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Câmbio

A conversa do pensamento mais ortodoxo de que a tendência à abertura de déficits nas contas externas não era problema, de uns tempos para cá, mudou de tom. Aqueles déficits que seriam facilmente cobertos pelo ingresso de investimentos diretos, agora preocupam. Mas, é uma estranha preocupação, que não vê saídas para mudar o rumo do que preocupa.
Não há, para os que pensam assim, o que fazer para impedir a valorização do real – a questão no centro do problema. Por quê? Vou tomar a resposta do economista Gustavo Franco, ex-BC, ao colega Silvio Crespo, aqui no vizinho blog “Radar econômico”, para sintetizar: câmbio valorizado é característica de país que se desenvolve. Isso sem falar numa série de grandes projetos consumidores de pesados investimentos – pré-sal, infra-estrutura, Copa do Mundo, Olimpíadas etc. etc. – que atraem capital externo. “Devemos pensar em como conviver com essa realidade, e não achar que tem uma engrenagem em que se possa mexer para reverter esse problema, porque não tem”, afirmou Gustavo Franco.
Essa é outra estranheza nesse estranho modo de encarar o problema cambial. A explicação para o fatalismo da valorização da moeda é o reconhecimento de um sucesso econômico que os defensores do argumento são os primeiros a não reconhecer.
Perguntar não ofende: por que acham tão natural, a ponto de não enxergarem o que fazer para evitar, que investidores externos disputem a tapa a possibilidade de aplicar recursos aqui, se o crescimento, por conta de uma taxa de investimento insuficiente, não é sustentável, os déficits públicos, diante de uma irrefreável gastança, explodem e o ambiente para fazer negócios, poluído por burocracias kafkianas e tributos em excesso, seja uma desgraceira?
A única resposta que faz sentido tem duas variáveis. A primeira é que, mesmo com todos os problemas e possíveis riscos, a economia brasileira e seus megaprojetos de infraestrutura valem a pena. A outra é que, embora não carimbado, o dinheiro que entra, em grande medida, está de olho no ganho de arbitragem.
Neste segundo lance, para simplificar, digamos que os investidores façam o inverso do que o Banco Central brasileiro faz com a reservas internacionais. O BC toma os dólares à taxa Selic, hoje em 10,75% ao ano e os aplica, no mercado internacional, a 2% ao ano. Os investidores externos tomam dinheiro a 2% para aplicar a, no mínimo, à taxa Selic mais a variação cambial.
O argumento de que não é a arbitragem de taxas que está atraindo recursos, visto que, ao longo do tempo, os juros têm recuado, mas a valorização do real continua, é típico do esquecimento parcial de certos argumentos. Sim, a taxa Selic vem caindo ao longo do tempo, mas os juros internacionais vêm caindo muito mais, mantendo, se não ampliando, a margem de arbitragem.
A taxa de câmbio, na verdade, tem se mantido relativamente estável, dentro de uma faixa valorizada. Quando o governo impôs um IOF de 2% no ingresso de capitais externos, em outubro do ano passado, o câmbio havia batido na mínima de R$ 1,69 por dólar. Com as turbulências na Europa, com epicentro na Grécia, no início de 2010, a taxa bateu no seu pico, registrando R$ 1,89 por dólar.
Mas essa relativa estabilidade se deu às custas de um crescente acúmulo de reservas pelo BC. O enxugamento dos excessos de dólares via operações compromissadas de compra de reservas, no entanto, tem custos fiscais crescentes e não desprezíveis e, se não afeta a dívida pública líquida, engorda direto a dívida bruta.
Não foi só a percepção de que a ampliação do volume de reservas tem limites que alimentou o traço de preocupação com o andar da taxa de câmbio e seu impacto negativo nas contas externas. Também pesou o reconhecimento de que a única saída geralmente aceita pela cartilha – a do enxugamento, via inchaço de reservas, do excesso de dólares na economia – é daqueles remédios que podem virar veneno. Quanto mais crescem as reservas, é verdade, mais os investidores externos se sentem seguros para trazer recursos.
Argumenta-se que, se o País necessita de enormes volumes de recursos externos para sustentar seus megaprojetos, não faria sentido impor restrições administrativas e fiscais ao ingresso de dinheiro externo. Mas, os mesmos que se valem desse argumento são os primeiros a levantar dúvidas sobre a política de acumular sem limites reservas internacionais. De fato, se a economia agüentou o tranco do período aguda da crise com um volume de reservas de US$ 200 bilhões, qual a validade de acumular US$ 300 bilhões ou US$ 400 bilhões, já que este almoço não é nada gratuito em termos fiscais?
Parece intuitivo, diante dessa conjuntura favorável de atração de recursos externos, que há um leque de ações possíveis para aliviar a pressão pela valorização do real, além da acumulação de reservas. Simplesmente falar mais grosso já seria um bom começo.
Há muito mais a fazer. Por exemplo: o BC já anunciou a possibilidade e seria o caso de passar a intervir no mercado com leilões de compra de moeda sem data e taxa previsíveis. Com isso, introduziria um pouco de risco num mercado café com leite, propício para a marcação de posições especulativas.
Neste momento, os bancos acumulam cerca de US$ 14 bilhões em posições vendidas em dólar. Estão, provavelmente, na expectativa de que fique por aí o volume líquido de recursos a entrar com a operação-monstro de subscrição de ações da Petrobras. Já sabem que o governo enxugará todo o excesso e, portanto, só esperam a hora de zerar as posições, estourar as champanhes e abocanhar os bônus da operação e estourar champanhes.
Algum tipo soft de controle de capitais também poderia ser experimentado – por que não? Há, nesse sentido, um leque de possibilidades, todas visando ampliar o risco inerente às operações. Uma política de fixação de prazos mínimos de permanência dos recursos ingressados – como, aliás, é feito em todo o mundo –, se cuidadosa e bem estudada, certamente promoveria uma seleção de investimentos, tornando a vida um pouco mais dura para os capitais especulativos.
Muitos, em situação pior do que a Brasil, estão mexendo no câmbio. Só nós não devemos? Aliás, se todos estão mexendo no câmbio, esta é mais uma razão para não ficarmos parado.
José Paulo Kupfer

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O Brasil está dando certo e deixa como lição o fato de que não se deve seguir consensos

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“A era Lula, que acaba agora, não foi um paraíso, mas a economia cresceu muito bem, houve grande investimento na redução da pobreza, a inflação e a situação fiscal estão controladas e o mercado doméstico se fortaleceu. O que mais se deve esperar de um país?”

Câmbio e déficit ainda não devem preocupar o Brasil, diz Krugman

João Villaverde – Valor Econômico

Quando um país começa a aparecer nas capas das revistas internacionais é sinal que ele vai ter problemas. A constatação é de Paul Krugman, prêmio Nobel de Economia de 2009, em visita ao Brasil, ontem. O fenômeno, que Krugman chama de “a sina das capas de revistas”, ocorreu nos anos 1990 com o México, os países do Leste Asiático e a Argentina – todos os países sofreram com crises econômicas provocadas por déficits nas transações correntes pouco depois de obtido o reconhecimento da mídia internacional. “Esse não é o caso do Brasil. Vocês são muito mais maduros”, diz Krugman.
O economista americano é doutor pelo Massachusetts Institute of Technology (MIT) e professor da Universidade de Princeton, ambas nos Estados Unidos, ficou apenas um dia em solo brasileiro. Viajou na terça-feira à noite, tendo publicado em seu blog no “The New York Times” uma nota, pouco antes, destacando que “a dívida externa brasileira era muito elevada nos anos 1980, e que as coisas definitivamente melhoraram muito desde então”. Ele participou de fórum promovido pela IBM em São Paulo e à tarde embarcou de volta aos Estados Unidos. “Andei estudando muito o Brasil do ano passado para cá”, disse.
Para Krugman, a valorização do real e o consequente aumento do déficit em conta corrente brasileiro não se constituem em uma preocupação. “Era o que se esperava acontecer, é até compreensível que o câmbio esteja tão valorizado, uma vez que os países ricos estão em grave recessão e o Brasil tem ótimas perspectivas econômicas”, afirmou.
As discussões recentes na área econômica do governo quanto a uma possível desvalorização cambial para frear a ampliação do endividamento nas transações correntes, para Krugman, devem ser colocadas em perspectiva. “Todos os países querem ter superávits nas contas correntes e todos falam em desvalorizar suas moedas para isso. Só que se todos desvalorizarem não muda nada. Fico desapontado com países como a China, que poderiam incorrer em pequenos déficits correntes, mas não o fazem.”
Nos 12 meses terminados em julho, segundo números do Banco Central, o país acumulou déficit equivalente a 2,24% do Produto Interno Bruto (PIB). Embora divergentes quanto à utilidade do endividamento externo, economistas de diferentes matizes ideológicas concordam que o déficit nas contas correntes costuma ser financiável até níveis entre 3,5% e 4% como proporção do PIB. Ligado à corrente heterodoxa, Krugman não vê problemas quanto à ampliação do déficit corrente no Brasil, mas avalia que “as coisas podem mudar caso cresça a 6% ou 7% do PIB”, algo que ele considera improvável.
“O Brasil parece ter uma demanda doméstica forte o suficiente para bancar um déficit corrente de 4% do PIB de maneira sustentável. Muitos países cresceram por vários anos com déficits parecidos, como os EUA e a Austrália”, disse.
Por outro lado, vaticina ele, não se deve deixar a valorização cambial persistir por muitos anos. De dezembro de 2008, auge da crise econômica mundial, até ontem, o real acumulou valorização de 36% em comparação com o dólar. “Se deixar apreciar desta forma por muito tempo”, diz Krugman, “haverá desemprego num ponto em que nem cortes nas taxas de juros serão capazes de reverter”. Esse processo foi denominado de “armadilha para as exportações”, uma vez que a valorização cambial reduz a remuneração das empresas que vendem seus produtos no exterior.
O prêmio Nobel de Economia elogiou o modelo de desenvolvimento econômico brasileiro. “A era Lula, que acaba agora, não foi um paraíso, mas a economia cresceu muito bem, houve grande investimento na redução da pobreza, a inflação e a situação fiscal estão controladas e o mercado doméstico se fortaleceu”, elencou Krugman, que perguntou em seguida: “O que mais se deve esperar de um país?”
Para o economista, o Brasil “encontrou” uma terceira via, que não está presa ao modelo do Consenso de Washington, praticado em larga escala na América Latina nos anos 1990, mas também não segue os padrões de países como China ou Venezuela, onde o Estado é o protagonista. “O país está dando certo e deixa como lição o fato de que não se deve seguir consensos”, disse.
O cenário pós-2010 não está livre de desafios, no entanto. A situação dos países ricos, tendo Estados Unidos e os da União Europeia à frente, pode piorar, caracterizando uma crise em forma de “W”, o que poderia reduzir o ímpeto do crescimento brasileiro. Ao mesmo tempo, a economia chinesa pode desacelerar e, com isso, levar o Brasil junto, uma vez que é a elevada demanda chinesa a commodities brasileiras que tem sustentado, segundo Krugman, boa parte do ingresso de dólares no país. “Mas, ainda assim, com o mercado interno construído pelo Brasil, é possível continuar crescendo em torno de 5% ao ano mesmo com um mundo mais fraco”, afirmou.

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BC aumenta juros (selic)

Taxa básica subiu 0,75 ponto, para 9,5% ao ano; segundo o Copom, alta é resultado de pressões inflacionárias

O Comitê de Política Monetária do Banco Central decidiu aumentar em 0,75 ponto percentual o juro básico, para 9,5% ao ano. E a primeira alta em 19 meses.

O Brasil continua tendo os maiores juros reais do mundo (descontando-se a inflação). Com a alta na taxa, o real deverá se valorizar ainda mais diante do dólar.

A decisão de elevar os juros, unânime, visou "assegurar a convergência da inflação à trajetória de metas", segundo nota do Copom divulgada depois da reunião.

Desde março, as projeções de mercado para a inflação têm sido revisadas para cima. Nos últimos 12 meses, ela ficou em 5,1%, acima do centro da meta oficial, 4,5%.

Nesta semana, a Folha revelou que o presidente do BC, Henrique Meirelles, defendeu uma "paulada" nos juros durante conversa com o presidente Lula.

A taxa básica do BC serve só de referência; na prática, os juros da economia são bem maiores.

Nos EUA, o Fed decidiu manter os juros perto de zero "por longo tempo".



Traduzindo:
O BC do Brasil faz a festa dos agiotas nacionais e internacionais.


Inunda o país de dólar e prejudica as exportações.


Corja!



O porque do escândalo do Goldman Sachs

Na esteira, ainda, da maior crise econômico-financeira do capitalismo nos últimos 150 anos os escândalos continuam a se suceder. O desse fim de semana (estourou ontem) envolve o banco norte-americano Goldman Sachs que depois de escapar com lucros recordes da turbulência global viu suas ações despencarem 13% na 6ª feira ao ser descoberta a fraude que teria praticado - enganou investidores na negociação de ações que favoreceram clientes preferenciais em detrimento dos outros.

A denúncia do escândalo feita pela Securities and Exchange Comission (SEC - equivalente nos EUA à nossa Comissão de Valores Mobiliários) provocou bilhões em perdas para as vítimas e, descobre-se, ganhos bilionários para os favorecidos. A queda das ações, que se refletiu em uma perda de cerca de US$ 10 bilhões do valor de mercado do Goldman Sachs, afetou outros bancos - entre os quais o Citi - e as Bolsas de Valores dos EUA e da Europa encerraram a semana em baixa.

Por quê isso continua a acontecer mais de dois anos depois da eclosão da maior crise econômico-financeira desse século e do anterior?

Porque nada mudou no mundo das finanças. A fraude e a manipulação dos mercados continuam impunes, sem regulação e fiscalização, sem uma ampla reforma do sistema e das instituições em nível global tais como o FMI, o Banco Mundial (BIRD), a Organização Mundial do Comércio (OMC) e a Organização das Nações Unidas (ONU), dentre outras.

Sem reforma e regulação do sistema financeiro mundial vamos continuar a mercê dos especuladores, os mesmos que fazem de tudo para manter o nosso real valorizado e a taxa de juros no Brasil alta. Assim, ganham bilhões e pagam centenas de milhões de dólares a seus executivos à custa do resto do mundo que paga e sofre o preço dessas crises com desemprego, fome, analfabetimso e o crescimento da pobreza e da miséria.

Novos derivativos preocupam BC

Uma modalidade de empréstimo com derivativos de câmbio que prosperou rapidamente no pós-crise preocupa o Banco Central. 


Com base em números informais obtidos no mercado financeiro, o diretor-superintendente da Cetip, Jorge Sant’Anna, estima que esse tipo de empréstimo some R$ 30 bilhões. 


Mas seu valor total e a real exposição ao risco cambial das empresas só serão conhecidos depois que os derivativos embutidos nessas estruturas estiverem todos registrados na Cetip, o que começou a ser feito ontem. 

“Esses empréstimos com duplo indexador, o real e o dólar, são na maior parte posições vendidas em dólar das empresas, que podem ter de novo perdas expressivas caso o real tenha forte desvalorização”, disse Sant’Anna. 



Em um empréstimo com duplo indexador, a empresa toma uma linha em reais pagando menos do que o Depósito Interfinanceiro (DI). 


No entanto, caso o dólar ultrapasse determinada cotação, R$ 2, por exemplo, a dívida da empresa passa a ser em dólar. 


O maior risco nessas transações, no entanto, é seu ajuste mensal. 


Em um empréstimo de US$ 100 milhões por 12 meses, por exemplo, a empresa vende US$ 100 milhões de opções de compra para o banco com data de vencimento no fim de cada mês. 


Se o dólar passar dos R$ 2 logo no início, o risco da empresa será os US$ 100 milhões vezes 12, ou US$ 1,2 bilhão.

Bolsa ou bolha?

Investidores estrangeiros deram de responder por mais de 40% do volume negociado, nesta semana, na Bovespa. Até por isso, volume médio diário elevado. Essa conversão de dólares para reais, em bolsa, aumenta a aflição do aflito: o dólar americano no mercado cambial brasileiro.

Flutuando agora perto de R$ 1,70, já há quem aposte em dólar de R$ 1,65 na média da travessia destes últimos 77 dias do ano. Até porque, na semana que vem, o Banco Central faz a revisão periódica dos juros e deve manter a Selic congelada no piso de 8,75%, com viés de alta nas entrelinhas na ata da reunião, a ser divulgada na semana seguinte - como é do ritual canônico do BC.

Sem novo corte na base de juros de mercado, haverá transfusão cambial suplementar também pela renda fixa calibrada pela Selic. Vai daí que o BC se obriga a enxugar dólares da praça, da ordem de quase US$ 7 bilhões nestes últimos três dias.

Enquanto isso, a Bovespa celebra pontuação recorde desde 30 de junho do ano passado, em tempo em que bebemora captação de ações novas, este ano, no total de R$ 36 bilhões. Em 13 chamadas de capital novo. Por enquanto.

Quer dizer, em 13 meses de crise global, está zerado o lero-lero da aversão ao risco Brasil. Até por exclusão, o menor risco de bolsa no mercado de ações do planeta capinanceiro. É de São Paulo a bolsa mais revalorizada do mundo em 2009 - revalorizada até ontem em 77%. A segunda colocada, a de Xangai, não aparece no retrovisor da Bovespa.

O videogame da vez é adivinhar a pontuação do Ibovespa na ponta do réveillon. O recorde, de 73.500 pontos, é o de 22 de maio do ano passado.

Talvez, o Ibovespa contente-se com um Papai Noel de 70.000 pontos. Talvez. 

O avesso do avesso

No mercado financeiro, a Bolsa de São Paulo alcançou a faixa dos 56 mil pontos de valorização, pela primeira vez desde agosto do ano passado, antes da crise. No ano, o ganho acumulado já é de quase 50%.

O dólar não passa agora de R$ 1,82, acumulando um derretimento de 22%, desde janeiro.

E o petróleo volta a botar as mangueiras de fora. O barril aproxima-se de US$ 75 em Londres e Nova York. Ainda pela metade das cotações recordes de julho do ano passado, mas já pelo dobro das cotações de fevereiro.

O detalhe: a recuperação do preço não bate com a queda do consumo mundial, que, neste ano, está 2% abaixo da média do ano passado.
Joemir Beting

A saga do dólar

O dólar poroso resvalou nesta quinta-feira para R$ 1,87, menor cotação desde 26 de setembro, quando da erupção da crise global. A desvalorização acumulada no ano já passa de 20%. E o mercado projeta para o Réveillon dólar a R$ 1,95. Ou a R$ 2,00 no Réveillon de 2010, último dia dos oito anos do Lulalá.

Tempo não de espetáculo de crescimento do país, mas de crescimento do espetáculo do próprio presidente. Na posse do trono, em janeiro de 2003, o dólar valia R$ 3,38. Na despedida de 2010, ensaia valer R$ 2,00 redondão.

O dólar perde gás em todas as moedas, neste rescaldo do pós-crise. Depois de forte e paradoxal revalorização no último trimestre de 2008, mundo em estado de choque, aqui no Brasil, a moeda americana disparou feito rojão de vara em quermesse paroquial.

Esteve abaixo de R$ 1,60 antes da crise, lá em agosto. Chegou a ficar acima de R$ 2,50 em outubro. Agora, acomoda-se abaixo de R$ 1,90 - como que praticando a chamada taxa efetiva real da banda cambial de mercado. Taxa agora bitolada entre R$ 1,80 e R$ 2,10 - até 2011.

Os lobistas estão voando

Sobre a cotação do dólar no Brasil. 
Quando ele tá lá alto a minoria planando entre as nuvens o empresariado (exportador) é uma felicidade só.
Quando este tá em baixa e o real fortalecido que favorece a maioria (o povo), aí...
Vão os lobistas da FIESP, CNI e demais federações, confederações e sindicatos patronais planar sobre o planalto e o congresso para exigir providências que façam a moeda americana subir feito um foguete.
Que o povo seja prejudicado? Tão nem aí.
Corja!!!

"Os ricos têm a tendência de se isolar para não ver a pobreza e suas necessidades. Esse é o principal problema."
Bill Gates