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por Zé Dirceu

Até quando, até quando vamos, sociedade e governo, tolerar os juros praticados no Brasil? Não há qualquer necessidade para esse sacrifício.

Vamos levar em conta o levantamento feito pela Cruzeiro do Sul Corretora. O estudo informa que só o Brasil e mais 9 países, dentre 40, têm juro real positivo. Lideramos o ranking do juro real mais alto, muito à frente do 2º colocado. Nossa taxa média é de 6,8 ao ano. O 2º lugar é do Chile, pratica um juro real de 1,5% anual. Nada mais justifica essa realidade, é preciso mudar e rápido.Vejam a diferença: de 6,8 para 1,5%%. Por isso mesmo, ainda bem que existe o crédito dirigido e subsidiado dos bancos públicos.


O caso dos Estados
O pior dessas taxas é que impedem as várias instâncias de governo de investirem em infra-estrutura, educação, saúde, justiça e segurança. Vejam a situação das cidades, dos transportes, do saneamento, as áreas de risco, as habitações insalubres e de alto risco.


O caso mais emblemático é o dos Estados: pagam em média 13% 15% da sua receita líquida para a União, para abaterem uma dívida que é puro papel, uma mera questão contábil. Pior. Esses mesmos Estados pagam a dívida calculada em um índice caduco. Nem isso muda. Tudo vai parar nas reservas do governo ou no superávit. E para quê?

Política monetária

[...] A Selic, e seus riscos

Image
sede BC
A nova elevação da taxa Selic pelo Banco Central em 0,25 pontos percentuais para 12,25% ao ano só confirma e aprofunda um erro da política econômica. Ele diz respeito à nossa política monetária, do governo e do Banco Central, que, ao não controlar a entrada de capitais, permite que, ao menos em parte, os recursos sejam desviados para a renda fixa. No primeiro quadrimestre de 2011, o volume de Investimento Direto Estrangeiro foi de US$ 23 bilhões – quase 200% a mais do que no mesmo período do ano passado. Como estamos falando de cifras expressivas, o assunto é sério.

Isto é uma ameaça constante e crescente à indústria brasileira, seja nacional ou estrangeira, já que a valorização do real continua, apesar do aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) em outubro, de 2% para 6%.

Há ainda o custo fiscal com o serviço da dívida interna, paga com base na Selic, e os riscos de uma queda do PIB em curto prazo, e seu impacto nas taxas de crescimento de que o país demanda e necessita. Tudo em nome do controle da inflação. No entanto, não há nenhum dado empírico para confirmar que o aumento dos juros esteja reduzindo a inflação.

Risco
Ao mantermos a atual política de juros, corremos o risco de diminuir a demanda e, de quebra, o crescimento. É bom ter em mente que a última pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelou que o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil está se desacelerando em 9 das 14 regiões pesquisadas. Não há precedentes que confirmem que se possa controlar e medir as conseqüências do aumento de juros sobre o PIB e sobre a formação de expectativas de investimentos e de consumo.

Já se fala abertamente na mudança da política do BNDES, para que os bancos privados financiam o investimento no país, para que o mercado de capitais substitua os bancos públicos. Na prática, isso é uma contradição com o aumento constante da taxa Selic, pois ela inviabiliza a tomada de financiamentos no mercado interno. Como conseqüência, as empresas que podem recorrerem ao mercado externo, o que expõe o país ainda mais. Ao mesmo tempo, o câmbio se desvaloriza e nossas exportações perdem competitividade e ganham as importações, com riscos às nossas contas externas.

por Zé Dirceu

A pocilga tá oriçada

Os pederastas e putas a serviço do mercado financeiro já começam a defender o aumento de 0,25 na taxa básica de juros [selic], e qual é a desculpa da hora?...O emprego. Como o terrorismo inflacionário não se sustentou rapidamente eles inventam outro.

Como pode- ser, tão mais que previsíveis, estão ridículos.

Esta semana eu já tinha postado:


É que sei, o bumbo sempre toca um pouco antes da reunião do COPOM. 

A pocilga fica agitada para cumprir as ordens da agiotagem nacional e internacional.

Corja!!!

por Elio Gaspari

O ministro Cezar Peluso anunciou que o Supremo Tribunal Federal deverá decidir nas próximas semanas o destino das causas em que a patuleia tungada em 1987, 1989 e 1990 nos Planos Bresser, Verão e Collor pede de volta a correção monetária de uma parte de suas aplicações.
Uma pessoa que tivesse uma poupança de 1.000 cruzados novos (a moeda da época) teria direito hoje a um ressarcimento equivalente, na média a R$ 610.
Esse é o maior litígio em tramitação no Judiciário nacional. De um lado estão os banqueiros públicos e privados, bem como o Banco Central. Do outro, entidades de defesa do consumidor. A banca luta há 23 anos para não pagar coisa alguma e tem dois argumentos.
O primeiro é lógico: não foi ela quem tungou o rendimento da poupança, foi o governo quem impôs um novo índice, obrigando-a a respeitá-lo.
O segundo é apocalíptico: um estudo de 2009 do Banco Central informa que a fatura custaria R$ 105,9 bilhões, ervanário equivalente a 65% dos patrimônio líquido dos bancos, 3,6% do PIB.
As vítimas argumentam que os bancos ganharam dinheiro com o truque imposto pelo governo. Ademais, segundo um estudo de Roberto Luís Troster, ex-economista-chefe da Federação Brasileira de Bancos, a Febraban, a pancada é bem menor, ficando em R$ 29 bilhões, que não seriam sacados simultaneamente.
Os depositantes ganharam centenas de causas e, em agosto passado, o Superior Tribunal de Justiça mandou pagar milhares de pleitos. No dia seguinte, o ministro José Antonio Dias Toffoli, do STF, suspendeu os pagamentos, à espera de um pronunciamento da corte.
Noves fora dois golpes de joão sem braço da banca, que tentou obter liminares no escurinho do recesso (ambas prontamente negadas pelo ministro Gilmar Mendes), o plenário do Supremo acabará com a pendenga. O ministro Toffoli relatará dois processos e seus pares fecharão o caso.
Em decisões avulsas, diversas entre si, e sem entrar no mérito da repercussão geral do caso, pelo menos sete ministros já deram razão aos depositantes que bateram à porta do STF, mais o ministro Luiz Fux, quando estava no STJ, onde a banca foi derrotada. Pela aritmética, o desfecho do litígio poderia ser previsível.
Toffoli chegou ao Supremo em 2009 e nunca julgou essa matéria. Como advogado-geral da União, contudo, pronunciou-se a favor dos bancos, em declaração à imprensa:
‘Os correntistas alegam que tinham direito adquirido, mas as novas regras dos planos valiam para toda a sociedade. (...) É aquela discussão referente à possibilidade de o Estado interferir nos contratos’. Até onde sua decisão seguirá esse raciocínio nos seus votos, não se sabe.
No caso de Cesare Battisti, tendo defendido, no exercício de sua função, a concessão do refúgio ao cidadão condenado pela Justiça italiana, Toffoli declarou sua ‘suspeição, por motivo de foro íntimo’.
Para que prevaleça a linha de raciocínio segundo a qual o Estado tem o direito de interferir nos contratos, a despeito dos votos avulsos já conhecidos, será necessária uma nova construção.
Nela, a defesa do patrimônio é um direito individual do cidadão, mas, quando do outro lado estão o governo e a banca, o direito coletivo não existe. Cada um tem direito a tudo. Todos não têm direito nenhum.

Cartão de crédito

[...] "Redução de tarifas está entre as novas regras
Banco Central divulga cartilha para tentar reduzir o endividamento excessivo das famílias: novas regras entram em vigor dia 1º "
Eu realmente não sei se o Banco Central acredita de fato que haverá redução do endividamento com essas medidas, o grande problema do cartão de crédito no Brasil é que seu endividamento é ruim, na verdade é péssimo, se você compra e paga tudo de uma vez, sem muitos problemas, é uma compra "à vista" adiada por 30 ou 40 dias, digamos assim, mas se você entra no rotativo, aí sim, as coisas complicam e muito. Quando você entra no rotativo no cartão de crédito você entra no submundo da agiotagem oficial, um meio legal de se extorquir dinheiro dos brasileiros de forma "completamente" legal, juros que beiram 15% ao mês, quando estamos com inflação na casa dos 6% ao ano, taxa Selic de 12% ao ano, qual a justificativa para isso?

Para nossa sorte, não estamos sozinhos contra esse absurdo, alguns juízes entendem que há um claro desrespeito a normas constitucionais, então obrigam as operadoras de cartão de crédito a devolverem o que cobraram em excesso, mas por enquanto é uma gota d'água no oceano. 

O Banco Central deveria atuar diretamente nisso, os deveria haver um patamar limite de juros, o fato é que você não pode atrasar um mês sequer o pagamento de uma fatura de cartão de crédito, seja qual for o motivo, porque senão, você não terá mais como pagá-la posteriormente. Aqui na internet chovem analogias de comparação investimento e dívida, se você colocar seu dinheiro na poupança por um ano, mas se você ficar devendo o cartão de crédito por um ano, é de ter um infarte.
Acho que não é bem conter o endividamento que essa medida do banco central irá fazer não, a princípio é somente uma única coisa, aumentar a capitalização das operadoras.
Robson Lopes

Boletim Focus

Alguns dirão que estou misturando alhos com bugalhos, barulhos com baralhos, Jesus com Genésio e que o cu não tem nada a ver com as calças. Pode até ser. Mas, tenho convicção que estou certo. Leiam e reflitam:

  • Pela  segunda semana consecutiva  o "mercado" através do Boletim Focus reduz a expectativa de inflação para 2010. 
  • Os economistas, especialistas e jornalistas econômicos [renumerados pela banca] não apresentam mil razões para selic subir.
Então o que fazer para arranjar desculpas para o COPOM  não baixar a selic na próxima reunião?...

Criar um escândalo, mirar num ministro importante do governo e manchetear a vontade. E, qual o melhor nome?...

Tchan, tchan, tchan...

Ele mesmo, Antonio Palocci.

E por que ele, qual é a lógica deste movimento?...

Simples. Palocci é o homem de confiança absoluta da agiotagem nacional.   

E o Tombini , [por enquanto] será poupado.

por Brizola Neto

O economista Paulo Nogueira Batista Jr, publica um artigo hoje em que, delicadamente, chama de “pensamento grupal” o que mereceu o nome – fora de moda, hoje – de pensamento único.
Diz ele:

Nas últimas semanas, tivemos um exemplo extraordinário de pensamento grupal – a forte reação do mercado à decisão do Banco Central de aumentar em “apenas” 0,25 ponto percentual a taxa básica de juro. Se bem percebi daqui de longe, foi uma unanimidade ululante. O aumento foi considerado “insuficiente” para o controle da inflação, indício de fraqueza do BC e até mesmo da sua suposta subordinação ao “desenvolvimentismo” que domina o Ministério da Fazenda.Fantástico. Quem ouve esse coro de especialistas e financistas e não tem acesso a certas informações básicas pode ficar completamente desorientado. Na realidade, entre os bancos centrais de economias emergentes, o do Brasil está entre os que reagiram mais rapidamente, em termos de política de juros, ao risco de aquecimento. Desde abril de 2010, a meta para a taxa Selic passou de 8,75% para 10,75% no final do ano. No governo atual, os aumentos continuaram, com a taxa alcançando 12% depois da última decisão do Copom”.
E essa, acrescenta ele, é uma taxa gorda, pra rentista nenhum botar defeito. Dá o triplo da taxa real de juros de qualquer país do mundo, mostra ele, assinalando que, de 40 grandes economias, hoje 36 praticam taxas negativas – isto é, os juros públicos são menores que a inflação.
Então, o que é a política financeira que o “pensamento único” defende para o Brasil, tão original quanto a jaboticaba, que só dá aqui?
Acho que se compõe de três fatores.
O primeiro, o crônico “subalternismo” de nossas elites e das camadas intelectuais que a elas aderem, porque reproduzem com elas o mesmo tipo de atitude.  Quem não tem, nem digo a capacidade, mas ao menos o desejo de pensar por sua própria cabeça, repete o que ouve, com a genialidade do papagaio.
O segundo, o poder avassalador e a natureza homogênea de nossa mídia – um monolito que é apenas triscado pelas exceções na imprensa, como o próprio artigo de Nogueira Batista e a blogosfera independente – que trabalha exclusivamente sob a ótica do capital e, mais, sob a visão de que a prosperidade brasileira é a prosperidade colonial, que depende de sermos agradáveis, disponíveis e dóceis às metrópoles – e a metrópole é o capital, nem mesmo as economias centrais, que agem diferente do que suas lições nos apregoam.
E o terceiro é o fato – bom e ruim, ao mesmo tempo – de sermos um país tão vasto, tão rico e tão capaz que, mesmo sangrado impiedosamente, é capaz  não apenas de sobreviver como de,  mesmo com pequenas e pífias defesas, agigantar-se.
Então, o pensamento grupal a que se refere Nogueira Batista é mesmo, como ele próprio diz, o pensamento – e a defesa dos interesses – da “turma da bufunfa” e dos satélites tecnocráticos e midiáticos que gravitam em torno dela. E é difícil fugir do poder de atração deste “buraco negro” da inteligência econômica, que a tudo devora, como um vórtice.
As razões do lobo se autoconstróem e, se deixarmos nossos pensamentos e atos seguirem por sua lógica, seremos sempre a presa a ser devorada.
Não tenho muita esperança de que se forme, espontaneamente, uma corrente majoritária de pensamento econômico fora desta “ordem mundial”, que tem duas regras diferentes para os dois personagens da fábula.
A nossa sorte é que, de um lado, passamos a ter governos que, mesmo sem romperem com ela abruptamente, deixaram de balir como cordeiros e, já agora, procuram dizer que ela faliu em seus próprios pressupostos, pois o lobo mal dá conta de se manter de pé.

Pimenta neles

- Juaquim, por que os iluminados que compõem o Copom e economistas e especialistas do mercado financeiro sempre encontram justificativas para aumentar a selic?

- Porque quem vai pagar a conta não são eles. Pergunta a qualquer um se quando vão comprar algo financiado ele pede para o vendedor aumentar os juros. Briguilino, é como diz a sabedoria popular: Pimenta no cú dos outros é refresco.

Especulação

Segunda-feira, na primeira sessão desta semana,  que por ser santa   também é morta, três senadores ocupavam  o  plenário. Um presidia, outro discursava e o terceiro ouvia. Foi pena para os 78 ausentes, porque o pronunciamento do senador Roberto Requião insere-se  como um dos mais importantes do corrente ano. Sem fazer questão da presença dos gazeteiros, o ex-governador do Paraná começou analisando  a crise econômica mundial para depois chegar ao Brasil e aos perigos que nos cercam.

Lembrou ser a especulação financeira a essência do mal que  de novo assola a Europa e os Estados Unidos,  lançando  olhares para a América do Sul. Em suas palavras, há uma impiedosa transferência de trilhões de dólares pelo mundo, sem compromisso com a vida do ser humano e atrás apenas do lucro fácil, favorecido e estimulando a inflação. A quebra das indústrias, o desemprego, a compressão dos salários, o aumento de impostos  e o atraso tecnológico são consequências inevitáveis da especulação hoje acentuada em Portugal, Grécia, Irlanda, Espanha e outras  nações. Trata-se da receita obrigatória imposta pelos governos e entidades  internacionais, os mesmos responsáveis pela crise e agora empenhados em resolvê-la através de métodos que só fazem piorar as agruras de suas populações.

Requião referiu-se aos privilégios exorbitantes concedidos aos Estados Unidos, centro do mercado financeiro de curto prazo, que elimina as economias nacionais e  nem por isso poupa a própria sociedade americana.  Em nome do lucro, cortam direitos sociais  e empregos, ao mesmo tempo gerando crises de representação e inflando o populismo de direita.

Para o senador, Brasil, China, Índia e Rússia devem levantar-se em contraposição ao domínio do dólar, levando a Europa a adotar  políticas de proteção ao trabalho e de prevalência da produção sobre a especulação. Investimentos precisam ser feitos em habitação, alimentação e educação. Cabe aos países em desenvolvimento pressionar os Estados Unidos e sacudir o jugo do capitalismo financeiro, sob pena de mergulharmos no abismo que já domina boa parte do mundo.

Lamentável foi o palco onde transcorreu a denúncia de Roberto Requião, carente de atores e de platéia, mas não se dirá que ele deixou de cumprir seu dever, também ignorado pela mídia. Sequer um registro de suas palavras mereceu espaço nos jornais de ontem. Fica  o protesto.
Carlos Chagas

Economia

A prova de fogo do Banco Central

Hoje será a prova de fogo para o novo Banco Central. A reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) decidirá a nova taxa Selic.

Internamente, no BC e na Fazenda, há a convicção de que as medidas prudenciais adotadas no final do ano, mais a entrada da nova safra e o fator calendário (expurgando os meses do ano passado em que a inflação foi mais aguda) serão suficientes para reverter a alta anual do IPCA impedindo que estoure o teto da meta e, a partir do próximo ano trazendo a inflação novamente para o centro da meta.


Sabem mais que isso. No ano passado houve um choque de oferta nas cotações internacionais de com leitões. Manter a inflação no patamar atual é um feito. E o mercado sabe disso.


Mais. Durante muitos anos, após a implementação do regime de metas inflacionarias, o IPCA fugiu dos limites previstos sem que o mundo tenha acabado.
***
Tudo isso tem a ver com o maior desafio enfrentado pelo BC, desde que resolveu abrir mão da taxa Selic como único instrumento de política monetária.


O que se viu foi essa figura indefinida, de nome mercado, que tratava o impossível Henrique Meirelles como gênio das finanças, de repente investir pesadamente contra Alexandre Tombini, o mais brilhante funcionário de carreira da atual geração do BC.


Trata-se de um jogo de braços que terminará hoje à noite, com a decisão do Copom. 


Tombini tem a seu favor o respeito do setor bancário como um todo. A resistência vem de segmentos específicos, economistas de mercado que preferiam o prato feito anterior das taxas Selic e sua ligação com certo tipo de jornalismo financeiro.
***
Há uma lógica nas declarações de Tombini: a constatação de que a economia está se desaquecendo e que qualquer impulso adicional poderá lançá-la na recessão. Há a constatação, também, de que quando ocorrem grandes choques de preços - como o que aconteceu com as commodities - tem que se da um tempo para a economia acomodar os preços. Tentativas de trazer imediatamente os preços para o centro da meta resultam em grandes sacrifícios para a população.


Por tudo isso, a leitura sobre a decisão do Copom é simples. Têm-se todos os motivos para manter inalterada a taxa Selic. 


Se a Selic for mantida inalterada será uma demonstração de firmeza que ajudará a demover as resistências finais contra a nova política do BC.


Se der 0,25 de aumento, será um sinal de contemporização.


Se aumentar meio ponto, será rendição.
***
De qualquer modo, será um divisor de águas. Nos últimos dias, as pressões dos “juristas”  (os que defendem juros altos em qualquer hipótese) tornaram-se insuportáveis. A ponto de partirem para o “patrulhamento”  em cima de colegas que aceitaram as novas práticas de política monetária – aliás, novas é modo de dizer, já que são práticas consagradas para contenção da demanda.

Será um capítulo relevante para começar a sair de uma armadilha que consumiu 16 anos de crescimento, desviou recursos fundamentais para o atendimento de demandas sociais, forçou um aumento extraordinário da carga tributária.
por Luis Nassif

por José Paulo Kupfer

As voltas que o mundo dá
As manchetes dos principais portais de notícias do mundo nesta segunda-feira parecem surreais. Quem poderia imaginar que, um dia, uma agência de classificação de riscos, no caso a Standard & Poor’s, poderia diminuir a nota dos Estados Unidos?
Em linguagem técnica, os analistas dessa tão prestigiada quanto polêmica empresa mudaram a perspectiva para o rating do governo americano de estável para negativa.
Em língua de gente, significa dizer que essa agência, em tese especializada em avaliar a capacidade de pagamento de emissores de dívida (sejam governos ou empresas), está alertando o mercado que a situação fiscal dos Estados Unidos inspira cuidados no longo prazo.
No limite, a S&P, como é conhecida, diz que os EUA, ainda considerados o porto-seguro do mercado financeiro mundial, não são assim tão seguros. Ou ao menos não são confiáveis hoje como eram num passado nem tão distante.
Há dez anos, quando Bill Clinton deixou o governo, em 2001, o Tesouro americano estava recomprando dívida. Ou seja, a quantidade de títulos públicos do país em circulação no mundo diminuía ano a ano. E a confiança fazia caminho oposto: só crescia.
Bush filho assumiu e, de cara, lançou mão de estímulos fiscais para tirar a economia da recessão em que se encontrava. A política de aumento de gastos públicos e frouxidão monetária foi amplificada em 2008, na crise que aquela política ajudou a produzir.
Só com muito dinheiro do governo – põe dinheiro nisso – os EUA conseguiram evitar que a crise fosse tão grave como a de 1929. Praticamente sem alternativa, Barack Obama manteve e ampliou mais um pouco a política frouxa que herdou.
Vá lá que a S&P, bem como suas principais concorrentes (Moody’s e Fitch), ficou com credibilidade para lá de arranhada depois de comer bola na crise asiática dos anos 90 e, principalmente, na própria crise do subprime americano em 2008. Mas, para o bem ou para o mal, suas avaliações são acompanhadas de perto pelos investidores.
Ver a nota da dívida americana rebaixada nem em histórias de ficção era considerado possível. Mas o mundo econômico, desde a quebra do Lehman Brothers, tem dando voltas. Mais do que voltas, tem dado cambalhotas.
A mensagem é clara e socrática: tudo o que sabemos da economia internacional hoje é que nada sabemos.

Os EUA está semi-nu

A Standard & Poor's desnudou um pouco os egocêntricos e farsantes yanques que posam de ricos e poderosos. Mas, que no fundo eles e demais comparsas do mercado financeiro sabem faz tempo que os EUA está quebrado. E a máquina de guerra?...

De que adianta se não tiver dinheiro para abastece-la.

Os States tem tudo a ver com esta historinha:


de Hans Christian Andersen




"Era uma vez um rei, tão exageradamente amigo de roupas novas, que nelas gastava
todo o seu dinheiro. Ele não se preocupava com seus soldados, com o teatro ou com os
passeios pela floresta, a não ser para exibir roupas novas. Para cada hora do dia, tinha
uma roupa diferente. Em vez de o povo dizer, como de costume, com relação a outro
rei: "Ele está em seu gabinete de trabalho", dizia "Ele está no seu quarto de vestir".

A vida era muito divertida na cidade onde ele vivia. Um dia, chegaram hóspedes
estrangeiros ao palácio. Entre eles havia dois trapaceiros. Apresentaram-se como
tecelões e gabavam-se de fabricar os mais lindos tecidos do mundo. Não só os padrões
e as cores eram fora do comum, como, também as fazendas tinham a especialidade de
parecer invisíveis às pessoas destituídas de inteligência, ou àquelas que não estavam
aptas para os cargos que ocupavam.

"Essas fazendas devem ser esplêndidas, pensou o rei. Usando-as poderei descobrir quais
os homens, no meu reino, que não estão em condições de ocupar seus postos, e poderei
substituí-los pelos mais capazes... Ordenarei, então, que fabriquem certa quantidade deste
tecido para mim."

Pagou aos dois tecelões uma grande quantia, adiantadamente, para que logo começassem
a trabalhar. Eles trouxeram dois teares nos quais fingiram tecer, mas nada havia em suas
lançadeiras. Exigiram que lhes fosse dada uma porção da mais cara linha de seda e ouro,
que puseram imediatamente em suas bolsas, enquanto fingiam trabalhar nos teares vazios.

- Eu gostaria de saber como vai indo o trabalho dos tecelões, pensou o rei. Entretanto,
sentiu-se  um pouco embaraçado ao pensar que quem fosse estúpido, ou não tivesse
capacidade para ocupar seu posto, não seria capaz de ver o tecido. Ele não tinha
propriamente dúvidas a seu respeito, mas  achou melhor mandar alguém primeiro, para
ver o andamento do trabalho.

Todos na cidade conheciam o maravilhoso poder do tecido e cada qual estava mais
ansioso para saber quão estúpido era o seu vizinho.

- Mandarei meu velho ministro observar o trabalho dos tecelões. Ele, melhor do que
ninguém, poderá ver o tecido, pois é um homem inteligente e que desempenha suas
funções com o máximo da perfeição, resolveu o rei.

Assim sendo, mandou o velho ministro ao quarto onde os dois embusteiros simulavam
trabalhar nos teares vazios.
- "Deus nos acuda!!!" pensou o velho ministro, abrindo bem os olhos. "Não consigo
ver nada!" Não obstante, teve o cuidado de não declarar isso em voz alta. Os tecelões
o convidaram para aproximar-se a fim de verificar se o tecido estava ficando bonito e
apontavam para os teares. O pobre homem fixou a vista o mais que pode, mas não
conseguiu ver coisa alguma.
- "Céus!, pensou ele. Será possível que eu seja um tolo? Se é assim, ninguém deverá
sabê-lo e não direi a quem quer que seja que não vi o tecido."

- O senhor nada disse sobre a fazenda, queixou-se um dos tecelões.
- Oh, é muito bonita. É encantadora!! Respondeu o ministro, olhando através de seus
óculos. O padrão é lindo e as cores estão muito bem combinadas. Direi ao rei que me
agradou muito. - Estamos encantados com a sua opinião, responderam os dois ao
mesmo tempo e descreveram as cores e o padrão especial da fazenda. O velho ministro
prestou muita atenção a tudo o que diziam, para poder reproduzi-lo diante do rei.

Os embusteiros pediram mais dinheiro, mais seda e ouro para prosseguir o trabalho.
Puseram tudo em suas bolsas. Nem um fiapo foi posto nos teares, e continuaram fingindo
que teciam. Algum tempo depois, o rei enviou outro fiel oficial para olhar o andamento do
trabalho e saber se ficaria pronto em breve. A mesma coisa lhe aconteceu: olhou, tornou
a olhar, mas só via os teares vazios.
- Não é lindo o tecido? Indagaram os tecelões, e deram-lhe as mais variadas explicações
sobre o padrão e as cores.
"Eu penso que não sou um tolo, refletiu o homem. Se assim fosse, eu não estaria à altura
do cargo que ocupo. Que coisa estranha!!"... Pôs-se então a elogiar as cores e o desenho
do tecido e, depois, disse ao rei: "É uma verdadeira maravilha!!"

Todos na cidade não falavam noutra coisa senão nessa esplendida fazenda, de modo que
o rei, muito curioso, resolveu vê-la, enquanto ainda estava nos teares. Acompanhado por
um grupo de cortesões, entre os quais se achavam os dois que já tinham ido ver o
imaginário tecido, foi ele visitar os dois astuciosos impostores. Eles estavam trabalhando
mais do que nunca, nos teares vazios.

- É magnífico! Disseram os dois altos funcionários do rei. Veja Majestade, que delicadeza
de desenho! Que combinação de cores! Apontavam para os teares vazios com receio de
que os outros não estivessem vendo o tecido. O rei, que nada via, horrorizado pensou:
"Serei eu um tolo e não estarei em condições de ser rei? Nada pior do que isso poderia
acontecer-me!" Então, bem alto, declarou:
- Que beleza! Realmente merece minha aprovação!! Por nada neste mundo ele confessaria
que não tinha visto coisa nenhuma. Todos aqueles que o acompanhavam também não
conseguiram ver a fazenda, mas exclamaram a uma só voz:
- Deslumbrante!! Magnífico!!

Aconselharam eles ao rei que usasse a nova roupa, feita daquele tecido, por ocasião de um
desfile, que se ia realizar daí a alguns dias. O rei concedeu a cada um dos tecelões uma
condecoração de cavaleiro, para seu usada na lapela, com o título "cavaleiro tecelão". Na noite
que precedeu o desfile, os embusteiros fiizeram serão. Queimaram dezesseis velas para que
todos vissem o quanto estavam trabalhando, para aprontar a roupa. Fingiram tirar o tecido dos
teares, cortaram a roupa no ar, com um par de tesouras enormes e coseram-na com agulhas
sem linha. Afinal, disseram:

- Agora, a roupa do rei está pronta.

Sua Majestade, acompanhado dos cortesões, veio vestir a nova roupa. Os tecelões fingiam
segurar alguma coisa e diziam: "aqui está a calça, aqui está o casaco, e aqui o manto. Estão
leves como uma teia de aranha. Pode parecer a alguém que não há nada cobrindo a pessoa,
mas aí é que está a beleza da fazenda".

- Sim! Concordaram todos, embora nada estivessem vendo.
- Poderia Vossa Majestade tirar a roupa? propuseram os embusteiros. Assim poderiamos
vestir-lhe a nova, aqui, em frente ao espelho. O rei fez-lhes a vontade e eles fingiram vestir-lhe
peça por peça. Sua majestade virava-se para lá e para cá, olhando-se no espelho e vendo
sempre a mesma imagem, de seu corpo nu.
- Como lhe assentou bem o novo traje! Que lindas cores! Que bonito desenho! Diziam todos
com medo de perderem seus postos se admitissem que não viam nada. O mestre de cerimônias
anunciou:
- A carruagem está esperando à porta, para conduzir Sua Majestade, durante o desfile.
- Estou quase pronto, respondeu ele.

Mais uma vez, virou-se em frente ao espelho, numa atitude de quem está mesmo apreciando
alguma coisa. Os camareiros que iam segurar a cauda, inclinaram-se, como se fossem
levantá-la do chão e foram caminhando, com as mãos no ar, sem dar a perceber que não
estavam vendo roupa alguma. O rei caminhou à frente da carruagem, durante o desfile.
O povo, nas calçadas e nas  janelas, não querendo passar por tolo, exclamava:

- Que linda é a nova roupa do rei! Que belo manto! Que perfeição de tecido!
Nenhuma roupa do rei obtivera antes tamanho sucesso!

Porém, uma criança que estava entre a multidão, em sua imensa inocência, achou aquilo tudo
 muito estranho e gritou:
- Coitado!!! Ele está completamente nu!! O rei está nu!!
O povo, então, enchendo-se de coragem, começou a gritar:
- Ele está nu! Ele está nu!

O rei, ao ouvir esses comentários, ficou furioso por estar representando um papel tão
ridículo! O desfile, entretanto, devia prosseguir, de modo que se manteve imperturbável e os
camareiros continuaram a segurar-lhe a cauda invisível. Depois que tudo terminou, ele voltou
ao palácio, de onde envergonhado, nunca mais pretendia sair. Somente depois de muito
tempo, com o carinho e afeto demonstrado por seus cortesões e por todo o povo, também
envergonhados por se deixarem enganar pelos falsos tecelões, e que clamavam pela volta do
rei, é que ele resolveu se  mostrar em breve aparições...  Mas nunca mais se deixou levar pela
vaidade e perdeu para sempre a mania de trocar de roupas a todo momento.

Quanto aos dois supostos tecelões, desapareceram misteriosamente, levando o dinheiro e os
fios de seda e ouro. 

Os juros

[...] e a jaboticaba

A Folha de S. Paulo de hoje publica um gráfico onde se comparam inflação e juros em diversas partes do mundo.
Como a gente tem comentado aqui, dá para notar que o recrudescimento da inflação é um fenômeno da economia mundial, não da brasileira, apenas.
E decorre, como todos sabem, da imensa disponibilidade de recursos financeiros que, desde a crise de 2008, “se soltaram” das economias centrais rumo aos países que, em meio a ela, em lugar de entrarem em recessão – como ocorreu com os EUA e a Europa – continuaram(ou até aceleraram) seu crescimento econômico.
O impacto em 2009 foi imenso: o PIB dos Estados Unidos,  recuou 2,4%, o Reino Unido,  teve contração de 4,8%, e o Japão fechou o ano com queda de 5%. As economias da Alemanha e Itália também despencaram 5%, enquanto a do conjunto da União Europeia caiu 4,1%, e a do Canadá, 2,6%.
A resposta daquelas economias foi baixar os juros a praticamente zero, o que continuam a praticar, porque o crescimento que tiveram em 2010 sequer recuperou a retração do ano anterior. E, com isso, suas disponibilidades de capital fluíram em busca de taxas de remuneração mais atraentes.
E a remuneração mais líquida e mais direta são as taxas de juros públicas, direta ou indiretamente, pois elas eterminam, também, se as empresas irão se financiar interna ou externamente.
O gráfico ao lado mostra o crescimento do nível de endividamento externo das empresas brasileiras. Não é preciso ser um gênio das finanças para ver o crescimento estúpido destes compromissos. Como eles são, essencialmente, fixados em dólar, fica claro que a elas é interessante um duplo mocimento: a depressão da taxa de conversão da  moeda brasileira (menos reais compram um dólar) e a depreciação interna do real (mais reais por menos mercadoria, incluído o preço do dinheiro, que são os juros).
As medidas tomadas pelo Governo, como todos sabiam – apesar de dizerem ao contrário – cessaram em parte a entrada de dólares de curto prazo (leia-se, menos risco cambial), mas não anularam este movimento. Ao mercado interessa que suba a inflação e  subam os juros.
É só olhar o mapa lá em cima e ver o quanto os juros brasileiros estão descolados da inflação interna. E, se depender do “mercado”, ficarão mais, com a elevação da taxa Selic, na próxima reunião do Conselho de Política Monetária,  na semana que vem.
Como, além da jaboticaba, tudo o que só acontece no Brasil deve ser olhado com atenção, à procura da batata que está entro da chaleira, a pressão por um aumento de juros nada tem a ver com uma “ação natural” da economia. Não é uma fatalidade das regras econômicas e não é a única forma de evitar que a expansão do crédito gere um crescimento da demanda que pressione a inflação.
A inflação brasileira não é de demanda. A inflação é a pressão do mercado, do capital, por condições mais vantajosas para a sua remuneração. E a autoridade econômica que se opuser a isso, ou ao menos não se entregar prazeirosamente a isso, vira alvo de seus mecanismos de pressão: a mídia.
O resto, meus amigos, é jaboticaba.

Agiotagem

[...] Proximidade de reunião do COPOM eleva coro por aumento dos juros
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Banco Central
 Aproxima-se a segunda reunião do ano do Comitê de Política Monetária (COPOM) do Banco Central (BC) - 4ª feira próxima - e eleva-se o coro do mercado e dos rentistas por aumento de juros. A "necessidade" - na verdade torcida - pela elevação da taxa Selic passa a ser manchete principal e as vezes o assunto passa a ter até duas manchetes na 1ª página dos maiores jornais.

O mote e os pretextos com que tentam justificar as pressões e cobrança pró-aumento são variados, mas os mesmos de sempre: o crédito e toda a ação dos bancos públicos, a inflação que recrudesce e que para eles não vai arrefecer e, agora, o salário mínimo de R$ 613,00 previsto pelo governo na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2012 encaminhada ontem ao Congresso Nacional.

Este valor é, nada mais, nada menos, que a reafirmação da política de distribuição de renda adotada pelo governo do PT desde 2003 a partir do salário mínimo, já que ele contamina toda a cadeia de salários e tem a função de aumentar a participação na renda nacional do trabalho.

Por isto, é que desde o 1º ano de governo petista (2003) adotamos esta política de aumento real do salário mínimo, sempre acima da inflação.

E, agora, a transformamos em lei, mediante o acordo estabelecido entre governo e centrais sindicais 2 anos atrás, pelo qual o mínimo será reajustado anualmente de acordo com a inflação do ano mais a variação do PIB de 2 anos atrás (leiam o post Política salarial é vital ao desenvolvimento).

Mercado Financeiro

[...] Agiotas nacionais e internacionais apostam contra o ministro da Fazenda [Guido Mantega] e o presidente do Banco Central [ Alexandre Tombini.

O que fato quer dizer: apostam contra o Brasil.

Essa corja imunda tá nem aí para o povo. Por isso que FHC é porta-voz deles e disse em alto e bom som que o PSDB deve ficar longe do "povão".

Vamos ver isso acontecer na próxima eleição.

Nos aguarde!

Economia

A uma semana da nova reunião do Comitê de Política Monetária (COPOM) do Banco Central (BC) - na próxima 4ª feira - recomeça a pressão de sempre do mercado e dos rentistas por aumento de juros. Nem a tática muda. Dia sim e no outro também a imprensa brasileira (Folha de São Paulo à frente), através de seus economistas e especialistas escolhidos a dedo para tratar do tema - invariavelmente os mesmos de sempre - começam a clamar por juros altos.

O jornal da Barão de Limeira (Folhão), então, tem arrumado uns analistas do mercado que cobram elevação da taxa Selic não só na reunião daqui a uma semana, como em todas as que ocorrerem até o final deste ano. É o desespero deles de que se chegue ao final de 2011 e a Selic não esteja em 13% como eles sonham.

A ladainha não muda: a elevação da Selic, dizem, é a única alternativa para entrarmos em 2012 com a inflação estabilizada e sem riscos de recrudescimento. Por isso, precisariam ser ainda maiores no 2º semestre deste ano. Esta análise, como já afirmei aqui centenas de vezes, obedece à visão de que "o único instrumento para conter a inflação é o aumento dos juros".

Esse ponto de vista desconsidera o efeito nocivo que o aumento das taxas tem na nossa dívida pública, no crescimento econômico e do emprego e da renda no nosso país. O fato, meus caros, é que temos os maiores juros do mundo e as consequências desastrosas disto, todos vocês conhecem. O que precisamos não é o aumento dos juros, pelo contrário, é sua queda porque eles estrangulam, e muito, o nosso desenvolvimento.

Basta observamos a situação mundial e a guerra cambial em curso, ambas produto da política monetária dos Estados Unidos e da China, para concluirmos que vivemos em uma situação excepcional no panorama internacional. Uma situação nova e que exige criatividade, audácia e estratégia de longo prazo. E, principalmente, ousadia.
Zé Dirceu

Câmbio

De volta da China, a Presidente Dilma Rousseff bem que poderia dar uma boa “freada de arrumação” na sua equipe econômica.
Nada mais natural que existam pensamentos diferentes em relação a determinadas questões. Mas dar palpite pela mídia está fornecendo munição para intrigas e para que o conservadorismo prossiga em seu trabalho de criar intranqüilidade na economia, pressões inflacionárias e pela elevação dos juros.
Está claro que os alvos são o Ministro Guido Mantega e o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini.
No final da semana passada, vocês lembram, com Merval Pereira à frente bradando que as medidas “falharam”, os jornais diziam que a ação de elevação do IOF e do prazo de sua incidência sobre o capital estrangeiro não tinham surtido efeito.
Conversa fiada para enganar trouxa. Ou melhor, tentar enganar a classe média que lê jornais e vê os sábios colunistas na TV a Cabo.
Até este blog, que não incorpora o “espírito do mercado”, não tem linha telepática com os investidores e não anda em rodinha de especuladores disse, no mesmo dia das medidas
“O anúncio feito pelo Ministro Guido Mantega de que o prazo para o capital estrangeiro que entrar no Brasil ficar livre da cobrança de IOF, de um para dois anos, vai surtir, pelo menos no curto prazo, efeito na contenção da absurda onda de dólares que entra – viciosamente – na economia brasileira”.
Hoje, com a divulgação dos dados do Banco Central, viu-se o óbvio: as medidas do Governo não só funcionaram para frear como reverteram o fluxo de dólares, com as entradas superando ligeiramente  a entrada de moeda americana.
E como é que este modestíssimo blog sabia? Sabia porque todos sabiam que já nos primeiros dias de abril, com o IOF a 6%, o sentido do fluxo de cãmbio se invertera. O que aconteceu no dia 7, com tanto estardalhaço, foi a simples ampliação de um para dois anos do período de incidência do imposto.
Que a imprensa “desconheça” o que já sabia e agite o terror nos meios econômicos, mesmo não sendo natural, é esperável, dado o seu nível de comprometimento político.
Mas que integrantes do Governo entrem na “onda” e fiquem fazendo coro do “vai quebrar”, francamente, não dá para entender.
Repito o que já disse: a queda do dólar, após o anúncio da medida não foi um movimento natural de mercado, mas a ação especulativa da montanha – mais de US$ 20 bilhões – de dólares disponível nos mercados futuros, cujas posições compradas ficariam (ou ficarão) comprometidas com uma subida no valor da moeda americana. E que fizeram, como era de se esperar, os movimentos de acomodação que protegesse seus donos.^

Pantufas

...do Dr. Palocci
O mercado atira em Mantega
 O ministro da Fazenda representa a continuidade, enquanto o pelotão espera pelo retorno à ortodoxia - Para tucanos e petistas, PSD de Kassab é cavalo de TroiaEdição 639