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Código Florestal Brasileiro

Resposta do relator do novo Código Florestal, *Aldo Rebelo, as críticas da Leitoa da Grobo

Produtividade inativa - Miriam Leitão fala de "61 mil hectares de área já desmatada de alta e média produtividade agrícola e que não está sendo usada", quando deveria dizer 61 milhões, erro que pode ser atribuído, talvez, ao desconhecimento da jornalista sobre o valor do hectare (10.000 m²). Aguardo com ansiedade o suposto estudo de "especialistas da USP" que vai nos revelar essa medida cabalística de produtividade em terra nativa...Espero que tal eldorado verde não sejam, obviamente, pastagens degradadas.

Caricatura e realidade - A possibilidade de um brasileiro ser preso por tirar uma minhoca da terra está prevista na lei n.º 9.605, de 1998 e no decreto n.º 6.514, de 2008. O que Miriam chama de caricatura em minhas citações é uma fotografia da realidade: o lavrador Josias Francisco dos Anjos foi cercado a tiros pela Polícia Florestal e preso por raspar a casca de uma árvore medicinal na beira do córrego Pindaíba, em Planaltina, perto de Brasília. Josias usava raspas do caule para fazer chá para sua mulher vítima da doença de Chagas. Foi algemado e encarcerado na delegacia. Por essa e outras, o jurista e ex-ministro da Justiça Miguel Reale Jr. classificou a lei ambiental do Brasil como "um desastre. É a legislação mais envergonhante do Direito brasileiro. Eu a chamei de a lei hedionda dos crimes ambientais´". E deu um exemplo tão burlesco quanto perturbador: "Se você escorrega e amassa a begônia do jardim do vizinho é crime."

Mudanças alopradas na lei - O Código Florestal não tem 50 anos. Foi promulgado há 77, em 1934, reformado em 1965 e sucessivamente adulterado por decretos, leis, medidas provisórias, portarias, resoluções da burocracia ambientalista encastelada no Estado. Boa parte dos produtores rurais foi posta na ilegalidade por supostos crimes cometidos antes da tipificação. A reserva legal de 80% na zona de floresta da Amazônia, por exemplo, é de 2000, mas antes disso o próprio Estado incentivava o pequeno lavrador que ele próprio levava como colono a derrubar a mata para ter direito ao lote e acesso a crédito. Com a mudança na lei, virou delinquente.

Audiências pluralistas - Soa como insulto desqualificar as 64 audiências públicas que realizamos. Foram ouvidas todas as correntes de opinião. Grupos como o Greenpeace foram a quase todas e falaram à vontade. Aliás, em matéria de pluralismo, o artigo de Miriam Leitão é um caso acabado de uniopinião: ouviu um pesquisador do Imazon, contra meu projeto, evidentemente. Tal ONG é financiada por organizações como Fundação Ford, WWF-Usaid, Banco Mundial e Comissão Européia/Joint Research Center. Daí minha insistência em apontar a relação comercial e geopolítica entre essas entidades e os interesses econômicos que movem os Estados.

O papel dos militares - Não me cabe convencer a ninguém de que a versão do código de 1965 correspondeu a uma "obsessão radical do governo militar". A reforma do Código de 1934, que gerou a lei n.º 4.771, de 15 de setembro de 1965, não foi uma iniciativa dos militares, mas da presidência democrática de João Goulart. Com base em propostas formuladas desde 1950, o governo do primeiro-ministro Tancredo Neves encaminhou o projeto ao Congresso em 1962. Para a aprovação da lei em 1965, não havia, naturalmente, conluio entre  caserna e ONGs, que são um produto contemporâneo da globalização e do neoliberalismo com a pretensão de ao menos influir nas decisões dos Estados nacionais. Para os militares, a pior poluição era pobreza, e daí se inferem suas preocupações ambientais.

Terra não é problema - Não defendo o desmatamento de terras virgens para uso da agropecuária. A Confederação Nacional da Agricultura é que diz defender o "desmatamento zero", com o que não concordo completamente, pois há Estados do Nordeste com porções de Cerrado que podem ser exploradas de forma sustentável para a produção de alimentos. Fixei em meu projeto uma moratória de cinco anos, que corresponderia ao período estabelecido para a regularização das propriedades postas fora da lei. Mas há pressões, até do Executivo, para que esta salvaguarda seja retirada. O problema é impedir o agricultor de usar a terra que tem e está diminuindo. Os censos do IBGE registram que entre 1996 e 2006 foram expropriados da agropecuária 23,7 milhões de hectares.

Anistia é para erro - Quando a redatora afirma que "o erro principal da mudança do Código Florestal é se basear na tese de que é preciso anistiar o que foi feito errado" segue o padrão de não saber o que diz. À situação dos agricultores aplica-se o chiste do Barão de Itararé: "Anistia é um ato pelo qual os governos resolvem perdoar generosamente as injustiças e os crimes que eles mesmos cometeram." Ademais, meu projeto não inventou anistia alguma. Ela foi concebida e concedida pelo governo do presidente Lula e seu ministro ambientalista Carlos Minc, pelo decreto n.º 7029, de 10 de dezembro de 2009, promulgado sem nenhum debate.   

Massacre dos 5 ha - Metade das propriedades do nordeste tem até 5 hectares, e apenas 0,6% da área com APP e Reserva Legal. Miriam e seus aliados querem confiscar 20% desse espaço para Reserva Legal e se um riachinho cruzar a propriedade (30 metros de mata ciliar de cada lado) mais 60% da área. Ao infeliz restaria quase nada para cultivar e sobreviver. Comigo, não, senhora jornalista.
 *Aldo Rebelo é deputado federal  e relator do Novo Código Florestal 

As vendas de máquinas agrícolas sinalizam euforia dos produtores rurais

O Estado de S.Paulo

O ritmo das vendas no atacado de máquinas agrícolas automotrizes superou, em agosto, o de autoveículos, indicando aumento dos investimentos no plantio e colheita de grãos. Mostrou, ainda, a reação dos produtores brasileiros à frustração de safras em países afetados por graves problemas climáticos, como a Rússia e a Argentina.
No mês passado, segundo os dados da associação das montadoras (Anfavea), as vendas internas de máquinas agrícolas cresceram 1,6% sobre julho e 29,4% sobre agosto de 2009. Entre os primeiros oito meses de 2009 e 2010, a alta foi de 45,7%. Os dados de produção, que incluem as exportações, foram ainda maiores: 8.565 unidades de tratores, cultivadores, colheitadeiras e retroescavadeiras foram fabricadas no mês e 60.921, no ano, com crescimento de 53,5% em relação a igual período de 2009.
Além da produção e das vendas, o aumento no emprego no setor de máquinas automotrizes, de 2,9%, no mês, e de 26,5%, em relação a agosto de 2009, ocorreu em porcentuais mais elevados que os das montadoras de autoveículos (0,7% e 10,3%, respectivamente).
Em agosto a produção total da indústria automotiva atingiu 329,1 mil veículos, com aumento de 3,4%, em relação a julho, e de 11,5%, em relação a agosto de 2009. Comparando os meses de janeiro a agosto dos dois períodos, o crescimento da produção foi ainda mais acelerado (+17,5%), mas também é reflexo do desempenho insatisfatório do primeiro semestre de 2009. As vendas alcançaram 312,8 mil unidades, no mês passado, e somaram 2,19 milhões, entre janeiro e agosto. O presidente da Anfavea, Cledorvino Belini, projeta vendas de cerca de 300 mil unidades/mês até dezembro, estimuladas pela confiança dos consumidores.
Boas condições de financiamento e o ingresso de novos consumidores que ascenderam à classe C são os principais fatores que contribuíram para o aquecimento do mercado interno. Mas os consumidores também foram beneficiados pela concorrência dos importados. Os licenciamentos de veículos nacionais aumentaram 5,7% entre 2009 e 2010, mas as importações cresceram 35,8% – chegando a 394 mil unidades em oito meses. A participação dos importados nas vendas internas foi de 15,6% para 18%.
Mais difícil será, em 2011, manter o ritmo de crescimento deste ano, cujos números foram ajudados pela liberalidade fiscal e monetária em ano eleitoral e pelo desafio de manter o crescimento das exportações, beneficiadas, estatisticamente, pela comparação com 2009.

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Serra retoma o discurso do medo

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A platéia de empresários reunida pelo LIDE (Grupo de Líderes Empresariais) era a ideal e sensível ao tema. O candidato sabia da presença da imprensa, sempre tão favorável a ele e a propagar suas ameaças. Nesse cenário, o presidenciável José Serra (PSDB-DEM-PPS) aproveitou. Retomou o tema de campanha de acenar com o medo e o terror. Na palestra, falou do MST e recorreu ao fantasma das ocupações de terra. Disse que no governo Dilma Rousseff elas poderão se intensificar. Sua previsão-ameaça está furada, é insustentável porque, na verdade, os avanços imprimidos pelo governo Lula nos programas sociais, na reforma agrária, na agricultura familiar e, particularmente, na criação de empregos diminuíram as ocupações e os conflitos de terra. Continua>>>

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Questão florestal


Um dos mais polêmicos projetos em curso na Câmara Federal é o que objetiva instituir o novo Código Florestal, no sentido de atualizar a normatização em vigor, bastante criticada por ser um emaranhado de leis, medidas provisórias e decretos criados, desde 1965, por municípios, Estados e União Federal. Segundo o relator do projeto, deputado federal Aldo Rebelo (PC do B-SP), ele tem como finalidade atender às reivindicações dos pequenos produtores, fornecer regulamentação adequada às áreas destinadas a atividades rurais e, em amplo sentido, consolidar regras para evitar o desmatamento desordenado e o crescente processo de degradação ambiental.



O que pareceria ir, de princípio, ao encontro das metas ambicionadas pela maioria dos ambientalistas, vem causando, pelo contrário, uma série de protestos. Os opositores das mudanças preconizam que elas poderão ocasionar a versão rural da guerra fiscal entre os Estados, com implicações relacionadas, sobretudo, aos setores da indústria e dos serviços. Um dos senões apontados diz respeito à limitação do poder do governo federal na formulação da legislação ambiental, no tocante à definição das Áreas de Proteção Permanente (APPs), que teriam sua extensão passível de ser reduzida em até 50%.



O texto em tramitação delega a Estados e municípios a prerrogativa de fixar os limites das APPs, as quais equivalem a 20% do território brasileiro. Essas áreas são protegidas por lei federal, inclusive nas cidades, mas mesmo assim as disposições legais não têm conseguido surtir efeitos positivos quanto ao declarado propósito de deter a deterioração do ambiente, tanto no campo como nas áreas urbanas. Ressalte-se que referidos espaços territoriais, não por pura coincidência, são considerados áreas de risco pela Defesa Civil, em decorrência da instabilidade climática e sujeita a intempéries que neles se faz presente.



Tornou-se, igualmente, um item polêmico, a pretensão de retirar dos pequenos proprietários a obrigatoriedade de recompor as áreas de reserva legal, que variam de 20% a 80% do total de cada propriedade, conforme a região do País na qual elas se localizam. Argumenta-se, também, que o poder estadual seria mais maleável aos interesses econômicos locais.



Alega-se que o malefício maior, no caso das mudanças em pauta, residiria na possibilidade de atos oportunistas de corrupção, tantas vezes possibilitados por brechas em prescrições legais passíveis de dúbias interpretações. Desse modo, as propostas para o Código Florestal não devem dar margem a dúvidas, nem a problemas difíceis de serem posteriormente administrados, e atendam ao objetivo de conciliar o desenvolvimento econômico com a conservação da natureza.



A questão florestal está intrinsecamente ligada à produção de alimentos. Segundo a Organização das Nações Unidas, o mundo precisa aumentar a oferta de alimentos e os únicos continentes com espaços cultiváveis ainda disponíveis são a América Latina e a África. Acontece que, no Brasil, a maior parte desse espaço livre é constituído de florestas que não podem ser usadas pela agricultura. Por isso, o Código precisa ser atualizado diante dessa nova realidade, sob pena de o País perder oportunidades econômicas e ainda receber ameaças ditadas pela carência internacional de comida.

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Contag recomenda a seus filiados o voto em Dilma

A Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag) entrega hoje um plano de diretrizes para a candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, cobrando, especialmente, a implantação do índice de produtividade para reforma agrária. Vai também recomendar a todos os seus filiados o voto em Dilma – tanto que sequer vai se reunir com os outros dois presidenciáveis (o tucano José Serra e a verde Marina Silva). O apoio político é uma tentativa de manter a porta aberta com o governo federal: durante os oito anos do governo Luiz Inácio Lula da Silva, a Contag teve mais trânsito no Planalto que o MST.
O presidente da Contag, Alberto Brock, reconhece o bom diálogo com a União, mas adianta que a entidade quer manter a independência em um eventual governo Dilma. “Nosso relacionamento com o presidente Lula não foi 100%. Temos pendências, como o índice de produtividade, e vitórias, como a valorização da agricultura familiar”, acrescentou.
No evento de hoje, Dilma receberá o apoio de 600 lideranças ligadas à Contag e visitará as dependências da confederação. A expectativa é de que as propostas apresentadas pela categoria sejam incluídas no programa de governo da petista. Além da implantação do índice de produtividade – promessa feita pelo governo Lula mas que não foi cumprida – os representantes da Contag defendem uma política mais incisiva para garantir o trabalho no campo, a inclusão social dos trabalhadores não atendidos pelos atuais programas do governo federal e uma melhoria no Programa de Aquisição de Alimentos, um dos principais garantidores de renda para os pequenos agricultores familiares.
Brock não quis entrar na polêmica sobre a preferência do governo à Contag, em detrimento ao MST. Procurada pelo Valor, a assessoria do MST disse que “não pediu nenhum encontro com os presidenciáveis”. E apresentou uma extensa plataforma política para o setor, que passa pela limitação das grandes propriedades rurais e a obrigatoriedade de que as terras agricultáveis do país estejam nas mãos de brasileiros, dentre outros.
Um petista que participa da coordenação de campanha de Dilma acha difícil que o MST peça um encontro com a candidata. “Eles vão querer manter uma postura mais independente”, disse. Na verdade, um distanciamento maior do MST é tudo o que Lula e Dilma sonham, apesar do programa de governo da petista apresentado ao TSE ter defendido que, em caso de invasões, o fazendeiro deva negociar antes de pedir a reintegração de posse.
A avaliação do governo é de que o MST traz mais problemas do que dividendos políticos. As ações polêmicas do movimento, como os ataques a pedágios e a destruição de uma parte dos 200 mil pés de laranja de fazenda da Cutrale, no interior de São Paulo, levaram o Executivo Federal a afastar-se do movimento.
No fim de semana, em entrevista à Reuters, o coordenador do MST, João Pedro Stédile, afirmou que os sem-terra vão votar em Dilma para presidente. Acrescentou ainda que em um eventual governo da petista aumentará o ritmo de invasões de terras e que, se José Serra sair vitorioso, haverá um natural aumento da tensão no campo, “pois ele representa a vitória do agronegócio e uma derrota dos movimentos sociais”.

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Brasil - Bem na foto

Celso Ming

celso.ming@grupoestado.com.br
Já passamos da metade do ano e, do ponto de vista da economia, dá para dizer que o Brasil vai bem, melhor do que esperava há seis meses e ainda melhor do que tantos outros países por aí.
O ano vai contabilizando um crescimento econômico (avanço do PIB) superior a 7%, com uma boa distribuição entre os setores. Desta vez, não é só a agricultura e a mineração que estão dando conta do recado. A indústria não tem do que se queixar, avança quase 12%; a construção civil menos ainda porque sobra financiamento e o restante do setor de serviços mostra boa saúde (veja tabela).
Não passa um dia sem que algum jornal importante do exterior não publique matéria em que dá conta de que alguns países emergentes, entre eles o Brasil, vão tendo, em 2010, um excelente desempenho. Enquanto isso, os países ricos amargam ou uma recessão ou um crescimento pífio, com um momento ruim para a criação de empregos. Nos Estados Unidos, 9,7% dos trabalhadores estão desempregados; na área do euro são 10,1%, enquanto no Brasil são 7,5%.
Não dá para esconder que esse salto no crescimento econômico vem queimando algum óleo a ponto de elevar o risco de prejudicar o motor. São dois os problemas. O primeiro deles é a falta de sustentação desse ritmo. A margem de ociosidade das máquinas está se estreitando, advertindo que, apesar dos melhores resultados deste ano, falta investimento.
O segundo problema é que esse desempenho não é totalmente “natural”. Ele se baseia no crescimento excessivo do consumo das famílias (de 12% ao ano), que, por sua vez, tem a ver com o forte aumento das despesas públicas, de 19,3% no primeiro trimestre deste ano, que é parte importante do governo neste período eleitoral.
E, quando cresce acima da capacidade de oferta da economia, o consumo desemboca no que todos já sabem: na inflação. Para 2010, a meta é de 4,5% e, no entanto, as projeções para este ano são de uma inflação de 5,6%, mais de um ponto porcentual acima do estipulado.
Se quiser conservar a iniciativa neste período de final de mandato, o governo terá forçosamente de agir para desacelerar a atividade econômica. O Banco Central já vem atuando com a calibragem da política monetária (alta dos juros). Mas, desta vez, vai ser preciso ir mais longe. A política fiscal poderá trabalhar já não mais para ganhar as eleições, mas para realinhar as despesas públicas às novas exigências da política econômica. Hoje não há nenhuma indicação sobre quando e em que proporção isso será feito.
Outra área em que o governo federal poderá atuar é no crédito, que está crescendo uma enormidade, nada menos que 18% ao ano. O segmento dos financiamentos para pessoas físicas vem se expandindo a 33%. O Banco Central começou o processo de aumento dos recolhimentos compulsórios por parte dos bancos. Não é um fator que vai inverter o processo, mas não deixa de ser a emissão de um sinal.
Em suma, para um final de mandato, a economia do Brasil continua bem na foto, embora imperiosamente necessitada de ajustes. Se eles não forem feitos, o risco de que a casa se desorganize aumenta muito.

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Marco Antônio Leite disse...

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu nesta segunda-feira os pobres e voltou a criticar a mídia e seus antecessores na política. 
"Alguns setores da imprensa não vêem e não enxergam ou não querem ver ou não querem enxergar, mas em muitos casos deste país está havendo um êxodo ao contrário. Pessoas da cidade estão voltando para o campo. Isso porque nós temos uma grande política de financiamento para a agricultura familiar. Temos uma grande política de assentamento de 570 mil famílias no campo. Isso porque o governo federal compra parte dos alimentos, os pequenos produzem e porque levamos luz elétrica para 12 milhões de brasileiros que moram no meio do mato", disse Lula. 

Ele participou hoje da cerimônia de abertura da 5ª Sessão do Fórum Urbano Mundial - O Direito à Cidade: Unindo o Urbano Dividido. 
O evento, segundo a Prefeitura do Rio, reúne 15 mil participantes de 160 países. Segundo reportagem da Folha, o presidente tem se queixado do que classifica de "atitude agressiva" de alguns setores da mídia e avalia nomear um ministro das Comunicações com "capacidade de interlocução" com a mídia. 

A relação de Lula com a imprensa desde que chegou ao poder nunca foi amistosa. Ele costuma dizer que não lê jornais e chegou a afirmar que o "papel da imprensa não é o de fiscalizar, e sim de informar". 

Na semana retrasada, ele disse que, "neste país, eles [empresários da mídia] não estavam acostumados a ter um presidente da República que não precisa almoçar com eles, jantar com eles e tomar café com eles para governar este país".

Hoje, durante o evento no Rio, o presidente afirmou ainda que o Brasil está vivendo um momento da história em que é possível construir um novo país, uma nova política urbana para os países em desenvolvimento. 

"E possível construir sem precisar criticar o que aconteceu antes de nós. Eu digo sempre que o século 21 é o século que o administrador público tem que ter duas coisas fazer. A primeira é projetar uma cidade com melhor qualidade de vida e a segunda é fazer a reparação dos desmandos causados por muitos administradores do século 20, que permitiram que o país e muitas cidades no Brasil e no mundo se transformassem numa grande favela." 

Lula também voltou a defender os mais pobres. 
"A coisa mais barata e a coisa mais simples que um governo tem que fazer é cuidar da parte mais pobre da população."

Plano safra 2009/2010

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva lançou o plano safra da agricultura familiar 2009/2010 - um investimento de R$ 15 bilhões. Acompanhado de sete ministros, além da ministra Dilma Rousseff. Lula recomendou que a população brasileira, nas eleições do próximo ano, eleja quem tem compromisso com o país.

- Daqui a um ano vai ter eleição. É a hora do povo fazer a mudança, melhorar, aprimorar, tirar quem não tem compromisso com este país e colocar as pessoas com compromisso. Essa é uma coisa que temos que debater, porque, se cada um ficar dizendo: "ah, eleição não é comigo, eu não tenho partido, não me meto nisso", se todo mundo ficar dizendo isso, já sabemos o resultado - disse Lula num auditório com cerca de duas mil pessoas

O presidente também afirmou não ser possível atender a todas as demandas da sociedade, mas disse que todos os setores foram recebidos e ouvidos. Disse que os movimentos sociais "por mais sectário que fosse ou por mais democrático que fosse, por mais amigo ou por mais adversário do governo" sempre tiveram acesso ao governo.

- O que é importante é que estamos criando um novo paradigma na relação Estado-sociedade. Isso vocês não podem perder nunca. Não podem permitir que volte neste país alguém a governar, que uma simples marcha de prefeitos é uma afronta, que não se atende um reitor de uma universidade, porque ele vai reivindicar, que não se atende os movimentos sociais porque eles vão reivindicar demais e vão falar mal do governo - afirmou.