Fidel por ele mesmo


"Desde que colei grau, já tinha concepção marxista-leninista"
Memórias

Vermelho reproduz aqui o esboço autobiográfico com que o ex-presidente da ilha, Fidel Castro, iniciou o seu novo livro "A vitória estratégica". 

No texto, o próprio líder da revolução conta como foi sua infância e juventude.


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Serra é o retrato de Dorian Gray

A maldição de Dorian Gray parece ter se abatido sobre José Serra. A imagem meiga e angelical pintada na capa da revista Veja vai se transformando, ao longo da campanha no retrato de alguém truculento, autoritário e especialista em provocar “antagonismos corrosivos”.
 Em uma matéria sobre a candidatura de José Serra, publicada no dia 21 de abril de 2010, a revista Veja apresentou o candidato tucano como o homem capaz de “liderar o Brasil na era pós-Lula”. “Eu me preparei a vida inteira para ser presidente”, diz Serra na matéria que apresenta entre as supostas virtudes do candidato a capacidade de “formar boas equipes e desestimular antagonismos corrosivos entre os membros do governo”. 

Infelizmente, para a Veja e para Serra, de lá para cá, o que menos se vê na campanha tucana é a “formação de boas equipes” e o “desestímulo a antagonismos corrosivos”. Muito pelo contrário. Antagonismos corrosivos parecem ser um dos eixos programáticos da candidatura Serra. O processo de escolha do vice é rico em ilustrações a respeito. Em meio ao fogo cruzado que se estabeleceu entre PSDB e DEM, no debate sobre a escolha do vice, aliados de Serra deram depoimentos a respeito do candidato que não definem exatamente alguém capaz de “desestimular antagonismos corrosivos”.

“O poder do Serra de desorganizar as coisas é fora do comum. O Álvaro Dias não acrescenta nada e desagrega muito”, escreveu o deputado federal Ronaldo Caiado (DEM-GO) no twitter, logo após ter ficado sabendo, pela imprensa, da indicação de Dias para ser vice de Serra. “O DEM não poderia saber da indicação do vice pela imprensa. Que tipo de parceria é esta?”, acrescentou o deputado Felipe Maia (DEM-RN). Fiel ao seu estilo,o ex-deputado e presidente do PTB, Roberto Jefferson, respondeu, também pelo twitter: “O DEM é uma merda”. Em meio a esse tiroteio, a campanha de Serra sofreu outro revés. No dia 30 de junho, o Partido Social Cristão (PSC) rompeu a aliança que havia feito com o PSDB e anunciou o apoio formal à candidatura de Dilma Rousseff á presidência da República.

As brigas, antagonismos e desencontros se sucedem na campanha tucana. Aliados históricos de Serra imprimiram seus materiais de campanha sem mencionar seu nome nos mesmos. De Norte e Sul do país, diferentes marqueteiros dão o mesmo conselho: associar o nome a Serra pode custar muitos votos. Mesmo aliados tradicionais de Serra, como Arthur Virgílio (PSDB-AM) e José Agripino Maia (DEM-RN) estão distribuindo material de campanha sem mencionar o nome de seu candidato a presidente. Neste cenário, a matéria da Veja assume tons cômicos:

“Para aumentar sua massa de eleitores no Norte e no Nordeste, Serra conta com bons palanques estaduais. Ele terá, ao contrário do que ocorreu com Geraldo Alckmin em 2006, diversos candidatos competitivos disputando o cargo de governador a lhe dar sustentação nessa empreitada” – profetizou Veja com toda sua sabedoria.

As brigas na campanha de Serra fazem lembrar as propagandas das famosas facas guinsu, aquelas que cortavam até canos de aço sem perder o fio. Quando você acha que acabou lá vem o aviso: mas isso não é tudo. A última de Serra é a briga que ele comprou com o presidente do DEM, Rodrigo Maia. Matéria do jornal O Estado de São Paulo (10/08/2010) informa:

"Não existem mais pontes entre o presidente do DEM, Rodrigo Maia (RJ), e o candidato tucano. As poucas que um dia chegaram a existir foram todas "dinamitadas". A gota d'água numa relação que sempre foi tumultuada aconteceu na semana passada. Serra cobrou Maia sobre uma declaração que ele havia dado a respeito da candidatura de Fernando Gabeira (PV) no Rio de Janeiro. Diante da falta de empenho, Gabeira disse que, se eleito, se sentia no direito de "dar uma banana" aos aliados. Maia, em seguida, afirmou que a "banana" devia ser para Serra. O tucano ligou para o presidente do DEM e pediu que se retratasse. Maia não fez retificação e os dois romperam".

A maldição de Dorian Gray parece ter se abatido sobre José Serra. A imagem meiga e angelical pintada na capa da revista Veja vai se transformando, ao longo da campanha no retrato de alguém truculento, autoritário e especialista em provocar “antagonismos corrosivos”. Serra vem exercitando essa capacidade com amigos e inimigos, sem distinção. Além de dinamitar pontes com aliados, já xingou e brigou com jornalistas, acusou o governo de um país amigo do Brasil de estimular o tráfico de drogas e qualificou de farsa o processo de integração sulamericano.

Curiosamente, o retrato de José Serra que vai aparecendo durante a campanha se assemelha cada vez mais aquele que seus aliados tentam colar em Dilma Rousseff. Vide a “entrevista” truculenta conduzida por William Bonner, no Jornal Nacional (as aspas são uma homenagem à inusitada prática de perguntar e não deixar a entrevistada responder, mais uma contribuição da Globo à inovação do jornalismo brasileiro). O comportamento recente de Serra com jornalistas recomenda uma boa dose de cautela para o casal Bonner-Bernardes quando for a vez de entrevistá-lo. Perguntas sobre práticas truculentas e autoritárias podem ser respondidas com uma demonstração didática das mesmas. O retrato pintado pela revista Veja começa a apresentar contornos e tonalidades que variam entre o incômodo e o sinistro.

Marco Aurélio Weissheimer editor-chefe da Carta Maior: 
gamarra@hotmail.com

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Quando a esperteza é grande demais...ela engole o dono

Acaciana, para  dizer o mínimo, a afirmação do presidenciável José Serra (PSDB-DEM-PPS) sobre a reforma tributária. Em palestra-debate com empresários promovida pela Associação Comercial de São Paulo (ACSP) Serra disse que defende uma reforma tributária que mantenha o crescimento econômico, e cresça a arrecadação (por óbvio!) sem que haja elevação de impostos. ´"É a única forma de reduzir a carga tributária no país", concluiu.

Descobriu a pólvora - ou a roda! Se cresce a economia, por decorrência aumenta a arrecadação e caem o peso dos impostos naquela equação PIB/carga tributária do país. Nada mais acaciano (do Conselheiro Acácio, 'rei" do óbvio como personagem do romance "O Primo Basílio" de Eça de Queirós), desde que haja mesmo o crescimento, não sejam criados mais impostos e nem aumentadas alíquotas. 

O problema é que a única reforma que está pronta para ser votada não anda porque Serra e seu partido (PSDB) não deixam. É uma proposta de reforma do ICMS muito bem elaborada, que cria o Imposto sobre Valor Agregado (IVA); contempla com receita os Estados de origem e de destino de consumo dos produtos; acaba com a guerra fiscal; simplifica e diminui o custo administrativo para as empresas.

Além disso, racionaliza e reduz o número de alíquotas no país - o Brasil hoje tem 27 no mínimo, uma legislação tributária por Estado. Também acaba com a burocracia e cobra o imposto no destino e não na origem, favorecendo os Estados mais pobres. Continua>>>
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Será que Dilma vai ganhar no primeiro turno?

A cada momento, as eleições suscitam perguntas diferentes. Já foram várias: Dilma decolará? Serra será candidato? Marina vai empolgar? Quanto de sua popularidade Lula conseguirá transferir?



A mais nova e interessante diz respeito a um cenário que muitos consideravam impensável há pouco tempo: será que Dilma vai ganhar no primeiro turno?



Algumas pessoas acham que apenas formular essa pergunta é tomar partido de Dilma, querer que ela vença ou torcer por ela. São os que supõem que a hipótese é tão absurda que só faria sentido na cabeça de um “dilmista”.



Na verdade, não. São cada vez mais numerosos os analistas que trabalham com essa possibilidade. Até quem sempre raciocinou unicamente com a situação inversa, de Serra vencer no primeiro turno, hoje admite que ela exista e que está se tornando a cada dia mais provável.



Já faz tempo, no entanto, que as pesquisas permitiam antevê-la. A rigor, desde o final do ano passado, quando Serra ainda estava com folgada dianteira. Bastava levar em conta o que diziam as pessoas que conseguiam estabelecer a ligação entre Dilma e Lula.



Entre os que sabiam que ela era a candidata do presidente, a liderança do ex-governador desaparecia e os dois ficavam com a mesma intenção de voto. Mas, ao considerar o perfil socioeconômico dos que não sabiam, via-se que ela tinha grande potencial de crescimento, bastando, para isso, que a informação aumentasse e alcançasse os segmentos mais propensos a votar em seu nome.



De dezembro em diante, as pesquisas foram mostrando que, a cada ponto que subia o conhecimento de que ela era a candidata de Lula, aumentavam suas intenções de voto. Ou seja, embora Serra continuasse liderando, sua vantagem era frágil, pois se sustentava em algo que a campanha eleitoral se encarregaria de alterar. Era a desinformação que lhe dava vantagem, e essa tenderia a desaparecer à medida que a eleição se avizinhasse.



Lula fez o que estava ao seu alcance para que cada vez mais pessoas identificassem Dilma como sua candidata. Levou-a a todos os palanques, convidou-a para inaugurações e solenidades, viajou com ela Brasil afora. Mas foi a imprensa quem mais contribuiu para que seu objetivo - universalizar a informação de que ele a apoiava - fosse sendo progressivamente atingido.



Em 2010, fora seus discursos para as platéias reunidas nesses eventos, Lula só se dirigiu diretamente ao conjunto dos eleitores para falar em Dilma uma vez: quando estrelou os comerciais e o programa partidário do PT em maio. Apenas nessa oportunidade usou uma mídia de massa para falar olhando nos olhos do eleitor e pedir seu voto.



Hoje, cerca de 80% dos eleitores são capazes de associar Dilma a Lula, mas menos de 25% dizem conhecê-la bem. Faltam 20% que sequer a conhecem e há uma larga fatia que somente sabe seu nome.



Engana-se quem olha seus atuais 40% de intenções de voto como teto. Ela chegou a esse patamar através de um processo de difusão da informação que alcançou o eleitor popular fundamentalmente através do chamado “boca a boca”. Nele, a bem dizer, a televisão foi apenas coadjuvante.



Quando, a partir da semana que vem, a propaganda eleitoral começar e Lula passar a aparecer diariamente no programa e nos comerciais na TV e no rádio, Dilma deverá entrar em uma nova etapa de crescimento. Até onde irá, é difícil dizer.



Como as perspectivas de crescimento de Serra são reduzidas, a esperança de quem quer dois turnos se deslocou para Marina e os pequenos candidatos. Mas a mídia que terão é tão exígua (Marina, por exemplo, disporá de um único comercial em horário nobre por semana) que é pouco provável que sejam sequer percebidos pela maioria do eleitorado.



É por essas (e outras) que quem entende de eleição cada vez mais considera possível a vitória, em primeiro turno, da candidata de Lula.

Marcos Coimbra
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Lula - Dilma é melhor que eu, mais capaz que eu, sabe mais que eu

Um Lula salivante subiu no palanque na noite de ontem. Falou, como esperado, maravilhas de sua candidata no primeiro comício em Minas Gerais, mas dedicou o dobro do tempo para desferir duros golpes aos adversários, a quem desafiou a "passar o Brasil a limpo".
O presidente previu a vitória de Dilma Rousseff nas eleições de outubro, mas admitiu que o pleito pode ser decidido somente no segundo turno.
"Se não der no primeiro turno, não tem problema. Eu não ganhei no primeiro turno... Como ela é melhor do que eu, mais capaz do que eu e já sabe mais do que eu, ela pode conseguir", disse ele a uma plateia de 15 mil pessoas, segundo dados da organização do evento.
Para quem testemunhou o evento da noite passada, Lula parecia querer responder às críticas recentes feitas pela campanha do PSDB a seu governo. Ao mesmo tempo, tentava puxar o oponente para o ringue do "nós contra eles".
"Eles estão incomodados porque eles sabem. Antes, Dilma, diziam assim pra mim: 'onde o Lula inventou essa Dilma? Essa Dilma nunca foi candidata, essa Dilma nunca debateu em lugar nenhum, onde Lula foi arrumar essa Dilma?' E eles, agora, que (antes) não sabiam onde o Lula arrumou a Dilma, já sabem que a Dilma será a futura presidenta da República", alfinetou.
O presidente, habituado a discursos inflamados em agendas de campanha, estava ainda mais ácido. Bradava e gesticulava além do habitual. Estava ali na condição de cabo eleitoral e defensor de seu "legado".
Investiu sempre que pôde na associação com a petista. Num sinal de confiança, declarou que daria não um, mas "dez talões de cheque em branco" a ela.
Para ele, Dilma é portadora de seus votos não por sua popularidade, mas porque o governo é bem avaliado. Segundo analistas, esse dado é visto, de fato, como uma das razões do crescimento de Dilma nas pesquisas.
"Eu acho bom que eles queiram debater o governo; acho bom que eles queriam debater obras. Nós estamos dispostos a fazer comparação, fio de bigode por fio de bigode, estamos dispostos a passar esse país a limpo", provocou.
Inspirado, não poupou nem o Jornal Nacional, da TV Globo. Ao elogiar a presidenciável na entrevista concedida ao telejornal na véspera, queixou-se de uma alegada abordagem agressiva por parte dos entrevistadores. Fez isso dando uma rosa a Dilma "pela calma" nas respostas. Era a deixa para entrar na questão de gênero.
"O maior legado que vou deixar pra esse país não é o Luz para Todos, o Bolsa Família... O maior legado que posso deixar para esse país é não ter tido medo de indicar uma mulher para tomar conta deste país com coração de mãe. E a palavra correta é cuidar, não é governar. Esse país precisa ser cuidado."
Relembrando o debate na Band na semana passada, em que Serra acusou o Executivo de pouco investimento e má gestão na saúde, Lula insinuou que o tucano nada fez para evitar a derrota da CPMF no Senado. Disse isso acusando o PSDB de tirar "120 bilhões de reais do governo" (40 bilhões por ano) em recursos para a área.
"Pra depois, na campanha, vir dizer que a saúde não está boa? Era o partido dele, ele era governador (de São Paulo)."
Não por acaso, Lula pediu votos para eleger uma bancada majoritária no Senado para que Dilma Rousseff não passe o mesmo "sufoco" que ele passou no Senado "com PSDB e DEM".
Dilma falou pela metade do tempo. Antecedeu o presidente, dono do discurso mais forte e normalmente o mais esperado. Disse que seu Estado se orgulhará de ter uma mineira na Presidência da República.
"Nós vamos, sim, ter saudade do presidente Lula, mas vamos honrar a memória de seu governo elegendo a continuidade", disse.

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Não eram contra?

Quer dizer que os tucanos não eram contrários ao Bolsa Família e não o consideravam uma esmola que humilhava quem o recebia? Quer dizer que Lula não estava errado em aumentar o salário mínimo, o que FHC não quis fazer para não quebrar o Brasil, pela terceira vez? Por que pelas duas falências, ele foi o único responsável.

Ninguém contra
É fantástico o prestígio eleitoral de Lula. Nem os maiores beneficiários das bandalheiras das privatizações, nem os oposicionistas mais histéricos lhe fazem críticas, no palanque eleitoral. Por isso, até os que batiam nele, agora o elogiam ou então silenciam seus reparos. E aquele ar de desprezo com que falavam do operário nordestino que ia fracassar na Presidência por não ser sociólogo nem saber vários idiomas estrangeiros para contar anedotas e fazer rir os estadistas dos países ricos, cadê?

O Brasil, o Pig e a bicicleta ergométrica

    Tempos atrás, Luis Fernando Veríssimo especulou sobre o que pensariam alienígenas que chegassem à Terra após uma hecatombe nuclear e só encontrassem, como vestígio da civilização anterior, uma bicicleta ergométrica. Quebrariam a cabeça tentando interpretar o mundo e a vida através daquele aparato com pedais que não levava a lugar algum. A metáfora pode ser transportada para o Brasil de 2010.
      Aqui, um passar de olhos pelos grandes jornais, cadeias de rádio e TV fotografa um país imerso em escândalos que pipocam como catapora e haverão de nos tragar a todos para o mais profundo dos abismos; um Estado que torra dinheiro público pilotado por um presidente rude, simplório e analfabeto, um amigo de ditadores que nos faz passar vergonha, não sabe o seu lugar e nos deslustra além-fronteiras.
      Neste país, ler os diários é um convite ao lexotan e um perigo para a saúde dos dentes, cujo rilhar nos remete ao bruxismo. Os escândalos ou subescândalos saltam já embalados de uma linha de montagem fordista: Gamecorp, dólares de Cuba, aloprados, tapiocagate, Farc, Lina Vieira, grampo no STF, estado policial, dossiê da Casa Civil, CPI do MST, compra de aviões, Petrobrás, neoaloprados etc e adquirem uma dimensão, independentemente da sua gravidade ou não, extraordinária.          
      Mas são produtos perecíveis, efêmeros na era da descartabilidade. É de sua natureza. Os mais taludos rodam uma, duas, talvez três semanas, cumprem o percurso tradicional Veja-Folha-Globo-Estadão-Rede Globo, perdem as asas e se esvaem na sua irrelevância. Veio aquele da menina Mantega – que, ao menos, teve o dom de nos iluminar os olhos por alguns instantes – para infelizmente esmaecer e murchar em um par de dias. O mais recente atende por “dossiê da Previ”. Terá seus 15 minutos de ribalta antes de ser remetido ao limbo. Logo mais um virá substituí-lo.
       Porém, há outro país ausente da mídia. Nele há progresso no campo e na cidade, perceptível nas conversas, nas estatísticas oficiais ou não, no ritmo da economia, nos levantamentos sobre produção, vendas, emprego, safras, salários, crédito, matrículas e no retorno das políticas sociais. E seu presidente rude, simplório e analfabeto ostenta maior popularidade do que qualquer outro cidadão que já sentou na cadeira que ele ora aquece. Uma popularidade confirmada em todo o mundo, forjada através de sua capacidade de diálogo e de seu carisma e de uma diplomacia sem genuflexão e com um protagonismo planetário inédito em cinco séculos.
      O primeiro dos dois países é um apocalipse mental. Conforta os 5% da população que querem ser confortados por esta ficção de horror. Resulta da amargura da mídia hegemônica da qual emana uma contrariedade que, não raro, azeda em claro rancor. É a opinião publicada que transborda dos editoriais, assalta as manchetes e infecciona o noticiário.
      Uma característica marcante da opinião publicada é lixar-se para a opinião pública. Esta, que habita o segundo país, ultimamente tem dado o troco: passou a lixar-se para a opinião publicada. E boa parte da opinião pública começa a olhar enviesado para a opinião publicada. Percebe-a como uma geringonça bizarra, deslocada no tempo e no espaço, tão útil para quem deseja se movimentar, andar para a frente e para o futuro, como uma bicicleta ergométrica.
AYRTON CENTENO

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