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Serra prega censura a blogs

Por ter perdido mais uma batalha - na verdade, perdeu todas em que se envolveu nos últimos meses - o candidato da oposição a presidente da República, José Serra (PSDB-DEM-PPS) prega, agora, insistente e abertamente, censura à internet. Ainda ontem, em sabatina na Ordem dos Advgoados do Brasil [OAB], voltou a atacar o que chama de "blogs sujos" - para ele todos os que são "ligados" à sua adversária na disputa presidencial, Dilma Rousseff (governo-PT-partidos aliados).



O pretexto para esta nova campanha que Serra inicia é que, segundo ele, "estes blogs mantidos pelo governo ou pelo PT já apresentavam dados de Imposto de Renda de algumas das pessoas que depois se descobriu que tinham tido seus sigilos violados", dentre as quais o vice-presidente nacional do PSDB, Eduardo Jorge Caldas Pereira, o EJ.

A verdade é que Serra perdeu a batalha também na internet, apesar dos milhões que gastou. Ele montou toda uma equipe nesta área para nada. Passaram a perna nele, não apresentaram eficiência e os resultados são os que vê: ele continua a caminho da derrota na eleição de outubro. Dai esse seu arroubo de autoritarismo e saudades da ditadura - infelizmente, de novo com apoio da mídia - querendo censurar blogs.


Serra sabe quem divulgou violações e sigilos

Além de querer censurar os blogs, Serra quer se fazer de vítima. Se ele se julga caluniado, tem que recorrer à justiça. Esta é o foro adequado para quem o caluniou, ou aos demais tucanos, responder. Mas, nessa questão, Serra tem que cobrar mesmo é do Correio Braziliense, que divulgou a existência da investigação legal e de rotina que a Receita Federal fazia sobre EJ antes da quebra de seu sigilo, e da Folha de S.Paulo que denunciou a violação de seus dados.

Tem que cobrar estas histórias todas, também, do jornal Estado de Minas e de seu jornalista que teria sido encarregado de fazer dossiê contra o candidato a presidente tucano. O jornal mineiro, a exemplo do Correio Braziliense, é que tem estreitas ligações com o ex-governador tucano Aécio Neves, seu correligionário-rival de Serra.

O candidato tucano ao Planalto fica batendo nessa tecla de incriminar adversários para que? Ele sabe que não foram nem o PT, nem a campanha de Dilma que divulgaram a violação nem os dados do sigilo de EJ. E sabe que foram a Folha de S.Paulo e o Correio Braziliense.

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Liberdade de caluniar

A revista de extorsão e chantagem investe, agora, contra a ministra chefe da Casa Civil, com amontoado de calúnias. Não cansa de atacar a honra alheia. Como o leitor sabe que ela só faz mentir, a popularidade de Dilma cresce e a de Lula atinge os píncaros do universo.
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PIG - Balanço do "escândalo da propina

Vamos ao inacreditável O Globo. Ele envolveu sete repórteres na cobertura. Nenhum se preocupou em buscar informações nas tais gravações da Veja. Clique aqui para ler as matérias.
Os negócios de Erenice
Ministra da Casa Civil teve duas empresas quando já ocupava cargos no governo
Relevante informação: "Paralelamente às funções de consultora jurídica do Ministério das Minas e Energia e de secretária-executiva da Casa Civil, ela foi dona da Razão Social Confecções e da Carvalho Guerra e Representações".
Ministra admite almoço com Baracat
Erenice e empresário negam, porém, que tenham tratado de assuntos profissionais
Nenhuma novidade.


Vamos ao Estadão, última esperança de jornalismo objetivo na velha mídia:
O jornal envolveu seis repórteres na cobertura. Não produziu UMA confirmação sequer, um indício que seja comprovando que a denúncia da Veja tinha consistência. Também nem pensou em ouvir o repórter da Veja para que mostrasse as tais gravações que comprovariam a denúncia.
Clique aqui para ler as matérias.

Denúncias estão perto de Lula, diz Marina

Mera afirmação de candidata, dizendo ser necessário apurar porque Erenice trabalha perto de Lula.

Denúncia de tráfico de influência na Casa Civil derruba assessor de Erenice

Matéria infomando que o assessor foi demitido "a pedido", para poder melhor se defender.

Empresa nega prestar serviços aos Correios

Matéria antiga, da Via Net negando ter assinado o contrato com a Capital.


O mote do último escândalo da Veja era a tal propina de R$ 5 milhões que teriam sido pagas à Ministra-Chefe da Casa Civil, Erenice Guerra.
Balanço da cobertura dos jornais.
Folha
Utilizou sete jornalistas na cobertura. Não levantou uma informação sequer que corroborasse a denúncia da Veja, de que teria sido pago uma propina de R$ 5 milhões. Mesmo assim, todas as matérias tinham como elemento de acusação a tal denúncia da Veja. Apesar da Eliane Cantanhêde endossar integralmente as acusações da revista, não se viu um repórter sequer questionando a Veja, solicitando para ouvir as tais gravações que a revista diz possuir.
Clique aqui para acessar as matérias mencionadas.
Governo tenta debelar crise e demite assessor da Casa Civil acusado de lobby

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Amigos(a) da Dilma

Jânio de Freitas
DILMA ROUSSEFF caminha, aos empurrões, para o inesperado. Quis ser candidata e talvez, com a ajuda de vontades celestiais e sobretudo da divindade planaltina, tornar-se presidente da República. Ao que os fatos sugerem, não é só o que o destino lhe promete.
O que se passa cabe em uma equação simples: ou os adversários de Dilma conseguem afinal comprometê-la com alguma prova, ao menos com algum indício inexplicável, ou Dilma chegará à eleição santificada por uma pureza jamais imaginada entre tantas bandalheiras nacionais.
O bombardeio incessante na base do "filho da sucessora" ou "filho do braço direito" que "teria feito", e da responsabilidade por quebra de sigilos na Receita, e até de alimentar "atentados à democracia" - como disse José Serra na semana passada -, ficam como acusações só por acusar. E o acúmulo dos seus insucessos compõe um atestado de idoneidade exemplar. Como efeito final, levam grande parte do eleitorado ao oposto do pretendido. O que já está captado em reportagens.
José Serra e aos demais adversários ferrenhos de Dilma Rousseff só restam três semanas para conseguir que uma de suas novas ofensivas, ao menos uma, não se exponha como apelação nada dignificante para os autores. 

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Bumerangue eleitoral

E mais este factóide de "sigilo fiscal" da filha do Serra, tem efeito bumerangue.
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Veja, como se monta uma denúncia na velha mídia

Hoje, Erenice Guerra, Ministra-Chefe da Casa Civil, encaminhou solicitação para ser investigada pela Comissão de Ética do governo. À tarde, constituirá escritório de advocacia para processar a revista Veja e, possivelmente, o lobista Fábio Baracat.
O quebra-cabeças agora consiste em encaixar peças para entender a quem interessava essa denúncia. Do lado da revista, havia o objetivo eleitoral, evidente. Mas e do lado de que denunciou?
Aparentemente, a revista foi enganada por Fábio Baracat, que se apresentou como dono da ViaNet e representante da MTA. A ViaNet já desmentiu o vínculo; assim como Baracat desmentiu a matéria. A MTA ainda não.
Anos atrás, a revista embarcou de cabeça no lobby de uma quadrilha que operava nos Correios ("O araponga e o repórter"). Esse tipo de cumplicidade é recorrente na revista.
Desde que explodiu o escândalo dos Correios, a MTA estava em posição delicada.

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O golpe do planfetinho inVeja

Uma vez perguntaram a Al Capone (controlava jornalistas, congressistas, juízes, policiais) como ele convivia com a monteira de corpos dos seus inimigos em cada refrega por disputa dos “negócios.”

A resposta de Capone, que era um tipo arrogante, algo assim como novo rico, tucano, foi direta – “isso é o de menos, morre gente todo dia, não há nada pessoal, são só negócios. Tinha até estima por alguns dos meus desafetos.”

E o arremate. “Não me choco, a gente se acostuma, sabe que é a luta pela sobrevivência, igual a qualquer empresa em qualquer lugar do país.”

Porcos se acostumam a viver em seu ambiente. Tucanos e DEMocratas não têm esse tipo de preocupação, são como Capone.

No dia imediato à tentativa de golpe contra Chávez, abril de 2002, jornalistas das maiores redes privadas da Venezuela foram comemorar a notícia falsa que de comum acordo com os outros grupos golpistas havia desfechado a fracassada investida.

Riram de sua mentira, brindaram sua mentira.

Fizeram tudo certinho, só se esqueceram de combinar com o povo. Está tudo documentado em “A REVOLUÇÃO NÃO SERÁ TRAÍDA”. Dois dias após a posse do “presidente” golpista Pedro Carmona se viram diante de um dilema. Ou matavam milhões de pessoas que estavam nas ruas pedindo a volta de Chávez e transformavam a Venezuela num deserto particular, para eles, ou saiam, fugiam, pois lhes faltava a sustentação básica, a popular.

Fugiram.

Diogo Mainardi é um jornalista da revista VEJA. Disparou acusações durante os últimos anos contra figuras do governo Lula. Seus artigos eram citados e apontados como exemplo de coragem, de jornalismo independente (pelos que vivem com os porcos, que me perdoem os porcos).

A cada golfada de vômito de Mainardi em cada edição da revista VEJA os atacados iam, como acontece no processo democrático, exigir na Justiça a prova do que estava sendo afirmado, denunciado.

Mainardi está na Itália, tem dupla nacionalidade. Não conseguiu provar coisa alguma e fez um acordo com VEJA, a revista que abrigava suas denúncias falsas, forjadas e montadas em função de contratos assinados com o governo de José Arruda Serra (as revistas da ABRIL, sem concorrência, eram distribuídas nas escolas, são aliás, de São Paulo, em contrato milionário).

Fugiu para evitar ser condenado diante de todos processos e VEJA, num acordo com o jornalista, que continua a escrever, paga as indenizações às vítimas das mentiras de Mainardi. Na Itália Mainardi escapa da prisão.

VEJA não é única. O sistema GLOBO é um câncer na comunicação. FOLHA DE SÃO PAULO idem. ESTADO DE SÃO PAULO ibidem. A mídia privada vive com os porcos no Brasil (mais uma vez que me perdoem os porcos).

Quando o delegado Protógenes Queiroz prendeu o doublê de banqueiro/tucano e assaltante de cofres públicos Daniel Dantas o ministro do STF – SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL – Gilmar Mendes (que emprega o jornalista Eraldo não sei das quantas em uma arapuca que mantém sustentada com dinheiro público e de incautos e emprega para calar a boca do jornalista e cala) concedeu em tempo recorde dois habeas corpus a Dantas.

Gilmar e Dantas foram companheiros no governo de FHC. Um garantindo a parte jurídica das maracutaias e outro na turma da privatização.

Essa gente chama liberdade de expressão o direito de inventar, injuriar, forjar e concentra em suas mãos, poucas “famiglias”, o poder de tentar iludir os brasileiros com suas “verdades” montadas nas agências de propaganda, nas grandes empresas, em Washington e Wall Street.

O Brasil é apenas um objetivo num contexto global que os donos do mundo consideram essencial. José Arruda Serra é o capataz designado para cumprir essa tarefa.

No caso dos habeas corpus concedidos a Daniel Dantas, na semana seguinte, a revista VEJA surgiu com uma misteriosa suspeita que o gabinete do ministro presidente do STF estivesse sendo alvo de escuta e uma conversa entre Gilmar e o senador Heráclito Fontes (ficha suja) foi apresentada como prova.

VEJA nem toca no assunto mais, era a mentira para ajudar salvar Dantas e Gilmar, a gravação era uma farsa, foi montada nos laboratórios/chiqueiros desse jornalismo fétido da mídia privada.

Protógenes e o juiz De Sanctis viraram réus por combater a bandidagem.

As denúncias feitas na última edição de VEJA cumprem esse papel. Tentar evitar a todo custo que Dilma Roussef vença as eleições no primeiro turno e jogar a decisão para o segundo, na tentativa de obter o controle do Brasil.

São mentirosas, são falsas e foram orquestradas, como serão várias até o dia das eleições, no esquema FIESP/DASLU.

O jornalista Luís Nassif, ele mesmo alvo de vários processos por ter denunciado esse jornalismo podre dessas quadrilhas, tocou num ponto chave nesse tipo de matéria. O do repórter, de quem assina as denúncias.

Nassif revela uma conversa com um amigo jornalista que lembrou a ele que um direito nunca foi tirado dos repórteres. O de dizer não. “Se não concorda com o teor da edição, se acredita que a matéria foi mutilada, pode dizer não. A matéria sai sem assinatura e o repórter se preserva. A matéria da VEJA tem a assinatura do repórter Diego Escostegui. Para o bem (caso esteja certo) ou para o mal (caso tenha manipulado informações), marcará o nome desse repórter para sempre”.

O empresário Fábio Bacarat, um dos alvos da denúncia, em nota oficial desmentiu todo o teor da reportagem de capa de VEJA.

A ministra Erenice Guerra, chefe do Gabinete Civil, em nota desmente todas as afirmações de VEJA e vai mais além, afirma que foi procurada pelo repórter (que disse sim a se prestar ao papel de pústula, aquele sujeito que faz tudo pelo chefe, cai de quatro sem problema) e todas as suas declarações foram ignoradas ou manipuladas.

O JORNAL NACIONAL, não poderia deixar de ser, a coisa é orquestrada, cada hora entra um instrumento, deu ênfase às “denúncias” e cumpriu seu papel nessa história de tentar eleger José Arruda Serra a todo custo.    

Vamos ter tentativas semelhantes de golpe através da mentira até o dia das eleições.

Pode parecer repetitivo, mas é preciso lembrar que a GLOBO deixou de anunciar o fato jornalístico mais importante do dia, em 2006, ante véspera da eleição, a queda do avião da GOL, para não prejudicar o impacto de um dossiê falso que iria jogar no ar tentando levar as eleições para o segundo turno e viabilizar condições para um tucano vencer, no caso Geraldo Alckimin. As concorrentes, todas, já haviam divulgado o acidente.

E outras tantas, é prática corriqueira da GLOBO, de VEJA, da FOLHA DE SÃO PAULO, do ESTADO DE SÃO PAULO, da RBS (não noticia quando o filho do diretor estupra, aí fica em silêncio) esse tipo de jornalismo marrom, podre.

É por isso que William Bonner afirma que o telespectador do JORNAL NACIONAL “é como Homer Simpson”, rotulando-o de idiota. É a maneira como ele enxerga o cidadão que assiste ao filme diário travestido de JORNAL DA MENTIRA.

A ética desse tipo de gente é a dos que pagam por esse amontoado de farsas.   

Não tem a menor idéia do que seja dignidade profissional. Só de quanto está no contracheque e na conta bancária.

São canalhas plenos, absolutos. Tinham como lembrou o amigo citado por Nassif, o direito de dizer não. Ou seja, de manifestar princípios de dignidade e caráter. Fala mais alto o dinheiro, vence a capacidade de serem camaleões dos patrões, bonecos ventríloquos.

O Brasil é vital para os interesses dos que tocam o mundo a seu bel prazer, em função de seus interesses, certamente, não são os interesses dos brasileiros.

José Arruda Serra não apresentou uma única proposta de governo, só calúnias, acusações e choro.

Tem dito com freqüência que essa mania de compará-lo com FHC, seu inspirador, é um erro, pois não estamos falando de passado, mas de futuro.

É claro. Só que é preciso olhar para o passado, o governo corrupto e podre que foi o de FHC, para não incorrermos no mesmo erro. Do contrário não teremos futuro. Ele vende tudo. PETROBRAS, BANCO DO BRASIL, o que estiver no “estoque” do item patrimônio público. E como FHC e seus apaniguados embolsam polpudas propinas.

O que VEJA mostra, como o JORNAL NACIONAL, é o desespero dos que estão perdendo a perspectiva de continuar a crescer em cima do dinheiro público, aquele pago e gerado pelo trabalho de milhões de brasileiros.

A mídia privada vive entre os porcos (que me perdoem os porcos, não têm culpa disso).

O que tentam é um golpe. Para eles pouco importa o Brasil e os brasileiros.

A corrupção e a venalidade, a subserviência é intrínseca a eles.

Já nascem com esse imprimatur. De seres repugnantes.

O desafio de uma comunicação calcada na ética da verdade, sem distorções, não importa o direito de opinião, é líquido e certo, ninguém precisa ser a favor disso ou daquilo que não seja o ditame de sua consciência, de seu saber, mas é necessário que esses estejam assentados sobre pilares de dignidade. É um desafio que precisa ser objeto de amplo debate popular.

Não é o caso de VEJA, nem da GLOBO, ou da FOLHA DE SÃO PAULO, da RBS, da mídia privada como um todo.

A sujeira é parte deles, se acostumaram, como Al Capone.

Que tal exibir a verdadeira história da quebra de sigilos fiscais e mostrar o papel de Verônica Serra, a filha do bandido, nos “negócios”? Ou a origem real da história que virar livro e contar quem de fato é José Arruda Serra e os interesses que representa?

Não fazem, estão no bolso dos donos.
Laerte Braga



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Erenice Guerra pede para ser investigada

A ministra-chefe da Casa Civil, Erenice Guerra, divulgou nota à imprensa nesta segunda-feira (13/9) na qual pede à Comissão de Ética Pública da Presidência que instaure procedimento para apurar sua conduta em relação às notícias publicadas pela revista Veja desta semana. Confira a íntegra da nota:
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José Serra é um desastre

José Serra poderia sair desta campanha eleitoral apenas com uma derrota. Afinal, todos nós sabemos que não é nada fácil enfrentar uma candidata que tem o patrocínio de um governo que tem mais de 80% de apoio popular.  Perder uma eleição, nestas condições, seria algo normal a qualquer político.
Mas Serra fez algo impensável. Descredenciou-se perante o próprio eleitorado que, normalmente, acompanha os candidatos conservadores, sobretudo nas classes média e média-alta.
Terá uma votação pífia, impensável para um candidato que, ninguém pode negar, tinha uma sólida base no maior eleitorado do país, o de São Paulo, que corresponde a nada menos que um quarto de todos os eleitores do país.
Vai arrastar para o fundo os seus aliados mais bem posicionados, como Geraldo Alckmin e Beto Richa no Paraná. Aécio escapará porque está claro que é um adversário – sob os salamaleques da formalidade partidária – um adversário de Serra. No próprio Rio de Janeiro, está acontecendo o que era, faz pouco, impensável: Cesar Maia não se elegerá ao Senado.
Serra é também um homem cuja falta de escrúpulos está se prestando a que uma imprensa inescrupulosa tente colocar – sem êxito, aliás – a campanha a um nível de caso de polícia. A falta de Norte de sua campanha, movida à base de factóides e agressões, alimenta o golpismo e a falta de ética dos grandes veículos de comunicação.
Fez com que, como poucas vezes na história brasileira, o partidarismo e o engajamento conservador e antipopular da grande mídia ficasse evidente.
Serra transformou a campanha em uma guerra suja. Muito mais que atirar lama nas pessoas, ao tornar-se – como disse ontem Dilma – um caluniador, fez a lama espalhar-se no seu campo político. Estar com Serra, eleitoralmente, não é algo que o eleitor possa achar irrelevante. É uma maldição.
Esconder FHC não lhe adiantou. Ele próprio é uma imagem mais dantesca.
Serra é um desastre.
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Debate na Rede TV consolidou decisão pró Dilma

Ontem, vencido pelo cansaço não fiz uma análise do debate na Rede TV. Melhor assim, agora posso fazer com mais distanciamento. Claro que não é pelo alcance “numérico” que se deve analisar o resultado daquele programa de televisão, mas pelo resultado político.



Já teria sido excepcional se Dilma tivesse atravessado este debate numa situação de equilíbrio, sem grandes deslizes ou desempenho sofrível. É dela o favoritismo e, a esta altura da disputa, manter o que já se tem, do ponto de vista dos analistas e marqueteiros, seria o mais seguro e indicado.



Para isso, e já sabendo que se usaria contra ela a tentativa de criminalizar sua campanha com o caso do sigilo e, agora, com esta história da Veja, devem tê-la aconselhado a reagir a isso com ironia, dando pouca importância, dizendo que “era coisa de campanha”. Um tom blasé, tenho certeza, deve ter sido o que recomendaram.



Mas não foi isso que aconteceu. O que vimos, ontem, foi uma Dilma com a soberania de si mesma, e as poucas gaguejadas vieram mais de falta de traquejo oratório do que de qualquer sentimento de insegurança. Sem alterar-se, reagiu de maneira firma e indignada às acusações e mostrou convicção. Sua defesa de Erenice Guerra foi correta e equilibrada como tem de ser a de um governante: nem se associa como um oportunista à agressão e, não condena nem absolve previamente qualquer pessoa, deixando que as instituições façam seu trabalho.



Outra coisa que me pareceu bem foi o fato de ter dosado corretamente a sua característica de continuadora de Lula com sua própria natureza. Ao contrário do que ocorreu lá atrás – vejam como 40 dias são uma eternidade numa campanha – no debate da Band, agora já está fixado quem é quem, quem está em que campo.



Aí está o que considero o grande ganho de qualidade na imagem de Dilma no debate de ontem: ela firmou-se, diante dos olhos de seus eleitores, como alguém com luz própria, com identidade, preparo, firmeza e habilidade, sem que nada disso a afaste do caminho de continuidade com avanço que a condição de candidata de Lula lhe dá.



José Serra, ao contrário, foi, na minha opinião, um desastre. Podem dar a bala de prata que quiserem, que com um atirador destes não mata nem mosquito. Não apenas está perdendo a eleição. Está perdido na eleição.



Não tem uma idéia a defender. No primeiro debate, mesmo com a apelação das Apae, procurou se firmar como “o candidato da saúde”. Já ali lhe faltava o discurso do “vamos fazer o bolo crescer, aí a gente o divide” que sustentava o projeto de Brasil da direita tradicional e o da “neodireita” que veio com o tucanato.



Puxe pela memória e tente lembrar de algo que ele tenha dito que vai fazer? Acho que tirando aquela história da Defesa Civil Nacional – eu adoraria poder ter dito que concordava com a idéia e que ela ia ajudar muito em situações como a do Jardim Romano, em São Paulo – que ficou dois meses debaixo d´água – não tem nenhuma idéia, nenhuma proposta.



A pergunta da jornalista Renata Lo Prete – quero aplaudir publicamente sua demonstração de que perguntas podem ser incômodas sem serem grosseiras sobre o “atraso” de sua indignação com a quebra do sigilo, sabida há meses, de sua filha acabou com qualquer possibilidade de ele apelar para isso. Aliás, nem sei se funcionaria, pois tudo em Serra soa falso, frio e artificial, talvez mesmo porque seja esta a única verdade: tudo nele é mesmo falso, frio e artificial.



Ao contrário de Dilma, Serra apenas desqualificou-se diante dos seus cada vez mais parcos eleitores. Como sustentar, com aquele desempenho, o discurso de que ele é o mais preparado, o mais experiente, o mais qualificado pessoalmente? É ruim, hein, como diz o pessoal aqui no Rio…Serra mostrou que só impera quando tem na mão o cetro do poder: aí pode mandar. Se tiver de enfrentar, em igualdade de condições, vira um animalzinho assustado, que mostra os dentes na esperança de que os outros vão tremer de medo, quando é ele que mal (e bota mal nisso) consegue disfarçar seu pavor.



De Plínio e Marina não há muito a falar.



Plínio achou que podia repetir seu desempenho simpático do primeiro debate e quis ser histriônico. Acabou sendo ridículo, especialmente na resposta sobre a Petrobras. Não saber a importância de construir no Brasil ou lá fora dezenas de plataformas de exploração, que custam centenas de bilhões de reais e geram uma multidão de empregos não é aceitável para um candidato a vestibular, quanto mais a um candidato a presidência. Ficou batendo tanto na tecla de um desafio a um pacto com Dilma que eu lhe perguntaria: Mas, ô Plínio, porque você não pergunta se o Serra também topa este pacto?



De Marina, ficou clara a estratégia de “pescar” os votos da direita desiludida com Serra. Mas – perdoem-me seus simpatizantes, porque isso é uma crítica ao desempenho político, não à pessoa – ela passa uma imagem muito arrogante e autoritária, ainda que o teor do discurso não o seja. Consegue perder no quesito que apontavam como calcanhar-de-aquiles de Dilma: simpatia.



O debate de ontem abre uma nova etapa e fixa um novo alvo para nós. Dos tais “formadores de opinião” nos quais o Datafolha apostava para a tal “virada” serrista, não virá nada. As próximas pesquisas do Ibope e do Datafolha ampliarão a vantagem. A vitória por dois terços dos votos válidos passou a ser uma possibilidade real. Vamos cobrir Dilma com a legitimidade que ela precisa ter para fazer o aprofundamento dos novos rumos que o Brasil tomou.

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Debate: Serra desesperado e Dilma não leva desaforo para casa

José Serra é um desesperado.

Ele não tem uma ideia na cabeça.

Por ele passa a banda larga do tucanatopigolpista.

Serra é apenas ódio. 


Acontece - para mais desespero dele - que Dilma não leva desaforo para casa.



Disse e repetiu que essa história de sigilo (por que o Serra não abre o sigilo da filha ?) e de lobby da Veja (e a Erenice abriu o sigilo dela e o do filho) não alcançam a campanha dela.



Até a Justiça Eleitoral, com a imparcial Dra Cureau, decidiu assim: clique aqui para ver o que a dra Cureau disse.



A Dilma falou várias vezes durante o debate: isso não tem nada a ver comigo.

Serra gaguejou quando foi falar do Lula.



Clique aqui para votar na trepidante enquete “Qual o slogan da campanha do Serra ?” – este ordinário blogueiro votou em “Esse Lula ainda me paga”.



E Dilma colocou Serra no devido lugar: não tente me desqualificar.

Serra insistiu: todo mundo me conhece.

Por isso que ele vai perder a eleição no primeiro turno.

(É sempre assim. Os tucanos de São Paulo se acham melhores do que todo mundo, se acham predestinados a governar o Brasil – e o mundo, no caso do Farol de Alexandria. Na verdade, se o Otavinho sabe falar inglês, o Farol e o Serra não sabem.)

Na verdade, foi um debate do tipo 3 em 1.

A Marina (o que pensa a Marina ? Nada) e o Plínio trabalharam contra a Dilma.



Foi como a Heloisa Helena e outro traíra, o Cristóvão Buarque, na eleição passada: todos contra o Lula.

A colonista (**) Renata Lo Prete fez o que sempre faz no “Painel” da Folha (***): recebeu o Serra com tapete vermelho.

Fez uma pergunta agressivamente apropriada para dar ao jenio a oportunidade (que ele mais queria) de falar da quebra de sigilo da filha.

(Por falar nisso: a filha do Serra e a irmã do Dantas promoveram a maior quebra de sigilo da História da Civilização Ocidental, demonstrou o Leandro Fortes, na Carta Capital)



A média da audiência do debate da Rede TV deve ter sido muito parecida com a do debate da Band: entre dois e 3 pontos.

O Zé Baixaria, do alto de sua arrogância, sempre achou que ia derrotar o Lula e a Dilma no debate, no confronto de idéias, cara a cara.

Afinal, os tucanos de São Paulo são o orgulho da raça. 

A última vez em que ele massacrou o Lula num debate foi em 2002.

Destruiu o Lula com o arrasador placar de 39% a 61%.

Paulo Henrique Amorim

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Afasta de mim esse cálice

Impulsividade de Lula e assessores
tresloucados transformam uma questão
prosaica criada por reportagem do
New York Times em uma grande crise

Leandra Peres

AP

Lula e a bebida
O lance final de uma semana agitada
O "Índice Ieltsin" de álcool e poder
Leia reportagens diárias sobre o governo Lula

Na semana passada, o governo conseguiu provar que é capaz de transformar até seus melhores momentos em crises de grandes proporções. Isso requer um certo esforço. Depois que o jornal The New York Times, o diário mais influente dos Estados Unidos, publicou reportagem de meia página, em sua edição de domingo 9, dizendo que o consumo de bebida alcoólica pelo presidente Lula virara "preocupação nacional", o governo viveu um raro momento de unanimidade. Até os adversários se levantaram em defesa do presidente. "Conheço o Lula há trinta anos e não vejo nenhuma razão para o jornal fazer tal suposição", afirmou o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que classificou a reportagem de "leviana". "O presidente tem nossa total solidariedade. A reportagem é injusta e maldosa", disse o governador de São Paulo, o tucano Geraldo Alckmin. Na terça-feira, quando o interesse pelo assunto já estava minguando e quase ninguém mais parecia interessado no mexerico, o Palácio do Planalto anunciou a decisão de expulsar do país o autor da reportagem, o jornalista Larry Rohter, 54 anos, que trabalha no Brasil desde os anos 70.
Com a reação autoritária e exagerada, o governo virou o jogo contra si de forma espetacular. Até os aliados reagiram mal. "Não foi a melhor resposta", disse o líder do governo no Senado, Aloizio Mercadante, que, junto com outros senadores, formou uma comitiva para apelar ao presidente para que retrocedesse. Em vão. Numa cena que só a esquizofrenia petista parece capaz de exibir, até o assessor de imprensa de Lula, o jornalista Ricardo Kotscho, deu entrevista dizendo que, por disciplina, acatava a decisão do governo, mas confessou abertamente que não concordava com ela. Os principais jornais do mundo ignoraram a peça de Rohter e não comentaram os hábitos etílicos do presidente. Por obra e graça da reação descabida do governo, o assunto acabou ganhando dimensão planetária. Na terça-feira, segundo um levantamento preparado pelo próprio Planalto, o assunto saíra sem muito destaque em apenas sete jornais, a maioria da América do Sul. Na quarta, após a decisão de expulsar o jornalista, a notícia estava em 26 jornais. Até noKhaleej Times, dos Emirados Árabes Unidos. No dia seguinte, aparecia em 38 títulos, inclusive na Xinhua, a agência de notícias da China, para onde Lula embarcará nos próximos dias. Em todas as reportagens estrangeiras ouvia-se o eco de uma indagação constrangedora – e ela não tinha nada a ver com a questão de quanto e com que freqüência Lula bebe. A indagação era bem pior: será que o Brasil retrocedera ao estágio de uma republiqueta latino-americana dirigida por um ditadorzinho caprichoso e impulsivo?

Joedson Alves/AE
O PORTA-DISPARATE
Singer, o porta-voz que defendeu o arreganho autoritário do governo: ele enxerga miragens

Sintomaticamente, nenhum ministro veio a público defender o governo. José Dirceu, que fala até do que não deve, silenciou. Antonio Palocci ficou calado com receio de trair em público sua convicção de que a medida foi absurda. O ministro Luiz Gushiken foi o mais empolgado defensor da expulsão por ver, delirantemente, na reportagem de Rohter a peça de uma vasta conspiração da Casa Branca contra o Brasil e Lula. A análise de Gushiken não é apenas lisérgica. Ela embute uma visão de mundo em que não parece existir lugar para a imprensa livre e independente. O New York Times seria o último jornal americano a fazer algum tipo de dobradinha com o governo de George Bush. O jornal faz oposição sistemática e declarada ao ocupante da Casa Branca. Nos últimos meses, em reportagens e artigos de seus colunistas, entre outros adjetivos pejorativos, descreveu George W. Bush como "iletrado", "desorientado", "maria-vai-com-as-outras", "bélico" e "o maior responsável pela onda de antiamericanismo que se espalha pelo mundo". Gushiken insistia na quarta-feira: "No Japão, se um jornalista ofendesse o imperador também seria expulso". Outro defensor da expulsão do jornalista foi o porta-voz da Presidência André Singer. Na quinta-feira, em artigo publicado pelo jornal Folha de S.Paulo, Singer teceu uma antologia de disparates e, como quem acredita em miragem, disse que o governo tinha de restaurar um "ambiente de responsabilidade" no país.
O ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, em viagem à Suíça, deu entrevista dizendo que só falaria do caso quando voltasse ao Brasil e tomasse pé dos detalhes. Era puro disfarce. Na verdade, desde o primeiro momento, o ministro empenhou-se nos bastidores em negociar uma saída honrosa para ambos os lados. Ao saber que o escritório de advocacia Pinheiro Neto fora contratado pelo New York Times para tratar do assunto, Thomaz Bastos entrou em ação. De Berna, na Suíça, ligou para seus velhos colegas do Pinheiro Neto e começou uma negociação que duraria três dias. De início, combinou-se que os advogados escreveriam uma petição ao Ministério da Justiça solicitando a reconsideração do cancelamento do visto do jornalista americano. A petição foi escrita em São Paulo, submetida aos advogados do jornal em Nova York e ao ministro em Berna. Nada menos que seis versões percorreram o circuito São Paulo–Nova York–Berna. Na última versão, o ponto que interessava ao governo era o item 7.

Celso Junior/AE
O JAPÃO NÃO É AQUI
Gushiken, o ministro que já deu lições à imprensa e defendeu a expulsão do jornalista: ele acha que estamos todos no Japão

Nesse trecho, o jornalista Larry Rohter diz que "jamais teve a intenção de ofender a honra" do presidente e reafirma seu "profundo respeito pelas instituições democráticas brasileiras, incluindo a Presidência da República". Em seguida, a carta afirma que Rohter limitou-se a "veicular comentários" e não fez "nenhum juízo de valor" sobre os hábitos de Lula. Lamenta que a repercussão da reportagem tenha causado constrangimento ao presidente e, como costuma acontecer nesses entreveros internacionais, joga a culpa nos tradutores ao dizer que, na sua opinião, a versão do texto para o português não foi fidedigna – "o que pode ter causado a ampliação do mal-entendido". Na noite de sexta-feira, Lula decidiu aceitar a carta do jornalista, concordou em rever sua decisão e deu o assunto como encerrado. O desfecho do episódio mostra que, felizmente, Lula não tem apenas assessores tresloucados a aconselhá-lo. Márcio Thomaz Bastos esforçou-se com sucesso para não manchar sua biografia de jurista e democrata com a nódoa do banimento de um jornalista. O último caso parecido ocorreu em 1970, no auge da ditadura, quando o general Emílio Garrastazu Médici expulsou um correspondente da agência de notícias France Presse que publicara no exterior a lista dos presos políticos que um grupo guerrilheiro queria libertar em troca da soltura do embaixador suíço seqüestrado. Até a semana passada, nunca um governo democrático no Brasil expulsara um jornalista.
A decisão de Lula de considerar o assunto página virada esvaziou o lado agudo da crise. Outras facetas do episódio, porém, permanecem inalteradas. A principal é a de que claramente os mecanismos de decisão do governo Lula têm vários parafusos soltos. O governo conseguiu armar uma tempestade em copo d'água a partir de uma questão que poderia ter sido resolvida com elegância e até um pouco de humor. Que tal terem convidado Rohter para tomar uns drinques na Granja do Torto? Se fosse o caso de ser ferino, os assessores do presidente poderiam ter dito ao correspondente americano que um de seus ex-colegas, o notório Jayson Blair, também seria bem-vindo. Como se sabe, Blair é o jornalista que durante anos publicou matérias fantasiosas e inteiramente inventadas no New York Times, o que o levou a ser demitido e o jornal à maior crise de credibilidade da sua história. O Planalto, porém, agiu como se a reportagem tivesse pinçado um nervo exposto ao sugerir que a bebida interfere no discernimento do presidente Lula e que isso é uma preocupação nacional. Que não é preocupação nacional é fato. Os brasileiros de maneira geral davam a esse tema o mesmo grau de preocupação que destinam à diminuição do tamanho dos biquínis nas praias. Na elite, entre políticos e empresários, o assunto sempre foi comentado em tom de mexerico, sem que aparecessem histórias factuais que sustentassem essa versão. Também não existe nenhuma evidência de que a bebida consumida por Lula interfira na sua atuação como presidente.
Lula chegou ao topo da carreira política sendo em todas as fases uma pessoa que os brasileiros definem como "bom de copo". Para uma imensa parcela da população brasileira, isso equivale a um elogio tão formidável quanto "bom de cama". Como presidente, Lula tem bebido menos do que sua média histórica, que, como todos os seus companheiros e amigos sabem, ultrapassa sensivelmente o que se convencionou chamar de "beber socialmente". Além de beber bem menos agora, o presidente se preocupa com sua imagem. "Não sou nenhum alcoólatra, todos sabem que bebo prazerosamente. Bebo e fumo", comentou Lula na quinta-feira, ao receber a comissão de senadores que lhe pediu para voltar atrás na vendeta contra o jornalista americano. Em seguida, Lula tocou no ponto central: "Ninguém pode dizer que tomei uma decisão de governo porque bebi ou não bebi".

AP
SOBRIEDADE? ONDE?
Bush filho, tal como o pai, fez guerra no Iraque: ele venceu o alcoolismo, mas até parece que bebe umas

O álcool se transforma em vício quando a pessoa não consegue parar de beber no momento em que deseja. Quando quer, Lula passa meses sem beber. Em outras ocasiões, bebe com mais freqüência e intensidade. Há três meses, durante um jantar na casa do presidente da Câmara, o deputado João Paulo, onde foram comemorados o 24º aniversário do PT e a posse da nova liderança do partido, Lula bebeu com gosto diversas doses de uísque com gelo. "O presidente não estava ali para falar de política, e sim para tomar cachaça e brincar", dizia o deputado Anselmo Abreu a quem perguntava se o presidente se excedeu na bebida. Na saída da festa, Lula foi fotografado dentro do Omega presidencial, já entregue ao sono, antes mesmo que o carro partisse rumo à residência oficial.
Um dos sintomas de que Lula "está dando um tempo" na bebida, como ele próprio diz, é seu apego aos exercícios físicos, especialmente à esteira. Quando deixa de se exercitar, é sinal de que passou a beber um pouco mais que o habitual. Na longa viagem que fez a diversos países da Europa no ano passado, Lula passou quase todo o tempo sem beber. Nem vinho ele aceitava nas recepções oficiais. Em todas as escalas mandou colocar uma esteira no quarto. Levantava cedo para fazer suas corridas. A dois dias do término da viagem, na última escala, na Espanha, o presidente abandonou a esteira. Bebeu vinho e uísque e chegou a reclamar de ressaca. Um senador do Nordeste conta que, durante a campanha presidencial, viu Lula beber alegremente antes dos comícios. Em um deles, excedeu-se na bebida e no entusiasmo. Sempre que se aproximava demais da beirada do palanque, um dos seguranças o detinha pela parte de trás do cinto, de modo que ele não corresse o risco de cair. Diversas vezes, na campanha de 2002, depois de recepções noturnas na casa de correligionários, Lula voltava ao hotel alterado pela bebida. Em uma dessas ocasiões, ele tirou os sapatos e se deitou em um sofá no hall do hotel. "Hoje, o Lula bebe muito menos do que bebeu em toda a sua vida adulta. Mas não precisa de ninguém para vigiá-lo ou para lhe dizer que não se exceda nas doses. Ele tem autocontrole", garante um dos mais antigos auxiliares do presidente.
A bebida nunca foi estranha à vida de Lula. Sua avó materna, dona Otília, tomava porres homéricos. Ficava quatro ou cinco meses sem colocar uma gota de álcool na boca, mas, de repente, punha-se a beber até cair. "Quantas vezes meus irmãos tiveram de pegar ela dormindo no meio do mato, na estrada, na beira do asfalto... Coitadinha. Não sei por que razão ela bebia. Mas bebia muito, muito", contou Lula em depoimento à jornalista Denise Paraná, autora do livro Lula – O Filho do Brasil, um retrato magistral da trajetória política, pessoal e familiar do presidente. O pai de Lula, Aristides, era abstêmio enquanto vivia no sertão nordestino, mas depois que migrou para São Paulo passou a beber de forma descontrolada. Batia nos filhos quando estava alcoolizado. Em Lula – O Filho do Brasil, um irmão do presidente, Genival Inácio da Silva, o Vavá, diz o seguinte: "Meu pai bebia sempre. Tomava pinga. Depois passou para o conhaque, que era melhor. Depois passou para a cerveja, que era melhor. Se ele pudesse beber cinqüenta pingas, ele bebia. Ele não tinha controle. Chegava em casa de fogo". Jaime, outro irmão de Lula, também teve problemas com alcoolismo.
Em sua militância em São Bernardo do Campo, como o próprio Lula já contou, a bebida também aparecia com freqüência. No sindicato dos metalúrgicos, costumava receber os amigos com "um cafezinho" ou "uma cachacinha". De tanto se falar em cachaça ou pinga, produziu-se o equívoco de que Lula gosta de aguardente. Não é verdade. Assim como o presidente Jacques Chirac, um francês que não gosta de vinho, Lula é um brasileiro que não é muito dado à cachaça. Prefere uísque. Da marca Logan. Por coincidência, a predileta do ex-presidente Fernando Collor. Quase todos os dias, quando chega ao Palácio da Alvorada depois do trabalho, Lula descarrega as tensões com uma ou duas doses de uísque. Nas ocasiões em que bebe um pouco mais que o habitual, o presidente fica mais emotivo do que em seu estado natural. Raramente, porém, se deixa vencer pela bebida. "Não fui eleito para santo", disse, ao tomar café-da-manhã na quarta-feira com líderes da base aliada na Câmara. À noite, em jantar com políticos do PL, partido do vice-presidente José Alencar, bebericou uísque, mas não passou da primeira dose.
Não é de esperar que Lula tenha com a bebida a mesma conturbada relação que teve com a garrafa seu colega americano. George W. Bush foi alcoólatra. Recuperado, não belisca um copo há vinte anos. "Se tivesse continuado a beber, a essa hora estaria não aqui com vocês, no Salão Oval da Casa Branca, mas em algum bar do Texas sem saber o que fazer depois", disse Bush a um grupo de deputados que o visitou no fim do ano passado. Lula teve mais sorte que Bush. Nunca foi alcoólatra e chegou ao Palácio do Planalto sem ter de se tornar abstêmio. O mais certo é que termine o mandato sem se ver forçado a abandonar suas doses de uísque e suas cigarrilhas holandesas que tanto conforto lhe dão. Que continue fazendo bom proveito.

"Minhas fontes foram FolhaEstado e Globo"
O governo me chamou de "fonte sem confiabilidade". Foi o maior elogio que já recebi. Vou emoldurar e pendurar na parede. Imagine se eu fosse considerado um "homem de confiança" do governo. Eu mudaria de profissão. O único problema é que não sou uma fonte do New York Times. O correspondente do jornal não falou comigo. Apenas citou um artigo que publiquei em VEJA cerca de dois meses atrás.
Nesse artigo, eu mencionava algumas ocasiões públicas em que Lula apareceu com um copo de bebida na mão. Colhi as informações nas páginas de 
Folha, Estado e Globo. Esses jornais foram minhas fontes. Conseqüentemente, foram também as fontes do New York Times.
Além de pouco confiável, fui retratado como agitador a soldo dos americanos. O Jornal Nacional mostrou vinhetas de Chico Caruso em que apareço na redação carioca doNew York Times fabricando notícias contra Lula para acobertar as torturas de Bush dos prisioneiros no Iraque. Quando meus protetores americanos conquistarem o país, minha primeira providência será expulsar Chico Caruso.
Diogo Mainardi


Eles também expulsaram jornalistas
"A imprensa é a vista da nação. Por ela é que a nação acompanha o que lhe passa ao perto e ao longe, enxerga o que lhe malfazem, devassa o que lhe ocultam e tramam, colhe o que sonegam ou roubam, percebe onde lhe alvejam ou nodoam, mede o que lhe cerceiam ou destroem, vela pelo que lhe interessa, e se acautela do que a ameaça." A frase de Rui Barbosa explica por que faz parte do manual básico dos ditadores cercear a liberdade de expressão e de imprensa – é dessa forma que eles tentam tapar os olhos dos cidadãos. E, quando não basta calar os jornalistas de seu próprio país, os tiranos expulsam correspondentes estrangeiros que reportam lá fora o que não lhes interessa que o mundo saiba. Em 1970, por exemplo, no governo do general Emílio Garrastazu Médici, o jornalista francês François Pelou, que chefiava a sucursal da agência France Presse no Rio de Janeiro, viu-se obrigado a sair do Brasil por ter noticiado as condições impostas pelos seqüestradores esquerdistas do embaixador suíço Giovanni Bucher. Médici figura ao lado do chileno Augusto Pinochet e do aiatolá iraniano Khomeini, entre as mais de duas dezenas de personalidades sinistras que expulsaram jornalistas estrangeiros do território de seu país nos últimos 35 anos.
Ditadores também podem lançar mão de outros métodos para livrar-se de correspondentes. É o caso do cubano Fidel Castro, que costuma infernizar a vida dos repórteres forasteiros que ousam incomodá-lo além da conta. Em todas as ditaduras, não importam a latitude ou a coloração política, o argumento para expelir jornalistas estrangeiros é sempre o mesmo: o profissional foi "irresponsável" ao dar esta ou aquela notícia ou promoveu "um ataque à soberania do país" ao descrever de maneira pouco agradável o ditador em questão. Infelizmente, as semelhanças com as palavras dos comissários de Lula, para justificar a cassação do visto do correspondente americano Larry Rohter, são mais do que uma coincidência. Revelam um viés autoritário de um governo eleito de forma democrática – viés que causou uma nódoa incancelável, independentemente do desfecho do episódio.

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