Serra - Bucha de canhão

As vezes eu me pergunto...Como foi mesmo que cheguei aqui?
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Sobre o pano de fundo de uma disputa presidencial com cara de definida, o Datafolha captou movimentos dignos de nota na briga pelo Senado.


Os pesquisadores do instituto voltaram ao meio-fio em oito praças. As principais novidades foram recolhidas nas ruas do Rio e de Minas.

No Rio, Lindberg Farias (PT), em alta, abriu onze pontos de vantagem sobre Cesar Maia (DEM), um dos políticos que Lula quer “extirpar” da política.

Lindberg, agora com 38%, disputa com Maia, 27%, a segunda vaga de senador. À frente de ambos, por ora, Marcelo Crivella (PRB), estacionado em 40%.

Em Minas, Fernando Pimentel (PT), em curva ascendente, aproximou-se um pouco mais de Itamar Franco (PPS).

No início de agosto, Itamar estava 27 pontos à frente de Pimentel. De pesquisa em pesquisa, o petista foi mastigando a diferença.


Reduziu-a a oito pontos. Agora, Pimentel tem 32%, contra 40%de Itamar. Em jogo, também em Minas, a segunda vaga de senador.

A primeira, indica o Datafolha, parece reservada a Aécio Neves, que cavalga uma confortável liderança de 71%.

Em São Paulo, Netinho de Paula (PCdoB), parece ter batido no teto. Escorregou dois pontos. Tem agora 34%, um ponto a menos que os 35% de Marta Suplicy (PT).

Atrás deles, brigando pelo espólio de Orestes Quércia (PMDB), que se retirou da disputa, vem Romeu ‘22%’ Tuma (PTB) e Aloysio ‘17E%’ Nunes (PSDB).

Em Pernambuco, outra disputa encarniçada pela segunda cadeira de senador.

Estão tenicamente empatados Marco Maciel (DEM), 34%, outro senador que Lula gostaria de riscar do mapa, e Armando Monteiro (PTB), 32%.

Na liderança, o ex-ministro da Saúde Humberto Costa (PT) cresceu três pontos. Foi a 47%.


No Rio Grande do Sul, a jornalista Ana Amélia, noviça em urnas, perdeu dois pontos em relação à pesquisa anterior. Mas segue na liderança, com 47%.

Continua enxergando pelo retrovisor dois políticos experimentados: Germano Rogotto (PMDB) e Paulo Paim (PT), agora numericamente empatados em 41%.

Na Bahia, um bololô. Três candidatos se engalfinham pelas duas vagas: Cesar ‘29%’ Borges (PR), Lídice ‘28%’ da Mata (PSB) e Walter ‘27%’ Pinheiro (PT).

No Paraná, Gleise Hoffman (PT) escalou três pontos. Igualou-se ao ex-governador Roberto Requião (PMDB). Ambos somaram 44%.

No Distrito Federal, consolidam-se na dianteira Cristovam Buarque (PDT), com 49%, e Rodrigo Rollemberg (PSB), com 39%.

Ameaçada pela Lei da Ficha Limpa, Maria de Lourdes Abadia (PSDB), que chegara a preocupar Rollemberg, dispõe agora de exíguos 17%.

por Josias de Souza 

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José Eduardo Dutra
O PT, conforme anunciou seu presidente nacional, ex-senador José Eduardo Dutra, ingressa na Justiça com pedido de instauração de medidas judiciais contra o o consultor Rubnei Quicoli, um dos personagens principais do episódio que levou à saída da ministra-chefe da Casa Civil, Erenice Guerra. Quicole declarou que para obter um empréstimo no BNDES para a empresa que ele representava teria sido instado a repassar R$ 5 milhões à campanha presidencial de Dilma Rousseff. Dutra e todos os responsáveis pela direção do partido e pela campanha têm deixado mais do que claro que somente o tesoureiro da campanha de Dilma está autorizado a tratar de contribuições financeiras. Por isso o PT vai abrir dois processos contra Quicoli, um criminal e outro cível, por calúnia, difamação e reparação de danos morais. Continua>>>

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Caraca!!! Que dinheiro é esse?

Diego Escosteguy e Otávio Cabral
Numa manhã de julho do ano passado, o jovem advogado Vinícius de Oliveira Castro chegou à Presidência da República para mais um dia de trabalho. Entrou em sua sala, onde despachava a poucos metros do gabinete da então ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, e de sua principal assessora, Erenice Guerra Vinícius se sentou, acomodou sua pasta preta em cima da mesa e abriu a gaveta.
O advogado tomou um susto: havia ali um envelope pardo. Dentro, 200 mil reais em dinheiro vivo – um “presentinho” da turma responsável pela usina de corrupção que operava no coração do governo Lula.
Vinícius, que flanava na Agência Nacional de Aviação Civil, a Anac, começara a dar expediente na Casa Civil semanas antes, apadrinhado por Erenice Guerra e o filho-lobista dela, Israel Guerra, de quem logo virou compadre.
Apavorado com o pacotaço de propina, o assessor neófito, coitado, resolveu interpelar um colega: “Caraca! Que dinheiro é esse? Isso aqui é meu mesmo?”. O colega tratou de tranquilizá-lo: “É a ‘PP’ do Tamiflu, é a sua cota. Chegou para todo mundo”.
PP, no caso, era um recado – falado em português, mas dito em cifrão. Trata-se da sigla para os pagamentos oficiais do governo. Consta de qualquer despacho público envolvendo contratos ou ordens bancárias. Adaptada ao linguajar da cleptocracia, significa propina. Tamiflu, por sua vez, é o nome do remédio usado para tratar pacientes com a gripe H1N1, conhecida popularmente como gripe suína.
Dias antes, em 23 de junho, o governo, diante da ameaça de uma pandemia, acabara de fechar uma compra emergencial desse medicamento – um contrato de 34,7 milhões de reais. A “PP” entregue ao assessor referia-se à comissão obtida pela turma da Casa Civil ao azeitar o negócio Segundo o assessor, o governo comprara mais Tamiflu do que o necessário, de modo a obter uma generosa comissão pelo negócio.
Até a semana passada, Vinícius era assessor da Casa Civil e sócio de Israel Guerra, filho de Erenice Guerra, ex-ministra da pasta, numa empresa que intermediava contratos com o governo usando a influência da petista. Naturalmente, cobravam comissão pelos serviços.
Depois que VEJA revelou a existência do esquema em sua última edição, Vinícius e outro funcionário do Planalto, Stevan Knezevic, pediram demissão, a ministra Erenice caiu – e o governo adernou na mais grave crise política desde o escândalo do mensalão, e que ronda perigosamente a campanha presidencial da petista Dilma Rousseff.
Lançado ao centro do turbilhão de denúncias que varre a Casa Civil, Vinícius Castro confidenciou o episódio da propina a pelo menos duas pessoas: seu tio e à época diretor de Operações dos Correios, Marco Antonio de Oliveira, e a um amigo que trabalhava no governo. Ambos, em depoimentos gravados, confirmaram a VEJA o teor da confissão.
Antes de cair em desgraça, o assessor palaciano procurou o tio e admitiu estar intrigado com a incrível despreocupação demonstrada pela família Guerra no trato do balcão de negócios instalado na Casa Civil. Disse o assessor: “Foi um dinheiro para o Palácio. Lá tem muito negócio, é uma coisa. Me ofereceram 200 000 por causa do Tamiflu”.
Vinícius explicou ao tio que não precisou fazer nada para receber a PP. “Era o ‘cala-boca". O assessor disse ainda ao tio que outros três funcionários da Casa Civil receberam os tais pacotes com 200 000 reais; porém não declinou os nomes nem a identidade de quem distribuiu a propina. Diz o ex-diretor dos Correios: “Ele ficou espantado com aquela coisa. Eu avisei que, se continuasse desse jeito, ele iria sair algemado do Palácio”...

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Carta capital a um jornalista do futuro


por Lula Miranda, na Carta Maior

Prezado Jornalista,
Escrevo-lhe do Brasil, cidade de São Paulo, em meados de Setembro do ano de 2010 (a caminho da sagração da Primavera). Peço-lhe o máximo de paciência [a prosa será por demasiado extensa], cuidado, ponderação e desprendimento ao ler esse depoimento/testemunho. Intuo que um calendário, na parede à sua frente, registre um ano qualquer na segunda metade desse século XXI. Certamente, se tomar como parâmetro a realidade dos tempos que você vivencia aí, aquilo que chamaria grosseiramente de “übermídia”, achará absurdos, inacreditáveis mesmo, os fatos que passarei a lhe narrar. Mas, asseguro-lhe, trata-se da mais pura verdade (a tal “factual”).
Estou seguro de que o seu “olhar épico” propiciará um julgamento e uma visão mais eqüidistante e reveladora dos dias difíceis que vivemos por aqui. Remeto-lhe essa mensagem com a esperança de que zele para que parte da história da imprensa seja contada de forma a que esteja preservada a verdade dos fatos, como eles ocorreram realmente; para que não prevaleça apenas a versão deturpada daqueles que chamamos de “donos do poder” [ver Raymundo Faoro].
Aqui, nos dias que correm e, em verdade, desde sempre, os principais veículos de comunicação pertencem a cerca de meia-dúzia de famílias [sim, por incrível que pareça tal oligopólio existe e, o que é pior, ainda é permitido]. Dá para você imaginar o que disso resulta em termos de controle e manipulação da informação? Compreendo ser difícil você ter a mais remota idéia do que essa realidade que vivemos hoje significa [algo aos seus olhos tão distante, extemporâneo, atrasado, estapafúrdio e espúrio], mas…
Digo-lhe ainda outra [impropriedade]: os proprietários desses veículos são aqueles aos quais esses mesmos meios deveriam fiscalizar. Grandes empresários e/ou parlamentares são donos [ou sócios majoritários] dos principais jornais, revistas, redes de rádio e televisão, e suas retransmissoras – até portais de internet. Já pensou no absurdo dessa situação?! Ou seja: a raposa no encargo de tomar conta do galinheiro. Impensável, não?
Esses veículos trabalham em sintonia e em rede. “Claro! Como conseqüência do avanço da tecnologia das comunicações” – exclamaria você, inocentemente. Não propriamente, esclareço. A “sintonia” e a “rede” funcionam aqui com o seguinte significado e fim: todos os veículos, mancomunados, em “sintonia fina”, transmitem de maneira massiva a mesma versão dos fatos e, claro, só os temas e notícias que interessam à preservação do status quo. Estão todos a serviço dos conservadores de sempre, aqueles que querem manter as coisas exatamente como estão; os que defendem o estabelecido [os já citados “donos do poder”].
Captou a nuance da coisa? Tentando ser ainda mais claro: quando eles desejam se ver livre de algum ministro ou alto funcionário do governo que está atrapalhando seus negócios e interesses, ou mesmo se livrar de algum membro do partido desse governo (ou de um partido aliado do governo), ou ainda, em última instância, quando querem/desejam derrubar o próprio presidente começam a “operação bombardeio”. Exemplo de caso: um determinado veículo [por exemplo, a revista Veja, cuja tiragem já foi de um milhão de exemplares, hoje, caindo, na casa dos oitocentos mil] dá como matéria de capa um suposto escândalo contra determinado integrante da máquina pública. Então, na seqüência, o principal noticiário da rede de televisão [o jornal Nacional da Rede Globo – audiência também cadente] dá a notícia com pompa e circunstância. Em seguida, quase sempre de modo simultâneo, todos os demais veículos esquentam e repercutem essa matéria até transformar aquele “suposto” escândalo num fato consumado. Com esse ardil, aprenderam a forjar “novas realidades” ou “supra-realidades”, bem como “novas” lógicas e linguagens, muito semelhantes à “novilíngua” e ao “duplipensar” [ler “1984” de George Orwell].
Um dos dois maiores jornais daqui de São Paulo [com circulação em todo o Brasil], tamanho é o seu parcialismo às escâncaras, que foi recentemente ridicularizado, em escala global, com piadas e mensagens sarcásticas no Twitter [foi trending topic: com cerca de 50.000 mensagens postadas!]. Ou seja: exagerou tanto na dose que se tornou motivo de zombaria na rede. Sobre esse veículo pesquise os seguintes termos ou expressões: “ditabranda” e “ficha falsa da Dilma”. Veja a que ponto seus editores chegaram, a que nível baixaram! É de estarrecer.
Porém, reitero o devido registro, talvez até por se utilizarem desses artifícios antiéticos, capciosos, esses veículos estão perdendo, a cada dia, mais e mais leitores, condenados que estão ao descrédito – e, você bem sabe, a credibilidade é o maior patrimônio intangível de uma empresa de comunicação. A falta de credibilidade certamente os conduzirá, de modo célere, à bancarrota.
Peço-lhe desculpas, pois sei que falo sobre coisas que há muito deixaram de existir aí no seu tempo: revistas, jornais, televisão, Veja, Rede Globo etc. Imagino que aí, na segunda metade do séc. XXI, a internet holográfica (em 3D) e a blogosfera sejam as principais fontes de informação. Por aqui ainda vivemos a expectativa desse auspicioso “porvir”. Mas a blogosfera já se insinua como a ponte que nos auxiliará nessa grande e instigante travessia.
As redações dos grandes veículos da mídia, nos dias de hoje, têm, como se fossem supermercados, um verdadeiro estoque de falsas denúncias. Metaforicamente falando, são prateleiras e mais prateleiras onde estão dispostas, e muito bem organizadas [por partido, por grupo de interesse, por esfera de governo (federal, estadual e municipal), por cargo na hierarquia governamental etc.], denúncias diversificadas, “escândalos” variados. Tem escândalo para toda hora e ocasião.
“Mas não é exatamente essa a função dos jornalistas: vigiar governos, instituições e fazer denúncias?” – ponderaria você, com legítima razão. É verdade. Mas o “demônio” se esconde nos detalhes – como se diz por aqui. O problema é que os grandes veículos nos dias de hoje só fazem denúncias contra os partidos desse governo que aí está, de um perfil e estrato mais popular, e nenhuma crítica ou denúncia para valer contra os partidos das elites conservadoras, que desejam a todo custo e meios retomar o poder. Outra: a maior parte dessas denúncias é nitidamente falsa ou manipulada; muitas delas são “plantadas” pelas máfias da política e da imprensa, algumas são grosseiras “armações”. Acredite no que lhe digo.
Quem são/eram os “fornecedores” dessas denúncias ardilosas? Os jornalistas compactuavam/aceitavam esse estado de coisas? São perguntas mais do que legítimas, óbvias, e sei que você as está formulando nesse exato instante. Com relação aos fornecedores, num dado instante, houve uma deturpação do chamado “jornalismo investigativo”. Jornalistas passaram a se utilizar dos serviços de estelionatários e “arapongas” [inclusive ex-agentes da época da ditadura] que, por sua vez, se utilizavam de métodos similares aos utilizados pelas máfias – foi aí, tudo indica que, o jornalismo se irmanou ao crime e começou a cair em desgraça.
Já sobre o silêncio e cumplicidade, tenho uma teoria, pois testemunhei inúmeros casos: basta dar a um jornalista trinta, cinqüenta e até cem mil “dinheiros” [converta à moeda da sua época] de salário por mês que esse indivíduo, como num passe de mágica, se transforma e passa a falar com a voz do chefe, e a pensar com a cabeça do patrão. Os demais, os “focas” ou os jornalistas “proletários”, são, quase sempre, pessoas honestas, decentes, mas nada podem fazer por medo de perder o emprego (têm muitas bocas a alimentar – daí utilizar-me do termo “proletários”). Em face disso, creio, o mau-caratismo começou a prevalecer.
Tem também a questão do “mensalão” da mídia [“Mensalão” - rótulo que a grande mídia deu a esquema de caixa 2 dos partidos da base aliada ao atual governo]. Mas esse tema requer uma outra carta.
Sei que você deve estar pensando que tudo isso é absurdo, vergonhoso e se indagando como é possível que jornalistas e cidadãos em geral se submetessem a esse estado de coisas. Saiba que, para mim, é deveras constrangedor confessar-lhe que vivi nesses tempos de vergonha e infâmia. Porém, informo-lhe, apenas para registro, por mais incrível que isso possa lhe parecer, quando reclamávamos disso (perante o Congresso e as instituições) éramos estratégica e maliciosamente rotulados de “stalinistas”, de “inimigos da democracia”, e de que estávamos cometendo um atentado contra a liberdade de imprensa; redargüíamos, tentávamos explicar, incessantemente, diuturnamente, que estávamos indo em verdade, não contra, mas a favor desse “princípio dos princípios” – de nada adiantavam os nossos argumentos. Assim tentavam nos calar e impediam qualquer tentativa de democratização dos meios, ou mesmo qualquer embrionária iniciativa que visasse esse fim.
Veja bem, o que buscávamos era exatamente uma imprensa livre! Livre por princípio. Livre das sombras, das amarras e dos ditames dos interesses escusos dos patrões e seus grupos de pressão. “Utópicos”, “idealistas”, desejávamos exatamente uma imprensa livre, libertária e comprometida apenas com a verdade factual e a serviço de todas as classes [com ênfase, claro, nos desassistidos e nos trabalhadores]; a serviço do homem enfim. Acredite se quiser, mas, como disse, é a pura verdade.
Desculpe-me ter me utilizado de excessivo número de caracteres nessa comunicação. Ainda somos demasiadamente “prolixos” e pretensamente “literários”. Saudações de tempos pretéritos.

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Como e quando Serra perdeu


Raul Longo


Petistas, lulistas, dilmistas de esquerda e direita ou de quaisquer outras tendências, regozijam-se. Inclusive os nem uma coisa ou outra, tão somente acometidos por incontrolável rejeição ao candidato do PSDB. Esses se consideram vingados da prepotência, pela antipatia à arrogância.
Outros, por aversão às mentiras. Alguns pela ineficácia nas gestões, pela incompetência. Há os indispostos com a legenda, indignados com as ações do partido nas representações legislativas na Câmara ou no Senado, no executivo de municípios e estados. Muitos teimam em se reportar ao desastrado governo FHC e, vários, às ligações diretas e indiretas com a truculência da ditadura.
Há quem também confira aos esquemas de corrupções montados por aliados e correligionários, outros às manobras e armações, às calunias, e tudo o mais.
Mas uma análise mais profunda do eleitor brasileiro sobre si mesmo, esclareceria com mais precisão quanto se é injusto ao apontar José Serra ou apenas o PSDB como exclusivos responsáveis pela derrota antecipada.
Se o eleitor brasileiro se observasse melhor, se procurasse entender um pouco mais de suas próprias reações, certamente descobriria que José Serra já perdeu as eleições de 2010 desde quando ainda sequer era candidato.
Então Serra talvez até torcesse pelo Lula, influenciado pela mesma crença de seu mentor, o Henrique Cardoso, de que o operário não teria condições de fazer um bom governo, gerando a oportunidade para que assumissem a presidência do país à qual se sucederiam entre si por muitas gestões.
Daquela vez quase acertaram, pois embora Lula não fosse eleito, Collor de Melo realizou seus anseios. Mas mesmo sem perceberem, foi ali que Serra começou a perder.
Para ser mais exato, já começara a perder a eleição de 2010 em 1984 quando a Mídia brasileira negou aos seus leitores e espectadores a divulgação da multidão que ocupava as ruas, avenidas e praças do país. Insensível à evidência de que aqueles que então defendiam o direito de serem reconhecidos como cidadãos capazes de discernimento do presente e planejamento do futuro, constituíam o público que justifica a existência dos meios de comunicação de massa.
Negaram a massa e foi onde a Mídia começou o processo da acachapante derrota antecipada do filho de imigrante: José Chirico Serra.
Psicólogos sabem não ser um momento de negação a uma criança ou adolescente que a fará desenvolver alguma aversão ou trauma, mas hipnotizadores atestam que mesmo quando aparentemente não importantes, tais acontecimentos ficam gravados no subconsciente das pessoas por todas suas vidas. Ainda mais numa situação de comoção como a na época vivida pelos brasileiros, após 2 décadas de uma ditadura sangrenta e tanto defendida pela Mídia por realizações de dúbios benefícios e que a população do país teve de arcar com uma crescente dívida externa, expressa em progressiva inflação e decadência de condições de vida ao longo de duas décadas.
Mas, apesar de então vociferar em uníssono: “Fora Globo que o povo não é bobo!”, o eleitor superou o trauma de ser enganado e, ainda ao final daquela década, voltou a acreditar na Mídia quando esta construiu e apresentou um bonito embrulho chamado Collor de Melo.
Pedagogos alertam para o perigo de se recorrer permanentemente às falsas promessas, pois muito difícil reconstruir a credibilidade perdida. No entanto, além da decepção com o embrulho vazio, atemorizado diuturnamente pelo bicho papão insuflado pelos militares, castrando-lhe os anseios de consumo alimentados pela Mídia, o eleitor confiou no estilo circunspecto de intelectual, distinto do jeitão de herói de matinê do antecessor candidato da Mídia.
Enquanto a coisa parecia ter dado certo, até que os meios de comunicação se recolheram a função que lhes compete sem promover condicionamentos, posto que a classe média, a princípio, parecia medianamente satisfeita. Mas foi só o intelectual se comprovar mero colecionador de fórmulas e frases de efeito negativo, para jornalistas, cronistas e editores tentarem justificá-lo encobrindo erros evidentes e gritantes. Até naufrágio de Plataforma Marítima passou a ser algo muito natural e corriqueiro, pequeno prejuízo sem motivo algum de alarde, apesar da morte de mais de uma dezena de trabalhadores.
Daí pra frente ficou difícil, afinal o eleitor não é nenhuma criança e sabe quando a casa está caindo por mais que a Mídia tente convencer que “é assim mesmo. Telhado só atrapalha. Ar fresco do relento é mais agradável...”
Mas então, desempregado, sem crédito e no escuro do apagão, o eleitor brasileiro cansou e não deu mais ouvidos a desafinação histérica da imprensa. Ocorreu uma inversão de papéis, como se o paciente passasse a tratar das crises maníaco/depressiva do médico delirante.
Qualquer analista sabe que a melhor terapia é estimular a autoconfiança, transmitir segurança. Pois a Mídia fez o contrário: ameaçou, difundiu o medo, a insegurança. Em verdade nem o profissional de comunicação é um terapeuta nem o eleitor um paciente, mas um comunicador tem de ter noção das similaridades entre as relações dos meios de comunicação com o público e do psicólogo com aqueles aos quais deve ajudar ao conhecimento da própria realidade. Dessa forma é que se promove a constituição de pessoas e sociedades sadias, resolvidas, capazes de superar eventuais dificuldades.
A Mídia brasileira, ao invés de estimular a autoestima, fez o que pôde para incutir a autodepreciação, a depressão, o complexo de inferioridade. Por incompetência profissional ou interesses inconfessos, falhou ainda mais do que quando construiu o antigo invólucro vazio. Naquela ocasião também se apelou para a desconstrução da imagem do adversário, o que apesar de pouco recomendável não deixa de ser tática de marketing; mas, dessa vez, talvez por receio de repetir a falha do candidato próprio, concentraram apenas em degradação imagética, esquecendo-se de oferecer ao eleitor algo melhor do que quem apontavam como péssimo.
Jung explica bem sobre a refirmação de um arquétipo a que se pretende destruir sem correlata construção de outro que preencha o vácuo das carências e ansiedades da imaginação humana. Mas a Mídia preferiu errar duplamente, revelando-se exclusivamente especializada em promoção de destruição, sem capacidade de construção de coisa alguma além de falácias.
Pior do que um médico canastrão é uma equipe de médicos canastrões a confirmarem mútuas imperícias e incapacidades e assim as maiores empresas de comunicação do Brasil se conformaram, à compreensão do eleitor, em corporação mal intencionada com o país e o seu povo, sem nada de honesto e crível a apontar, ou apontando apenas o que seja nocivo, deletério. Como qualquer aliciador ao vício e maus costumes.
A relação entre a Mídia e seus leitores e espectadores se tornou ainda mais crítica com o sucesso do segundo governo Lula, contradizendo todas as previsões apocalípticas. Oportuno momento para o profissional medianamente perspicaz e inteligente reconquistar a confiança de seu público num caso ou do paciente no análogo, reconhecendo a falibilidade do método utilizado e sugerindo um novo caminho, uma nova conduta terapêutica em busca de maior aproximação à compreensão sadia da realidade.
Poderiam até ter reutilizado a hipocrisia à qual tanto recorrem, aproveitando para, ao tempo em que fingissem algum entusiasmo pelas conquistas do país, desenvolver alguém ou algo razoavelmente verossímil para mais adiante, próximo às eleições, tentar sombrear a popularidade do governo Lula. Mas caíram na pior estupidez que pode cometer um meio de comunicação ou um psicanalista, tentando negar a realidade, buscando omitir e minimizar a repercussão mundial de incontestáveis méritos e surpreendentes resultados, apesar da crise financeira mundial.
Conclusão: atônito, quem deveria ser o paciente assusta-se com os surtos esquizofrênicos da Mídia, sem condições de compreender do que sofre a louca a se escandalizar com o que foi corriqueiro em governos anteriores e desconsiderar fatos nacionais anunciados como espetaculares pelas principais publicações do mundo. Algo assim como pendurar à parede um diagnóstico de insanidade mental com moldura de diploma.
Imprevidente, foi a esses malucos que o PSDB confiou toda sua articulação política. Desde a eleição de Fernando Henrique e apesar da morte de Mário Covas, o PSDB não se preocupou em construir uma liderança ou fazer de um integrante de seu quadro uma personalidade com algum espectro político. Ao longo das duas gestões do governo Lula os tucanos apenas se ocuparam em estimular o denuncismo, as ilações, produções de factoides que justificassem CPIs. Tentavam cavar desconfianças no eleitor ou reação das Forças Armadas para um golpe escorado no vazio do aparente, da cogitação não fundamentada.
Dessa forma, confundiram-se ao ponto de ser impossível ao eleitor distinguir quem é a extensão do outro: se a Mídia do PSDB, ou vice-versa. Quando uma Folha de São Paulo reproduz montagem em programas gráficos de foto ou documento, ou a revista Veja reporta conversas de celulares e reuniões que anuncia de portas fechadas; entende-se que mentirosos e falsários sejam todos, compondo uma única quadrilha.
Pra piorar, incitam um reduzido mas estoico exército de zumbis em permanente bad trip que pela internet distribuem inconsistências e absurdos delirantes. Até documentos de corporações de espionagem internacional sobre a eminência de um golpe para Lula se perpetuar no poder! Seja o que for forjado, desde que corresponda aos delírios de suas paranoias, para eles é comprovação do inconteste e não há necessidade alguma de qualquer confirmação. Se receberem foto do Taj Mahal com alguma legenda que indique ter sido o presente de aniversário do Presidente à Dona Mariza, farão circular com prazer orgástico de masturbação compulsiva.
Um hospício! E muitos, para não serem confundidos com tamanha demência, por mera vergonha acabam engrossando a intenção de votos em Dilma Rousseff, mesmo que ainda há alguns meses pensassem na possibilidade de votar em José Serra.
Grande parte da surpreendente ascensão em intenções de votos da primeira mulher a presidir o Brasil, sem dúvida se deve a transferência do histórico índice de popularidade do Presidente. Mas mesmo os que jamais votariam em Lula por preconceitos sócio/regionalistas, e tampouco são afetados pelos programas sociais do governo, ou pelo igualmente inédito ritmo de desenvolvimento do país, nem mesmo pelas inúmeras obras de infraestrutura nos interiores e periferias dos grandes centros; se tornam decididos eleitores de Dilma Rousseff com forte rejeição ao José Serra produzida pela desinteligência do que circula pela internet ou se edita na Mídia. 
O amadurecimento do eleitor e do povo brasileiro não mais permite que a confunda ficha de internação de alienista com diploma de especialização de psiquiatra, e quem vem sendo apontado como mentalmente descompensado é o candidato mal construído, mal orientado e mal conduzido pela história dos meios de comunicação do Brasil, ao ponto de achaques como no link abaixo demonstrado, além de demissões sumárias por motivos fúteis e outros atos inerentes à insegurança de infantes mimados.
Por agora se anuncia que após o término do horário eleitoral gratuito, sem tempo para desmentidos, a Mídia irá disparar uma bala de prata para impedir a vitória de Dilma Rousseff no primeiro turno.
No macarrônico farwest em que a Mídia brasileira tem transformado as disputas eleitorais, isso já se tornou um chavão que no momento se repete com a acusação ao filho da Ministra da Casa Civil por indicar os serviços regulares de uma empresa especializada a uma companhia estatal, como se tal fato pudesse superar recorrentes recordes mensais em criação de empregos formais ou aumento de poder aquisitivo da população em geral ou se confundir às falências fraudulentas de tradicionais instituições financeiras promovidas por familiares de FHC e as associações entre filhas de políticos do PSDB as de afamados golpistas e contrabandistas.
A única novidade é que os solitários a desaparecerem no horizonte do deserto sob o letreiro “The End”, são os bandidos. Pois o “mocinho” na versão nacional tem por companhia 80% da população do país. Além disso, agora a história terá uma heroína, ao invés de outro inexpressivo John Wayne.
Coitado do Serra! Depois de desperdiçar toda a munição no próprio pé, ser derrubado pela misericórdia de um tiro de culatra é mesmo de traumatizar o mais cruel dos pistoleiros.

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Lula - Meu forte é a rua. O forte da Dilma é a capacidade de aprender

"A Dilma, ela tem inteligência acima da média das pessoas que eu conheço. A capacidade da Dilma de captar as informações que ela recebe é extraordinária. Sabe, eu sempre disse que as pessoas iriam se surpreender, porque quando a Dilma não era política, quando eu propus o nome da Dilma, você vai conversar com político mais experiente eles falam assim: 'Ah, o Lula tá por fora. Está indicando uma mulher que ninguém conhece, uma mulher que nunca fez política, não tem nenhuma experiência, nunca participou de um debate. Ah, ela vai ser triturada". Por que as pessoas não a conheciam.
Então, ela é inteligente, tem uma capacidade de captação das coisas e de aprendizado rápido, o que é extraordinário. E tem o aprendizado. Alguém dizia: 'A Dilma não vai conseguir falar em palanque'. Vai num comício pra vocês verem a desenvoltura. Sabe, ela fala melhor do que o Lula. Eu acho que ela vai entrar numa situação mais confortável do que eu entrei.
Na verdade, ela ajudou a construir isso. Ela...Com a garantia de que eu estarei de prontidão para não permitir que não tentem fazer com ela todas as sacanagens que tentaram fazer comigo.
Eu sou um homem de rua. Eu sou um homem que o meu forte na política não é dentro de um gabinete com ar condicionado, recebendo...Sabe, o meu forte é na rua conversando com as pessoas. É dali que eu extraio a minha energia, é ali que meus adversários ficam preocupados, é dali que algumas pessoas insinuam bobagem, como o Fernando Henrique Cardoso insinuou.
Não sei se vocês..Eu já tive experiência de perda de uma esposa. A gente não sofre muito no primeiro momento, ou seja, um dia cai a ficha que alguém que não existe nunca mais. É o dia que você se dá conta, sabe, que ela não existe mais. O governo, você se não tomar cuidado você sai do governo e fica querendo dar palpite, porque você vai parar de dar autógrafo, vai parar fazer comício, e é importante que seja assim.
Eu quero ensinar para algumas pessoas como é que um ex-presidente tem que se comportar. É fechando a boca e deixando quem foi eleito governar. Quem governou teve a sua chance, fez o que tinha que fazer, dá palpites sem ser pedido. Sem for para ajudar, para atrapalhar nunca. E tem que deixar quem foi eleito governar. Até o direito de errar, que ele tem o direito de errar. Até para aprender com seus olhos.
Quem é eleito presidente da República não precisa de tutor. Só tem que navegar e aprender. No Nordeste, eu não sei se aqui no Sul, aqui em Brasília aconteceu isso. A prioridade é 'Quem casa, quer casar'. Ou seja, quem ganha quer governar. Vamos ter claro isso em primeiro lugar. Ou seja, se ex-prefeito, ex-governador, ex-presidente ao deixar o mandato quiser influência sobre quem está governando, ele passa a atrapalhar quem está governando. Ele passa a atrapalhar. Como todo mundo tem uma coisa chamada auto-afirmação, como todo mundo tem personalidade, a pessoa precisa exercer essa auto-afirmação e essa personalidade na sua totalidade.
Obviamente que se o presidente, o governador, o prefeito liga para o outro e pede uma sugestão e você souber, você não pode se negar a dar. Agora, você ficar pela imprensa, você ficar na reunião do partido, você ficar nos debates: 'Não, porque ele devia fazer assim. Não, porque ele devia fazer assim. Porque aquilo não é assim'...Sabe, você precisa ter semancol.
Eu não esqueço nunca do dia 25 de janeiro de 2003 que eu estava conversando com o Bill Clinton e perguntei se o (George W.) Bush iria ou não fazer a guerra do Iraque. Bill Clinton falou: 'Olha, presidente lá nos Estados Unidos a gente culturalmente não dá palpite em quem está governando'. Ou seja, eu acho aquilo é uma coisa importante. Todas as brigas que aconteceram no Brasil, foi porque quem saiu queria continuar mandando."