da Bahia

Presidente Dilma

[...] analisa os "bons problemas" do país
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Na primeira reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social - que vem sendo chamado pela mídia de "Conselhão" - em seu governo, a presidenta Dilma Rousseff deu um recado claro aos catastrofistas de plantão: o que eles apontam como grandes problemas do país são na verdade, "bons problemas".

A chefe do governo mostrou serenidade frente ao que considera "bons problemas" da economia brasileira.  Segundo a presidenta, - e concordo plenamente com ela - "é sempre melhor enfrentar os problemas do crescimento do que os do desemprego, da falta de investimento, da falta de renda e da depressão econômica".

Os problemas do Brasil hoje dizem respeito ao "crescimento" e se analisarmos o contexto mundial em que grassam o desemprego e a crise, realmente é bom que assim seja.  A presidenta Dilma, reafirmou a determinação de seu governo com o controle da inflação: "Tenho compromisso com o controle da inflação. Disse isso no meu discurso de posse e durante a campanha. E cumpro meus compromissos".

Compromisso com o povo brasileiro

Com a inflação e também com o povo brasileiro, como bem reiterou ela: "também tenho compromisso com crescimento econômico e social. É isso que gera empregos e inclui cidadãos". A chefe do Estado brasileiro explicou que a política econômica requer "serenidade" e alertou para o fato de o governo não poder "aquecer" o cenário econômico mais do que o necessário.

Ela também afirmou que o país "mudou os caminhos do desenvolvimento econômico", ao assumir "que não há contradição entre crescimento e desenvolvimento social". A presidenta também respondeu aos críticos de plantão que cobram diariamente mais medidas de combate à inflação - não importa a que preço - e juros cada vez mais altos.

"Compreendo - tranquilizou a presidenta Dilma - que alguns tenham dúvidas a respeito [da política econômica do governo] e cobrem diariamente novas medidas contra este ou aquele desequilíbrio. Mas compreender calor e paixão não podem significar para o governo aquecer (a economia)".

Frase do dia

[...] é melhor tratar de problemas relacionados ao crescimento do país, do que de questões como, a má distribuição de renda e desemprego, Dilma Rousseff

por Brizola Neto

Tucanos e atucanados contra o aumento do salário mínimo

Eu sempre digo que mais importante do que quaisquer eventuais dez reais a mais ou a menos no valor do salário mínimo é termos um política permanente e pré-definida de valorização real dos salários.
O PSDB, o DEM e o PPS entraram na Justiça para anular a decisão do Congresso que permite ao Executivo fixar por decreto o valor do salário mínimo segundo a fórmula acertada com as centrais sindicais: variação do PIB de dois anos antes e mais inflação do ano anterior. O que dará 7,5% mais algo como 6% de inflação, no reajuste de janeiro de 2012. Ou um reajuste para cerca de  R$ 619 reais.
Se tomarmos o dólar a 1,70 em janeiro de 2012, o valor será o equivalente a 364 dólares. Seis vezes maior que os 58 dólares deixados por FHC. Deflacionado apenas em reais, pelo IPCA, 90% maior que o deixado pelo “príncipe” neoliberal.
O STF vai decidir se o acordo entre Governo e centrais sindicais vale ou não.
Então, o que pretendem tucano e atucanados?
Bom, primeiro “tirarem onda” de defensores dos  trabalhadores mais humildes, do povão que “a chefia”  mandou esquecer, criande desgastes para o Governo Dilma.
Mas, sobretudo, querem detonar uma regra que este país nunca teve inscrita na lei: a de que salário mínimo nunca desce, que sempre recupera a perda inflacionária e incorpora em si o crescimento da economia.
Ou seja, o que o bolo crescer é para todos. Não só para os bicos ávidos do capital.

Salário Mínimo

[...] Política salarial é vital ao desenvolvimento

Os aumentos reais do salário mínimo (leia o Destaque) são um dos tripés de nossa política de desenvolvimento, ao lado do papel do Estado com os investimentos, e da ação dos bancos públicos em seu papel indutor do crescimento.
Somados, estes são os três fatores - mais a política de distribuição de renda da qual o mínimo é parte - que sustentam o crescimento econômico e os nossos modelo democrático e projeto nacional de desenvolvimento.

Devemos e temos tudo para sustentar este modelo - e os aumentos reais do mínimo - mesmo em momentos como o atual, quando a nível internacional a política econômica dos países desenvolvidos cria uma situação de excesso de liquidez e pressão sobre nossa moeda.

Até quando teremos aumento de juros?
Consequência: provoca sua valorização, além de pressionar nossas contas externas, nos tirar competitividade, facilitar a elevação das  importações de mercadorias, e resultar na importação, também, de inflação.

Não basta nos prepararmos para quando as nações ricas mudarem suas políticas monetárias e fiscais. É preciso manter o crescimento e o emprego e não perder o impulso do ciclo de crescimento que estamos vivendo.

Aí, temos de lembrar sempre que nos setores de tecnologia, infraestrutura, educação e inovação ainda temos um verdadeiro abismo a nos separar de países como a Coréia do Sul e a China - para não falar nos Estados Unidos, Europa e Japão.

Saltá-lo exige de nosso país grandes investimentos e uma marcha forçada que só pode ser mantida com o Estado na vanguarda e em aliança com o setor privado. Temos tudo para transpor este abismo e manter este modelo, mas a questão de fundo é: até quando podemos aumentar os juros sem perder esse impulso e sem reverter esse ciclo virtuoso de crescimento com distribuição de renda?


Emprego

[...] Indústria ignora "crise" do Pig e segue contratando



A Pesquisa Industrial Mensal de Emprego e Salário, divulgada hoje pelo IBGE, mostra que pessimismo com a economia só há, mesmo, no noticiário dos jornais. O emprego na indústria subiu 0,5% em fevereiro ante janeiro na série com ajustes sazonais. No ano, a taxa de crescimento foi de  3,9%, resultado mais elevado desde o início destas pesquisas, em 2001.
O número de horas pagas aos trabalhadores da indústria, em fevereiro , aumentouu 1,1% frente a janeiro último, quando havia ficado estável. A mesma variação aconteceu no valor da folha de pagamento real é 1,1% maior do que em janeiro.
Em 13 das 14 estados pesquisados houve aumento no número de empregos: São Paulo (2,0%), Minas Gerais (4,6%), região Norte e Centro-Oeste (4,8%), região Nordeste (3,1%), Rio Grande do Sul (3,6%) e Santa Catarina (3,1%). os maiores crescimentos foram das indústrias de meios de transporte (8,7%), máquinas e equipamentos (6,7%), produtos de metal (7,5%), alimentos e bebidas (2,3%) e máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (6,4%).
A economia real lê os jornais, mas prefere consultar o setor de vendas na hora de contratar.

Belo Monte

[...] O governo não vai abrir mão da construção da Usina 
Gilberto Carvalho - Secretaria Geral da Presidência - se encontrou ontem com mulheres do "Movimento de Atingidos por Barragens",  e disse que as reivindicações feitas por elas serão levadas em consideração, mas que Belo Monte não entrará nesta lista. 


“Dá para fazer Belo Monte de um jeito ou de outro. O papel deles [dos movimentos sociais] é cobrar da gente que seja da forma mais humana” , disse.

BNDES

[...] o mais importante a ser destacado



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Luciano Coutinho
O presidente do BNDES, Luciano Coutinho, anunciou que o banco vai reduzir o volume de financiamentos neste ano em cerca de R$ 30 bi ante os concedidos no ano passado. Assim, a instituição vai conceder em empréstimos neste 2011 um total próximo ao concedido em 2010 - R$ 144 bi.

Luciano justificou que o objetivo do BNDES a partir de agora "é dar espaço ao setor privado" nas operações de financiamento de projetos de longo prazo. "O sucesso do BNDES neste ano será medido pela ampliação do processo de 'crowding in' na economia", destacou, pela capacidade do Estado de estimular e reter as empresas privadas para produzir e gerar investimentos na economia.

Para o dirigente do BNDES, o desafio agora é "enfrentar o choque de preços vindo de fora sem gerar recessão", em um mercado interno já aquecido. A mídia puxou pela redução dos financiamentos, mas para além dela, o que interessa, na entrevista do Luciano Coutinho, é esta sua fala sobre o cuidado ao tomar medidas para combater a inflação importada e evitar a recessão.

A questão chave do governo Dilma

O ponto chave, no momento, é este. Tudo indica que as coisas estão sendo conduzidas (e terão êxito) nesse sentido - crescer pelo menos 5% ao ano e manter a inflação dentro da meta (4,5% ao ano) mais a banda de tolerância de 2%.

Já a meta da qual ele fala, de substituir financiamento público do BNDES por financiamento a longo prazo dos bancos privados, vai depender, sempre, ou de recursos externos, ou da queda dos juros no país, uma vez que a banca privada busca recursos no exterior, ou no mercado interno, concorrendo com os títulos do governo que pagam a taxa Selic.

O importante, então, é manter o crescimento da taxa de investimentos acima da do crescimento, como bem afirmou o presidente do BNDES: "os investimentos devem crescer entre 8% e 10% neste ano, enquanto o PIB deve subir perto de 4%".

Transnordestina nos eixos

Obra em ritmo acelerado
Luis Ushirobira/Valor

Ponte em construção na região da cidade pernambucana de Salgueiro, principal canteiro de obras do megaempreendimento e que será o entroncamento das duas linhas da ferrovia que desemboca nos portos de Suape(PE) e Pecém (CE)

Murillo Camarotto | VALOR

De Missão Velha (CE) e Salgueiro (PE)
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai passar longe do desejo de inaugurar a ferrovia Transnordestina antes de sair de cena. O início das obras, em 2006, alimentou o sonho presidencial de que tudo estivesse pronto antes das eleições deste ano, porém os inúmeros contratempos no megaprojeto, orçado em R$ 5,4 bilhões, postergaram em muito a data da inauguração. Lula terá que se contentar em ver sua sucessora cortar a fita da Transnordestina, ferrovia de 1.728 quilômetros que ligará os portos de Suape (PE) e Pecém (CE) ao município de Eliseu Martins (PI).
Após muitas idas e vindas, o projeto alcançou no mês passado o seu pico de atividade, medida em número de trabalhadores e de máquinas em operação. Atualmente, trabalham na obra mais de 11,3 mil pessoas e 1,6 mil máquinas. "Vamos manter esses patamares durante todo o ano de 2011, começando a reduzir gradativamente a partir de 2012″, explicou o engenheiro da Odebrecht Paulo Falcão, diretor do contrato entre a construtora e a Transnordestina Logística (TLSA), dona da obra e controlada pela Companhia Siderúrgica Nacional (CSN).
Os 20 lotes já licitados somam 1.280 quilômetros de trilhos. Desses, 19 estão a cargo da Odebrecht, que só entrou na empreitada em novembro de 2009. A construtora tem 14 lotes em obras e trabalha para entregar tudo até outubro de 2012. Esse prazo não contempla, porém, o trecho de 450 quilômetros entre Aurora e Pecém (CE), ainda não licitado e cujo trajeto está sendo questionado pelo Ibama e pelo Patrimônio Histórico. Com isso, a perspectiva é de que toda a ferrovia só esteja concluída no primeiro semestre de 2013.
Nos 14 lotes onde a Odebrecht está trabalhando, o que se vê são as chamadas obras de infraestrutura – construção de bueiros, pontes e viadutos por onde passarão os trens, bem como toda a parte de escavações e aterramentos necessária. Somente após essa etapa é que entra em cena a superestrutura, que é a instalação de dormentes, trilhos e da brita, as porções de pedras que acompanham o trajeto.
A assinatura dos contratos referentes aos lotes ainda não licitados deve ocorrer no próximo dia 10 de dezembro, possivelmente no mesmo dia em que será inaugurado o primeiro trecho da Transnordestina, ligando o município de Salgueiro (PE) a Missão Velha (CE), em um percurso de 100 quilômetros. Tocado pela construtora EIT e pela própria TLSA, o trecho está em fase final de colocação de dormentes e trilhos e deverá ser concluído ainda com Lula no Planalto.
Para garantir a satisfação do presidente, o alagoano Severino José da Silva, de 56 anos, trabalhava duro na semana passada, debaixo de sol impiedoso. No comando de uma carregadeira, ele acomodava no chão de terra seca os dormentes de 350 quilos, em um trecho da ferrovia próximo a Missão Velha. Apesar dos 35 anos de experiência como operador de máquinas pesadas, Severino não demonstra entusiasmo quando questionado sobre o fato de seu ofício ser um dos mais requisitados no país. "Ainda não veio nada", disse ele, com ar pensativo, sobre a valorização de seu salário, hoje em R$ 1,3 mil mensais.
Paulo Falcão relata que a Odebrecht sofreu bastante para reunir os profissionais qualificados para a obra da Transnordestina. Ao lado de armadores e carpinteiros, operadores de máquinas pesadas figuraram entre os mais raros. "O período mais crítico no que se refere à mão de obra se deu entre janeiro e maio. Tive que trazer muita gente de fora, principalmente das capitais do Nordeste. Agora posso dizer que a questão está resolvida", afirmou o executivo.
Com mais de 11,3 mil trabalhadores, a Transnordestina é a segunda maior obra tocada pela Odebrecht no país, atrás apenas da hidrelétrica de Santo Antônio, no rio Madeira (RO), onde trabalham mais de 12 mil pessoas. Das 1,66 mil máquinas em operação na ferrovia, 25% são da construtora. O restante é alugado de outras empresas, que, em muitos casos, trouxeram equipamentos da China.
A distribuição do custo total do projeto, hoje em R$ 5,4 bilhões, tem nos equipamentos o maior peso: 50%. Na sequência aparece a mão de obra, com 25%, seguida por insumos e gastos gerais, ambos com 12,5%. De acordo com o presidente da TLSA, Tufi Dahen Filho, as obras caminham bem próximas do limite dos custos. Ele acredita, porém, que até a sua conclusão deve haver mais um reajuste, como ocorreu em 2008.
Na ocasião, ainda se trabalhava com um orçamento feito em 2004, que previa investimento total de R$ 4,5 bilhões. A alta de 20% foi justificada pelos maiores custos com mão de obra, cimento, aço e combustível. "O custo por quilômetro está hoje em R$ 2,9 milhões, valor que segue o critério do último orçamento. Mas temos receio de que as novas contratações, especialmente de material, fiquem acima desse valor", explicou o executivo.
Em paralelo à tendência de custos crescentes, Odebrecht e TLSA trabalham na busca de soluções de engenharia que possibilitem redução nos gastos. Isso é possível, já que o contrato entre as duas empresas foi firmado na modalidade de aliança, que prevê a divisão igualitária dos ganhos resultantes da diminuição de custos. Segundo Falcão, o maior potencial de redução está no gerenciamento adequado das atividades de escavações e aterramentos.
A engenharia financeira do projeto prevê que R$ 2,67 bilhões venham de empréstimos do Fundo de Desenvolvimento do Nordeste (FDNE) e R$ 823 milhões do Fundo de Investimentos do Nordeste (Finor). A CSN colocará R$ 1,35 bilhão, sendo R$ 681 milhões do próprio caixa e R$ 675 milhões via um empréstimo do BNDES. O banco injetará outros R$ 225 milhões por meio de empréstimo à TLSA, mesma operação que será feita pelo Banco do Nordeste, com mais R$ 180 milhões. O governo federal irá aportar R$ 164 milhões por meio da Valec, estatal que atua em projetos ferroviários.
Segundo Tufi, as obras receberam até agora R$ 1,4 bilhão em investimentos, sendo metade deste valor bancado pela CSN, via caixa próprio ou empréstimos. O executivo reclama que o Finor já devia ter liberado R$ 350 milhões, mas que até o dia 10 de novembro tinha depositado apenas R$ 116 milhões. "Não pode haver esse descasamento das fontes de financiamento com o ritmo da obra. O Finor é o que tem apresentado maior burocracia e maior dificuldade. Com o atraso, a CSN tem que colocar mais recursos do que estava previsto", alegou o presidente da TLSA.
O Ministério da Integração Nacional informou que já havia autorizado o pagamento de R$ 154 milhões e negou a existência de atraso nos repasses.
Outro gargalo ainda enfretado pela Transnordestina são as desapropriações de terras, a cargo dos governos estaduais. Elas tiveram grande parcela de responsabilidade pelos inúmeros atrasos no cronograma da obra. Segundo a TLSA, 70,6% do trajeto por onde passará a ferrovia já está desapropriado e pronto para receber os trilhos. Porém, Paulo Falcão revela a existência de "desapropriações na teoria e na prática".
Ele explica que, em muitos casos, os donos das áreas já legalmente desapropriadas recusam-se a liberar o local, impedindo o avanço da obra. "Sabemos que em alguns locais há problemas com o pagamento pós-desapropriação. Com isso, os proprietários não saem mesmo", relata Ana Carolina Faria, gerente da Odebrecht e uma das 16 engenheiras que trabalham no projeto.
Ela lista uma série de outros problemas que vêm obstruindo o andamento dos trabalhos. Além das pendências de licenciamento ambiental, há problemas em vários trechos onde a ferrovia cruza com rede elétrica, adutoras, cemitérios, igrejas, assentamentos, comunidades quilombola e indígena e até com as obras da transposição do rio São Francisco. "Tenho interferência de algum tipo em todos os lotes", informa.
A ideia do projeto é tornar a Nova Transnordestina numa ferrovia de classe mundial em velocidade e volume de carga. Quando estiver pronta, poderá transportar 30 milhões de toneladas por ano, com velocidade de até 80 km/hora, tendo como principais cargas minério de ferro, gipsita e grãos, além de cimento, combustíveis e fertilizante.

Produção de dormente fica sem cimento

VALOR | De Missão Velha (CE) e Salgueiro (PE)

Dormentes que vão servir de base para a instalação dos trilhos são estocados ao longo da estrada

Os 1.728 quilômetros de trilhos da Transnordestina serão instalados sobre quase 3 milhões de dormentes que estão sendo produzidos seis dias por semana em Salgueiro, cidade do sertão pernambucano onde fica o principal canteiro de obras da ferrovia. Na última semana, porém, a fábrica de dormentes, sociedade entre Odebrecht e TLSA, parou de operar por dois dias seguidos pelo mesmo motivo: falta de cimento.Dias antes, o engenheiro da Odebrecht Marcos Uchoa, responsável pelas obras do trecho entre Missão Velha (CE) e Aurora (CE), cobrava de um subordinado a conclusão de um grande bueiro na região. A resposta já era esperada: "Não acabamos porque faltou cimento", justificou o engenheiro Daniel Guerra, da Demas Construtora.
Na manhã da sexta-feira, dia 19, um outro engenheiro da Odebrecht falava ao telefone, em Salgueiro. "Oi, Zé, como está a entrega de cimento aí no Piauí? Tá faltando também? Pois é, aqui é uma guerra!", relatou. Diante da pouca oferta e do cronograma apertado de obras, engenheiros disputam de forma acirrada as sacas que chegam em Salgueiro.
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A falta no fornecimento do produto aumenta a lista de problemas enfrentados nos canteiros da Transnordestina. De acordo com engenheiros alocados em Salgueiro, as entregas da Votorantim Cimentos, que tem suprido a fábrica de dormentes, estão irregulares, acarretando atrasos nas obras e paralisações na produção de dormentes. "Eles não estão dando conta", afirmou um engenheiro.
O aquecimento do mercado brasileiro da construção civil, com destaque para a região Nordeste, comprometeu sensivelmente a capacidade de oferta das fabricantes nacionais de cimento. A própria Votorantim está importando o produto do Vietnã para atender seus clientes na região. No caso específico da Transnordestina, porém, a empresa alega que o abastecimento está dentro do cronograma acordado e que as entregas estão sendo cumpridas integralmente.
Como solução alternativa, a CSN está trazendo cimento da China para dar conta das obras. A empresa importou em agosto um navio com 26 mil toneladas e está analisando novas compras no país asiático para o próximo ano. Além do cimento, os chineses também estão fornecendo parte dos trilhos e das máquinas pesadas utilizados no empreendimento. (MC)
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