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Agiotagem


RESISTIR É PRECISO

A presidente Dilma Rousseff chega hoje a Portugal para participar da homenagem da Universidade de Coimbra ao ex-presidente Lula. Terá tempo para examinar o que acontece naquele país. Com certeza trará lições sobre o que não fazer no Brasil, exatamente o que o governo português vem tentando. Demitiu-se o primeiro-ministro José Sócrates, ainda que deva permanecer no cargo por dois meses, por conta das resistências na Assembléia Nacional ao seu plano de “recuperação econômica”.


Assim como a Grécia, a Irlanda, a Espanha, a França  e outras nações européias, Portugal quer sair do sufoco às custas do trabalhador. Para manter felizes as elites financeiras, na verdade as  causadoras da crise econômica, os dirigentes portugueses estão propondo aumento de impostos, redução de direitos, a começar pelas aposentadorias, demissões em massa, interrupção nos investimentos sociais, cortes nos gastos públicos  e outras fórmulas clássicas do neoliberalismo.

Os protestos  já se fazem sentir em Lisboa e no Porto. Os sindicatos  estão na rua, mobilizando contingentes  de prováveis vítimas da sanha do chamado mercado. Os trabalhadores não aceitam iniciativas capazes de tornar ainda pior a vida deles, mas, pelo  jeito não vai adiantar muito a sua reação. Não tem adiantado em situações similares no Velho Mundo. Lá, a prevalência continua sendo das elites, na hora das decisões. São elas a base da maioria dos governos europeus.

Ao retornar, Dilma precisará meditar para prevenir. Não há iminência de crise, entre nós. A economia mantém-se estável, continuamos crescendo, novos empregos tem sido criados e, mais importante ainda, o governo atual não surgiu das elites e nem parece prisioneiro delas, ainda que continuem tentando dominá-lo. Mas já se falou em aumento de impostos,   no caso, a volta da CPMF.  Registra-se a contenção de gastos públicos, na ordem de 50 bilhões, apesar das promessas da presidente pela preservação das obras do PAC. Mesmo assim, ressurge a ameaça de modificações no sistema de aposentadorias.

Dificuldades são inerentes a qualquer administração. Tudo indica o modelo europeu longe de aportar por aqui, mas prevenir e prestar atenção será sempre bom. Numa palavra,  resistir.
Carlos Chagas

Dilma preserva todos projetos sociais e mais 4 áreas do PAC


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Dilma e Marcelo Deda
O governo foi muito feliz na consolidação fiscal - o corte de gastos de R$ 50 bi no orçamento/2011 - ao preservar intocados em suas verbas todos os projetos sociais e mais quatro áreas do PAC, o "Minha Casa, Minha Vida", os investimentos relacionados à Copa do Mundo de 2014 e o Programa Emergencial de Financiamento, do BNDES.


Ao anunciar, em encontro em Sergipe com governadores do Nordeste, que o Ministério do Planejamento conclui, até o fim desta semana, o detalhamento desta consolidação, a presidenta Dilma Rousseff acentuou que estas cinco áreas para ela são sagradas e estão imunes a cortes.

Como a arrecadação federal este ano deve subir R$ 20 bi e o Congresso Nacional acrescentou  R$ 15 bi ao Orçamento em emendas não pactuadas e, assim, o governo não está obrigado a atendê-las, o corte efetivamente será de R$ 15 bi. E como afirmou a presidenta, sem prejuízo para as áreas estratégicas do governo.

Na comparação, encobrem a herança maldita de 2003

Por isso, evidentemente, não tem nenhum sentido, em função da consolidação fiscal, comparar o Brasil de hoje com o de 2003, quando o governo Lula assumiu aquela herança maldita dos oito anos de tucanato e foi obrigado, no 1º ano, a contingenciar cerca de R$ 14 bi.

"Lá, tinha uma taxa de inflação fora de controle, que não é o caso atualmente. Nós estamos dentro da margem estabelecida de dois pontos acima da meta inflacionária de 4,5%", comparou a chefe do governo ontem.

Ela lembrou, também, as reservas internacionais de US$ 300 bi com as quais o Brasil conta agora, nada comparável com a situação nesta área deixada pelo tucanato em 2003 (leiam análise das críticas da oposição e da mídia Aqui.

A Presidente Responde

Carlos Serrão, 49 anos, autônomo de Belém (PA)
Por que o financiamento do programa Minha Casa Minha Vida não é facilitado para quem possui terreno próprio todo documentado?

Presidente Dilma 
Carlos, no programa Minha Casa Minha Vida já existe uma linha de crédito específica para atender famílias que são proprietárias de terrenos regularizados e que pretendem construir neles sua casa própria. Neste caso, desde que o proprietário do terreno atenda às condições estabelecidas, poderá procurar uma agência da Caixa e pleitear o financiamento. Na ocasião, os funcionários prestarão esclarecimentos quanto à documentação necessária e os procedimentos que precisam ser adotados. O financiamento é liberado em parcelas mensais, de acordo com o andamento da execução das obras. Dentro do programa Minha Casa Minha Vida, do total de 1.005.028 unidades financiadas até dezembro de 2010, foram concedidos 79.501 financiamentos para construção de imóveis diretamente às famílias que eram proprietárias de terrenos. Ou seja, aproximadamente 8% do total foi direcionado para este segmento. Cumprindo os requisitos, é simples adquirir o financiamento. Para mais informações, basta procurar uma agência da Caixa, acessar o site www.caixa.gov.br ou ligar para 0800-7260101.

O jogo está “1 X 1”

por Carlos Chagas
O novo presidente do Tribunal de Contas da União repetiu de forma mais dura,  em entrevista à imprensa, aquilo que sustentara em discurso no dia de sua posse, na presença do presidente Lula e de Dilma Rousseff. Para Benjamim Zymler, o TCU será duro na fiscalização das obras públicas e até ampliará o leque das investigações, denunciando  qualquer irregularidade comprovada e promovendo seu embargo.

Mais de uma vez o presidente Lula queixou-se dos entraves burocráticos que vem prejudicando a ação do governo federal e algumas obras do PAC. Suas farpas tiveram dois endereços: o TCU e o Ibama. Com todo o respeito, em se tratando do  Tribunal de Contas, o primeiro-companheiro não tem razão. Fundado por Rui Barbosa, essa instituição tem prestado relevantes serviços à moralidade pública, mesmo em parte formado por políticos derrotados. Zymler não é um desses, nunca foi deputado, mas funcionário de carreira do próprio TCU. Vai ser carne de pescoço para Dilma.

Quanto às intervenções e embargos de obras públicas promovidos pelo Ibama, a conversa é outra. Não dá  para ver a implantação de  anéis rodoviários da importância do que circundará o Rio de Janeiro paralisada porque uma raça especial de sapinhos amarelos anda perdendo a tesão. É isso mesmo. Interromperam a obra sob a alegação de que num pequeno trecho os sapinhos estavam se reproduzindo menos...    A relação não tem fim,  citando-se hidrelétricas interrompidas e ferrovias desviadas por intervenção do Ibama. Preservar o meio ambiente é  um dever de todos, mas com a devida atenção ao desenvolvimento nacional.

Coisa bem diferente do que sustar obras onde a roubalheira é explícita.  Nesse jogo que o presidente Lula pôs em campo, está dando “1 x 1”...
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Lula disse que eleger Dilma era parte de seu programa de governo

O presidente Lula afirmou hoje de manhã durante evento que reuniu prefeitos e governadores, que eleger Dilma à presidência da República fez parte de seu programa de governo.
"Fazer a sucessão fez parte do meu programa de governo. O Brasil vai viver a primeira experiência de ter uma mulher presidente. Depois da princesa Isabel, que assinou a Lei Áurea, Dilma é quem vai assinar todas as leis do País", afirmou.
Lula disse tambem que em seus oito anos de governo não houve distinção entre governantes da base aliada ou da oposição. "Mesmo aqueles que não gostam de mim, duvido que já tiveram algum presidente que tratasse governadores e prefeitos com tanto carinho como nós. Mesmo os que eram amigos de outros presidentes sabem disso", afirmou.
Durante o evento em o presidente assinou contratos junto com prefeitos e governadores para o início das obras da segunda parte do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), Lula disse que deixa uma lição para àqueles que assumem a presidência, e reafirmou que é preciso contar com todos.
"A lição que fica é que ganhar a presidência da República não dá o direito de só colocar os teus no governo. A grandeza não é atender só os teus, é atender os outros sem perguntar para onde vão, apenas respeitar. Aquele que você não gosta foi eleito tão democraticamente quanto aqueles de quem você gosta. É assim que Dilma vai governar", disse.

Lula conclui obra iniciada em 1981

A conclusão das obras das eclusas de Tucuruí, que será acompanhada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva hoje, terça-feira (30), além de ser considerada uma dasmaiores obras de infraestrutura logística do país, é politicamente simbólica para o governo federal. Viabilizada pelo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), com investimento de R$ 1 bilhão, a obra teve início há quase 30 anos e foi diversas vezes interrompida nas administrações anteriores.
“É uma vitória do trabalho sério e da persistência sobre a falta de vontade política, que havia paralisado os serviços diversas vezes desde que a obra começou em 1981”, comemora o diretor-geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), Luiz Antônio Pagot.
Em 1989, a primeira paralisação – Inicialmente comandada pela extinta Portobras, aconstrução das eclusas teve andamento normal até 1984, quando o ritmo foi reduzido gradativamente até a interrupção em 1989. Nove anos depois, em 1998, os serviços foram reiniciados, mas houve nova desaceleração por determinação do Tribunal de Contas da União. Reativadas mais uma vez em 2004, as obras seguiram até outubro de 2005. Somente em março de 2007, após a inclusão no PAC e a assinatura do contrato de delegação firmado entre o Dnit e a Eletronorte, foi possível retomar a construção.
25 Maracanãs - A obra impressiona pela grandiosidade. O volume de concreto usado na obra seria suficiente para construir 25 estádios de futebol do tamanho do Maracanã. São duas eclusas, com 210 metros de largura e 33 metros de comprimento cada – ligadas por um canal intermediário de 5,5 quilômetros – que permitirão apassagem de comboios de até 19 mil toneladas. Assim, esses comboios farão, sem dificuldade, o percurso de 445 quilômetros entre os portos paraenses de Vila do Conde e Marabá.
Até agora, estes comboios carregados de minério precisavam navegar de Marabá a Tucuruí. Lá, realizavam o transbordo para caminhões e, logo depois do desnível de 74 metros, a carga voltava a ser transportada pelo rio até os portos de Belém e Vila do Conde.
Transporte hidroviário - Com a conclusão das eclusas, o transbordo deixa de ser necessário e a viagem ficará mais curta. O que resulta em redução de custos, além de viabilizar a implantação da siderúrgica Aços Laminados do Pará (Alpa). A Alpa representa um investimento de R$ 3,3 bilhões e a logística está inteiramente baseada no modal hidroviário.
Até 2025, segundo o planejamento do governo federal, 29% de todo o transporte brasileiro será efetuado por hidrovias, meio que polui menos e reduz custos de transporte, tornando os produtos mais competitivos no exterior. Atualmente, apenas 13% da carga no país é transportada por via fluvial.
Fonte: Brasília Confidencial
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Transnordestina recebe primeiros trilhos em Missão Velha

Clique para AmpliarClique para AmpliarClique para AmpliarA obra de construção da Transnordestina final mente chega ao Cariri. No dia 10, presidente Lula visita canteiro na região

 A Ferrovia finalmente, entrou nos trilhos. A instalação dos primeiros trilhos começou no "marco zero", neste Município. Agora, as equipes de trabalho já estão no Sítio "Corredor Comprido", Município de Milagres, a menos de um quilômetro de distância do túnel que passa por baixo da CE-293, que liga Missão Velha a Brejo Santo.

Estão sendo fixados dois tipos de bitola em alguns trechos. Entre Missão Velha e Salgueiro, são três trilhos paralelos. O objetivo é atender às composições de bitolas mais largas. No canteiro de obras, operários da Construtora Aliança, que faz parte do consórcio que executa o projeto, afirmam que estão sendo feitos 500 metros por dia.

A predominar este ritmo, o trecho de 96 km entre Missão Velha (CE) e Salgueiro (PE) será concluído em seis meses. Continua>>>

Ceará supera R$ 1 bi para habitação

Clique para AmpliarSoma emprestada neste ano já é 63,7% superior à quantia de R$ 647,5 milhões disponibilizada em 2009

O ano de 2010 está sendo considerado o melhor de todos os tempos para a Caixa Econômica Federal no que concerne ao crédito imobiliário. De janeiro até o dia 11 de novembro foram emprestados pelo banco R$ 1,059 bilhão para a compra da casa própria no Ceará. O valor supera em 63,7% os R$ 647,5 milhões conferidos durante todo o ano passado, período que, segundo a instituição financeira, detinha o melhor desempenho da história. Entretanto, somente nos sete primeiros meses deste ano, o resultado de 2009 foi ultrapassado.

Conforme explica o superintendente regional da Caixa, Gotardo Gurgel, os bons números do crédito imobiliário estão relacionados ao equilíbrio da economia brasileira. "O aquecimento do mercado foi baseado em alguns fatores cruciais, como uma maior desburocratização do processo; mais conhecimento, por parte da população, acerca das modalidades de crédito; e pelas vantagens do financiamento habitacional, além do aquecimento da construção civil com os novos lançamentos", diz.

A menos de um mês e meio para o fim do ano, a Caixa Econômica espera ainda anunciar em seu balanço final do financiamento da casa própria uma cifra mais inchada para o crédito imobiliário, em torno de R$ 1,3 bilhão no Estado.

Gotardo Gurgel destaca também que a procura pela casa própria não desacelera. "O ritmo de crescimento está alto, e a demanda continua elevada em todos os segmentos", garante, optando por não adiantar as perspectivas para 2011.

O montante liberado pela Caixa em 2010 é relativo à assinatura de 19.725 contratos, que devem beneficiar, em média, 80 mil cearenses. Em 2009, quando foram emprestados R$ 647,5 milhões, foram efetivadas 12.050 operações e favorecidas 48.200 pessoas. Segundo a instituição, os empréstimos com recursos da caderneta de poupança (SBPE), no ano, somaram R$ 401,8 milhões em 7.597 imóveis; ou 38% do contratado até agora. Nos financiamentos realizados a partir do FGTS, foram aplicados R$ 358,2 milhões em 5.296 operações. Foram aportados ainda R$ 285 milhões, em 6832 contratos, por meio do Fundo de Arrendamento Residencial (FAR) e R$ 14,7 milhões com recursos do Orçamento Geral da União.

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Nove mil trabalhadores empregados a cada navio lançado ao mar

Cerca de nove mil trabalhadores brasileiros são empregados a cada navio de grande porte que é construído no País, afirmou o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do Rio de Janeiro, Alex Santos. Segundo ele, as obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e do Promef trouxeram para o Brasil uma perspectiva de continuidade na geração de empregos. “Nos anos anteriores, quando se lançava um navio, nós costumávamos dizer que, junto com ele, três mil trabalhadores eram lançados ao mar, porque gerava desemprego. Hoje em dia eles têm uma perspectiva de continuidade: lança-se um navio, e há outro na
carreira para ser lançado novamente”.

E o renascimento da indústria naval brasileira vem transformando a vida de muita gente. Como a do casal Suelen e Gilson. Ela, após um curso profissionalizante, se tornou soldadora, profissão que exibe com orgulho. “Minha vida agora é muito melhor”, diz, com orgulho. “Antes eu não tinha garantia nenhuma de emprego. Agora, mesmo entregando um navio, sabemos que há outros para serem construídos e que o emprego da gente está garantido.”
Gilson, ex-cobrador de ônibus, trabalha há quatro anos na indústria naval e hoje é encarregado da produção. Para ele, uma das grandes vantagens da profissão é a possibilidade de crescimento. “Mudou praticamente tudo na minha vida. É daqui que levo meu sustento, é daqui que estou conseguindo comprar o meu carro. Graças a Deus estou conseguindo o que eu tinha almejado antes. Aqui só não aprende e cresce se você não quiser.”
Gilson e Suelen trabalharam na construção do porta-contêiner Log–In Jatobá, lançado ao mar nesta segunda-feira (25/10) em cerimônia que contou com a participação do presidente Lula e da primeira-dama Marisa Letícia, que foi a madrinha do navio. Seu custo total foi de R$ 152,9 milhões, sendo R$ 137,6 milhões financiados pelo Fundo da Marinha Mercante.
O Log-In Jatobá é a segunda embarcação de uma série de cinco porta-contêineres encomendados pela empresa Log-In ao EISA. Quando em operação, os novos navios deverão ampliar em 300% a capacidade do serviço de navegação costeira da empresa. O primeiro navio foi o Log-In Jacarandá, entregue há cinco meses. De acordo com empresa, a construção de cada embarcação emprega, direta ou indiretamente, cerca de 3 mil pessoas.

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Se Serra fosse eleito parava o PAC

Ed Ferreira/AE – Aborto. ‘Transformar um cara no santo milagroso antiaborto e Dilma em matadora de criancinhas é uma farsa’
Ed Ferreira/AE

”Dilma terá de fazer ajuste fiscal, mas não vai ser uma inflexão”


Cotado para assumir a Casa Civil num eventual novo governo do PT, Paulo Bernardo diz que a política salarial dos servidores terá de ser ”compatível com a inflação baixa”

Vera Rosa e Lu Aiko Otta – O Estado de S.Paulo

A duas semanas da eleição presidencial, o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, admite que Dilma Rousseff (PT) terá de fazer um ajuste fiscal, se vencer a disputa. Na sua avaliação, porém, o aperto será bem mais suave do que quando Luiz Inácio Lula da Silva chegou ao Palácio do Planalto, em 2003, porque não há risco de descontrole inflacionário.
“É evidente que, se tiver de fazer algum ajuste, vai ter de ser feito. Isso sempre é assim. Tem de fazer? Acho que tem. Mas não vai ser uma inflexão”, diz Bernardo. A política salarial do funcionalismo, na definição do ministro, terá de ser “compatível com a inflação baixa”.
Cotado para ocupar a Casa Civil em eventual governo Dilma, Bernardo critica o candidato do PSDB, José Serra, e afirma que a campanha, do jeito que está, beira as raias do obscurantismo. “Transformar um cara no santo milagroso antiaborto e a nossa candidata em matadora de criancinha é uma farsa”, insiste.
Nesta entrevista ao Estado, o ministro diz que o governo, seja ele qual for, não terá vida fácil a partir de 2011. “Eu não vou conseguir controlar o voto nem da minha mulher”, brinca Bernardo, numa referência a Gleisi Hoffmann (PT-PR), eleita senadora.
A campanha de Dilma Rousseff tem enfrentado dificuldades neste segundo turno. O que é preciso fazer para conter o avanço do candidato do PSDB, José Serra?
A virada do primeiro para o segundo turno foi uma surpresa para a nossa campanha porque todos achavam que Dilma ia ganhar no dia 3. Isso provocou gosto amargo na boca.Por outro lado, a euforia se espalhou entre os tucanos. Tem gente que nunca fez campanha para Serra e agora está fazendo.
O sr. está falando do senador eleito Aécio Neves?
Eu estou vendo Sérgio Guerra (presidente do PSDB) cantar vitória antecipada e falar da equipe de transição do governo, mas até há pouco tempo os jornais diziam que nem na campanha do Serra ele estava.
Mas o próprio presidente Lula diz que é preciso ir para as ruas e sair da agenda negativa do aborto…
Houve um certo atordoamento na campanha, é verdade, mas já passou. A Dilma tem mais de 50% dos votos válidos em todas as pesquisas. Se tivermos tranquilidade e retomarmos a campanha de forma aguerrida, vamos ganhar. Não dá para subir no salto alto, como subimos no primeiro turno, e os tucanos estão subindo agora.
Qual o principal erro a ser corrigido? Sabe-se que o presidente Lula vai aparecer mais na campanha, mas também há cobranças ao marqueteiro João Santana…
Quando começa essa história de “faz isso, faz aquilo” não dá certo. Mudar da água para o vinho é um erro. Lula é o maior trunfo que temos. O eleitor não vai trocar os programas bem sucedidos sem mais nem menos. Isso seria um salto no escuro.
Por que o aborto se tornou um dos principais temas da campanha?
Esse tema mostra a força da religião. O lado negativo é a campanha pautada em mentiras deslavadas. Transformar um cara no santo milagroso antiaborto e a nossa candidata numa matadora de criancinha é uma farsa. Documentos e vídeos que estão circulando beiram as raias do obscurantismo.
A polêmica não seria por que ela defendeu a descriminalização do aborto, em 2007, e depois mudou de posição?
Descriminalização não significa ser a favor do aborto. É igual maconha. Não sou a favor da maconha, nunca fumei nem cigarro. Sou totalmente contra drogas. Mas tenho dúvida se quem fuma um baseadozinho de vez em quando deve ser tachado como criminoso.
O próximo governo vai ter condições de não pôr esse tema do aborto em pauta, já que ele é tão importante agora?
O mais provável é o assunto sumir do noticiário no dia seguinte à eleição. Passada a campanha, vamos falar de reforma fiscal, da Previdência, se vai ter salário mínimo de R$ 600…
É possível elevar o mínimo para R$ 600, como Serra propôs?
Pela nossa proposta, que está em vigor, o mínimo terá um reajuste de cerca de 12% em 2012. Vai passar de R$ 600 e continuar tendo ganhos reais nos anos seguintes. Então, tem uma esperteza do Serra aí: ele fala que vai dar R$ 600, mas não o que vai acontecer depois. Além disso, prometer 13.º para o Bolsa-Família é de um oportunismo escandaloso. O PSDB passou sete anos falando mal do Bolsa-Família.
Quanto custaria elevar o mínimo para R$ 600?
Arredondando, R$ 18 bilhões. No total, incluindo os aposentados (reajuste de 10% para benefícios acima do mínimo), R$ 24 bilhões. Serra não fala de onde vai sair o dinheiro. E ele foi ministro do Planejamento, gente!
Dilma tem criticado as privatizações do governo Fernando Henrique, mas o sr. mesmo era a favor delas. Essa estratégia deve continuar?
Serra comandou a privatização de muitas empresas e tentou privatizar a Cesp e a Nossa Caixa, que foi comprada pelo Banco do Brasil por orientação do governo. Eu acho que há setores onde não fazia sentido o Estado ter intervenção, como aço e, talvez, telefonia. Os bancos estaduais eram usados para fazer política e safadeza. A privatização resolveu isso. Agora, a maioria das empresas foi vendida a preço de banana e financiada pelo BNDES.
A discussão sobre privatização não é muito antiga?
Você acha que privatização é uma discussão antiga e aborto não? No debate, pode vir o que for.
O sr. é a favor do controle social da imprensa?
É uma polêmica, mas isso tem de ser discutido. Se pode ter controle social sobre outras coisas, por que não na imprensa? Parece que vocês têm queixo de vidro! Falou mal, vira inimigo da democracia. Talvez a melhor alternativa seja a mídia se autorregulamentar.
O presidente Lula interrompeu suas férias para tratar da crise dos Correios, que estourou no rastro do escândalo envolvendo Erenice Guerra, então ministra da Casa Civil. O que o sr. faz lá?
Os Correios têm um problema administrativo e uma crise política, com as denúncias sobre Erenice. Temos um relatório para entregar ao presidente depois das eleições. Há mudanças de gestão que têm de ser feitas.
O governo vai trocar a cúpula dos Correios agora ou esperar a eleição?
Os Correios têm instâncias que devem ser blindadas com gente de carreira e sem influência externa. São principalmente as diretorias regionais. Mas isso deve ser tratado na transição, quando também serão definidos o presidente dos Correios, o ministro do Planejamento, das Comunicações, da Casa Civil…
Aliás, dizem que o ministro da Casa Civil pode ser o sr., se Dilma vencer…
Eu já li isso, mas não tive nenhuma notícia a respeito (risos).
O sr. gosta da ideia?
Precisamos primeiro ganhar a eleição para saber se algum de nós vai estar no governo.
O que o sr. acha da proposta de criação de um núcleo de assessores especiais diretamente ligados à Presidência, como na Casa Branca?
Li isso no Estadão. Se foi a Dilminha que falou, foi boa ideia.
Nenhum dos candidatos deixou claro o que pretende fazer em relação ao câmbio. Como conter a valorização do real?
Nós temos uma política de câmbio flutuante com algumas intervenções do governo. O Serra namora a ideia de fixar quanto o real vai valer em relação ao dólar. É sustentável? Quanto custa? Sem contar que vai dar base para vazamentos, gente ganhando dinheiro com especulação.
Qual seria a alternativa?
Temos de atacar outras questões e fazer uma reforma tributária para desonerar exportações. Precisamos persistir na política de baixar o juro.
Mas para isso precisaria melhorar a política fiscal.
Com certeza.
E como se faz isso, com essas promessas todas que estão na praça?
A nossa candidata não está fazendo promessa. Temos condição de manter o aumento dos gastos correntes abaixo do crescimento do PIB.
Vai haver um ajuste fiscal?
Em qualquer momento se faz ajuste.Dilma reagiu quando falaram de ajuste fiscal porque ficou parecendo que íamos parar com o que estávamos fazendo, que o governo gastava de forma irresponsável. Mas, nos seis primeiros anos do governo Lula, cumprimos a meta do superávit.
Manter a atual política fiscal é suficiente para dar um tombo no juro e ajudar o câmbio?
Nós assumimos o governo com o juro de 25% e a economia beirando a estagnação. Fizemos uma série de ajustes para controlar a inflação, que chegou a 12,7% em 2002. Acho que a Dilma não vai ter de fazer toda essa inflexão, porque não há risco inflacionário. É evidente que, se tiver de fazer algum ajuste, vai ter de ser feito. Isso sempre é assim. Tem de fazer? Acho que tem. Mas não vai ser uma inflexão.
A meta de inflação tem de ser mais ambiciosa?
Se olharmos o que está acontecendo no mundo, estamos num cenário deflacionário. A inflação e o juro real estão na faixa de 1%. Se acreditamos que o Brasil é um país que vai para o primeiro time, deveríamos pensar em parâmetros internacionais. Mas não é chegar no dia 1º de janeiro e falar: “Agora vai ser desse jeito”.
E o reajuste dos servidores? Vai ter de ser congelado?
Não. A política salarial vai levar em consideração tudo o que já fizemos. Tem de ser uma política compatível com a inflação baixa, levar em conta que os salários estão valorizados, bem acima da inflação.
Dilma conseguirá segurar o PT e o PMDB nessa briga por cargos?
Acho isso coisa do terreno da mitologia. O PT não vai agir de forma desatinada. Dilma terá uma bancada de apoio mais sólida e, no Senado, uma possibilidade de diálogo muito melhor do que tivemos. Mas não se trata de ter um Senado dócil. Eu não vou conseguir controlar o voto nem da minha mulher (risos).

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