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FHC

[...] e o Clube dos Mortos Vivos
O ex-presidente e sociólogo Fernando Henrique Cardoso é um homem de pensamento refinado e com certeza sabia o que estava fazendo quando escreveu o artigo-ensaio “O Papel da Oposição”, publicado na revista “Interesse Nacional”, mas divulgado antes pela internet.

Devia saber,principalmente, com que espécie de assombrações estava mexendo, a não ser que queiramos imputar-lhe uma espécie de ingenuidade e de inocência que não combinam bem com um homem que está fazendo 80 anos e ocupou a presidência da República por duas vezes.
Ao fazer uma análise precisa e aguda da transformação dos partidos políticos em uma espécie de “clubes congressuais” e ao tentar esquadrinhar novos horizontes onde situar o discurso oposicionista,levando em conta a emergência de novos atores sociais, FHC cutucou a onça com vara curta.
Ele ousou escrever:
“Enquanto o PSDB e seus aliados persistirem em disputar com o PT influência sobre os “movimentos sociais” ou o “povão”, isto é, sobre as massas carentes e pouco informadas, falarão sozinhos. Isto porque o governo “aparelhou”, cooptou com benesses e recursos as principais centrais sindicais e os movimentos organizados da sociedade civil e dispõe de mecanismos de concessão de benesses às massas carentes mais eficazes do que a palavra dos oposicionistas, além da influência que exerce na mídia com as verbas publicitárias.”
Num país onde o debate de idéias é tratado a pontapés e transformado num diz-que-diz com gosto de fanatismo de torcida organizada em arquibancada de futebol, e onde as palavras são interpretadas pela rama, não é de se estranhar que a colocação do ex-presidente fosse lida como uma conclamação a “abandonar o povão” e uma manifestação de “elitismo” e desprezo pelo destino dos mais pobres.
Inocência seria acreditar que os governistas não fossem aproveitar a digressão conceitual do ex-presidente para distorcer-lhe o sentido, e não há como estranhar que Lula - evidentemente seguido pelos áulicos - não transformasse essa análise em mais uma de suas popularíssimas interpretações propositalmente desonestas e rasteiras como a grama:
“Eu. Sinceramente. não sei o que ele quis dizer. Nós já tivemos políticos que preferiam cheiro de cavalo que o povo. Agora tem um presidente que diz que precisa não ficar atrás do povão, esquecer o povão. Eu sinceramente não sei como é que alguém estuda tanto e depois quer esquecer do povão”
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Veterinária

TUCANO SEM PLUMAS, PENAS E BICOS

Dessa vez o sociólogo quebrou a cara. Não encontrou um tucano, sequer, que concordasse com sua proposta elitista para o PSDB, de dedicar-se à classe média, esquecendo o povão. Muito menos os aliados do DEM e do PPS admitiram a distorção. Alguns com jeito, como Aécio Neves, opinaram que Fernando Henrique foi mal interpretado.  Outros, como José Serra, exigiram  mais clareza e coerência por parte do companheiro.  ACM Neto quer as oposições na rua, dialogando com as camadas menos favorecidas, e José Agripino Maia simplesmente discordou e desautorizou o ex-presidente. Roberto Freire foi  adiante e afirmou que não contem com os ex-comunistas para excluir as massas.

FHC insistiu no equívoco, durante palestra realizada no interior do Paraná.  Rendeu-se ao PT, na medida em que os companheiros dominam a área sindical e dispõem do apoio da população carente. Insistiu em que o PSDB deve voltar-se para camadas pouco representadas no universo político, como a classe média.

A conclusão  surge  óbvia: durante os oito anos de seu reinado, o governo esqueceu o andar de baixo, perdendo um tempo precioso que o Lula recuperou em seus dois mandatos. Não será repetindo os erros do passado que os tucanos chegarão ao poder. Nem em 2014 nem depois, se ainda tiverem asas para voar. Felizmente para eles, só um parece sem plumas, penas e bicos.
Carlos Chagas

FHC

[...] e a demofobia
O bem intencionado artigo de Fernando Henrique Cardoso sobre a oposição constata muitas falhas importantes dos partidos que deveriam fazer contrapeso ao governo e propõe alternativas. Mas ficará lembrado como um reforço à imagem de demofobia do PSDB.
O ex-presidente escreveu: “Enquanto o PSDB e seus aliados persistirem em disputar com o PT influência sobre os ”movimentos sociais” ou o “povão”, isto é, sobre as massas carentes e pouco informadas, falarão sozinhos”. Pois é.
O artigo é longo, contextualiza a frase acima e extrai dela consequências que merecem ser debatidas. Mas isso dificilmente vai acontecer porque a maioria das pessoas, as tais “massas carentes e pouco informadas”, vai entender: o PSDB deve esquecer o “povão”.
Dezenas de analistas e tucanos se ocuparão agora de explicar o artigo de FHC, de traduzir o que ele quis dizer. Que ele se referia à emergência da classe média. É uma tarefa ingrata, um novo “esqueçam o que escrevi”: a versão superará o fato.
O erro de comunicação é fatal numa época em que tudo é instantâneo. Lula, com todos os seus defeitos, é muito mais competente em se fazer entender pelo “povão” do que seus críticos. Daí seu carisma e parte de sua força eleitoral.
Ao tentar explicar os equívocos da oposição, FHC não poderia ter escolhido uma maneira mais ironicamente clara de ilustrá-los.
José Roberto de Toledo

Oposição em frangalhos



O ex-governador José Roberto Arruda deu uma entrevista à revista Veja  e denunciou:  todo o partido se beneficiou do esquema montado em Brasília. Arruda afirmou que “tudo sempre foi feito com o aval do deputado Rodrigo Maia (então presidente do DEM)”.

O ex-governador ainda classificou de “desleais” alguns colegas de partido: “as mesmas pessoas que me bajulavam e recebiam a minha ajuda foram à imprensa dar declarações me enxovalhando”.
A revista Veja (que antes do escândalo considerava Arruda um exemplo de estadista) publicou a entrevista essa semana, mas o advogado de Arruda declarou ao jornalista Ricardo Noblat que a entrevista foi concedida em setembro, antes das eleições.
Qual o interesse da Veja em publicar a entrevista apenas nesse momento e não antes das eleições, quando teria maior impacto?
A nova direção do DEM está alinhada com Aécio Neves (PSDB/MG). A entrevista seria um recado de José Serra aos demos que se aproximam do senador mineiro?
Reproduzimos a seguir a entrevista publicada no site da Veja.
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Arruda diz que ajudou líderes do DEM a captar dinheiro
Segundo o ex-governador, dinheiro da quadrilha que atuava em Brasília alimentou campanhas de ex-colegas como José Agripino Maia e Demóstenes Torres
José Roberto Arruda foi expulso do DEM, perdeu o mandato de governador e passou dois meses encarcerado na sede da Polícia Federal (PF), em Brasília, depois de realizada a Operação Caixa de Pandora, que descobriu uma esquema de arrecadação e distribuição de propina na capital do país. Filmado recebendo 50 mil reais de Durval Barbosa, o operador que gravou os vídeos de corrupção, Arruda admite que errou gravemente, mas pondera que nada fez de diferente da maioria dos políticos brasileiros: “Dancei a música que tocava no baile”.
Em entrevista a VEJA, o ex-governador parte para o contra-ataque contra ex-colegas de partido. Acusa-os de receber recursos da quadrilha que atuava no DF. E sugere que o dinheiro era ilegal. Entre os beneficiários estariam o atual presidente do DEM, José Agripino Maia (RN), e o líder da legenda no Senado, Demóstenes Torres (GO). A seguir, os principais trechos da entrevista: 
O senhor é corrupto?
Infelizmente, joguei o jogo da política brasileira. As empresas e os lobistas ajudam nas campanhas para terem retorno, por meio de facilidades na obtenção de contratos com o governo ou outros negócios vantajosos. Ninguém se elege pela força de suas ideias, mas pelo tamanho do bolso. É preciso de muito dinheiro para aparecer bem no programa de TV. E as campanhas se reduziram a isso.

O senhor ajudou políticos do seu ex-partido, o DEM?
Assim que veio a público o meu caso, as mesmas pessoas que me bajulavam e recebiam a minha ajuda foram à imprensa dar declarações me enxovalhando. Não quiseram nem me ouvir. Pessoas que se beneficiaram largamente do meu mandato. Grande parte dos que receberam ajuda minha comportaram-se como vestais paridas. Foram desleais comigo.

Eleição 2012

Por mais distante que esteja a sucessão municipal, a cada dia surgem novos nomes para a disputa, tanto em Fortaleza como nos outros 183 municípios do Ceará. Não bastassem os que até então estavam circulando, como Artur Bruno, José Pimentel, Camilo Santana (PT); Marcos Cals (PSDB); Inácio Arruda e Chico Lopes (PCdoB); Heitor Ferrer (PDT); Eunício Oliveira (PMDB), a eles vêm se somar Moroni Torgan (DEM) e Renato Roseno (Psol). Opções, portanto, para todos os gostos, mas pelo fato de uns atropelarem outros por serem da mesma coligação, eis o que vai protelar decisões na base aliada.

Poder de decisão
Não deixa de chamar a atenção o fato de, entre os candidatos da base aliada, nenhum ser do PSB. Afinal, sendo o partido do governador, é justificável a estranheza, aliás, até pelo poder de decisão política que se sabe ter Cid, qualquer que seja a eleição.

Dobradinha à vista?
Pela identidade que tem marcado as relações de Moroni com o PSDB, é que logo surgiram especulações de que disputariam em aliança a sucessão de Luizianne. Mas, o que se pergunta, é quem ficaria como cabeça de chapa.

2012: preocupação
O fato de ter vários candidatos, isso deve estar sendo acompanhado com natural preocupação na medida em que essa divisão, por enfraquecer o esquema vitorioso nas duas eleições, tem mesmo que alertar a Cid, Eunício, Pimentel, os eleitos em 2010.

por Alon Feuerwerker

A política é um campo fértil para deformações históricas. A maneira bonita de dizer isso é o velho ditado de que a História é escrita pelos vencedores. Mas um detalhe costuma escapar ao discurso do dia a dia. Se a política deforma a visão dos fatos a posteriori, o tempo acaba atuando para pôr as coisas no lugar. O tempo é mais forte.

Estes dias o Democratas reorganizou sua direção nacional em meio a uma crise braba. A crise dele é problema do DEM, mas um detalhe chama a atenção na maneira como o partido nascido do PFL costuma ser tratado. Virou o “herdeiro da Arena”, a Aliança Renovadora Nacional, sigla que deu sustentação ao regime nos anos da ditadura.

Na passagem dos anos 70 para os 80, quando a ditadura promoveu uma reforma partidária para dividir a oposição aglutinada em torno do Movimento Democrático Brasileiro (MDB), a Arena mudou de nome para Partido Democrático Social (PDS).

Na sucessão do último presidente militar, João Figueiredo, o PDS dividiu-se. Um pedaço, a Frente Liberal, rompeu e decidiu apoiar Tancredo Neves (PMDB, herdeiro do MDB) na eleição indireta de 1985. Foi um gesto de coragem. Esse pedaço depois formaria o PFL, Partido da Frente Liberal. Que agora é DEM.

Ou seja, o DEM é herdeiro dos que, na hora decisiva, romperam com a ditadura. Os que ficaram no PDS e apoiaram Paulo Maluf contra Tancredo mudaram depois o nome do partido, algumas vezes.

Hoje ele é o PP, Partido Progressista, que está na base do governo Dilma Rousseff, como esteve no apoio a Luiz Inácio Lula da Silva.

O DEM é mesmo um herdeiro da Arena, vem da costela que certa hora deixou o campo autoritário e permitiu uma transição institucional para a democracia.

Tem gente que acha bom Tancredo ter sido eleito no colégio eleitoral. E reconhece o papel positivo da Frente Liberal naquele momento. Eu estou entre essas pessoas. Mas também teve gente que preferia outro resultado. O Brasil estaria hoje melhor se Maluf tivesse vencido Tancredo na eleição indireta?

Cada um responde pela sua biografia, é razoável que o DEM responda pela dele, mas é curioso que a legenda carregue sozinha o fardo, só por estar na oposição. Tecnicamente, o PP é o herdeiro mais puro de quem permaneceu ao lado do autoritarismo até o fim. Como apoia o PT, foi "anistiado".

O que não tem hoje grande importância. O PP atual pouco ou nada tem a ver com aquele PDS. A começar pelo presidente do partido, senador Francisco Dornelles (RJ), ministro da Fazenda do governo nomeado por Tancredo e assumido por José Sarney no impedimento do titular.

O PT explora bem a demonização do DEM (sem trocadilho), é um instrumento da luta política. E o PSDB nunca escondeu o incômodo de ter que se aliar a um partido de direita, como o DEM.

Um sintoma de que os tucanos têm o sectarismo do PT, mas não o pragmatismo. Talvez os resultados políticos e eleitorais dos anos mais recentes tenham a ver com isso.

A expressão rodrigueana de que toda unanimidade é burra carrega uma falha conhecida, pois de tão unânime ela própria traz o risco da burrice.

Falar mal do DEM virou unanimidade. Se é burra ou não, o tempo dirá. Eu prefiro esperar para ver no que vai dar. 

É um partido liberal, que no Brasil é sinônimo de direita. Vai mal das pernas pois o vento sopra contra. Quando o vento virar, e sempre vira, talvez esteja posicionado para pegar a nova onda. Ou talvez não.

Mas tem campo para trabalhar. Há um centro e uma direita liberais para serem politicamente trabalhados. Os primeiros passos da administração Dilma mostram preocupação do PT com essa variável.
Quanta diferença no tratamento e repercussão que o PIG dá a confissão de um demotucano...

Imagine tivesse acontecido isso em 2005 no auge do "mensalão"...

A corja tucademopiganalha teria retornado ao poder em 2006.

Quebraram a cara.

O senhor é corrupto?
Infelizmente, joguei o jogo da política brasileira. As empresas e os lobistas ajudam nas campanhas para terem retorno, por meio de facilidades na obtenção de contratos com o governo ou outros negócios vantajosos. Ninguém se elege pela força de suas ideias, mas pelo tamanho do bolso. É preciso de muito dinheiro para aparecer bem no programa de TV. E as campanhas se reduziram a isso.
O senhor ajudou políticos do seu ex-partido, o DEM?
Assim que veio a público o meu caso, as mesmas pessoas que me bajulavam e recebiam a minha ajuda foram à imprensa dar declarações me enxovalhando. Não quiseram nem me ouvir. Pessoas que se beneficiaram largamente do meu mandato. Grande parte dos que receberam ajuda minha comportaram-se como vestais paridas. Foram desleais comigo.
Como o senhor ajudou o partido?
Eu era o único governador do DEM. Recebia pedidos de todos os estados. Todos os pedidos eu procurei atender. E atendi dos pequenos favores aos financiamentos de campanha. Ajudei todos.
O que senhor quer dizer com “pequenos favores”?
Nomear afilhados políticos, conseguir avião para viagens, pagar programas de TV, receber empresários.
E o financiamento?
Deixo claro: todas as ajudas foram para o partido, com financiamento de campanha ou propaganda de TV. Tudo sempre feito com o aval do deputado Rodrigo Maia (então presidente do DEM).
De que modo o senhor conseguia o dinheiro?
Como governador, tinha um excelente relacionamento com os grandes empresários. Usei essa influência para ajudar meu partido, nunca em proveito próprio. Pedia ajuda a esses empresários: “Dizia: ‘Olha, você sabe que eu nunca pedi propina, mas preciso de tal favor para o partido’”. Eles sempre ajudaram. Fiz o que todas as lideranças políticas fazem. Era minha obrigação como único governador eleito do DEM.
Esse dinheiro era declarado?
Isso somente o presidente do partido pode responder. Se era oficialmente ou não, é um problema do DEM. Eu não entrava em minúcias. Não acompanhava os detalhes, não pegava em dinheiro. Encaminhava à liderança que havia feito o pedido.
Quais líderes do partido foram hipócritas no seu caso?
A maioria. Os senadores Demóstenes Torres e José Agripino Maia, por exemplo, não hesitaram em me esculhambar. Via aquilo na TV e achava engraçado: até outro dia batiam à minha porta pedindo ajuda! Em 2008, o senador Agripino veio à minha casa pedir 150 mil reais para a campanha da sua candidata à prefeitura de Natal, Micarla de Sousa (PV). Eu ajudei, e até a Micarla veio aqui me agradecer depois de eleita. O senador Demóstenes me procurou certa vez, pedindo que eu contratasse no governo uma empresa de cobrança de contas atrasadas. O deputado Ronaldo Caiado, outro que foi implacável comigo, levou-me um empresário do setor de transportes, que queria conseguir linhas em Brasília.
O senhor ajudou mais algum deputado?
O próprio Rodrigo Maia, claro. Consegui recursos para a candidata à prefeita dele e do Cesar Maia no Rio, em 2008. Também obtive doações para a candidatura de ACM Neto à prefeitura de Salvador.
Mais algum?
Foram muitos, não me lembro de cabeça. Os que eu não ajudei, o Kassab (prefeito de São Paulo, também do DEM) ajudou. É assim que funciona. Esse é o problema da lógica financeira das campanhas, que afeta todos os políticos, sejam honestos ou não.
Por exemplo?
Ajudei dois dos políticos mais decentes que conheço. No final de 2009, fui convidado para um jantar na casa do senador Marco Maciel. Estávamos eu, o ex-ministro da Fazenda Gustavo Krause e o Kassab. Krause explicou que, para fazer a pré-campanha de Marco Maciel, era preciso 150 mil reais por mês. Eu e Kassab, portanto, nos comprometemos a conseguir, cada um, 75 mil reais por mês. Alguém duvida da honestidade do Marco Maciel? Claro que não. Mas ele precisa se eleger. O senador Cristovam Buarque, do PDT, que eu conheço há décadas, um dos homens mais honestos do Brasil, saiu de sua campanha presidencial, em 2006, com dívidas enormes. Ele pediu e eu ajudei.
Então o senhor também ajudou políticos de outros partidos?
Claro. Por amizade e laços antigos, como no caso do PSDB, partido no qual fui líder do Congresso no governo FHC, e por conveniências regionais, como no caso do PT de Goiás, que me apoiava no entorno de Brasília. No caso do PSDB, a ajuda também foi nacional. Ajudei o PSDB sempre que o senador Sérgio Guerra, presidente do partido, me pediu. E também por meio de Eduardo Jorge, com quem tenho boas relações. Fazia de coração, com a melhor das intenções.

Problema do Demo é o eleitor

(...) O mundo desenvolvido assiste hoje a uma nova onda conservadora, que começou na Inglaterra com a derrota dos trabalhistas, espalhou-se por vários países europeus e chegou aos Estados Unidos do Tea Party. Sua origem é óbvia. Encontra-se no colapso economico dos derivativos e das hipotecas de segunda inha, que nem os partidos social-democratas nem o governo de Barack Obama foram capazes de enfrentar com um mínimo de eficiencia.

Embora se fale em desaceleração da economia no Brasil, os dados recentes mostram que o país segue numa situação de prosperidade e crescimento. O último levantamento do IBGE anuncia um novo recorde na criação de empregos formais e registra um aumento da atividade nos principais setores.
Ninguém acredita numa repetição do crescimento de 7,5% em 2010 mas a grande novidade dos jornais, hoje, é a presença de analistas que reconhecem que podem ser sido exageradamente pessimistas em suas previsões de esfriamento da economia. Enquanto a situação economica permanecer assim, a luta política será resolvida no plano das idéias políticas e das visões sobre o país.
Não é um problema de marketing nem de candidatos mais ou menos apresentáveis. O problema do nosso conservadorismo é sua dificuldade para oferecer uma resposta clara para a questão social brasileira — ainda hoje a grande fronteira de nossa vida política.
Num país com um padrão imenso de desigualdade, o Brasil transformou o ideário conservador numa grande idéia fora do lugar. Essa é a dificuldade real de seus candidatos.
Colocado na defensiva pela reconstrução da Europa no pós-guerra e pelo longo domínio do Partido Democrata sobre a política americana depois de Franklin Roosevelt, o conservadorismo conseguiu reerguer-se nos países desenvolvidos a a partir da crítica ao Estado do Bem-Estar Social.
Foi assim nos anos 80, na Inglaterra de Margaret Tatcher e nos EUA de Ronald Reagan. O discurso conservador, nesses países, tinha o tom de quem combatia privilégios e abusos. Chegava ser indignado e possuia apelo popular.
O problema, no Brasil, é: como falar em menos Estado num país onde o Estado é acima de tudo uma grande ausência?
Como fazer a crítica ao regime de Bem-Estar Social quando ele nem existe? Como falar de inchaço e de empreguismo quando eles coexistem com a falta de funcionários?
São perguntas que não fazem sentido para a grande maioria dos eleitores.
Esta é a questão.
Leia a íntegra do artigo em Aqui

Areia demais para o caminhão de Kassab

Com todo o respeito, mas estão inflando demais o balão do prefeito Gilberto Kassab. Que ele tem futuro promissor, não se duvida. O problema é que mal revelado na política por força da renúncia discutível de José Serra, em 2002, o alcaide paulistano ocupa diariamente o noticiário, dividindo as opiniões sobre se formará ou não um novo partido, desligando-se do DEM e com passagem comprada para unir-se depois ao PSB. É areia demais para o caminhão de Kassab, que se fundar ou não fundar a nova legenda,  muito pouco acrescentará à política paulista, quanto mais à nacional.

Acrescente-se a essa exagerada operação a hipótese de  tudo não passar de manobra do palácio do Planalto para trazer  Kassab ao aprisco governista.  Ele  deixaria a oposição do DEM para  afinal aportar na enseada socialista,  da qual tanto se orgulham Lula e Dilma por haver conquistado.  Toda essa firula de sair, criar e depois aderir não engana ninguém.
Carlos Chagas

por Cesar Maia




CONVENÇÃO NACIONAL DO DEMOCRATAS! UM TIPPING POINT!
                  
1. No início dos anos 90, o PFL e o PP da Espanha estabeleceram uma parceria estratégica em relação à dinâmica partidária. O foco da mesma era o caminho ao Centro. O PP vinha da Falange franquista, e esse caminho foi muito mais penoso. Esse caminho foi percorrido com diversas oscilações, depurações e aglutinações, que partiram de um partido quase único (como a Arena aqui), em direção a um partido majoritário. Em 1982, o PSOE (como o PT daqui) elegeu 202 deputados, de 350. Isso produziu um ciclo de 14 anos, dentro do qual o PP foi enraizando a sua estratégia. Ali, ocorreu debacle eleitoral.
                  
2. O PP, com esta denominação, foi fundado em 1989. A Aliança Popular, seu nome anterior, obteve 8,2% dos votos e 16 deputados em 1977. Apenas em 1996 o PP vence as eleições nacionais. Um longo trajeto de aglutinações, exclusões, derrotas e fortalecimento. Três foram as virtudes principais para chegar ao poder: acreditar na estratégia proposta, ser persistente e ser paciente.
                  
3. Em 1990, parte do PFL terminou mergulhando no pantanal do governo federal. Em 1995, recupera prestígio fazendo a gestão política do governo federal,  elegendo o presidente da câmara de deputados. Em 1995, o presidente do PFL -condutor desta estratégia- atraiu para essa proposta de construir um partido de Centro, o prefeito do Rio e o governador do Paraná. Em 1999, numa longa reunião com dirigentes nacionais do PFL, em Madrid, Ariola, consultor do presidente do PP, aconselhava que o PFL não tivesse objetivos eleitorais para presidente por alguns anos e que se fixasse no caminho ao Centro.
                  
4. Mas as pesquisas terminaram alterando essa estratégia em 2002 e em 2006, com consequências significativas. Em 2002, sem ter candidato a presidente, após a renúncia de sua candidata, o PFL se dividiu. Cada liderança regional definiu seu apoio. Em 2006, com atraso de vários meses, e açodamento em lançar candidatura,  o PFL terminou se dividindo na escolha do candidato a vice, debilitando sua participação. O derrotado na época será o presidente do DEM, agora.
                  
5. Em 2003, foram tomadas decisões importantes em relação àquela estratégia. O PFL adotaria um nome que denotasse seu compromisso com o Centro, e mudaria o programa. Por isso, o Congresso de 2004 foi chamado de Refundação e seu novo programa afirma esses compromissos. E não há nada a ser retocado. Em 2003 foram tomadas decisões de renovação, começando pela liderança na câmara de deputados, processo que se mantém inalterado até hoje com a escolha do líder em 2011. Em dezembro de 2007 veio a mudança geracional, coerentemente com a proposta do PP.
                  
6. Algumas das lideranças anteriores saíram do partido no início desse processo, com destaque para o líder, por muitas vezes, na câmara de deputados. Essa era uma dinâmica anunciada. O fortalecimento viria após um ciclo dietético, onde os sinais da Arena iriam desaparecendo, o que produziria uma perda de gordura, construída ainda nos anos de chumbo. O hábito faz o monge, diz o povo. Não são simples e nem de curto prazo, ajustes, especialmente os político-ideológicos.
                  
7. A Convenção deste 15 de março de 2011 é o momento fulcral em que o DEM culmina esse processo e com a mesma estratégia e com mais integridade e unidade, acelera o passo na direção do que havia proposto desde o início dos anos 90. Os percalços eram inevitáveis, como o foram no PP.
                  
8. O texto colocado no Wikipédia ajuda a entender esta dinâmica.

O novo partido de Kassab

- Via 'O Tempo'. Siga o blog no twitter.

por Ilimar Franco

A oposição está satisfeita com Dilma

Apesar das críticas de praxe ao governo, a oposição está satisfeita com o desempenho da presidente Dilma Rousseff. Com uma atuação mais discreta do que o ex-presidente Lula, é como se o governo tivesse descido do palanque. Isso faz com que os ânimos estejam menos exaltados. “Isso pode melhorar a qualidade do debate”, diz o presidente do PSDB, deputado Sérgio Guerra (PE).
Tirando esse raro momento de refresco, a oposição não perde a oportunidade de lembrar que a presidente Dilma afirmou, durante a campanha eleitoral, que não era necessário fazer ajuste fiscal.
Ao mesmo tempo, o PSDB e o DEM acusam o governo de fazer um arremedo de ajuste fiscal com o corte anunciado de R$ 50 bilhões no Orçamento.
Também criticam o salário mínimo de R$ 545 e o reajuste por decreto nos próximos quatro anos. Guerra elogia, no entanto, a defesa dos direitos humanos na política externa, a tentativa de passar imagem de austeridade fiscal e a revisão da decisão de compra dos caças para a Aeronáutica.

Algumas declarações de Cid Gomes

- Kassab, o novo partido e a futura fusão com o PSB:
 “O risco é ele tomar gosto pelo novo partido e depois não querer fundir, né?”
- A hipótese da fusão
“Olha, é natural que um partido queira crescer. O objetivo de todo partido é chegar ao poder. O crescimento pode se dar pela eleição ou por adesões, dificultadas hoje pela legislação. Sobre essas notícias, só quero registrar uma preocupação: a gente precisa crescer, mas crescer mantendo os quadros que a gente fez”.
- O risco de defecções:
 “[...] Eu não tenho muita informação sobre quem acompanharia o Kassab nesse novo partido. Mas tenho conhecimento de que esse projeto, essa ideia, da forma como está sendo tocado, está criando constrangimentos para duas lideranças de São Paulo, a Erundina e o Chalita”.
- A relação custo-benefício:
 “Esse crescimento [do PSB] não pode ter o custo de a gente perder alguém. Não sei se estou sendo ingênuo... Não sei qual é o projeto do Kassab”.
- A eleição miunicipal de 2012:
 “Ele [Kassab} não pode mais ser candidato em 2012. Mas eu acho que o Chalita é um extraordinário nome para a prefeitura de São Paulo. É o melhor que o partido tem. Então tem de ter cuidado”.
- Conversou com Kassab? Não, não.
- Falou com Eduardo Campos? 
Sobre isso, não. Sinceramente, não.
- As pendências
“Recebi uma circular do vice-presidente do partido, o Roberto Amaral, explicando que havia conversas [com Kassab]. Mas ele colocava que havia pendências partidárias, políticas e jurídicas. Falava do governador de Santa Catarina, inclusive [Raimundo Colombo, do DEM]. A circular foi para todos os presidentes de diretórios estaduais. Foi nessa condição que eu recebi.
- O início do governo Dilma
“Ela está correta, dando muita visibilidade à questão fiscal. No lugar dela, faria o mesmo. Eu já previa isso. É o primeiro momento, o instante de arrumar a casa”.
- A presença do PSB no governo
“No começo eu defendi que a gente tivesse uma participação maior. Não pela chantagem, que é muito comum na política, mas pela estratégia de reconhecimento ao partido. Independentemente disso, sempre defendi que deveríamos apoiar o governo. Enfim, foi o possível”.
- A ideia de levar Ciro Gomes ao Senado em 2014, a despeito da incompatibilidade do irmão com o trabalho na Câmara
“São duas casas completamente diferentes. Começa pela composição: o Senado tem 81; a Câmara, 513. Na Câmara, só para falar, coisa que o Ciro faz com muita qualidade, pois tem muito conteúdo, você entra na fila e tem de esperar seis meses. No Senado, você pode fazer pronunciamento todo dia. O Senado tem um índice de votação, apreciação e análise de matérias muito superior.
- A viagem aos EUA à custa da Grandene, empresa que usufrui de incentivos do governo cearense
“Olha, todos os governadores do Ceará, nos últimos 20 anos, deram benefícios à empresa Grandene. Então, não há nenhuma excepcionalidade agora. E todos deram porque a Grandene é o maior empregador do Estado, 45 mil pessoas. Segundo: esses benefícios não são autorizados pela pessoa do governador, mas por um conselho, com critérios técnicos. Terceiro: disseram que a Grandene fez doação para minha campanha. Fez nessa e na anterior, pois o proprietário [Alexandre Grandene] tem uma relação comigo de mais de 15 anos. Aliás, doou para todos os candidatos com chances. Agora, sobre minha vida pessoal, você vai me perdoar, mas eu não vou falar nada. Não faço nenhuma declaração.

Editorial

O Estado de S.Paulo
A oposição fracassou consistentemente na sua função institucional de apresentar-se para a maioria do eleitorado brasileiro como alternativa ao lulismo.

Em 2006, quando o mensalão deixara a descoberto o presidente em busca do segundo mandato, o candidato da coligação PSDB-DEM, Geraldo Alckmin, conseguiu o feito sem precedentes de sair do segundo turno com menos votos do que no primeiro.

Em 2010, tendo como adversária [um poste]uma apadrinhada de Lula que nunca antes tinha participado de uma eleição, a campanha errática de José Serra incluiu mostrá-lo ao lado do presidente no horário eleitoral, apelar para o fundamentalismo religioso e, em desespero de causa, sacar uma demagógica promessa de elevar o salário mínimo a R$ 600.

O vazio oposicionista e o êxito de Lula na armação de aliança de 17 partidos em torno do nome de Dilma Rousseff produziram mais do que a vitória da ex-ministra. As urnas a premiaram com a maior base política já vista no Congresso Nacional: 388 cadeiras em 513 na Câmara dos Deputados e 63 em 81 no Senado.

Além disso, nestes seus quase dois meses de governo, a presidente nada fez que a oposição pudesse ou soubesse capitalizar em proveito próprio perante a sociedade.

E agora, enquanto se perpetua a sua incapacidade de dizer qualquer coisa que o País deva ouvir, uma parcela do DEM, movida pelo que há de mais raso na política - a ambição pessoal nua e crua - busca uma via torta para o adesismo.

Aflito com o que será dele em 2014, o prefeito paulistano Gilberto Kassab vem há tempos tentando se safar dos efeitos da hegemonia do PSDB no Estado - a mencionada hipótese de os tucanos abrirem mão de indicar um dos seus para a futura disputa pelo Palácio dos Bandeirantes é um engodo.

Rejeitada pela cúpula demista a sua ideia de fundir o partido com o PMDB, Kassab quis migrar para a sigla chefiada em São Paulo pelo vice-presidente Michel Temer, mas novamente ouviu um não. Não perderá nada, aliás: o PMDB está morto em São Paulo, com um deputado federal e quatro estaduais.

Eis que, conversa daqui, conchava dali, encontrou um ombro amigo na figura do governador de Pernambuco e número um do PSB, Eduardo Campos. Com 34 deputados e 3 senadores, o partido pensa grande. 
Leia a íntegra do editorial Aqui

Reforma política

Interesses e conveniênciasPara que se possa avaliar o quanto é difícil o consenso para votar a reforma política, basta saber que mais de três mil projetos e cerca de cinco mil pareceres sobre a importante, mas problemática questão tramitam no Congresso Nacional. Se, por si só, qualquer matéria para chegar à Ordem do Dia mexe com interesses e conveniências de parlamentares e partidos, mais essa dificuldade cresce quando em jogo está uma questão que, como projeto de reforma política, se propõe a mudanças. Algumas das quais, convenhamos, se chocam com interesses dos que estão envolvidos direta e indiretamente com essa decisão.

Onde o calo apertaInteresses e conveniências em torno de questões como voto distrital puro e misto, do financiamento público de campanha, voto em lista e que, por isso mesmo, dividem lideranças do PMDB, PT, PSDB e, porque não dizer, de todos os partidos.

Dificuldades a vencerA implantação dessas medidas termina por colocar a proposta de reforma política numa situação difícil de chegar a um entendimento. Mesmo que o presidente do Senado, José Sarney, acene com todo apoio.

Debater é precisoSobre reforma política, o deputado Professor Teodoro destacou da tribuna da Assembleia "a importância de um amplo debate. Inclusive, criar uma comissão especial para discutir o tema, assegurando assim a participação popular nas discussões".

Eleição presidencial - 2014

Fosse a oposição tucademo menos incompetente se uniria e [contraditóriamente] lançaria dois candidatos a presidência. Pelo PSDB [Aécio Neves], pelo DEM [José Serra}. Perderiam a eleição do mesmo jeito, tanto faz que o candidato seja Dilma, Lula ou qualquer outro candidato(a) do governo PT. Mas, pelo menos nos daria o prazer de disputar. Ganhar fácil não tem gosto é insosso, sem sabor.

Velha mídia

No entreato de Natal e Ano Novo, com a turma ainda se recuperando da ressaca natalina, o ministro da Comunicação Social, Franklin Martins, concedeu uma daquelas entrevistas que a imprensa costuma dizer “bombásticas”. Pena que a audiência deva ter sido pequena. Kennedy Alencar, em seu “É Notícia”, da Rede TV, deu ao ministro uma chance de falar o que o resto das televisões lhe negou nos últimos quatro anos, desde que assumiu a pasta.

Devido ao amadorismo da Rede TV – que, no meio da manhã de segunda-feira, 27 de dezembro, está com seu site fora do ar –, o blogueiro se vê obrigado a escrever “de cabeça” sobre o que assistiu. Mas, assim que possível, o vídeo da entrevista será divulgado, de forma que seja possível ao leitor conferir a quantas anda a memória deste que escreve.

Em verdade, não será tão difícil porque a parte “bombástica” da entrevista não foi tão longa assim. Versou sobre a suposição de Globo, Folha, Estadão, Veja e companhia sobre existência de intenções governamentais de “censurar a imprensa” e sobre a relação do governo Lula com ela.

Note-se que o ministro foi extremamente hábil, pois reconheceu méritos no governo FHC e em seu titular pela estabilização da moeda sem deixar de dizer exatamente em que ponto ele se perdeu – na falta de um espírito desenvolvimentista e social e na adoção dos cânones neoliberais em geral, do que resultou a privataria. E apesar de dizer que o mensalão não passou de caixa-dois, fez a necessária crítica ao PT de que “ver uma devassa saindo de um prostíbulo não choca, mas ver uma freirinha saindo, é chocante”.

Na parte sobre regulação da mídia, Martins deixou muito claro que o tipo de regulação que se quer fazer é exatamente o mesmo que existe em qualquer grande democracia. Explicou a sinuca de bico em que a parcela da mídia supracitada se encontra por ter que combater a regulamentação e ao mesmo tempo almejá-la para que seja protegida das “teles”, ou seja, das multinacionais de telecomunicações que ameaçam esmagar o PIG com um poderio econômico muito acima do que detém a radiodifusão nacional.

Acima de tudo, nessa questão, o ministro da Comunicação Social deu um recadinho a jornais que acusou de terem servido à ditadura militar: “Não venham nos dar aulas de democracia”.

Mas a coisa pegou fogo mesmo quando a entrevista enveredou pelas relações do governo com a mídia corporativa. Martins acusou, nominalmente, Folha, Estadão, Globo e outros de fazerem uma jogada com a oposição tucano-pefelê: “Um levanta e o outro corta”, pontuou o ministro com todas as letras.
E não ficou por aí…

Ao exemplificar o partidarismo midiático, Martins abordou, primeiro, a questão da “bolinha de papel”, lembrando que a Globo, com o peso de sua “credibilidade” – palavra que proferiu em tom irônico –, veiculou uma reportagem de sete longos minutos bancando a versão de José Serra de que teria sido atingido por um segundo objeto, sustentando-a com um laudo fajuto que, na madrugada que se seguiu àquela edição do Jornal Nacional, foi “desmontado pela blogosfera”.

Como se não bastasse, citou, nominalmente, a Folha de São Paulo e a ficha falsa de Dilma, ponderando com o entrevistador o absurdo de um jornal como aquele publicar uma “falsificação contra um candidato” amparando-se na justificativa mambembe de que não podia confirmar ou negar sua veracidade, concluindo que, dessa maneira, o jornal deixa ver que publica qualquer coisa que lhe chegue às mãos contra adversários políticos.

Esta é a síntese da mais dura crítica ao PIG que alguém do governo fez publicamente em oito anos de mandato do atual presidente. Resta lamentar que assuntos dessa relevância e opiniões tão sonegadas ao público pela grande mídia durante oito anos tenham vindo à tona em um programa que avançou pela madrugada de domingo para segunda em uma época de festas em que ninguém assiste a esse tipo de programa.
por Eduardo Guimarães, no “Blog da Cidadania“

Lula - Ditadura está no DNA do DEM

Nos seus últimos dias à frente do comando do País, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi a grande estrela do site Porradão de 20, de Celso Athayde, um dos fundadores da Central Única das Favelas (Cufa), presente hoje em 26 estados brasileiros, além do Distrito Federal, e coautor dos best-sellers Falcão - Mulheres e o tráfico, Falcão - Meninos do Tráfico e Cabeça de Porco. 

Em entrevista exclusiva, classificada pelo autor do site como muito especial, "pois trata-se da despedida do Porradão em 2010 e também da despedida do metalúrgico que se tornou o político, e porque não dizer, o homem mais importante da história desse país", Lula atacou duramente o DEM, dizendo que este é um partido que tem a ditadura no seu DNA, fala do mensalão, de sua gestão e diz que o maior desafio de sua sucessora, Dilma Rousseff (PT), é "fazer mais e melhor do que o que já foi feito".

Ao falar das críticas que já dirigiu ao DEM, como por exemplo a de que essa legenda deveria ser extirpada da política brasileira, o presidente fez um mea-culpa, argumentando que estava referindo-se às urnas, no jogo democrático de uma eleição. Entretanto, voltou a criticar duramente a legenda, destacando: "Esse partido, ou melhor, seu antecessor, o PFL, que não consegue se viabilizar nas urnas, em 2005 tentou o tapetão, o que é natural porque é um partido que tem a ditadura no seu DNA. É sempre assim - partido que não tem apoio do eleitorado, apela. Um de seus dirigentes chegou a dizer que iria se ver livre dessa 'raça do PT' por pelo menos 30 anos." Além disso, ironizou a mudança de nome da legenda, salientando que não adiantou o partido mudar de nome (já foi Arena, PDS e PFL) porque eles não enganam mais ninguém.

Sucessão
Ao falar de sua sucessora e afilhada política, Lula frisou que Dilma participou de todos os principais programas de sua gestão e, pelos cargos que ocupou, tem um conhecimento profundo da máquina pública federal. "Eu creio que, diante de tudo isso, o principal desafio que ela vai encontrar é fazer mais e melhor do que o que já foi feito. E eu estou convencido e tenho fé de que ela vai conseguir. Sua capacidade de trabalho, sua dedicação e sua energia já foram testadas nesses oito anos e ela foi aprovada com méritos. Realizar mais e melhor é um desafio e ao mesmo tempo uma necessidade, diante de tudo o que falta fazer para termos um país realmente próspero e igualitário."

Mensalão
Questionado sobre o mensalão, o presidente voltou a dizer que essa é uma das muitas histórias que ainda não estão devidamente esclarecidas e explicadas. "Quando estiver fora do governo, eu vou me dedicar a estudar o caso até entender o que realmente aconteceu", prometeu. E comparou o caso com o da Escola Base: "Esse caso me lembra o linchamento de inocentes. Muita gente entra na onda, fica cega e surda para qualquer argumento contrário. Comparo também com o caso da Escola Base, de São Paulo, em que os donos foram acusados de molestarem sexualmente as crianças. Eram absolutamente inocentes, mas começaram a ser bombardeados e a ser conhecidos em praticamente todos os veículos de comunicação como "os monstros da Escola Base". Diante da execração pública pela imprensa, houve saque e depredação do prédio da escola."

Injustiças
Além de reclamar desse fato, Lula diz que houve outros casos - classificados por ele de injustiça, como o do acidente com o avião da TAM. "Enquanto a aeronave e o prédio ainda estavam em chamas, portanto muito tempo antes de se abrir a caixa preta, apresentadores de televisão diziam que o governo havia matado 200 pessoas. Outros diziam que era mais um crime do governo Lula. Fui julgado e condenado sumariamente, sem direito de defesa, por quem não tem poderes para isso. E muita gente embarcou nessas acusações. Hoje já se sabe que a razão do acidente foi um dos manetes estar em posição errada, de aceleração, por erro humano ou por falha técnica. " Na entrevista ao Porradão de 20, Lula criticou mais uma vez a mídia, dizendo que "boa parte da imprensa, em determinados momentos não investiga nada, e só dá ouvidos a quem diga o que ela quer ouvir". 
Elizabeth Lopes, da Agência Estado
Leia a íntegra da entrevista Aqui

Ex-blog do Cesar Maia

Não se nasce, não se morre mais em Santa Cruz - Rio de Janeiro


Cesar Maia

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1. Santa Cruz é um bairro da cidade do Rio de Janeiro onde moram 250 mil pessoas. Incluindo seu entorno próximo -Paciência e Sepetiba- são quase 400 mil pessoas. Santa Cruz é o terceiro ou quarto polo industrial mais importante do Brasil.

2. Desde o início de 2009, o cartório de Santa Cruz está fechado. A partir daquela data, os registros de nascimento e de morte são feitos em Campo Grande, bairro a 15 km de Santa Cruz. Ou em outro município limítrofe, Itaguaí.

3. Mas com o fechamento do Hospital Pedro II, desde 14 de outubro deste ano, os bebês não podem mais nascer fisicamente em Santa Cruz: a maternidade está fechada. Devem nascer em Campo Grande ou Itaguaí. Não terão mais em suas fichas de nascimento a denominação do bairro em que suas famílias vivem.

4. Da mesma forma, aquelas pessoas que, muito doentes, falecem num hospital. Se falecerem em casa, se registra o óbito em Campo Grande ou Itaguaí. Mas se vierem a falecer no hospital, fisicamente terão falecido em Campo Grande ou Itaguaí.

5. Santa Cruz é o bairro de maior expansão populacional e de maior expansão industrial do Rio.

                                                * * *

BRASIL E ESTADOS UNIDOS: MAIS RIVAIS QUE ALIADOS!

Trechos do artigo do professor de relações internacionais da Universidade Di Tella (Argentina), FABIÁN C. ALLE

1. Algo começa a mudar, nas relações entre os EUA e o Brasil, com o decorrer dois meses e dos acontecimentos mais recentes, como a derrota de Obama nas eleições e o efeito WikiLeaks. Isso irá confirmar um maior grau de cautela nas relações entre os EUA e o Brasil.

2. Esta nova percepção no âmbito de análise e decisão dos EUA tem como um de seus mais fortes reflexos o documento intitulado "Dilemas da Grande Estratégia Brasileira" do Instituto de Estudos Estratégicos do Exército daquele país e publicado há alguns meses. Nele, se conclui que a lógica presente e futura entre os dois países tende mais para a rivalidade do que para a aliança.

3. Nesta transição, houve a divulgação pelo WikiLeaks de milhares de informações de baixo, médio e médio-alto grau de segurança do Departamento de Estado sobre a relação com o Brasil. Exemplos: a suposta decisão do governo do Brasil de orientar a compra de aviões de combate da Europa e não dos Estados Unidos \ o conhecimento prévio que existiria no Brasil sobre a presença das FARC na Venezuela \ o comentário de um ministro brasileiro sobre uma forte atitude antiamericana por parte de Marco Aurélio Garcia e Samuel Pinheiro \ as supostas detenções por parte da polícia de suspeitos de terrorismo internacional e que não foram acusados formalmente \ e os pedidos informais a países árabes moderados e a empresários influentes para que usassem seus bons ofícios para evitar a presença do extremismo islâmico no Brasil.

4. A vitória de Dilma Rousseff nas eleições presidenciais não fez mais do que reforçar a ideia de que esta política exterior crescentemente ativa e desafiante está destinada a permanecer nos próximos anos. Esses processos deveriam ser uma realidade inescapável para os atuais e futuros tomadores de decisões em matéria de política externa e de defesa da Argentina. Mais ainda quando se revela o que parece ser, uma estabilização positiva da relação entre a Argentina e os EUA. Ponto de partida seriam os acordos específicos, como a não proliferação de armas e as tensões com o regime iraniano. A estratégia do Brasil de "cara a cara", terá um olhar atento de Washington.

                                                * * *

BRASIL: DEMOCRACIA IMPERFEITA! ÍNDICE DO BRASIL NO SEGUNDO GOVERNO LULA!
          
(Folha SP, 17) A América Latina só tem dois países entre as "democracias plenas" (Uruguai, 21º, com 8,10, e Costa Rica, 24ª, com 8,04). Dois países latino-americanos estão à frente do Brasil na lista de "democracias imperfeitas": Chile (34º) e Panamá (46º). Índice da Democracia 2010, que acaba de ser divulgado pela Economist Intelligence Unit, o braço de pesquisas da respeitada revista britânica "The Economist". O Brasil recuou do 41º lugar em 2008 para o 47º agora (o levantamento é feito a cada dois anos). Caiu de 7,38 pontos para 7,12, em 10 possíveis. Nem aparece como "democracia plena", o belo rótulo reservado para apenas 26 dos 167 países ranqueados. O Brasil é rotulado como "democracia imperfeita"

                                                * * *

"CAVEIRÃO", MARINHA E COMPLEXO DO ALEMÃO!

1. Muitas pessoas se perguntam por que não viram o famoso "caveirão" na ocupação do Complexo do Alemão. Na verdade é um problema -digamos- técnico. O "caveirão" nada mais é que um desses carros-fortes que transporta valores -para e dos- bancos, com blindagem semelhante e pintado de preto com alguma marca da polícia. Mas com estas características, não consegue atravessar obstáculos colocados pelos traficantes, nem uma vala cavada no meio do caminho.

2. Para atravessar os obstáculos precisaria em vez de rodas, ter "lagartas", ou seja, esteiras como essas que usam os tanques. Mas o exército proíbe as polícias usarem "lagartas", alegando se tratar de um equipamento tipicamente militar.

3. Por isso foram chamados os tanques da Marinha. Esses, com as "lagartas", ultrapassariam qualquer obstáculo com facilidade. Sem eles não haveria ocupação alguma, ou se houvesse, o custo da violência seria alto.

4. Quando os bandidos viram tanques com "lagartas" e que os fossos e obstáculos que construíram não serviam de nada, tomaram a única decisão possível: fugiram. A ocupação era inevitável e incontrolável. O "caveirão" que eles esperavam e que estavam acostumados a combater estava aposentado.

                                                * * *

CHÁVEZ APROVA LEI DE "RESPONSABILIDADE SOCIAL"  ANTES DO PT POR AQUI!
                  
O que é responsabilidade social? Um eufemismo para designar lei de censura aos meios de comunicação, às rádios, à TV, às telecomunicações e a internet. Olha aí Lula, um bom nome para iludir a boa fé da população e censurar os meios de comunicação. Começam os protestos internacionais: Repórteres sem Fronteira, Sociedade Brasileira de Imprensa, Associação Interamericana de Radiodifusão...


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