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Aline Borges - ⁠⁠⁠Por que a Venezuela aparece todos os dias no noticiário?

Porque tem um "ditador" no poder?
Não! 
Há diversos ditadores no mundo, ex: Camboja, Camarões, Chad, China, etc...
PS: Em nenhum deles o "ditador" foi eleito democraticamente.
Por que está a beira do descalabro?
Não! 
Há vários outros países a beira do colapso. ex: Mauritânia, Argélia, Etiópia, Nigéria, etc.
Por que há pessoas morrendo de fome?
Não!
 Há inúmeros outros países com muitíssimo mais gente morrendo de fome. ex: Burundi, Erítrea, Comoros, Sudão, etc.
Por que é de ideologia esquerdista?
Não!
Há outros países com ideologia de esquerda. ex: China, Cuba, Coréia do Norte, etc.
E qual é o motivo pelo qual a Venezuela vive no noticiário?
Porque é o país que possui a maior reserva de Petróleo do mundo, e os Estados Unidos, responsáveis pela propaganda mundial anti venezuelana, estão somente esperando para que ignorantes midiotizados, forneçam o aval mundial para que o país possa ser, finalmente, invadido pelos EUA, através de um procedimento idêntico ao feito com o Iraque, como feito com a Líbia, com a Síria, etc...



EUA e o meio ambiente


***
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Donald Trump é apenas menos hipócrita que a maioria absoluta dos estadunidenses, que enxergam apenas o próprio umbigo e se julgam realmente donos do mundo.

Conspiração



Não foras as listras nem as estrelas, por Fernando Horta

É preciso ter cuidado ao pesar o papel dos EUA nos acontecimentos brasileiros desde 2013. Não estou entre os que creem que os Estados Unidos estão na base da articulação política que levou ao golpe de 2016. Penso que existem quatro grandes motivos para minha dúvida:
1)      Em primeiro lugar há que se tomar cuidado com a geopolítica. Ela costuma “provar” aquilo que queremos que ela prove. São tantas variáveis, tantos atores e tantas generalizações que podem ser feitas, que quase tudo pode ser sustentado. É claro que um país do tamanho político internacional dos EUA tem interesses em todos os lugares do mundo. Durante a Guerra Fria, por exemplo, os Democratas requeriam recursos ao parlamento para “defender os interesses” em todas as partes do mundo, “mantendo vigilância e possibilidade de agir”. Os Republicanos diziam que “apesar dos EUA serem uma nação grande e potente, ela não pretende tomar a função de Deus” já que observar e agir sobre todo o globo seria uma função apenas d'Ele. Esta pequena anedota serve para mostrar que é controverso o uso do termo “EUA” como um ator unitário.
É claro, que dentre as áreas que democratas e republicanos concordam que sejam de interesse dos EUA estão as com petróleo. O pré-sal é sim de interesse e poderia ensejar uma ação norte-americana. Entretanto, a capacidade econômica e comercial deles é tão superior à do Brasil que é mais barato para eles pagarem os dólares que o Brasil pede e tomar o controle do petróleo na forma estabelecida pelo Brasil. Talvez a entrada da Petrobrás no mercado norte-americano com a compra de Pasadena, mais o protagonismo brasileiro no Porto de Mariel, pudesse representar um incômodo maior aos “irmãos do norte” do que o pré-sal propriamente dito. Mas aqui, de novo, não há nada efetivamente claro nem concreto.

Charge do dia








Com ataques a Síria garanto o meu Nobel da Paz.
Obama pensa que vai me fazer inveja?

Duas Estadistas e dois golpistas ordinários

O abismo entre a reação de Dilma e Merkel e a dupla Temer/Serra à vitória de Trump e a derrota de Hillary. Compare:

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Dilma Rousseff: "A democracia é um sistema que prevê ganhadores e perdedores nas eleições diretas. A tradição de um democrata é reconhecer a derrota, e não articular um processo golpista de impeachment sem medir as consequências para o seu país. 
Até agora a eleição americana mostra que os líderes políticos dos Estados Unidos, apesar do acirramento dos ânimos, têm consciência do importante papel do respeito aos resultados eleitorais, como define a Constituição.
Hillary Clinton mostra o espírito de uma liderança de tradição democrática. Mesmo tendo maioria nas urnas, aceitou as regras da disputa eleitoral, reconhecendo a vitória de Donald Trump no colégio eleitoral. Na democracia o que importa é o respeito às regras do jogo."

Angela Merkel: "A Alemanha e a América estão unidas por valores – democracia, liberdade, respeito pelo estado de direito, dignidade das pessoas independentemente da sua origem, cor da sua pele, religião, gênero, orientação sexual ou visões políticas. Tendo estes valores como base, ofereço-me para trabalhar de perto com o futuro presidente dos EUA."

Michel Temer: "Quando alguém assume o poder, o novo presidente terá que levar em conta aspirações de todo o povo (...) Tenho certeza de que as coisas lá irão muito bem (...) o Brasil só pode tirar o chapéu e cumprimentar."

José Serra: "(...) treino é treino, jogo é jogo. O treino é a campanha. O jogo começa agora (...) Nas democracias, as decisões do eleitorado se respeitam."

A última sobre a eleição de Trump

Depois de ouvir durante o dia todo as explicações e desculpas dos institutos de pesquisas, analistas, especialistas e demais istas do mundo inteiro sobre a surpreendente eleição do plutocrata, racista, xenófobo e corrupto Donald Trump como presidente dos EUA, o que tenho a dizer é o seguinte:

Obama, Trump ou Hillary ser presidente dos EUA, não muda nada para o Brasil.

O nosso problema é o plutocrata, traíra, corrupto Temer e seus cúmplices no judiciário, executivo, legislativo, mídia e banca.

O mais é blablarinagem.
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Dilma Rousseff - os EUA respeita as regras do jogo


A democracia é um sistema que prevê ganhadores e perdedores nas eleições diretas. A tradição de um democrata é reconhecer a derrota, e não articular um processo golpista de impeachment sem medir as consequências para o seu país.

Até agora a eleição americana mostra que os líderes políticos dos Estados Unidos, apesar do acirramento dos ânimos, têm consciência do importante papel do respeito aos resultados eleitorais, como define a Constituição.

Hillary Clinton mostra o espírito de uma liderança de tradição democrática. Mesmo tendo maioria nas urnas, aceitou as regras da disputa eleitoral, reconhecendo a vitória de Donald Trump no colégio eleitoral. Na democracia o que importa é o respeito às regras do jogo.

Do Facebook de Dilma Rousseff

Hillary presidente, seria melhor para o Brasil?

Os que acham que se Hillary Clinton tivesse sido eleita presidente dos EUA seria melhor para o Brasil, são os que vivem no Brazil. Pessoas que vivem noutra realidade que a maioria do brasileiros, o 1%.  O melhor exemplo dessa gente nesse caso foi o GloboNews Merval Pereira, quando afirmou: "Hillary é uma boa para a gente porque ela e Bill são "amicíssimos" de Fernando Henrique Cardoso.

FHC sujou o pijama de mingau com a surpresa.

Trump presidente dos EUA

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O que isso muda para o Brasil?

Nada.

Mas, para a vida dos vira-lata da nossa cleptomaníaca e preconceituosa elite, muda e muito.

Agora eles vão ter de babar o saco de funcionários cada menos graduados.

Para começar, os mininistros do Michê vão começar a usar perucas a la Trump.

José Serra além de ficar lindo, também protegerá a cabeça de artefatos de papel.

Ainda é pouco para essa corja.

We the people are fed up!

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Nós povos pobres do mundo inteiro estamos é lascado com o plutocrata, racista e corrupto Donald Trump como presidente dos EUA. 

Trump desmoraliza o mundo, por Paulo Henrique Amorim

Para quem já teve Reagan e Bush Jr...
A vitória retumbante do racista, plutocrata e corrupto Donald Trump desmoralizou o PiG americano (e brasileiro), que se engajou 100% na campanha da Hillary, e as chamadas pesquisas de opinião pública que apontavam, unanimemente, para uma derrota de Trump.
Vão para o saco também os "analistas", "especialistas", e "o mercado", que unanimemente previram a derrota de Trump.
A surra de Trump desmoraliza os bem-pensantes liberais americanos, que empreendiam as políticas mais neoliberais e belicistas, com a camuflagem do bom-mocismo.

Terrorismo yanque


Nasceu nos Estados Unidos da América
Cresceu nos Estados Unidos da América
Estudou nos Estados Unidos da América
Trabalhou nos Estados Unidos da América
Comprou armas nos Estados Unidos da América
Matou mais de 50 pessoas, feriu outras tantas e foi morto nos Estados Unidos da América e?...

É um terrorista islâmico!

Entender como há de?


Putin deu outro banho nos EUA



isis

Outro dia escrevi aqui que os resultados alcançados pelos ataques russos contra os terroristas do “Estado Islâmico” (passo a usar aspas, porque não são um Estado e é ofensivo ao Islã chama-los assim) tinham, em poucos dias, superado de longe todos os resultados obtidos pelas ações dos EUA e seus aliados da OTAN no combate ao terrorismo na Síria.

Hoje, isso virou confissão.

“O governo Obama  abandonou, nesta sexta-feira, seu esforço para organizar  uma força rebelde dentro da Síria para combater o Estado Islâmico, reconhecendo o fracasso de sua campanha de US$ 500 milhões para treinar milhares de combatentes e  para fornecer ajuda letal (leia-se armas)  para grupos já engajados na batalha” diz o The New York Times.
A razão do fracasso é simplesmente o fato de que boa parte dos aliados americanos na Síria são, de fato, aliados do Isis. “Muitos dos grupos rebeldes eram mais focados em uma campanha contra a presidente sírio, Bashar al-Assad”, diz uma alta fonte da Casa Branca ao jornal.
Quatro senadores –  Christopher S. Murphy, democrata de Connecticut; Joe Manchin III, democrata de West Virginia; Tom Udall, democrata do Novo México; e Mike Lee, republicano de Utah – enviaram carta a Barack Obama dizendo que a ação dos EUA na Síria era pior que “jogar fora” o dinheiro do contribuinte, porque estava armando as forças que dizia  combater.
No mesmo dia, a Rússia anunciou uma estimativa de ter destruído cerca de 40% da estrutura do “Estado Islâmico”, em cinco dias de operação.  Tanto que já há notícias de que dois governos alinhados com os americanos, o do Iraque e o do Afeganistão, já esticam os olhos para uma eventual ajuda russa no desmonte  do terrorismo do Isis.
Ano após ano, os norte-americanos acumulam erros em sua política para o Oriente e, desde que financiaram grupos irregulares no Afeganistão – há mais de 30 anos, para derrubar o então presidente Babrak Karmal -um deles liderado  por um então rapaz de longas barbas chamado Osama Bin Laden.

Dirceu, como o maior amigo e o maior inimigo de Fidel celebraram a paz

por André Araújo
- Poucos políticos brasileiros tem a flexibilidade mental, o auto controle e a mente organizada como o ex-Ministro José Dirceu. A ele se deve a existência do PT, sem sua capacidade de organização de um lado e de estrategia de composição de forças de outro o PT não teria existido e Lula poderia no máximo ser um líder sindical, como Paulinho da Força. Foi graças a Dirceu que o projeto do PT se materializou.
Talvez por isso Zé Dirceu é alvo recorrente das forças antipetistas que se aglutinam de forma cíclica por espasmos.
Antes do PT ganhar a primeira eleição em 2012 o Governo dos EUA estava preocupado com a surgencia de um novo Chavez na América do Sul, seria Lula igual ou pior que Chavez? A importância estratégica do Brasil é muito maior que a Venezuela, Equador e Bolívia somados e multiplicados. A preocupação de Washington era real e justificada.
Quem representava essa nova força de esquerda, qual personagem seria o cérebro do movimento que estava por ganhar o governo do Brasil, aliado histórico dos EUA?  Não houve necessidade de pesquisa, o cérebro era Zé Dirceu.

O terrorismo e seus cúmplices

O terror, o Ocidente, e a semeadura do caos

Mauro Santayana - Jornal do Brasil

Há alguns dias, terroristas franceses, ligados, aparentemente, à Al Qaeda, atacaram a redação do jornal satírico parisiense Charlie Hebdo, em represália pela publicação de caricaturas sobre o profeta Maomé.

Doze pessoas foram assassinadas, entre elas alguns dos mais famosos cartunistas e intelectuais do país, e dois cidadãos de origem árabe, um deles, estrangeiro, que trabalhava há pouco tempo na publicação, e um membro das forças de segurança que estava nas imediações.

Logo em seguida, houve, também, outro ataque, a um supermercado kosher na periferia de Paris, em que 4 judeus franceses e estrangeiros morreram.

Dias depois, milhões de pessoas, e personalidades de vários países do mundo, se reuniram nas ruas da capital francesa, para protestar contra o atentado, e se manifestar contra o terrorismo e pela liberdade de expressão.

Na mesma primeira quinzena de janeiro, explodiram carros-bomba, e homens-bomba, também ligados a grupos radicais islâmicos, no Líbano (Beirute), na Síria (Aleppo), na Líbia (Benghazi), e no Iraque (Al-Anbar), com dezenas de mortos, em sua maioria civis.

Mas, como sempre, não seria normal esperar que algum destes fatos tivesse a mesma repercussão do atentado em Paris, capital de um país europeu, ou que a alguém ocorresse produzir cartazes e neles escrever Je suis Ahmed, ou Je suis Ali, ou Je suis Malak, Malak Zahwe, a garota brasileira, paranaense, de 17 anos, que morreu na explosão  de um carro-bomba, junto com mais 4 pessoas (20 ficaram feridas), no dia 2 de janeiro, em Beirute.

No entanto, os homens, mulheres e crianças, mortos, todos os dias, no Oriente Médio e no Norte da África, são tão frágeis e preciosos, em sua fugaz condição humana,  quanto os que morreram na França,  e vítimas dos mesmos criminosos, criados pela onda de radicalização e rápida expansão do fundamentalismo islâmico, nos últimos anos.

Raivosas, autoritárias, intempestivas, numerosas vozes se alçaram, em vários países, incluído o Brasil, para gritar – em raciocínio tão ignorante quanto irascível – que o terrorismo não tem que ser “compreendido” e, sim, “combatido”.

Os filósofos e estrategistas chineses ensinam, há séculos, que sem conhecê-los, não é possível vencer os eventuais adversários, nem mudar o mundo.

Além disso, não podemos, por aqui, por mais que muitos queiram emular os países “ocidentais”, em seu ardoroso “norte-americanismo” e “eurocentrismo”, esquecer que existem diferenças históricas, e de política externa, entre o Brasil, os EUA, e países da OTAN como a França. 

Podemos dizer que Somos Charlie, porque defendemos a liberdade e a democracia, e não aceitamos que alguém morra por fazer uma caricatura, do mesmo jeito que não podemos aceitar que uma criança pereça bombardeada pela OTAN no Afeganistão ou na Líbia, ou porque estava de passagem, no momento em que explodiu um carro-bomba, por um posto de controle em Aleppo, na Síria.   

Mas é preciso lembrar que, ao contrário da França, nunca colonizamos países árabes e africanos, não temos o costume de fazer charges sobre deuses alheios em nossos jornais, não jogamos bombas sobre países como a Líbia, não temos bases militares fora do nosso território, não colaboramos com os EUA em sua política de expansão e manutenção de uma certa “ordem” ocidental e imperial, e, talvez, por isso mesmo – graças a sábia e responsável política de Estado, que inclui o princípio constitucional de não intervenção em assuntos de outros países – não sejamos atacados por terroristas em nosso território.

As raízes dos atentados de Paris, e do mergulho do Oriente Médio na maior, e, com certeza, mais profunda  tragédia de sua história, não está no Al Corão ou nas charges contra o Profeta Maomé, embora estas últimas possam ter servido de pretexto para ataques como o que ocorreu em Paris.

Elas começaram a se tornar mais fortes, nos últimos anos,  quando o “ocidente”, mais especificamente alguns países da Europa e os EUA, tomaram a iniciativa de apoiar e insuflar, usando também as redes sociais, o “conto do vigário” da Primavera Árabe em diversos países, com a intenção de derrubar regimes nacionalistas  que, com todos os seus defeitos, tinham conquistado certo grau de paz, desenvolvimento e estabilidade para seus países nas últimas décadas.

Inicialmente promovida, em 2011, como “libertária”, “revolucionária”, a Primavera Árabe iria,  no curto espaço de três anos, desestabilizar totalmente a região, provocar massacres, guerras civis, golpes de Estado, e alcançar, por meio da intervenção militar direta e indireta da OTAN e dos EUA em vários países, a meta de tirar do poder,  a qualquer custo, regimes que lutavam para manter um mínimo de independência e soberania em suas relações com os países mais ricos.

Quando os EUA, com suas “primaveras” – que não dão flores, mas são fecundas em crimes e cadáveres – não conseguem colocar no poder um governo alinhado com seus interesses, como na Ucrânia e no Egito, jogam irmão contra irmão e equipam com armas, explosivos, munições, terroristas, bandidos e assassinos para derrubar quem estiver no comando do país.

O objetivo é destruir a unidade nacional, a identidade local, o Estado e as instituições, para que essas nações não possam, pelo menos durante longo período, voltar a organizar-se, a ponto de tentar desafiar, mesmo que em pequena escala, os interesses norte-americanos.

Foi assim que ocorreu com a intervenção dos EUA  e de aliados europeus como a Itália e a França – contra a recomendação de Brasil, Rússia, Índia e China, no Conselho de Segurança da ONU -  no Iraque, na Líbia e na Síria. 

Durante décadas, esses países – com quem o Brasil tinha, desde os anos 1970, boas relações – viveram sob relativa estabilidade, com a  economia funcionando, crianças indo para a escola, e diferentes etnias, religiões e culturas, dividindo, com eventuais disputas, o mesmo território.

Estradas, rodovias, sistemas de irrigação, foram construídos – também com a ajuda de técnicos, operários  e engenheiros brasileiros – com os recursos do petróleo, e países como o Iraque chegavam a importar automóveis, como no caso de milhares de Volkswagens Passat fabricados no Brasil, para vender aos seus cidadãos de forma subsidiada. 

Na Líbia de Muammar Kadafi, segundo o próprio World Factbook da CIA, 95% da população era alfabetizada, a expectativa de vida chegava, para os homens, segundo dados da ONU, a 73 anos, e a renda per capita e o IDH estavam entre os maiores do Terceiro Mundo, mas esses dados nunca foram divulgados normalmente pela imprensa “ocidental”. 

Pode-se perguntar a milhares de brasileiros que estiveram no Iraque, que hoje têm entre 50 e 70 anos de idade, se, naquela época, sunitas e xiitas se matavam aos tiros pelas ruas, bombas explodiam em Basra e Bagdá todos os dias, como explodem hoje, a qualquer momento, também em em Trípoli ou Damasco,  ou milhares de órfãos tentavam atravessar montanhas e rios sozinhos, pisando nos restos de outras crianças, mortas em conflitos incentivados por “potências” estrangeiras, ou tentavam sobreviver caçando, a pedradas, ratos por entre escombros das casas e hospitais em que nasceram.  

São, curdos, xiitas, sunitas, drusos, armênios,  cristãos maronitas, inimigos?

Antes, trabalhavam nos mesmos escritórios, viviam nas mesmas ruas, seus filhos frequentavam as mesmas salas de aula, mesmo que eles não tivessem escolhido, no início, viver como vizinhos.

Assim como no caso de hutus e tutsis em Ruanda, e em inúmeras ex-colônias asiáticas e africanas, as  fronteiras dos países do Oriente Médio foram desenhadas, na ponta do lápis, ao sabor da vontade do Ocidente, quando da partilha do continente africano por europeus, obedecendo não apenas ao resultado de Conferências como a de Berlim, em 1884, mas também à máxima de que sempre se deve “dividir para comandar”, mantendo, de preferência,  etnias de religiões e idiomas diferentes dentro de um mesmo território ocupado pelo colonizador.

Eram Saddam Hussein e Muammar Kadafi, ditadores? É Bashar Al Assad, é um déspota sanguinário?

Quando eles estavam no poder, não havia atentados terroristas em seus países. 

E qual é a diferença deles e de seus regimes, para os líderes e regimes fundamentalistas islâmicos comandados por xeques e emires, na mesma região, em que as mulheres – ao contrário dos governos seculares de Saddam, Kadafi e Assad – são obrigadas a usar a burka, não podem sair de casa sem a companhia do irmão ou do marido,  se arriscam a ser apedrejadas até a morte ou chicoteadas em caso de adultério, e não há eleições, a não ser o fato de que esses regimes são dóceis aliados do “ocidente” e dos EUA?

Se os líderes ocidentais viam Kadafi como inimigo, bandido, estuprador e assassino, por que ele recebeu a visita do primeiro-ministro britânico Tony Blair, em 2004; do Presidente francês Nicolas Sarkozy – a quem, ao que tudo indica, emprestou 50 milhões de euros para sua campanha de reeleição – em 2007; da Secretária de Estado dos EUA, Condoleeza Rice, em 2008; e do primeiro-ministro italiano Silvio Berlusconi em 2009?  

Por que, apenas dois anos  depois, em março de 2011 – depois de Kadafi anunciar sua intenção de nacionalizar as companhias estrangeiras de petróleo que operavam, ou estavam se preparando para entrar  na Líbia (Shell, ConocoPhillips, ExxonMobil, Marathon Oil Corporation, Hess Company)  esses mesmos países e os EUA, atacaram, com a desculpa de criar uma Zona de Exclusão Aérea sobre o país, com 110 mísseis de cruzeiro, apenas nas primeiras horas, Trípoli, a capital líbia, e instalações do governo, e armaram milhares de bandidos – praticamente qualquer um que declarasse ser adversário de Kadafi – para que o derrubassem, o capturassem e finalmente o espancassem, a murros e pontapés, até a morte?

Ora, são esses mesmos bandidos, que, depois de transformar, com armas e veículos fornecidos por estrangeiros, a Líbia em terra de ninguém, invadiram o Iraque e, agora, a Síria, e se uniram para formar o Estado Islâmico, que pretende erigir uma grande nação terrorista juntando o território desses três países, não por acaso os que foram mais devastados e destruídos pela política de intervenção do “ocidente” na região, nos últimos anos. 

Foram os EUA e a Europa que geraram e engordaram a cobra que ameaça agora devorar a metade do Oriente Médio, e seus filhotes, que  também armam rápidos botes no velho continente. Serpentes que, por incompetência e imprevisibilidade, depois da intervenção na Líbia,  a OTAN e os EUA não conseguiram manter sob controle.   

Os Estados Unidos podem, pelo arbítrio da força a eles concedida por suas armas e as de  aliados – quando não são impedidos pelos BRICS ou pela comunidade internacional – se empenhar em destruir e inviabilizar pequenas nações – que ainda há menos de cem anos lutavam desesperadamente por sua independência – para tentar estabelecer seu controle sobre elas, seu povo e seus recursos, objetivo que, mesmo assim, nunca conseguiram alcançar militarmente.

Mas não podem cometer esses crimes e esses equívocos, diplomáticos e de inteligência, e dizer, cinicamente, que o estão fazendo em nome da defesa da Liberdade e da Democracia. 

Assim como não deveriam armar bandidos sanguinários e assassinos para combater governos que querem derrubar, e depois dizer que são contra o terrorismo que eles mesmos ajudaram a fomentar, quando esses mesmos terroristas, além de explodir bombas e matar pessoas em Bagdá, Damasco ou Trípoli, todos os dias, passam a fazer o mesmo nas ruas das cidades da Europa ou dos próprios Estados Unidos.

O “terrorismo” islâmico não nasceu agora. 

Mas antes da balela mortífera da Primavera Árabe,  e da Guerra do Iraque, que levou à destruição do país, com a mentirosa desculpa da posse, por Saddam Hussein, de armas de destruição em massa que nunca foram encontradas – tão falsa quanto o pretexto  do envolvimento de Bagdá no ataque às Torres Gêmeas, executado por cidadãos sauditas, e não líbios, sírios ou iraquianos – não havia bandos armados à solta, sequestrando, matando e explodindo bombas nesses 3 países.

Hoje, como resultado da desastrada e criminosa intervenção ocidental, o terror  do Estado Islâmico, o ISIS, controla boa parte dos territórios e da sofrida população síria, iraquiana e líbia, e, a partir deles, está unindo suas conquistas em torno da construção de uma nação maior, mais poderosa, e extremamente mais radical do ponto de vista da violência e do fundamentalismo, do que  qualquer um desses países jamais o foi no passado.

O ataque terrorista à redação e instalações do semanário francês Charlie Hebdo, e do Mercado Kosher, em Vincennes, Paris, foram crimes brutais e estúpidos. 

Mas não menos brutais, e estúpidos, do que os atentados cometidos, todos os dias, contra civis  inocentes, entre muitos outros lugares, como a Síria, o Iraque, a Líbia, o Afeganistão.

Quem quiser encontrar as sementes do caos que também atingiram, em forma de balas, os corpos dos mortos do Charlie Hebdo poderá procurá-las no racismo  de um continente que acostumou-se a pensar que é o centro do mundo, e que discrimina, persegue e despreza, historicamente, o estrangeiro, seja ele árabe, africano ou latino-americano; e no fundamentalismo branco, cristão e rançoso da direita e da extrema direita norte-americanas, cujos membros acreditam piamente que o Deus vingador da Bíblia deu à “América” do Norte o “Destino Manifesto” de dirigir o mundo.

Em nome dessa ilusão, contaminada pela vaidade e a loucura, países que se opuserem a isso, e milhões de seres humanos, devem ser destruídos, mesmo que não haja nada para colocar em seu lugar, a não ser mais caos e mais violência, em uma  espiral de destruição e de morte, que ameaça a sobrevivência da própria espécie e explode em ódio, estupidez e  sangue, como agora, em Paris, neste começo de ano.





“Se algum dia vocês forem surpreendidos pela injustiça ou pela ingratidão, não deixem de crer na vida, de engrandecê-la pela decência, de construí-la pelo trabalho.” Edson Queiroz

Paulo Moreira Leite - A vitória dos bons princípios

Depois de passar meio século em operações sombrias para derrubar o governo nascido da revolução de Sierra Maestra por todos os meios a seu alcance, o império de Washington tomou uma medida de acordo com o estágio de civilização criado pela formação dos Estados Nacionais, lá pelos séculos XVIII-XIX: anunciou o reatamento de relações diplomáticas com Havana.
Num fato que chega a ser irônico, quando se recorda o papel do Vaticano ao longo dos séculos, coube ao Papa Francisco atuar com mediador das conversas secretas entre as partes.
Anunciado o reatamento de relações diplomáticas entre Estados Unidos e Cuba tem uma utilidade suplementar no Brasil: coloca em seu devido lugar o anti-comunismo primitivo que fez uma grande aparição na da última campanha presidencial.
Tornou-se ainda mais agradável, agora, dar boas risadas diante do folclore diplomático que permitiu Aécio Neves, em pleno século XXI, atacar os “médicos cubanos” que tratam da população pobre do Brasil  como se fossem agentes disfarçados do Comintern dos Partidos Comunistas dos anos 30.
Mais divertido ainda é lembrar o tom de ironia provinciana, empregado para falar dos investimentos no porto de Mariel: “Finalmente a presidente Dilma inaugurou a primeira grande obra de seu governo, pena que em Cuba“.
Para os brasileiros, o porto de Mariel não foi apenas um bom negócio para  empresas envolvidas — será o principal ponto de vendas de Cuba para os Estados Unidos, que  irão crescer cedo ou tarde. Também ajudou a criar e manter empregos no Brasil  e acima de tudo traduziu uma visão diplomática acertada.
Apesar de seu caráter essencialmente risível, que a colocou de braço dado com os exilados de Miami, a postura do PSDB refletiu o conservadorismo de matriz norte-americana que tornou-se fonte recente de inspiração de largas fatias do partido. Nascida nos ninhos  à direita do Partido Republicano, essa visão alimenta o extremismo conservador dos exilados de Miami. Prega um tratamento agressivo do governo de Raul Castro, fecha portas a toda negociação produtiva e propõe o isolamento forçado do regime, inclusive pela manutenção de um embargo odioso, na perspectiva de uma restauração da economia de mercado capaz de eliminar vestígios e conquistas da revolução.
Numa postura em linha de continuidade com a escola diplomática civilizada, que prega o respeito a soberania dos povos como o princípio básico para a convivência pacífica entre países, o governo Lula-Dilma fez a aposta inversa.  Cansou de tomar porrada de sábios que dão plantão na TV.
Vê-se agora quem estava com a razão — num debate que tem raízes em nosso passado político, também.
O rompimento dos Estados Unidos com o regime de Fidel Castro sempre será  lembrado como um lance grave e decisivo na história do Continente. Está na origem do apoio de Washington ao ciclo de ditaduras militares latino-americanas, inclusive o golpe de 64 que derrubou João Goulart.
Convencido — de verdade — que a revolução de Fidel poderia transformar-se num exemplo a ser seguido em  países de maior peso geo-político e potencial econômico, quebrando o domínio dos EUA sobre a região, a Casa Branca deu um curso de natureza colonial a sua diplomacia, aos negócios e às operações militares. Formulou estratégias de desenvolvimento dependente.  Construiu programas para formação de lideranças políticas em suas universidades. Abriu o cofre para promover investimentos junto a aliados que se mostrassem fiéis e mobilizou agências de publicidade para garantir uma cobertura favorável nos jornais.
Acima de tudo, Washington abandonou os próprios pruridos democráticos, ajudando a erguer ditaduras notórias pela crueldade. O que estava em jogo, em toda parte, era enfraquecer a soberania de cada país — e era por esse critério que a Casa Branca escolhia aliados e inimigos.
No livro” João Goulart, “o historiador Jorge Ferreira explica que João Goulart não passou a ser considerado um inimigo regional por Washington em função de seu discurso à esquerda, nem por causa da reforma agrária, nem mesmo pelos interesses das empresas norte-americanas ameaçados pela lei de remessa de lucros. O problema, avalia o historiador,  ocorreu em 1962, um ano depois da fracassada invasão da baía dos Porcos, promovida pela CIA. John Kennedy “escreveu uma carta a João Goulart, propondo a invasão da ilha, com a participação do militares brasileiros.” Contrariado, Jango respondeu que o Brasil sempre reconheceu a todos os países “independente de seus regimes ou sistemas de governo, o direito de soberanamente se autodeterminarem.” Indo um pouco além, Jango insistiu no “legítimo direito de Cuba se defender de possíveis agressões, partissem de onde partissem.” Em função dos mísseis soviéticos, Jango concordou com o bloqueio militar a Cuba mas sua oposição a toda intervenção militar levou Kennedy a se afastar definitivamente do presidente brasileiro.  “A posição brasileira na crise dos mísseis foi intolerável para Kennedy,” escreve Jorge Ferreira.
Durante uma visita ao país, na mesma época, o Secretário de Justiça Robert Kennedy, irmão do presidente americano, propôs “financiamento em troca de alinhamento político.” Também disse que a Casa Branca temia que a política externa brasileira se tornasse “sistematicamente antiamericana”e, sem maiores pudores, reclamou em tom de acusação que Jango mantinha “comunistas” no governo. Também mostrou-se preocupado com o esforço do governo brasileiro em ampliar seu comércio com países do bloco socialista. Ofendido,  Goulart deixou claro que eram assuntos que diziam respeito ao próprio país, “não comportando interferências de nações estrangeiras. ”
Medidas banais de cooperação de Jango, como uma estação de energia a óleo diesel que Goulart mandara de presente para os cubanos — uma espécie de porto de Muriel de meio século atrás, não é mesmo?  — reforçaram no presidente norte-americano a certeza de que o próprio Jango se tornara “um perigo para a segurança nacional” dos Estados Unidos.
Não custa notar que essa postura independente  não assegurou a Jango um tratamento preferencial por parte do governo cubano.  Uma das crises mais desconcertantes daquele período envolveu a descoberta de que, apesar dos gestos simpáticos do presidente, Havana sustentava, com armas, dinheiro e treinamento, grupos armados que pretendiam iniciar guerrilhas contra seu governo.
Foi nesse ambiente que Washington e Havana romperam relações diplomáticas. Carlos Lacerda, o  mais estridente adversário civil de Goulart, definiu a derrota da invasão da baia dos Porcos, apenas três meses depois da posse de Kennedy, como uma “catástrofe para o mundo livre”. Num texto escrito para apresentar um livro que reunia vários discursos do presidente americano, Lacerda apontou o dedo para Fidel e perguntou: “o que fazer diante deste provocador internacional?” Após o golpe de 64, como se sabe, o Brasil rompeu relações com Cuba, que só seriam retomadas após a democratização.


Não é difícil identificar as raízes ideológicas de quem passou os últimos anos no camarote de onde só partiam críticas a diplomacia brasileira, vamos combinar.
Cabe registrar, de qualquer modo, um dado interessante. Obama tomou posse falando em aproximar-se de Cuba e chegou a prometer novas relações no Continente num encontro diplomático em Trinidad-Tobago, um de seus primeiros eventos internacionais. Em seguida, recolheu-se à aquele universo morno que tem mercado seus dois mandatos.
O reatamento de relações diplomáticas merece aplauso, ainda que a preservação do embargo seja lamentável. A manutenção do presídio de Guantânamo, enclave para a guarda de prisioneiros sem julgamento, por anos a fio, é uma vergonha universal.
É obrigatório notar que, neste período, o Brasil consolidou-se como principal lider regional naquela parte da América que se encontra abaixo do Rio Grande.  Enquanto o México era aplaudido pela adesão ao Nafta, o Brasil ocupou um lugar próprio, reconhecido pelos principais vizinhos. Tornou-se interlocutor e mediador de conflitos, ocupando um espaço que a diplomacia norte-americana deixara vazio. Aproximando-se de Cuba, Barack Obama faz um novo movimento no tabuleiro do continente americano. O futuro dirá as consequências deste lance.

EUA e Cuba reataram relações

Reaproximação histórica acontece após 53 anos. Embaixadas serão reabertas e Obama pressionará por fim do embargo

WASHINGTON – Após 53 anos de rompimento, Estados Unidos e Cuba normalizarão integralmente as relações diplomáticas, com abertura de embaixadas em Havana e Washington e recomposição de canais de cooperação e negociação, informaram os governos das duas nações. Para concretizarem o passo histórico, os presidentes Barack Obama e Raúl Castro autorizaram no primeiro semestre de 2013 conversas secretas de alto nível — que começaram em junho daquele ano, tiveram a bênção do Papa Francisco e foram concluídas ontem, com chamada telefônica de uma hora e meia entre os dois mandatários — e alinhavaram a liberação de prisioneiros cubanos e americanos, o que ocorreu esta manhã. Os EUA decidiram ainda rever a inclusão de Cuba na lista de Estados que apoiam o terrorismo; relaxar ainda mais viagens e remessas de americanos à Ilha; e liberar várias transações financeiras e tipos de exportações.

Obama e Raúl anunciaram as medidas simultaneamente, em Washington e Havana. Segundo o governo americano, Cuba também fez concessões. Vai liberar 53 prisioneiros que Washington considera políticos (alguns dos quais já começaram a ser soltos), vai facilitar o acesso à internet à população e abrirá espaço para visitas adicionais de avaliação da ONU e da Cruz Vermelha.

— Começamos um novo capítulo nas histórias dessas duas nações das Américas — disse Obama. — Ninguém está bem servido por políticas desenhadas quando a maioria de nós nem éra nascida. Através dessas mudanças, tentamos criar mais oportunidades para os povos americano e cubano e iniciar um novo capítulo.



Onde o EUA pretende chegar?

Briguilinks>>>

Estados Unidos e Arábia Saudita promoveram artificialmente o preço do petróleo levando o barril a mais de cem dólares. Agora decidiram rebaixar drasticamente o preço - hoje a menos de sessenta dólares -, qual é o piso?...

A questão é:

Vladimir Putin assistirá de braços a derrocada da Rússia?

Onze entre cada dez especialista em política mundial aposta que não.

Qual a próxima jogada do enxadrista russo?

Onde a bomba vai estourar?...

Europa?
Oriente Médio?

Quantos inocentes morreram por causa do egoísmo insano do homens de Wal Street?



Horrorizado

Me horroriza saber da decapitação de seres humanos
Me horroriza saber das execuções de seres humanos
Seja decapitação
Seja execução com uso da mais alta tecnologia só revela a desumanidade.

Muito estranho é que muitas pessoas apenas se horrorizam com as decapitações
Para elas matar dezenas, centenas, milhares de seres humanos usando bombas, mísseis...
Tudo bem, é coisa do mundo desenvolvido, civilizado.

Me horroriza as guerras
Sejam movidas por ganância ou religião

Paz!



Voz da Rússia

"EUA quer derrubar Putin e impor sua ideologia", Fillippe de Valliers

O famoso político francês e líder do partido Movimento pela França, Philippe de Villiers, revelou ao jornal Le Figaro fragmentos da sua conversa com o presidente russo, Vladimir Putin, tida no Palácio de Livadia, na Crimeia.

Na sua ótica, “são absurdas as acusações lançadas à Rússia e ao seu presidente pelo Ocidente, enquanto a União Europeia está trabalhando para Washington”. Philippe adianta ainda que as sanções são “uma provocação e a humilhação dos povos que ainda tem dignidade”.

Em entrevista dada ao periódico Le Figaro salientou que os EUA estão deflagrando guerras por todo mundo para lidar com o problema de suas dívidas. Apelou para que a União Europeia não ceda à pressão e desenvolva a cooperação com a Rússia.

Philippe de Villiers se deteve na sua conversa com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, que se realizou na Crimeia. O encontro foi dedicado à assinatura de um protocolo sobre a criação conjunta de parques históricos, análogos ao famoso parque de recreio francês Puy du Fou, visando “pôr em destaque a história da Rússia e o significado da alma russa”.

Em palavras de Philippe de Villiers, fundador da companhia Puy du Fou, ele ficou pasmado com “o carismático líder russo que demonstra um vasto espectro de enfoques e atenção aos laços culturais” e que, ao mesmo tempo, “pretende manter a abertura da Rússia ao resto do mundo”. O presidente russo disse, por sua vez, que a Rússia se dispõe a receber investidores estrangeiros e franceses, frisando que encara a visita de Philippe de Villiers como “um sinal de diminuição da tensão”.

Por sua vez, o político e empresário da França salientou que o projeto russo se reveste de grande importância para sua companhia por poder atrair “eminentes artistas, pianistas, dançarinos e arquitetos russos, oriundos de um país da grande cultura e de sensibilidade impressionante”.

No parecer de Villiers, tal colaboração se vê como um gesto de paz: “Todas as pessoas amantes da paz que se preocupam com o destino da Europa e da Rússia, desejam pôr fim ao fomento da tensão. Eles compreendem que as sanções são uma provocação e a humilhação dos povos que ainda não perderam a sua dignidade. E isto se refere à Rússia”, acentuou.

Na sua conversa com Putin, Villiers realçou que o futuro da Europa “deve ser definido no continente europeu e não americano”, já que a União Europeia “não pode passar sem a Rússia”. Em suas palavras, todos os dias, ele costuma ouvir dos seus compatriotas uma frase interessante: “Na França de hoje, precisamos de um político como Putin em vez de Hollande”. Dito de outra maneira, os franceses necessitam de um líder patriota que possua uma visão clara da situação e esteja pronto a tomar decisões”.

De Villiers lembra que o presidente russo tinha recebido 63% dos votos nas eleições democráticas, razão pela qual desfruta de uma enorme popularidade em Moscou e na Crimeia.



“Os EUA se portam de forma absolutamente insensata, querendo transformar, à maneira da OTAN, o mundo inteiro e jogando fogo em toda a parte. Washington deseja arrastar a Ucrânia para a Aliança Atlântica e derrubar Putin para tomar sob seu controle a Rússia e implantar nela a sua ideologia de multiculturalismo, globalismo e consumismo. Os EUA tentam impor seu próprio modelo social, sobretudo, nos países tradicionais com as fortes raízes que lhes opõem a resistência”, enfatizou.

O homem de negócio francês ressaltou “estar lutando pela paz e amizade entre a Rússia e a França”. Mas a direção da União Europeia, infelizmente, não trabalha hoje para si, mas sim para os políticos norte-americanos: “A Europa se transformou em 51ª estrela da bandeira nacional dos EUA. Eu acuso os EUA de estarem deflagrando guerras pelo mundo inteiro, pelo que só dessa maneira podem resolver o problema da sua tamanha dívida, gerada pelo globalismo, preconizado por seus dirigentes”, acentuou.




Finalizando a entrevista concedida ao Le Figaro, Philippe de Villiers se pronunciou de novo pelo desenvolvimento da cooperação com a Rússia, criticando duramente a situação política no seu país: “O nosso atual rumo político me provoca náuseas, bem como a muitos outros franceses. Os círculos políticos da França, privados de trâmites ideológicos, perderam qualquer ligação com a sociedade francesa, se transformando numa cloaca fedorenta. Parece haver uma briga de galos numa pilha de estrume. Não quero voltar para esse estábulo. Que os galos resolvam seus litígios. Viva a amizade entre a Rússia e a França!”