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Brasil e Turquia pressionam os States

Plano boicota proposta dos EUA no Conselho de Segurança

Brasil e Turquia confrontaram a decisão dos EUA e do grupo de potências de imporem sanções ao Irã, ignorando o acordo nuclear trilateral firmado sábado. 



Em carta aos 15 membros do Conselho de Segurança da ONU, os ministros de Relações Exteriores do Brasil e da Turquia exortam-nos a não endossarem o plano americano dando uma chance às negociações e evitando medidas prejudiciais a uma solução pacífica.


Ainda tem panaca que diz: "A política econômica do governo Lula é igual a de FHC", e pergunará... O que tem a ver política externa com economia?...
Vou nem responder.  

O THE GUARDIAN E A SABUJA IMPRENSA BRASILEIRA

No The Guardian, a dignidade que falta à midia aqui

O jornal inglês The Guardian (aqui, o original, em inglês) mostra hoje como é sabuja a grande imprensa brasileira, atrás de seu palavrório. Duvido que qualquer jornal brasileiro tenha tido a altivez de escrever, com todas as letras, o que diz um dos mais importantes jornais da Inglaterra:


“a proposta de resolução (promovida pelos EUA) pode ser interpretada como uma bofetada das grandes potências nos esforços de negociação de outros países. Mas, em um mundo multipolar, Barack Obama não pode simplesmente fazer isso.”


“A Turquia está emergindo como uma importante potência diplomática no Oriente Médio. Turquia e Brasil, o outro mediador do acordo, são membros não-permanentes do Conselho de Segurança e signatários do tratado de não-proliferação. O Japão, igualmente, compartilha o comprometimento de encontrar uma solução diplomática neste impasse com o Irã. Juntas, essas nações assumiram o papel de mediadores honestos abandonados pela Grã-Bretanha, a França e a Alemanha.”


O Wall Stret Journal, mesmo sendo um dos maiores defensores do império, reconhece:
“”O duplo constrangimento é que os EUA incentivaram a diplomacia de Lula como uma maneira de angariar apoio para uma resolução de sanções na ONU. Em vez disso, Lula usou a abertura para triangular sua própria solução diplomática. Assim, em vez de EUA e Europa colocarem o Irã contra a parede, foi Ahmadinejad quem colocou Obama no canto.”


O jornal dos “falcões” incita abertamente à guerra: “”Israel terá de considerar seriamente suas opções militares. Tal confrontação é muito mais provável hoje graças ao presidente americano, cujo principal sucesso diplomático foi convencer os vilões de que lhe falta determinação para conter suas ambições destrutivas.”


Está claríssimo. Quem quer a escalada do impasse e das sanções não quer outra coisa senão a guerra.

A SINTONIA ENTRE FALCÕES E TUCANOS


A atabalhoada reação norte-americana ao acordo com o Irã, negando uma proposta que há seis meses vocalizava como imperativo da paz, demonstra que a prioridade da Casa Branca não é, nunca foi, conter a proliferação nuclear no Oriente Médio. O objetivo agora explícito dos EUA, ao preconizar uma escalada de sanções que incluem a interceptação de navios iranianos em alto mar e a devassa no Banco Central do país,  é a rendição incondicional de Teerã à hegemonia  dos EUA e a de seus aliados  na região. A paz é secundária nesse jogo de xadrez em que Washington só aceita o xeque-mate a seu favor. O termo 'rendição incondicional' foi apropriadamente utilizado pela arguta analista da Folha, Claudia Antunes, para descrever a estratégia de guerra embutida no vocabulário da paz expressa nos movimentos públicos e reservados de Obama e da secretaria Hillary Clinton nos últimos dias. Obama ligou para Medvedev e tentou catequizá-lo por uma hora e 30 minutos para sabotar a iniciativa brasileira pouco antes do desembarque de Lula em Moscou. Fez o mesmo com o principado do Qatar, horas antes da chegada da comitiva brasileira. Desnuda-se à opinião pública mundial que o Departamento de Estado norte-americano opera para derrubar governo iraniano, sendo o Tratado de Não Proliferação Nuclear mero adereço de mão desse desfile bélico. As  'armas de destruição em massa' cumpriram o mesmo papel na pavimentação do ataque desastrado ao Iraque que jogou os EUA em um novo atoleiro no Oriente Médio. O desenlace desta vez  --se 'bem sucedido', o que é a cada dia mais controverso-- seria  possivelmente instalar em Teerã um regime da estrita confiança de Washington, a exemplo das notáveis 'democracias' reinantes na 'liberal' Arábia Saudita ou no Qatar, por exemplo. É a sintonia sabuja com essa lógica de isolamento e golpe que o candidato da coalizão demotucana, José Serra, expressou recentemente em entrevista à RBS, ao dizer: " 'Eu não receberia, nem visitaria Ahmadinejad'. A subserviência soa como música aos ouvidos dos falcões de Washington. Fica claro, porém, em mais esse aspecto, que o Brasil de hoje não é o de ontem; e Serra não é, nunca foi, nem poderia ser um continuador da política de Lula, internamente, ou no cenário internacional.
Carta Maior e o confronto entre dois projetos de país e de soberania

New York Times diz que o Irã engabelou o Lula. Ele não conhece o Lula


Navalha
Esse pessoal não conhece o Lula.
Esse pessoal não conhece o Brasil.
Esse pessoal pensa que o Brasil ainda é “pequenininho”, como diz a Dilma: o Brasil do Governo FHC/Serra.
Essa história de que o mundo gira em torno do umbigo dos Estados Unidos e do New York Times acabou.
O Brasil não precisa mais do FMI.
O FMI precisa do Brasil.
Essa história de ser “pequenininho” também acabou.
O Brasil está no jogo para ficar.
Ainda mais esse jogo, o jogo nuclear.
Só três países do mundo tem urânio e beneficiam o urânio: os Estados Unidos, a Rússia e o Brasil.
E o Irã engabelou o Lula.
Tá legal.

“Opinion”, Le Monde, Paris


Tradução de Caia Fittipaldi

O Sul emergente já aparecera antes, em cena que provocou frisson e alarido no palco internacional, em domínios do meio ambiente e do comércio. Essa semana, inaugura nova etapa, importante sinal de o quanto aumenta o poder desses países.
Ei-los ativos em terreno que, até agora, permanecia como quase-monopólio das tradicionais “grandes potências”: a proliferação nuclear no Oriente Médio – ou, em resumo, a relação de forças numa região-chave para Europa e Estados Unidos.
Os livros de História guardarão a data – 2ª-feira, 17 de maio –, em que Brasil e Turquia apresentaram à ONU acordo negociado com Teerã, sobre uma das facetas da questão nuclear iraniana.
Pense-se o que se pensar sobre o texto que resultou dessa mediação turco-brasileira, a própria mediação, em estratégia de mostrar fato consumado – não foi mediação solicitada –, muda consideravelmente o quadro mundial. Ela quebra de facto o domínio até agora reservado aos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU: China, EUA, França, Grã-Bretanha e Rússia.
Endereçada exatamente a esses, a mensagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do primeiro-ministro Recep Tayyip Erdogan é clara: nem pensem, em 2010, em porem-se a reinar só vocês, sobre uma ordem internacional na qual o peso das nações evolui a favor de países como os nossos (o Sul emergente estende-se do Egito à África do Sul, da Nigéria à Indonésia).
AMBIÇÕES POLÍTICAS LEGÍTIMAS
Para os que ainda não entenderam: Brasil e Turquia, segunda-feira passada, puseram os pontos nos “is”. São membros, sim, do grupo dito “5 +1”, ou “os Cinco” que, na ONU, discute a questão nuclear iraniana.
O grupo é constituído dos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança acima citados, mais a Alemanha. Os cinco países acusam o Irã de descumprir compromissos internacionais e de ignorar várias Resoluções da ONU. Suspeitam que Teerã mantenha um programa de enriquecimento de urânio que parece ter uma única finalidade: militar.
As ambições políticas dos países do Sul são legítimas. Têm de ser acolhidas positivamente. Mas, no caso do dossiê iraniano, a desconfiança dos Cinco tem fundamento. Evidentemente, todos saudaram a iniciativa turco-brasileira como “um passo na direção certa”.
Simultaneamente, para marcar a desconfiança quanto à substância do acordo anunciado em Teerã, os Cinco já avisaram, na 3ª-feira, que manterão a pressão sobre o Irã. Trabalham agora num projeto de Resolução que prevê novas sanções contra a República Islâmica.
Têm razão. O documento turco-brasileiro propõe que uma parte – apenas uma parte – do urânio iraniano seja armazenada no exterior, em troca de combustível enriquecido só aproveitável para uso civil. Assim, não se impede o Irã de produzir o urânio mais potente de que carece para produzir arma nuclear.
Os iranianos já disseram, ontem: não pensam em suspender seu próprio programa de enriquecimento de urânio… Têm razão, pois, os Cinco, que exigem mais.

Não verás Lula nenhum


Em linhas gerais, Luís Fernando Veríssimo disse, em artigo recente, que as gerações futuras de historiadores terão enorme dificuldade para compreender a razão de, no presente que se apresenta, um presidente da República tão popular como Luiz Inácio Lula da Silva ser alvo de uma campanha permanente de oposição e desconstrução por parte da mídia brasileira. Em suma, Veríssimo colocou em perspectiva histórica uma questão que, distante no tempo, contará com a vantagem de poder ser discutida a frio, mas nem por isso deixará de ser, talvez, o ponto de análise mais intrigante da vida política do Brasil da primeira década do século XXI.


A reação da velha mídia nativa ao acordo nuclear do Irã, costurado pelas diplomacias brasileira e turca chega a ser cômica, mas revela, antes de tudo, o despreparo da classe dirigente brasileira em interpretar o força histórica do momento e suas conseqüências para a  consolidação daquilo que se anuncia, finalmente, como civilização brasileira. O claro ressentimento da velha guarda midiática com o sucesso de Lula e do ministro Celso Amorim, das Relações Exteriores, deixou de ser um fenômeno de ocasião, até então norteado por opções ideológicas, para descambar na inveja pura, quando não naquilo que sempre foi: um ódio de classe cada vez menos disfarçado, fruto de uma incompreensão histórica que só pode ser justificada pelo distanciamento dos donos da mídia em relação ao mundo real, e da disponibilidade quase infinita de seus jornalistas para fazer, literalmente, qualquer trabalho que lhe mandarem os chefes e patrões, na vã esperança de um dia ser igual a eles.


Assim, enquanto a imprensa mundial se dedica a decodificar as engrenagens e circunstâncias que fizeram de Lula o mais importante líder mundial desse final de década, a imprensa brasileira se debate em como destituí-lo de toda glória, de reduzi-lo a um analfabeto funcional premiado pela sorte, a um manipulador de massas movido por programas de bolsas e incentivos, a um demagogo de fala mansa que esconde pretensões autoritárias disfarçadas, aqui e ali, de boas intenções populares. Tenta, portanto, converter a verdade atual em  mentiras de registro, a apagar a memória nacional sobre o presidente, como se fosse possível enganar o futuro com notícias de jornal.


Destituídos de poder e credibilidade, os barões dessa mídia decadente e anciã se lançaram nessa missão suicida quando poderiam, simplesmente, ter se dedicado a fazer bom jornalismo, crítico e construtivo. Têm dinheiro e pessoal qualificado para tal. Ao invés disso, dedicaram-se a escrever para si mesmos, a se retroalimentar de preconceitos e maledicências, a pintarem o mundo a partir da imagem projetada pela classe média brasileira, uma gente quase que integralmente iletrada e apavorada, um exército de reginas duartes prestes a ter um ataque de nervos toda vez que um negro é admitido na universidade por meio de uma cota racial.


Ainda assim, paradoxalmente, uma massa beneficiada pelo crescimento econômico, mas escrava da própria indigência intelectual.

Cuidado, a inveja não mata... Mas, maltrata

Meus amigos eleitores tucanos estavam meio de ponta na manhã de ontem, ao tomarem conhecimento do acordo histórico intermediado pela diplomacia brasileira no Irã, com o apoio da Turquia. 


Acredito que o mesmo sentimento domina a maioria dos membros do PSDB e também do Democratas, não que sejam contra a paz mundial, como os fabricantes de armas, a maioria deles estabelecidos nos Estados Unidos.

O problema deles é um nome próprio de apenas quatro letras: Lula. 



Trata-se de um misto de rancor e despeito, que deve fazer um mal enorme.

Fundamentalismo do pig contra Lula e o Irã

Sem nenhum pudor nossa midia continua sua cruzada contra o Irã. Até parece a FOX americana. Não importa que Israel tenha armas nucleares, que o Paquistão e a Índia não só tenham  como para isso recebam apoio e assistência técnica dos Estados Unidos. O que interessa é diminuir o acordo e o papel do presidente Lula. Para a imprensa brasileira o presidente da República tem que fracassar. Obrigatoriamente na concepção e torcida dela. É tudo muito pequeno e para fins internos e eleitoreiros. Uma tristeza, uma mediocridade da imprensa e um papel lamentável o de muitos jornalistas, que mentem descaradamente para o leitor, o telespctador  e o ouvinte com a maior desfaçatez, escondendo fatos e realidades. Continua>>>

UMA VITÓRIA INEGÁVEL


por Carlos Chagas
Depois de estar perdendo no primeiro tempo, o presidente Lula virou o jogo e ganhou a partida, nas planícies do Irã. Se vai conquistar o campeonato, fica para depois, mas a vitória foi tão promissora quanto surpreendente.

O país dos aiatolás negou mas acabou aceitando fazer na Turquia a troca de combustível nuclear. Mandará 1.200 quilos de urânio de baixo enriquecimento e receberá, no prazo máximo de um ano, 120 quilos  enriquecidos a 20%, sob supervisão da Agência Internacional de Energia Atômica.

Resta saber se a comunidade das potências nucleares abandonará a postura de  má-vontade, aceitando o acordo capaz de evitar sanções econômicas já preparadas há meses. Em  uma semana o Conselho de Segurança das Nações Unidas decidirá.

Indaga-se qual a tática utilizada pelo presidente brasileiro para dobrar a intransigência  do presidente Ahmadinejad. Não terá sido pela promessa de financiar um bilhão de euros para o Irã importar nossos alimentos.  Nem soja,  nem arroz, nem jaboticabas conseguiriam tanto. Mais provável é que o Lula tenha lembrado ao anfitrião  a sombra iminente  de uma conflagração que o Brasil não teria condições de evitar. De qualquer forma, registrou-se  sucesso onde o fracasso  parecia certo, depois de 18 horas de diálogo ininterrupto em Teerã, de  domingo para segunda-feira. 

Há quem desconfie que os iranianos conseguiram ganhar tempo,  persistindo  na intenção de fazer a sua bomba atômica, pois mantiveram a disposição de não aceitar que  suas usinas nucleares sejam fiscalizadas.

O episódio revela algumas novidades, além da evidência de que o Brasil entrou com sucesso nas negociações do clube das nações influentes do planeta. Não fosse a ação do presidente Lula e o impasse continuaria, próximo até de uma ação militar dos Estados Unidos  contra o Irã.

Mas tem mais. Ficou claro que a Turquia, aceitando enriquecer urânio iraniano,  também dispõe de condições para fazer sua bomba atômica, ainda que seu governo tenha assinado todos os tratados de não proliferação de  armas nucleares e não demonstre estar trabalhando em silêncio.

Também é óbvio que o Irã,  podendo dispor de 1.200 quilos de urânio para enviar à Turquia, terá muito mais do que o dobro em seus arsenais.

Outra conclusão a tirar refere-se à postura das potências nucleares:  continuarão arreganhando os dentes para o governo de Ahmadinejad, lembrando a fábula do lobo e do cordeiro, ou descobrirão que debaixo da pele deste permanecem garras e presas daquele?

Em suma, tratou-se do mais arriscado lance de nossa política externa, nas últimas décadas. Desde que o general Ernesto Geisel assinou o acordo nuclear com a Alemanha e rompeu tratados militares com os Estados Unidos que não se via coisa igual. E permanece, no fim das contas, aquela velha pergunta: se eles podem, porque não podemos nós?

Lula vence, Brasil brilha

Acordo celebrado com Irã, com ajuda turca, muda os padrões da diplomacia internacional

O termo fechado em Teerã por Brasil e Turquia em torno do programa de enriquecimento de urânio do Irã já é considerado um marco na diplomacia. 



A mediação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva mostrou ser viável um caminho independente, fora do eixo e dos interlocutores tradicionais, e, a despeito das pressões em contrário, especialmente de potências hegemônicas como os EUA, foi bem sucedida. 


A Agencia Internacional de Energia Atômica ainda vai analisar o acordo, mas especialistas ouvidos pelo JB afirmam que a atuação de Lula na crise o aproxima de ganhar um Nobel da Paz.

Laguardia - Lula deve receber é o Premio Nobel de idiota



Laguardia disse...









"Não existe relação entre o acordo de troca e nossas atividades de enriquecimento [...] Vamos continuar nosso trabalho de enriquecimento de urânio a 20%", disse Ali Akbar Salehi, diretor da Organização de Energia Atômica do Irã.

O porta-voz do Ministério iraniano das Relações Exteriores, Ramin Mehmanparast, também afirmou que o país mantém seu programa de enriquecimento de urânio.

Que acordo é este? Lula deve receber é o Premio Nobel de idiota.
Sinceramente genteeeeé, dá para argumentar com o Laguardia? 
Amigo, vai se tratar o TOCAL está cada dia grave. É que já se convenceu que a Muié vai vencer fácil, fácil né?

Lula consegue convencer o Irã a assinar acordo nuclear, com apoio da Turquia


O mundo amanhece sob o impacto de uma notícia vinda de Teerã. Uma novidade que traz as digitais de Lula.

Os brasileiros ainda dormiam quando Lula foi ao café da manhã, nesta segunda (17).

Dividiu a mesa com o presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, e o primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan.

Depois de se alimentar, os três foram ao encontro dos jornalistas. Trouxeram à luz um acerto esboçado na véspera.

Sob a mediação do Brasil e com a participação da Turquia, o Irã concordou em assinar um acordo para a troca de urânio por combustível nuclear.

Ao lado dos chefes e sob olhares dos repórteres, os ministros das Relações Exteriores dos três países assinaram o acordo.

Coube ao porta-voz da chancelaria iraniana, Ramin Mehmanparast, esmiuçar os termos do entendimento.

Pretende-se que a coisa funcione assim: O Irã enviará à Turquia 1.200 kg de urânio de baixo enriquecimento (3,5%).

O urânio ficará guardado na Turquia, sob vigilância turca e iraniana, pelo período de um ano.

Decorridos os 12 meses, o Irã receberia em troca 120 quilos de urânio enriquecido a 20% da Rússia e da França. Material destinado a pesquisas médicas.

Trata-se de uma fórmula parecida com a que havia sido sugerida, no final do ano passado, pela AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica da ONU).

A diferença é a presença da Turquia como fiel depositária do urânio do Irã. O governo turco mantém boas relações com Teerã e também com o Ocidente.

Comprometeu-se a devolver o urânio a Teerã caso os russos e os franceses não cumpram com a sua parte no acordo.

O acerto será submetido agora à AIEA. Só vai ser implementado se obtiver o aval da agência da ONU.

Imagina-se que o novo cenário pode esvaziar o balão das retaliações ao Irã, soprado pelos EUA, com a ajuda da comunidade Européia.

Se tudo correr como planejado, Lula voltará para o Brasil como sempre. Vencendor.

Será difícil para a oposição aturá-lo. 

Muita gente no Brasil e no mundo já fala em articular a candidatura de Lula ao Nobel da Paz.

Brasil - Pensando com a própria cabeça


Ronaldo Carmona

A viagem do presidente Lula ao Irã neste fim de semana é expressão simbólica do crescente protagonismo brasileiro no cenário internacional, no qual os brasileiros passam a ver crescentemente refletida sua geografia e sua demografia. 

O papel de mediação exercido pelo Brasil quanto a questão iraniana, tem a ver, antes de tudo, com seu próprio interesse: garantir que existam condições internacionais favoráveis ao uso de energia nuclear com fins pacíficos nos países em desenvolvimento, num contexto de mudança de matriz energética que o mundo verá no próximo período.

Lula desembarca em Teerã no sábado a noite, após intensa pressão dos países centrais, em especial dos Estados Unidos, para que o país não se envolvesse no assunto, ou pelo menos, caso se envolvesse, que o fosse seguindo a posição destes países. Muito papel e tinta foi gasto “recomendando” que o Brasil não se envolvesse em assunto tão árido, “tão longe do território nacional”.

Num ponto alto da pressão – e da deselegância diplomática –, a secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton chegou a dizer em Brasília que o Brasil estava sendo ingênuo ao defender solução pacifica para a questão iraniana. Ao que, foi respondida por funcionários brasileiros, que mais ingênuo ainda seria acreditar em relatórios de inteligência, como aqueles que “provavam” a existência de armas de destruição em massa no Iraque – aliás, jamais descobertas simplesmente porque jamais existiram.

O fato é que está em curso movimento para restringir o uso de tecnologia nuclear para fins de produção de energia por países em desenvolvimento, com objetivos, dentre outros fatores, de restringir o mercado de fornecimento de urânio enriquecido. Aqui, sobrariam umas poucas empresas fornecedoras, não por acaso de nacionalidade norte-americana e européia, num sistema de oligopólio internacional, sob argumento da “segurança” e da “não-proliferação”.

O Brasil, recordemos, travou intensa luta para dominar a tecnologia nuclear. O governo Gaisel chegou a denunciar um acordo militar com os EUA para garantir “margem de manobra” para prosseguirmos o desenvolvimento de tecnologia autóctone. A pressão que hoje sofre o Irã para impedi-lo de desenvolver tecnologia nuclear com fins pacíficos, aliás, é bastante similar à pressão sofrida pelo Brasil nos anos ’70.

O Brasil também mostrou pensar com cabeça própria quando, no âmbito da Unasul fez chegar contundente recado à União Européia, e mais especificamente à Espanha, de que era inaceitável a presença do presidente hondurenho Pepe Lobo na Cúpula Europa – América Latina que se realiza na próxima semana na capital espanhola.

Afinal, Honduras, segue vivendo algo muito parecido a um Estado de exceção. Lembre-se que o presidente deposto, Manuel Zelaya, segue exilado em Santo Domingos, proibido de voltar ao país, sob ameaça de prisão. Não se permite a organização de uma força política liderada pelo ex-presidente, que, gostem ou não os reacionários, expressa parcela expressiva da população hondurenha.

A reunião da Unasul, semana passada em Buenos Aires, aliás, marcou passos na consolidação do pólo sul-americano, da busca regional em pensar com a própria cabeça.

Representativo disto é o fato de que, mesmo em áreas sensíveis, como segurança e defesa, sai o panamericanismo viúvo da guerra fria, entrando em seu lugar estruturas regionais próprias. Entram em decadência organismos hemisféricos, como a JID (Junta Interamericana de Defesa) e as “cooperações” com a DEA norte-americana, aparecendo no lugar instrumentos autônomos como o Conselho de Defesa Sul-americano e o recém instalado Conselho Sul-americano sobre o problema mundial das drogas.

A viagem do presidente Lula nestes dias, marca a busca de autonomia por parte do Brasil. Através de relações policentricas e prioritária com países em desenvolvimento, busca-se alianças com aqueles que vivem os mesmos dramas, num mundo marcado por enorme concentração de poder.

Nestes dias será destaque a importante parceira com a Rússia, com a qual será assinado nesta sexta-feira um amplo Plano de ação estratégica – parecido, na amplitude e dimensão ao PAC (Plano de ação conjunta) recém assinado com a China, por ocasião da visita de Hu Jintao, na reunião dos BRICs.

Com a Rússia, destacam-se as amplas possibilidades de cooperação em C&T – em áreas como o programa espacial e o GPS russo – e na área de defesa, onde se comenta a oferta russa de desenvolvimento conjunto de um caça de 5ª geração, que em alguns anos substituiria os aviões a ser adquiridos no atual Programa FX-2. Recentemente, aliás, quebrando resistência de viúvas da guerra fria, o Brasil comprou doze modernos helicópteros russos Mi-35, já incorporado à FAB.

São muitos os exemplos de busca de “margem de manobra” pelo Brasil que lhe permita pensar com cabeça própria. As múltiplas e modernas coalizões sul-sul que apareceram no período recente, tais como o BRIC, o IBAS, o G20 comercial, as Cúpulas ASA e ASPA, dentre outras, são demonstração disto.

O quadro de forças no mundo aponta para uma transição da unipolaridade – característica básica do sistema internacional no pós-Guerra Fria –, para a intensificação de tendências à multipolaridade e portanto, à instabilidade no sistema internacional.

Mais do que nunca, diante de cenário incerto, o Brasil precisa formar pensamento estratégico próprio, ter sua própria leitura dos fatos e do contexto em que se desenvolve o jogo de forças no mundo.

Lula acredita em acordo nuclear com o Irã

O presidente Lula disse estar confiante de que conseguirá convencer o Irã a fechar um acordo sobre seu programa nuclear. 
Ontem Lula iniciou a mediação sobre o tema na Rússia, onde se reuniu com o presidente Dimitri Medvedev. 
Já Medvedev "apostou" que Lula tem 30% de chances de sucesso em sua visita ao Irã nesse fim de semana. Medvedev disse que é "talvez a última oportunidade" antes da adoção de sanções contra Teerã em consequência do programa nuclear. 
O presidente Lula chegará ao Irã no domingo.

Brasil inicia testes com metal capaz de armazenar urânio dentro de reatores nucleares


O Brasil deu hoje (5) mais um passo para dominar o ciclo completo de preparação do combustível nuclear. A Coordenação de Programas de Pós-Graduação em Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coppe/UFRJ), o Instituto Militar de Engenharia (IME) e as Indústrias Nucleares do Brasil (INB) iniciaram testes para a produção de tubos de zircônio, utilizados para armazenar urânio dentro dos reatores nucleares.
Segundo o coordenador do laboratório responsável pelos testes, Luiz Henrique de Almeida, a partir destes ensaios com ligas de zircônio, será possível desenvolver uma tecnologia para que, no futuro, a indústria nacional seja capaz de produzir, em escala industrial, os tubos usados no armazenamento do urânio durante o processo de geração de energia nuclear.

States darão visto a Ahmadinejad

O governo americano vai atender ao pedido de visto feito pelo presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, que quer participar de uma conferência para revisão do Tratado de Não Proliferação Nuclear. 


O encontro será na próxima semana, em Nova York.

Lágrimas de crocodilo

O chanceler Celso Amorim está em Teerã, dando curso à estratégia de Luiz Inácio Lula da Silva para a crise em torno do programa nuclear do Irã. A posição do Brasil é conhecida. Somos a favor de os iranianos terem direito de dominar a tecnologia atômica, para fins pacíficos. É bastante razoável. Os povos devem mesmo possuir a prerrogativa da autodeterminação, quando em paz.

É tão razoável que todo o mundo concorda. Onde está a dificuldade? Nas garantias que a Organização das Nações Unidas (ONU) exige, e que Teerã recusa dar. É um jogo de gato e rato, no qual os iranianos desfilam no fio da navalha. Indo e vindo. Buscando a cada passo “comprar” tempo.

E vem uma dúvida, também razoável. Para que exatamente o Irã busca mais tempo? Se o programa nuclear de Teerã é pacífico, como aposta o Brasil, e se é o que as grandes potências exigem do Irã, onde está a dificuldade?

Quando os Estados Unidos e o Reino Unido ocuparam o Iraque, verificaram que Saddam Hussein não detinha mais armas atômicas, químicas ou biológicas. Então por que o presidente iraquiano recusou as inspeções internacionais que poderiam atestar a falsidade das acusações e neutralizar o argumento formal para a invasão?

Há três hipóteses na obstinação suicida de Hussein.

A mais benigna é caracterizá-lo como um estúpido, um lunático que fez o país dele retroceder à dominação colonial em troca de nada. Ou em troca apenas do orgulho de resistir a uma inspeção da ONU.

No segundo caminho, algo mais verossímil, o sunita Saddam não desejava que o xiita Irã tivesse exata noção da fragilidade militar de Bagdá. Inclusive para não desequilibrar o precário equilíbrio político no Iraque do Partido Baath, onde a ditadura da minoria sunita dava as cartas na relação com a maioria xiita.

A terceira, conectada à segunda e mais realista, tem a ver com a política interna iraquiana. A possível existência de armas de destruição maciça era apenas secundariamente uma ameaça para fora: ela apontava prioritariamente para dentro, para controlar a oposição. Pelo medo.

Em qual das três trilhas é possível encontrar a melhor explicação para a estratégia hoje do governo islâmico de Teerã?

Tudo bem que Mahmoud Ahmadinejad possa recolher força política da retórica antiamericana e antissionista, mas o exemplo de Saddam Hussein não encoraja esticar a corda além de um certo ponto.

Uma variável nova é os Estados Unidos estarem ocupados demais no Iraque e no Afeganistão, sem fôlego momentâneo para a terceira frente. Raciocínio arriscado, pois a esta altura o Pentágono já deve ter as equações para Barack Obama decidir caso necessário. Se não as tem, prepara aceleradamente. Já ronda até o noticiário.

O segundo cenário é menos provável, pois ao contrário do que diz a propaganda dos aiatolás o Irã não está ameaçado territorialmente por nenhum país vizinho ou dos arredores. Desde que, naturalmente, ele próprio não deseje varrer ninguém do mapa ou interferir militarmente na vida alheia.

Sobra o terceiro. O sonho de um Irã dotado de armas nucleares transformou-se em vetor de poder interno. E aí mora a complicação maior. Como recuar em ordem, sem assinar o recibo da derrota humilhante? Sem abrir um flanco político talvez fatal?

A aposta brasileira é ser o avalista desse recuo. Se acontecer da maneira como quer Lula, ele terá nas mãos um troféu para exibir nas nossas eleições. Dirá como enfrentou os Estados Unidos, como se opôs às sanções, e também como isso permitiu chegar a uma solução pacífica para a crise.

Importará menos, para efeito de retórica, que o Brasil tenha contribuído para os americanos alcançarem o objetivo principal deles: fazer o Irã recuar do projeto de potência nuclear. Se acontecer, Lula arrastará as cartas no palco interno.

E se não acontecer? Lula poderá dizer que pelo menos tentou. Que não se dobrou ao império. E, afinal, as eventuais sanções não serão contra nós, nem as possíveis bombas cairão aqui.

Custo zero. Não faltarão tampouco as habituais lágrimas de crocodilo.

Segurança não pode ser pretexto para impedir acesso à tecnologia nuclear


Questões relacionadas a segurança nuclear não podem servir de pretexto para se dificultar o acesso à tecnologia para fins pacíficos, e a preocupação com a segurança é de toda comunidade internacional, mas a responsabilidade última é de cada Estado. Essa é a posição defendida pela delegação brasileira na Cúpula de Segurança Nuclear que está sendo realizada em Washington (EUA). Clik Aqui para ler a nota na íntegra.

Lula não cede a apelo de Obama sobre o Irã

Reestruturando texto de Andrea Murta e Cristina Fibe
Após reunião na qual americano defendeu pressão por sanções com Teerã, presidente do Brasil insiste na continuidade do diálogo
EUA diz que se pode até discutir o teor das punições, mas que hora é de agir; Brasil seguirá busca por saída negociada
Momentos após ouvir proposta do colega americano, Barak Obama, insistir na defesa de sanções duras e imediatas da ONU contra o país persa devido a seu programa nuclear, o presidente do Brasil, Luis Inácio da Silva defendeu a continuidade da negociação com o Irã.
A conversa ocorreu às margens da Cúpula de Segurança Nuclear, que reuniu 47 líderes mundiais em Washington.
Lula teve uma reunião trilateral não programada com Obama e o primeiro-ministro da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, a pedido dos dois governantes.
"Brasil e Turquia acreditam que sanções tendem a endurecer posições", disse ontem o chanceler Celso Amorim. "Todos compartilham do desejo de evitar usos militares da energia nuclear. Mas acreditamos que ainda é possível uma solução negociada e pedimos que se dê uma chance a esse esforço."
Segundo Amorim, Obama "não foi categórico". "Creio que a visão dos EUA é a de que muita coisa já foi tentada [em vão], mas Obama não disse ser contra mais negociações."
Pouco depois da reunião com Lula, entretanto, Obama disse a jornalistas no encerramento da cúpula que pretende "ir adiante [com sanções] com coragem e rapidamente". "Acho que muitos países do Conselho de Segurança da ONU acreditam que essa é a coisa certa a fazer", completou.