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As causas mais profundas da popularidade de Lula


Cientistas políticos, sociólogos e diletantes andam buscando as razões de porque o presidente Lula elegeu-se duas vezes e ostenta popularidade ímpar na história da República. Bastaria trocarem a complicada terminologia acadêmica e seus raciocínios esotéricos pela simples observação do comportamento das massas. Depois de Getúlio Vargas, quem senão o Lula dirigiu-se às majoritárias categorias menos favorecidas? Ainda que iludido e frustrado pela pregação de tantos presidentes, apenas os dois deram ao povão motivos para insurgir-se contra as elites retrógradas encasteladas no poder desde nossa formação como nação. E não se dirá que Getúlio e Lula fizeram tudo o que deveriam ou poderiam para resgatar o sacrifício e o sofrimento das maiorias. Não raro também contemporizaram com as elites, como demonstra agora a política econômica do governo dos companheiros. Mesmo assim, ficam evidentes a pregação e as realizações do fazendeiro gaúcho e do torneiro-mecânico pernambucano que virou paulista. A maior parte do eleitorado sensibiliza-se por quem sinceramente volta-se para suas agruras. O voto a ser dado daqui a menos de um mês não será pró-Dilma, mas anti-elites. Depois, fica tudo nas mãos de Deus...
Carlos Chagas

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Dilma abre 10 pontos no Sensus; quais são os cenários possíveis na campanha?

por Rodrigo Vianna
Amigos blogueiros, como  Eduardo Guimarães, acham que eu sou cauteloso demais. Não sei se é a ascendência mineira que me deixou assim, ou a experiência sofredora de corinthiano. A verdade é que não gosto de “já-ganhou”.
Esse é o clima que parece tomar conta da campanha de Dilma (não falo da candidata e do núcleo dirigente, mas de parte da militância mesmo). Foi o que me relatou um amigo com muitos contatos na área sindical: “Dia desses fui ao ABC e a expectativa lá é de que a eleição já está ganha”. Isso é um perigo danado! Essa sensação tende a crescer ainda mais depois dos números mostrados agora há pouco pelo Sensus: Dilma abriu dez pontos sobre Serra.
O DataFolha isola-se cada vez mais. Até o Ibope e seu errático presidente já admitem que Dilma é franca favorita.  Vox Populi e Sensus, de forma consistente, mostram o mesmo.
A favor de Dilma há mais do que pesquisas:
- um governo que tem muito o que mostrar, com conquistas sociais inegáveis;
- um presidente com 80% de aprovação, e que é  o maior líder popular da história brasileira, ao lado de Getúlio Vargas e Luiz Carlos Prestes;
- uma oposição que escolheu o caminho da direita, e preferiu um candidato que não consegue se livrar da marca FHC (privatista, anti-povo, herdeiro de uma era de desemprego, apagão e subserviência na política externa).
Contra Dilma há um fato inquestionável: ela nunca foi testada em campanhas eleitorais.Os tucanos acreditaram na história contada pelos colunistas de araque (Dilma não tem luz própria, não tem experiência). Isso era fábula. Dilma tem história, ajudou a construir o governo Lula. Tem experiência adminstrativa, sim!
Mas não tem experiência eleitoral. Isso é fato.
Quer dizer que Dilma pode se atrapalhar na eleição, nos debates, na campanha de rua? Duvido.
Mas a eleição não está ganha. Do outro lado, há um candidato que não tem nada a perder. Como já escrevi aqui, o pior erro que o PT pode cometer é repetir os tucanos, menosprezando Serra. Ele joga tudo nessa eleição. Derrotado, provavelmente será varrido também do poder em São Paulo (onde Alckmin, que já foi humilhado por Serra,  não deve ceder grandes espaços à turma serrista num provável governo estadual tucano).

ESTAMOS EM AGOSTO


por Carlos Chagas
Agosto começou ontem. Para alguns,  mês de tomar cuidado, até porque o dia 13 cairá numa sexta-feira. Getúlio Vargas suicidou-se,    em 1954, Jânio Quadros renunciou em 1961 e Costa e Silva teve um derrame cerebral em 1969 – tudo em agosto, só  para ficar  nos presidentes da República.

Deixando a superstição de lado, haverá que prestar atenção neste agosto, decisivo para a campanha presidencial. Na quinta-feira, 5, começam os debates entre os candidatos, o primeiro promovido pelaTV-Bandeirantes.  Na outra terça-feira, 17, inicia-se o período de propaganda eleitoral gratuita no  rádio  e na televisão. Até o dia 31, pelo  menos  mais   quatro pesquisas serão realizadas e divulgadas.

A pergunta que se faz é sobre qual dos pretendentes ao palácio  do  Planalto estará com os nervos mais à flor  da pele.     Claro  que todos vão negar qualquer alteração de comportamento, mas é bom verificar que Dilma Rousseff sofre cada vez que entra num jatinho   e começou a chamar as  repórteres de “minha  filha”. Quando isso acontece é porque chegou ao  limite sua capacidade de escutar perguntas desagradáveis ou até cretinas.  José Serra, de seu turno, desdobra-se para sorrir, sem resultado, quando em passeatas pelas ruas de grandes  cidades sente pouca repercussão popular. Em especial se for em Minas.  Viu um ovo ser  arremessado sobre sua comitiva,  mesmo tendo  passado a metros de distância de sua calva.  Sem explicação, Marina Silva perdeu a voz quando começava a falar a um grupo de empresários, no fim de semana.

É inegável que a temperatura vai subindo entre  os candidatos, até por conta de baixarias recíprocas, mas um fato deve ser ressaltado para favorecer a visão otimista deste novo agosto:  ao contrário de eleições passadas, o eleitorado não está nem um pouco emocionado, sensibilizado ou em pé-de-guerra. Já temos assistido entreveros violentos e mesmo  virulentos nesse período, com choques de rua, pancadarias, tiroteios  e sucedâneos, estaduais e federais. Agora, pelo menos até hoje, nada. O cidadão comum ainda não se tocou para a evidência de que em breve estará decidindo sobre seu próprio destino, e o da nação.  Talvez porque não esteja mesmo, tendo em vista a identidade ideológica entre os candidatos, a falta de promessas de mudança real e sensível na política e na economia e até, não há  como   negar, um clima de satisfação popular   diante da performance do Lula.

Apesar de tudo, um lembrete final: estamos em agosto...

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PETROBRÁS, RETRATO DO BRASIL VITORIOSO

artigo de Delúbio Soares


Os brasileiros construíram ao longo de mais de meio século uma das maiores empresas do mundo. Em verdade, foi bem mais que isso. Nosso povo acreditou em seu próprio país, recusando-se a aceitar a balela de que estaria fadado a uma eterna dependência externa, buscando sua auto-suficiência energética em nosso riquíssimo território. Hoje aquele entusiasmo cívico, impulsionado por um misto de teimosia juvenil com coragem desassombrada, que tomou as ruas, encheu praças, levantou os quartéis e as universidades ao mesmo tempo, uniu civis e militares, mostrou a face nacionalista de nossa gente, é traduzida em realização, trabalho e sucesso.

A Petrobrás é fruto do que de melhor o povo brasileiro possui em sua formação. Ela traduz, em sua trajetória de sucesso e conquistas, a imagem de um povo guerreiro e vencedor. Ela nasceu de um movimento cívico que uniu o país em torno do Estadista Getúlio Vargas, que enfrentou poderosos interesses internacionais e, num dos maiores momentos de toda nossa história, criou a que hoje é, de longe, a maior empresa brasileira, a maior empresa da América Latina, a quarta maior empresa de energia do mundo e a oitava maior empresa por valor de mercado de todo o mundo.

Poucos antes que Getúlio criasse a Petrobrás, um célebre engenheiro norte-americano, Mister Link, chamado ao Brasil pela UDN (os tucanos da época), apresentou uma série de quatro pareceres onde “provava” por a + b, com farta argumentação e recheando com números e cálculos a sua pantomima, que “no Brasil não há Petróleo”. A imprensa da época dedicou-lhe manchetes e abriu espaços para entrevistas e Mister Link virou figurinha carimbada, tal qual uma trombeta do apocalipse, acolitado por maus brasileiros e sendo usado para que nos conformássemos com nossa suposta pobreza de recursos minerais. O “Relatório Link” foi brandido e usado como o grande argumento contra Getúlio e os defensores da Petrobrás, que estariam gastando dinheiro público, perdendo tempo, fazendo baderna, utilizando-se da questão petrolífera como trampolim eleitoral através da histórica campanha de “O petróleo é nosso”, etc...

Desde os anos 30, como um profeta pregando no deserto, o genial escritor Monteiro Lobato, uma das grandes figuras de nossa literatura e de nossa história, empreendeu por conta própria uma campanha em favor do petróleo, onde garantia exatamente o oposto do que anos depois o mentiroso engenheiro norte-americano tentaria nos impingir como verdade absoluta. Nessa cruzada quase solitária, quando o petróleo era um tema distante e pouco conhecido naquele Brasil ainda rural, Monteiro Lobato perdeu a saúde e ficou pobre, gastando a maior parte de seus direitos autorais no financiamento das atividades em defesa de um sonho. Mas o que seriam dos povos se não fossem os sonhadores? O primeiro poço de petróleo, no recôncavo baiano, recebeu o nome do notável escritor e patriota, e ali jorrava não só o óleo negro e viscoso, mas a prova monumental de que Dona Benta, o Marques de Sabugosa e Emília eram obra da imaginação e do talento do escritor, mas o petróleo era realidade antevista pelo visionário.

De sua criação até os dias de hoje a Petrobrás tem sido um motor do desenvolvimento nacional. Empresa que jamais faltou aos brasileiros, não regrediu, sempre avançando, sempre se aprimorando, sempre dando o melhor de si para estar à frente de seu tempo e vencer o desafio de nossa auto-suficiência petrolífera. E vencemos. Esmerou-se por formar quadros do mais alto nível, de qualificação impecável, insuperáveis até mesmo em suas maiores concorrentes internacionais, tendo hoje pessoal formado dentro das mais estritas normas técnicas e operacionais, tendo pessoal que a gerencia e que toca adiante a empresa que leva o Brasil em seu nome. É bem verdade, que no governo FHC, no pior momento da história da Petrobrás, quando a empresa experimentou prejuízos nunca dantes experimentados, chocou-se com o afundamento trágico da plataforma P-36 e a perda de valorosos funcionários, aquele governo do PSDB determinou que o nome da empresa fosse mudado para “PETROBRAX”, o que seria o primeiro passo para a sua danosa venda. A reação dos brasileiros foi tamanha, que o absurdo acabou por não se consumar, apesar de todo o empenho do governo de então.

Com a posse do presidente Lula e a nova política para o setor energético, a Petrobrás alicerçou sua gestão em novos paradigmas, como o aumento da produção e a manutenção dos preços, além de reforçar sua sólida presença nos 28 países onde atua. A crise mundial de fins de 2008, não só não afetou a performance de nossa maior empresa como, depois dela, a tivemos ultrapassando outras gigantes como a mexicana PEMEX e a venezuelana PDVSA, cujos países, inclusive, são tradicionais produtores e membros da OPEP.

A importância da Petrobrás pode ser medida não só por seu papel histórico em nosso desenvolvimento e pelo carinho que todo brasileiro sente por esse patrimônio que é nosso e tanta luta nos custou, mas por números que traduzem o grau de presença em nossa vida nacional: o investimento da empresa no período 2010/2014 será de US$ 224 bilhões. Num cálculo interessantíssimo, a excelente revista América Economia, chegou aos US$ 28,4 mil a cada vinte segundos!

Com o pré-sal, a imensa reserva cuja exploração foi impulsionada pela firme decisão do presidente Lula e teve resposta imediata no entusiasmo da Petrobrás e do seu brilhante pessoal, nossa estatal petrolífera viverá um ciclo que poderá fazer dela, dentro de poucas décadas, talvez a maior empresa de energia do planeta. É um desafio e devemos aceitá-lo com a certeza de que podemos vencê-lo.

A produção da Petrobrás chegará aos cinco milhões de barris diários em 2014, em estimativa conservadora de sua diretoria. Em 2009, o crescimento foi de 5%, considerado excelente no mercado internacional.

Desde que o governo Lula conseguiu reerguer a empresa seriamente prejudicada pelos descaminhos da gestão anterior, a Petrobrás tem dado mostras de que é a mesma empresa que brotou do coração dos brasileiros e por eles trabalha. Os brasileiros, conscientizados pelo inesquecível Monteiro Lobato, tiveram em Getúlio o criador da Petrobrás, com coragem e descortino. Agora tem Lula o seu consolidador, quem com firmeza e competência vem dando-lhe a musculatura de grande, moderna e vitoriosa empresa brasileira do século XXI.

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Causo


por Apparicio Silva Rillo


Quando Getúlio Vargas praticamente exilou-se na sua estância do Itu - enquanto país afora crescia o movimento do "queremismo" -, gente de todos os quadrantes chegava para visitar o caudilho gaúcho. Políticos, em especial; jornalistas em regular quantidade; velhos amigos seus de São Borja e adjacências e, de inhapa, toda uma variada malta de curiosos.


Dentre esses, certa feita, um repentista do Norte. Cara chata, violinha à mão, calça corrida e chapéu de vaqueiro, era uma figura que contrastava com a peonada da estância, capataziada pelo mulato Aristeu.


Chegou, depois de dois meses de caronas, na carroçeria de um caminhão de carga. A segurança do ex-presidente . gente de sua estrita confiança - passou a limpo, em dois tempos, a identidade e intenções do nordestino. Concluíram, logo, que não passava de um pobre diabo que tinha como ofício a garganta sempre pronta para o improviso em versos. Ademais, getulista ferrenho. Seu pai, já falecido, teria sido - segundo suas palavras - admirador de João Pessoa, um dos artífices da Aliança Liberal; por conseguinte, também Getúlio Vargas, "pescador da mesma jangada".


O ex-presidente mandou que liberassem o cabeça-chata; que ficasse pelos galpões do Itu, divertindo com seus versos e emboladas,a peonada e os visitantes.


O doutor Getúlio costumava, quando em quando, churrasquear no galpão, entreverado com os que o visitavam, sem discriminar a ninguém.


Foi numa dessas oportunidades que sucedeu a chegada, na estância, de um trovador famoso de Santiago do Boqueirão. Pilchado a preceito, tocador de gaita de oito baixos, tinha realmente qualidades o santiaguense. Estando Getúlio no galpão, aguardando que Aristeu lhe trouxesse o assado que mais apreciava, o gaúcho abriu o peito, improvisando versos laudatórios.


Alguém lhe disse que ali estava um trovador do Norte, que cantava como gente grande. Quem sabe se um desafio, confrontando os dois? Foi upa e teve! Chamaram o nordestino e o santiaguense, de saída, abriu o peito:


-Você que vem lá do Norte,
terra de secas amargas,
me diga na relancina
sem ficar na retaguarda,
qual a maior qualidade
do doutor Getúlio Vargas.



Palmas e vivas para o gaúcho. O nordestino esperou a volta da gaita e respondeu, na sua voz com timbres de araponga:


O doutor Getúlio Vargas,
sem lhe fazer desacato,
é esperto como um jegue
aqui lhe deixo o retrato:
tira o carpim de seu pé
sem descalçar o sapato!



O doutor Getúlio sorriu em meio dos aplausos. E antes que o desafio descambasse - trovador é bicho atrevido - mandou servir o churrasco.

A realidade impõe



Muitos devem se lembrar que o PT, não faz muito tempo, tinha horror a Getúlio Vargas. Populista, autoritário, “pai dos pobre e mãe dos ricos”, desmobilizador do povo, atrelador dos sindicatos ao Governo, eram apenas algumas das dezenas de visões deformadas que os petistas – e o próprio Lula – repetiam, com as expressões que ouviam dos “intelectuais” da USP que, por sinal, foram em boa parte parar no PSDB.
Que maravilha, porém, é o que a prática, a realidade nos vai ensinando. No dia de Natal escrevi aqui um artigo – Como a História mudou Lula e Lula mudou a história – em que procurei tratar das transformações que o Governo Lula, sobretudo no seu segundo mandato.
Ontem, achei aqui na internet uma entrevista dada em fevereiro pelo professor Luís Werneck Vianna, do Instituto Universitário de Pesquisas do Estado do Rio de Janeiro (Iuperj). Dada, portanto, bem antes deste blog nascer e quando ainda não era claro para todos que o Brasil superaria a crise internacional que estourou no final de 2008.
Nela, o professor Vianna diz, muito antes e com muito mais precisão do que eu, tudo o que procurei demonstrar.
Leia, é imperdível e muito enxuta, conduzida pelo repórter Wilson Tosta, do Estadão, de quem aliás, registrei ontem a correção com que analisou as pesquisas eleitorais. Leia a entrevista Aqui

São os mesmos



Os corvos tramavam contra o salário mínimo de Vargas; são os mesmo que reclamam agora de Lula 
No início de 1954, Jango (que era, então, o Ministro do Trabalho de Getúlio Vargas) propôs aumento de 100% para o salário mínimo.
 A UDN (partido da direita, forte entre as classes médias no Rio e em São Paulo) se agitou. Os militares também se agitaram: como podia um operário ganhar tanto quanto um tenente? A pressão foi tanta que Jango perdeu o cargo. Alguns meses depois, sob acusações de todos os lados, Vargas perderia a vida, metendo uma bala no peito.
Veja o que o site da FGV informa sobre o episódio do salário mínimo -http://cpdoc.fgv.br/producao/dossies/Jango/artigos/NoGovernoGV/Salario_minimo_e_saida_do_ministerio_do_trabalho:
 “Os principais lances da crise são úteis para se dimensionar o montante da articulação oposicionista, e que se concluiria com o episódio do suicídio de Vargas, em agosto do mesmo ano. O ministro da Fazenda, Oswaldo Aranhamanifestou sua total contrariedade à proposta, secundado pelos membros da "banda de música" da União Democrática Nacional (UDN) – parlamentares que faziam muito barulho no Parlamento, sempre atacando Vargas. As acusações não eram novas, mas ganhavam virulência ante o desmedido da proposta em causa. Jango era um "manipulador da classe operária", "um estimulador de greves", "um amigo dos comunistas", que tinha como plano a implantação, naturalmente com o assentimento de Vargas, de uma "república sindicalista" no Brasil. Alimentando tais ataques havia um outro. O de que Vargas mantinha conversações secretas com Juan Perón, presidente da Argentina, no sentido da formação do chamado Pacto ABC – Argentina, Brasil, Chile – com evidentes contornos anti-americanos e tendências "socializantes". Uma mistura explosiva de má condução da política interna e externa, capaz de justificar até mesmo um pedido de impedimento do presidente.

Alguma semelhança com as acusações contra Lula?
Lula – hoje - é acusado de conduzir uma política de integração com viés anti-EUA. A mesma acusação que pesava contra Vargas. Com relação ao mínimo, situação idêntica.
A UDN continua onde sempre esteve. A UDN – hoje, como há 55 anos - não quer aumento de salário mínimo:  R$ 510 é a proposta de Lula para 2010.
Ainda zonzo, depois de uma viagem de 14 horas de carro (entre São Paulo e Florianópolis), eu tomava café no hotel agora cedo, e assistia ao “Bom (?) Dia, Brasil”. Alexandre Garcia desfilava ironia (ele se acha engraçado) diante da proposta de aumento. Frisava que isso vai ocorrer em “ano eleitoral”. A UDN não quer pobre ganhando mais. Ainda mais em ano eleitoral. Isso fere os brios da UDN.
Verdade que a UDN que depende de voto (PSDB e DEM) não pode berrar contra o salário mínimo de R$ 510. Aí, sobra para o partido da imprensa.
A banda de música do Alexandre Garcia esqueceu de informar ao dileto público que a política de reajuste ao salário mínimo não depende só de “canetada” do presidente em ano eleitoral. Não. O governo Lula adotou uma política consistente (e permanente) de recuperação do mínimo. Reajuste real é concedido, sempre, com base no crescimento do PIB de dois anos antes. Lula tem meta para o mínimo. A UDN demotucana só tinha meta para inflação. Fazer o que... E ainda dizem que Lula “tem sorte”. He, He.
Não é sorte. São escolhas.
A política de Lula é muito mais consistente do que a canetada de Jango. É consistente. Isso apavora a UDN e sua banda de música na Globo.
Não é só o despeito com o pobre que ganha mais. É todo um ideário liberal que afunda.
Durante 15 anos, como repórter, cansei de entrevistar “consultores” e “economistas” que defendiam: o Brasil precisa fazer a “lição de casa”. Os anos 90 foram assim: “lição de casa”! Eu tinha engulhos a cada vez que ouvia essa expressão. Perdi a conta de quantas vezes isso foi ao ar na TV brasileira – como uma pobre metáfora de nossa subserviência...
A turma da “lição de casa” pregava: “superávit primário”, “controle dos gastos públicos”, “autonomia do Banco Central” (como se o BC fosse uma instituição acima do governo, quando ele é mantido com nossos impostos, e deve estar subordinado ao governo de turno) etc etc etc.
Isso tudo virou lixo depois da crise de 2008.
No primeiro mandato, Lula ampliou um pouco os gastos sociais (“esmola”, diziam), mas manteve a ortodoxia na economia.
No segundo mandato, livre de Paloccci, o governo ampliou sua atuação como indutor do desenvolvimento. Mantega conduz uma política livre das amarras da turma da “lição de casa”.
Hoje mesmo, véspera de Natal, Mantega está nos jornais a dizer que Banco Central não precisa ser autônomo, coisa nenhuma!
A turma da “lição de casa” não gosta disso.
A turma da “lição de casa” não gosta de Keynes. O sábio economista dizia (groso modo, perdoem minha simplificação) que a equação da economia se resolve quase sempre pela demanda, não pela oferta. Se há crise, estimule-se a demanda, e a roda volta a girar.
Foi o que Mantega fez em 2008 – com isenção fiscal para carros, linha branca etc. Lula também pediu aos pobres que seguissem comprando. E deu certo.
Deu certo porque Lula havia criado as bases de um imenso mercado interno de consumo: “bolsa-família”, salário mínimo com ganho real, reajuste para funcionalismo...
Tudo isso contraria a cartilha da “lição de casa”.
 Vejam: o governo (com Mantega, no meio da crise) adotou políticas de isenção de impostos (“populismo” berraram alguns colunistas), e ainda assim a arrecadação voltou a crescer. Número de novembro indica aumento de 26% em relação a novembro de 2008 - http://www1.folha.uol.com.br/folha/dinheiro/ult91u670008.shtml.
A turma que torce pela “deterioração das contas públicas” não deve estar entendendo nada.
Lula fingiu adotar a política fernandista. Mas superou essa política, sem alarde.  
Lula fez o que Celso Furtado e Maria da Conceição Tavares pregaram durante anos e anos! Lula construiu um mercado interno de verdade.
Serra – que não é tonto, e não é um “liberalóide” radical – sabe que não pode fazer campanha pregando “controle dos gastos públicos”. Isso servia para enganar a turma nos anos 90. O Brasil mudou. E o Serra sabe disso. Mas o Alexandre Garcia (com a turma mais tosca da UDN) não sabe.
Nem Obama mais acredita na doutrina liberal. Obama salvou a GM e alguns bancos com grana pública. Obama não fez a “lição de casa”?
Só a banda de música (na Globo e em alguns jornais) ainda segue a velha cartilha. É o passado, que se recusa a passar.
O passado será atropelado pelos fatos.
Ainda mais quando lemos que – com  o reajuste para R$ 510 – o mínimo vai atingir o maior patamar em quase 3 décadas.
Lula colocou o capitalismo brasileiro em novo patamar. Os toscos capitalistas (ou aqueles que pensam representar os capitalistas, nas telas e nos jornais) não perceberam.
Dessa vez, a UDN vai ficar falando sozinha.
O suicídio dessa vez virá do outro lado. É a UDN que vai meter uma bala no peito se continuar se recusando a enxergar a realidade.
Azar da UDN.
PTB e PSD – se tiverem juízo – seguirão juntos, isolando a direita e mantendo o Brasil na rota do crescimento. Isso apesar de todos os problemas e insuficiências do governo Lula. É preciso – sim – fazer a crítica do governo Lula, pela esquerda. Mas sempre reconhecendo seus avanços.
Tudo leva a crer que Lula não vai se igualar a Getúlio. Não. Vai é superá-lo. Sem golpe, sem bala no peito. Tudo no voto.
É demais para a UDN. Coitadinha...

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A direita ontem, hoje e sempre

Nos tempos de Getúlio Vargas, a direita tinha tanta força na difusão de suas calúnias contra o governo que terminou derrubado pelo suicídio do presidente da República. No momento, a situação é muito diversa pelo apoio dispensado ao governo por um partido bem organizado e pela solidariedade de 81% da população. Sem falar na globosfera que aclara tantas mentiras e desfaz tantas patranhas.

Certa feita, Carlos Lacerda concluiu artigo para seu jornal "Tribuna da Imprensa" chamando de ladrão respeitável adversário. Quando um colega indagou pelas provas de que dispunha para fazer tal afirmação, respondeu, negligentemente: "Agora, vou procurar as provas". Cinicamente afirmava aos íntimos que se publicasse, dia seguinte, cópia da carteira de identidade de um adversário e da página do catálogo telefônico contendo seus dados, podia chamá-lo de desonesto que todos acreditariam e achavam estar diante de provas cabais, conclusivas.

Hoje os tucanos agressivos, sem a mesma gramática, têm, por si, colunistas amestrados em que ninguém acredita. Por isso, a imprensa está dizendo que a próxima pesquisa de opinião pública vai provar a queda de prestígio de Lula, pelo apoio a José Sarney. É apenas mais uma mentira entre tantas que engendra e divulga. Para ver se cola.

Lustosa da Costa

Acabou o monopólio da midia corporativa

por Luiz Carlos Azenha

1) Porque perdem o "monopólio da informação" e, com isso, autoridade sobre o público;

2) Porque os leitores agora podem saber quais são TODAS AS PERGUNTAS feitas pelos jornais à Petrobras;

3) Porque comparando todas as perguntas feitas pelos jornais e todas as respostas dadas pela Petrobras com o que é efetivamente publicado os leitores podem descobrir as manipulações feitas com as respostas no processo de edição;

4) Porque essa comparação permite ao público descobrir quais as respostas da Petrobras serão simplesmente omitidas do jornal impresso para não "atrapalhar" a pauta;

5) Porque comparando as perguntas feitas pelos diferentes jornais, o público pode entender que há gente alimentando simultaneamente os jornais com informações em busca de levantar a bola para a CPI;

6) Porque as perguntas fornecem pistas sobre quem está alimentando os jornais com o objetivo de criar o "escândalo" necessário ao sucesso do palanque eleitoral da CPI;

7) Porque essas pistas poderão levar o público a descobrir que os jornais são usados em campanhas eleitorais ou com objetivos inconfessáveis, como o de entregar o pré-sal a empresas estrangeiras;

8) Porque o blog da Petrobras desloca público do jornal impresso para a internet, onde o público poderá receber informações, por exemplo, sobre como a grande imprensa brasileira atacou Getúlio Vargas quando ele criou a Petrobras;

9) Porque todo esse processo pode deixar claro que a grande imprensa não é isenta, nem imparcial, nem honesta; que diz não ter lado, mas tem; que está a serviço de "uma causa", assim como esteve quando fez campanha contra a criação da Petrobras ou em favor do golpe militar de 1964;

10) Porque eles ainda não sairam do século 20.

Vá ao blog da Petrobras e contribua com a investigação dos jornais

É por isso que o Viomundo apóia o controle social dos gastos de publicidade de governos, órgãos e empresas públicas.

Mais que antecessores

Lula continua campeão de popularidade porque avançou, com cautela, mas firmemente, na defesa dos menos favorecidos. Por isso está chegando ao fim o que antecessores, também cheio de boas intenções, com anel no dedo, não conseguiram, feito Getúlio Vargas e João Goulart, por que mobilizaram toda reação contra eles, desde que o segundo aumentou o salário mínimo e foi derrubado do Ministério do Trabalho pelo manifesto dos coronéis, ninho de golpistas de 1964.

Dilma

Ninguém pode negar o óbvio que Dilma Rousseff, apontada por ele como candidata, sobe, a cada pesquisa de opinião pública realizada, embalada pelo prestígio do patrono. Ontem lia análise de pesquisa do hoje direitista César Maia falando do elevadíssimo ibope do presidente no Rio, onde não há nordestinos recebendo o Programa Bolsa Família, que, segundo os jornalões paulistas, seria o único responsável pela estrela sempre luminosa do presidente da República.