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sou minoria pra valer, triplamente minoria – negro, homossexual e trostskista

Vestígios dos anos 80


Depois de uma bem-sucedida cirurgia dentária, recebo a recomendação de repouso. Nada de movimentos bruscos, nada de esforço, nada de reportagem na rua.

OK. Escolho o escritório aqui de casa para o descanso forçado. E acabo de achar, esquecida na gaveta, uma daquelas velhas pastas – com folhetos e anotações da época de Faculdade. Nada relacionado ao estudo. 1987, 1988, 1989… Foram anos intensos, por causa da militância política. Além de Jornalismo, cursei História, na USP. E logo mergulhei naquele emaranhado de tendências e pequenos grupos que pareciam acreditar na iminência da revolução socialista.

A Convergência Socialista-CS (que depois viraria PSTU) era uma tendência do PT: grupo trotskista, com uma dúzia de militantes (barulhentos) na USP. Entre eles o Wilson, que costumava brincar com sua condição: “sou minoria pra valer, triplamente minoria – negro, homossexual e trostskista”.

Também havia a turma de “O Trabalho” (antiga Libelu, outra facção trostkista), a DS (trotskista também), os “igrejeiros” (esquerda católica), o PPS (tendência “basista” do PT, não confundir  com o atual partido de Roberto Freire), a Articulação (setor majoritário do PT),  o PCdoB (que no movimento estudantil atuava sob o nome de “Viração”). Fora os independentes e “anarquistas”.

Era um cipoal de siglas que confundia e afastava os estudantes “comuns” dos debates. Confusão geral. Divertido. Mas era preciso ter paciência. O que me incomodava era a distância entre discurso e realidade. Nas assembléias, gastava-se mais tempo com debates sobre a solidariedade aos “guerreiros tamis” (facção que lutava pela independência do Sri-Lanka), do que para tratar das questões da Universidade. Por isso, eu não me identificava muito com nenhuma das tendências. Tinha simpatia pelo  Brizola, mas o PDT inexistia em São Paulo. Acabei -me aproximando ( por afinidades pessoais e pela moderação no discurso, o que me agradava) da turma do velho PCB! Sim, na época ainda havia o velho PCB – alinhado com a União Soviética.

A “base comunista” na USP devia contar com uns doze ou 15 militantes – incluindo gente de quem sou muito amigo até hoje, como o jornalista Rogério Pacheco Jordão e o economista Demian Fiocca. Mas também havia o Pedro Puntoni (hoje professor de História na USP), a Silvia Lins (também professora), o Andre Goldmann ( filho do ex-governador tucano Alberto Goldmann, que na época estava no PCB), a Marcela, a Claudia, a Valéria.  A Monica Zarattini (que eu encontraria muito tempo depois como fotógrafa do “Estadão” – onde continua até hoje) era a coordenadora da “base”.

Lembro bem que, em 1987, eu era diretor do Centro Acadêmico na História, e organizamos um seminário sobre os “70 Anos da Revolução de Outubro”. Pau puro. Os trotskistas dominaram os debates – com críticas (merecidas) ao burocratismo do Estado soviético. Na mesa, um dos debatedores era o velho Zarattini (pai da Mônica), militante histórico, a quem tínhamos convidado porque ele era do PCB (anos depois, entraria no PT).
Diante de tantas críticas à URSS, Zarattini respondeu com uma frase dura e típica: “a pior forma de anticomunismo é o anti-sovietismo”. Fez-se silêncio no auditório.  Parecia um argumento fora do tempo. E era. Cinco anos depois o bloco socialista ruiria.
Por essas e outras, o PCB não era lá muito popular entre os estudantes. Rogério e Demian, certa vez, foram procurar um veterano “dirigente” do partido para decidir a linha política a ser adotada nos embates do movimento estudantil. A resposta do “dirigente”, típica do velho partidão:  “olha, na USP nossa linha é muito clara, o nosso aliado principal é… o reitor”. Balde de água fria na cabeça dos jovens militantes. Como dizer isso aos estudantes que queriam reivindicar, cobrar, brigar, mudar tudo?

He, He. Um partido assim não podia durar muito tempo.

Estadistas Globais

Com o fim da guerra fria, os presidentes já não são defensores de ideias e posições estratégicas na geopolítica internacional. 

A globalização apequenou os dirigentes nacionais em agendas locais, sobretudo comerciais. 

A globalização ainda não produziu os estadistas globais que o mundo precisa. 

O estadista global precisa perceber a necessidade de ir além do comércio, deixar de ver as fronteiras de seu país como um problema alfandegário e migratório e entender seu papel na arquitetura do futuro mundial.

O presidente Barack Obama e a presidente Dilma Rousseff estão entre os poucos com condições de olhar para o mundo como estadistas globais, e não apenas como líderes de seus países. Ambos têm biografia comprometida com valores e princípios, com bandeiras de luta. Têm ideias e sentimentos dos problemas mundiais. Além disto, como negro e como mulher, cada um deles tem uma gênese biopolítica diferente dos seus antecessores. O que lhes permite sentimentos e posições novas em relação ao futuro.

Por estas razões, a visita do presidente Obama ao Brasil e seu diálogo com a presidente Dilma nos permitem esperar um fato histórico, e não apenas mais um simpático gesto diplomático. De início já se percebe a grandeza de ambos ao lembrarmos que é a primeira vez que um presidente americano vem ao Brasil, antes de o colega brasileiro ir aos EUA.
Mas para ter uma marca histórica, será necessário que os dois presidentes transformem o encontro em uma reunião de cúpula de dois estadistas globais, definindo agenda comum para os problemas do mundo.

A proliferação de armas de destruição em massa e o terrorismo devem estar entre as principais preocupações desta agenda; aspectos comerciais não podem ser esquecidos, mas os problemas mundiais vão além. Os dois presidentes precisam colocar na agenda pelo menos três outros temas: a luta contra a pobreza, lembrando a fala da presidenta Dilma de que "mundo rico é mundo sem pobreza"; a subordinação da economia ao equilíbrio ecológico; e a defesa dos direitos humanos.

Roosevelt e Truman, já no espírito do estadismo da guerra fria, lançaram o Plano Marshall pela reconstrução da Europa; Kennedy, ainda no espírito da guerra fria, lançou o Alimentos para Paz e diversos programas de apoio ao desenvolvimento econômico de cada país subdesenvolvido. Obama e Dilma devem ir muito além, adaptando-se às exigências do mundo global no século XXI. Não mais unilateralmente vindo dos EUA e não mais apenas de desenvolvimento econômico de cada país. 
 

 Cristovam Buarque é Professor da UnB e Senador pelo PDT-DF

Perguntar não ofende


Aceitando apoio financeiro do PSDB para dificultar a reeleição do presidente Lula, o Senador Cristovam Buarque traiu quem? 
  • O PSDB, que acreditou que ele cumpriria sua palavra ao participar de um acordo que teria envolvido elevados reai$? 
  • O presidente Lula, que acreditou no seu leal apoio, por se tratar de um Senador que sempre pregou a ética na política? 
  • Ou as suas convicções pessoais que moldaram durante muito tempo o perfil de um homem sério?

Carlos Esteves 
Rio Branco - AC

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Pesquisa: Soma Opinião e Mercado



FotoA LINHA VERTICAL, DE COR CINZA, SEPARA O 1º DO 2º TURNO
No Distrito Federal: Dilma 45% e Serra 39% 
Viraram pó os 10 pontos percentuais que o candidato tucano a presidente, José Serra, abriu na primeira semana do segundo turno, quando registrou 47% a 37%. 
Agora, segundo pesquisa do instituto Soma Opinião e Mercado fechada ontem quarta-feira (20), Dilma Rousseff está na frente, com 45% das intenções de voto, contra 39% do candidato do PSDB. 
Os 55% dos votos que haviam migrado de Marina Silva [PV] na virada do primeiro para o segundo turno, não resistiram aos apelos dos apoiadores dos candidatos do PT ao governo do DF, Agnelo Queiroz, e a presidente. 
Entre os trunfos da campanha petista, pedindo votos para Agnelo e Dilma no DF, estiveram os senadores eleitos Cristovam Buarque [PDT] e Rodrigo Rollemberg [PSB]. 
Na segunda semana de campanha, com os apoios definidos. Serra perdeu 11 pontos e Dilma assumiu a ponta no DF, com 43% x 42%. 
A terceira rodada das pesquisas do Soma, Dilma ganhou mais 2 pontos e Serra perdeu 3. 
Hoje Dilma ganhou 8 pontos e lidera com 45%; Serra perdeu 8 e soma 39%.

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Sudeste será prioridade para Dilma na reta final da campanha

Depois de reunião com a executiva do PT José Eduardo Dutra, presidente do partido disse hoje que o sudeste é prioridades na reta final da campanha da Dilma.

Apesar da preferência pelo sudeste, a região nordeste, onde Dilma obteve larga vantagem no primeiro turno das eleições gerais, também deverá ser alvo de atos de campanha em busca de alargar ainda mais a distância entre a petista e seu adversário.

Pesquisa do Instituto Sensus encomendada pela Confederação Nacional do Transporte (CNT) e divulgada na última semana aponta que a vantagem de Dilma diante de José Serra só se confirma na região nordeste, onde tem 60,7% das intenções de voto contra 31,1% do tucano. Em setembro, a petista tinha 66,0% da preferência do eleitorado contra 24,5% do tucano entre os nordestinos. Na região sudeste, os dois presidenciáveis estão tecnicamente empatados na preferência dos eleitores, com Dilma controlando 43,3% das intenções de voto, enquanto 44,7% preferem Serra.
O mesmo levantamento aponta crescimento do candidato tucano em todas as regiões do Brasil. A maior vantagem é na região sul, onde ocupa a dianteira da preferência do eleitorado com quase 20 pontos de vantagem. Em setembro, o ex-governador de São Paulo tinha vantagem de 4,8 pontos percentuais entre os sulistas e ampliou a margem de 19,6 pontos.
"O sudeste é prioridade até porque é o grande colégio eleitoral, mas o nordeste não pode ser deixado de lado, temos vantagem lá e uma perspectiva de aumentar a vantagem", disse o presidente do PT nesta terça, informando ainda que o partido pretende realizar uma mobilização nacional no dia 27 de outubro, dia do aniversário do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e data em que se comemorou a vitória nas eleições de 2002.
Agenda negativa
Temas polêmicos envolvendo assuntos religiosos, uma suposta defesa da descriminalização do aborto e escândalos como o suposto tráfico de influência na Casa Civil, apontados como fatores que impediram a vitória dilmista no primeiro turno das eleições, devem perder aos poucos a importância na corrida pela presidência da República. A avaliação é do líder do PT na Câmara, Fernando Ferro (PE).

"Nós estancamos essa agenda negativa e ruim para a sociedade e estamos agora numa tendência de crescimento nessa reta final, agora é aumentar a militância. O sinal amarelo que tínhamos na semana passada foi bom para mobilizar, mas já estamos em retomada do crescimento", observou o parlamentar.
A despeito da diminuição do foco em temas polêmicos, o PT e o deputado Paulinho da Força Sindical (PDT-SP) recorreram nesta terça à procuradoria-geral da República para pedir apuração no caso conhecido como Paulo Preto. Ex-diretor de engenharia da estatal Dersa, ele é suspeito de desviar R$ 4 milhões da campanha de José Serra.


LARYSSA BORGES  - Redação  Terra
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Vargas vivo; FHC enterrado

Petrobrás é a segunda maior do mundo; e os tucanos queriam desmontar a empresa



O estadista de São Borja está vivo; o tucanismo, morto e enterrado
FHC queria enterrar a Era Vargas. Foi o que disse num discurso histórico no Senado em 1994, pouco antes de tomar posse para o primeiro mandato na presidência da República.
Depois, um dos ideólogos do tucanismo, o ministro Sergio Mota (aquele que dizia: “os tucanos tem um projeto de 20 anos de poder”) anunciou que era preciso “desmontar, osso por osso” a Petrobras – a empresa, segundo ele, era um “paquiderme”.
Hoje, o Brasil anuncia que a Petrobras é a segunda maior empresa do Mundo. A captação de 120 bilhões de reais, com lançamento de novas ações no mercado, foi a maior da história. Prestem atenção: maior captação de recursos da história no mercado mundial!
Além disso, com a engenhosa operação planejada pelo governo Lula, a União pode passar a deter mais de 50% das ações da Petrobrás.
Com o sucesso da Petrobrás, o Brasil mostra ao mundo a força de sua economia; e mostra que o Estado tem – sim – papel fundamental no desenvolvimento, sobretudo em economias que tentam sair da periferia para entrar no centro do jogo econômico mundial.
Ano passado, o Brasil já tinha enfrentado a crise mundial com a força do BNDES – outra criação de Vargas. Agora, a Petrobras vira uma gigante quase do tamanho da Exxon (EUA).
Como já escrevi aqui, tem um caráter simbólico o fato de a provável sucessora de Lula ser uma ex-militante do PDT, formada na tradição do brizolismo e do trabalhismo de esquerda.
A eleição de Dilma significa o reencontro do PT com Vargas. Mais que isso, significa o reencontro do Brasil com a melhor herança do varguismo: defesa do Estado, distribuição de renda, direitos trabalhistas e nacionalismo econômico.
O resto é UDN, é entreguismo, é tucanismo dos anos 90. 
Tenho a leve impressão que o estadista gaúcho ganhou essa parada. Enterrado há 56 anos em São Borja, Vargas segue mais vivo do que nunca. Foi o Brasil que enterrou a era FHC.

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A História e seus ardis

RESUMO
André Singer aplica às eleições de 2010 sua tese do “realinhamento” do eleitorado brasileiro, caracterizado pela adesão das classes baixas ao “lulismo” (por verem em Lula a possibilidade de ascensão social sem confronto) e pelo afastamento da classe média tradicionalmente petista, após o escândalo do mensalão.

CONTA-SE QUE CERTA VEZ 
o engenheiro Leonel Brizola teria levado o metalúrgico Lula ao túmulo de Getúlio Vargas em São Borja (RS). Lá chegando, o gaúcho pôs-se a conversar com o ex-presidente. Depois de algumas palavras introdutórias, apresentou o líder do PT ao homem que liderou a Revolução de 1930: “Doutor Getúlio, este é o Lula”, disse, ou algo parecido. Em seguida, pediu que Lula cumprimentasse o morto. Não se sabe a reação do petista.
Será que algum dos personagens do encontro pressentiu que, naquela hora, estavam sendo reatados fios interrompidos da história brasileira? Desconfio que não.
Os tempos eram de furiosa desmontagem neoliberal da herança populista dos anos 1940/50. Mesmo aliados, em 1998 PT e PDT -praticamente tudo o que restava de esquerda eleitoralmente relevante- perderiam para Fernando Henrique Cardoso no primeiro turno. O consulado tucano parecia destinado a durar pelo menos 20 anos e trazer em definitivo o neoliberalismo para o Brasil.

BRECHA 
Foi por uma brecha imprevista, aberta pelo aumento do desemprego no segundo mandato de FHC, que Lula encontrou o caminho para a Presidência da República. Para aproveitá-la, fez substanciais concessões ao capital, pois a ameaça de radicalização teria afastado o eleitorado de baixíssima renda, o qual deseja que as mudanças se deem sem ameaça à ordem.1
Apesar da pacificação conquistada com a “Carta ao Povo Brasileiro” ter sido suficiente para vencer, o subproletariado não aderiu em bloco. Havia mais apoio entre os que tinham renda familiar acima de cinco salários mínimos do que entre os que ganhavam menos do que isso, como, aliás, sempre acontecera desde 1989. Ainda que as diferenças pudessem ser pequenas, elas expressavam a persistente desconfiança do “povão” em relação ao radicalismo do PT.
Depois de 2002, tudo iria mudar. A vitória levaria ao poder talvez o mais varguista dos sucessores do dr. Getúlio. Não em aspectos superficiais, pois nestes são expressivas as diferenças entre o latifundiário do Sul e o retirante do Nordeste. Tampouco no sentido de arbitrar, desde o alto, o interesse de inúmeras frações de classe, fazendo um governo que atende do banqueiro ao morador de rua. Dadas as condições, todos os presidentes tentam o mesmo milagre.
O que há de especificamente varguista é a ligação com setores populares antes desarticulados. Ao constituir, desde o alto, o povo em ator político, o lulismo retoma a combinação de autoridade e proteção aos pobres que Getúlio encarnou.

BURGUESIA EM CALMA Mas em 1º de janeiro de 2003 ninguém poderia prever o enredo urdido pela história. Para manter em calma a burguesia, o mandato inicial de Lula, como se recorda, foi marcado pela condução conservadora nos três principais itens da macroeconomia: altos superavits primários, juros elevados e câmbio flutuante. Na aparência, o governo seguia o rumo de FHC e seria levado à impopularidade pelas mesmas boas razões.
De fato, 2003 foi um ano recessivo e causou desconforto nos setores progressistas. Ao final, parte da esquerda deixou o PT para formar o PSOL. Mesmo com a retomada econômica no horizonte de 2004, Brizola deve ter morrido em desacordo com Lula, por ter transigido com o adversário.
Ocorre que, de maneira discreta, outro tripé de medidas punha em marcha um aumento do consumo popular, na contramão da ortodoxia. No final de 2003, dois programas, aparentemente marginais, foram lançados sem estardalhaço: o Bolsa Família e o crédito consignado. Um era visto como mera junção das iniciativas de FHC. O segundo, como paliativo para os altíssimos juros praticados pelo Banco Central.
Em 2004, o salário mínimo começa a se recuperar, movimento acelerado em 2005. Comendo o mingau pela borda, os três aportes juntos começaram a surtir um efeito tão poderoso quanto subestimado: o mercado interno de massa se mexia, apesar do conservadorismo macroeconômico.
Nas pequenas localidades do interior nordestino, na vasta região amazônica, nos lugares onde a aposentadoria representava o único meio de vida, havia um verdadeiro espetáculo de crescimento, o qual passava despercebido para os “formadores de opinião”.

PASSO DECISIVO 
Quando sobrevém a tempestade do “mensalão” em 2005 -e, despertado do sono eterno pela reedição do cerco midiático de que fora vítima meio século antes no Catete, o espectro do dr. Getúlio começa a rondar o Planalto-, já estavam dadas as condições para o passo decisivo.
Em 3 de agosto -sempre agosto-, em Garanhuns (PE), perante milhares de camponeses pobres da região em que nascera, Lula desafiou os que lhe moviam a guerra de notícias: “Se eu for [candidato], com ódio ou sem ódio, eles vão ter que me engolir outra vez”.
Até então, a ligação entre Lula e os setores populares era virtual. Chegara ao topo cavalgando uma onda de insatisfação puxada pela classe média. Optou por não confrontar os donos do dinheiro. Perdeu parte da esquerda. Na margem, acionou mecanismos quase invisíveis de ajuda aos mais necessitados, cujo efeito ninguém conhecia bem.
Foi só então que, empurrados pelas circunstâncias, o líder e sua base se encontraram: um presidente que precisava do povo e um povo que identificou nele o propósito de redistribuir a renda sem confronto.

PLACAS TECTÔNICAS 
Os setores mais sensíveis da oposição perceberam que fora dada a ignição a uma fagulha de alta potência e decidiram recuar. A hipótese de impedimento foi arquivada, para decepção dos que não haviam entendido que placas tectônicas do Brasil profundo estavam em movimento.
Em 25 de agosto, um dia depois do aniversário do suicídio de Vargas, Lula podia declarar perante o Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social que a página fora virada: “Nem farei o que fez o Getúlio Vargas, nem farei o que fez o Jânio Quadros, nem farei o que fez o João Goulart. O meu comportamento será o comportamento que teve o Juscelino Kubitschek: paciência, paciência e paciência”. Uma onda vinda de baixo sustentava a bonomia presidencial.
O Lula que emerge nos braços do povo, depois da crise, depende menos do beneplácito do capital. Daí a entrada de Dilma Rousseff e Guido Mantega em postos estratégicos, o que mudou aspectos relevantes da política macroeconômica. Os investimentos públicos, contidos por uma execução orçamentária contracionista, foram descongelados no final de 2005. O salário mínimo tem um aumento real de 14% em 2006.

POLARIZAÇÃO 
Para o público informado, a constatação do que ocorrera ainda demoraria a chegar. Foi preciso atingir o segundo turno de 2006 para que ficasse claro que o povo tinha tomado partido, ainda que em certos ambientes de classe média “ninguém” votasse em Lula.
A distribuição dos votos por renda mostra a intensa polarização social por ocasião do pleito de 2006. Pela primeira vez, o andar de baixo tinha fechado com o PT, antes forte na classe média, numa inversão que define o realinhamento iniciado quatro anos antes.
Embora, do ponto de vista quantitativo, a mudança relevante tenha se dado em 2002, o que define o período é o duplo movimento de afastamento da classe média e aproximação dos mais pobres. Por isso, o mais correto é pensar que o realinhamento começa em 2002, mas só adquire a feição definitiva em 2006. Como, por sinal, aconteceu com Roosevelt entre 1932 e 1936.

SEGUNDO MANDATO Assentado sobre uma correlação de forças com menor pendência para o capital, o segundo mandato permitirá a Lula maior desenvoltura. Com o lançamento do PAC, fruto de um orçamento menos engessado, aumentam as obras públicas, as quais vão absorver mão de obra, além de induzir ao investimento privado.
Em 2007, foi gerado 1,6 milhão de empregos, 30% a mais do que no ano anterior. A recuperação do salário mínimo é acelerada, com aumento real de 31% de 2007 a 2010, contra 19% no primeiro mandato, conforme estimativa de um dos diretores do IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada)2. A geração de emprego e renda explica os 70% de aprovação do governo desde então.
Nem mesmo a derrubada da CPMF, com a qual a burguesia mostrou os dentes no final de 2007, reduziu o ritmo dos projetos governamentais. A transferência de renda continuou a crescer. Foi só ao encontrar a parede do tsunami financeiro, no último trimestre de 2008, que se interrompeu o ciclo ascendente de produção e consumo. Teria chegado, então, segundo alguns, a hora da verdade. Com as exportações em baixa, o lulismo iria definhar.

COMPRAR SEM MEDO Mas o lulismo já contava com um mercado interno de massa ativado, capaz de contrabalançar o impacto da crise no comércio exterior. A ideia, difundida pelo presidente, de que a população podia comprar sem medo de quebrar, ajudou a conter o que poderia ser um choque recessivo e a relançar a economia em tempo curto e velocidade alta.
Além da desoneração fiscal estratégica, como a do IPI sobre os automóveis e os eletrodomésticos da linha branca, o papel dos bancos públicos -em particular o do BNDES- na sustentação das empresas aumentou a capacidade do Estado para conduzir a economia. Numa manobra que lembra a de Vargas na Segunda Guerra, Lula utilizou a situação externa para impulsionar a produção local.
Surge uma camada de empresários -Eike Batista parece ser figura emblemática, como notava dias atrás um economista-, dispostos a seguir as orientações do governo. A principal delas é puxar o crescimento por meio de grandes obras, como as de Itaboraí -o novel polo petroquímico no Estado do Rio-, as de Suape (PE) e de Belo Monte, na Amazônia. Cada uma delas alavancará regiões inteiras.
Por fim, a aliança entre a burguesia e o povo, relíquia de tempos passados que ninguém mais achava que pudesse funcionar, se materializa diante dos olhos. Que o estádio do Corinthians em Itaquera não nos deixe mentir.

PROJETO PLURICLASSISTA 
A candidatura Dilma representa o arco que o lulismo construiu. A ex-ministra, por sua biografia, é talhada para levar adiante um projeto nacional pluriclassista. O fato de ter sido do PDT até pouco tempo atrás não é casual. A mãe do PAC tem uma visão dos setores estratégicos em que a burguesia terá que investir, com o BNDES.
O povo lulista, que deseja distribuição da renda sem radicalização política, já dá sinais de que o alinhamento fechado em 2006 está em vigor. Em duas semanas de propaganda eleitoral na TV, Dilma subiu 9 pontos percentuais e Serra caiu 5. À medida que os mais pobres adquirem a informação de que ela é a candidata de Lula, o perfil do seu eleitorado se aproxima do que foi o de Lula em 2006. Ou seja, o voto em Dilma cresce conforme cai a renda, a escolaridade e a prosperidade regional.
A classe média tradicional, em que pese aprovar o governo, continuará a votar na oposição, como demonstram a dianteira de Serra em Curitiba e o virtual empate em São Paulo, municípios em que o peso numérico das camadas intermediárias é significativo.
Parte delas, sobretudo entre os jovens universitários, deverá optar por Marina Silva. Isso explica por que os que têm renda familiar mensal acima de cinco salários mínimos dão 12 pontos percentuais de vantagem para a soma de Serra e Marina sobre Dilma na pesquisa Datafolha concluída em 3/9.
O problema da oposição é que esse segmento reúne apenas 14% do eleitorado, de acordo com a amostra utilizada pelo Datafolha, enquanto os mais pobres (até dois salários mínimos de renda familiar mensal) são 48% do eleitorado. Nesse segmento, Dilma possui uma diferença de 22 pontos percentuais sobre Serra e Marina somados! Se vier a ganhar no primeiro turno, será graças ao apoio, sobretudo, dos eleitores de baixíssima renda, como ocorreu com Lula na eleição passada.

REALINHAMENTO 
A feição popular da provável vitória de Dilma confirma, assim, a hipótese que sugerimos no ano passado a respeito da novidade que emergiu em 2006. Se estivermos certos, por um bom tempo o PSDB precisará aprender a falar a linguagem do lulismo para ter chances eleitorais. Não se trata de mexicanização, mas de realinhamento, o qual significa menos a vitória reiterada de um mesmo grupo e mais a definição de uma agenda que decorre do vínculo entre certas camadas e partidos ou candidatos.
Quando um governo põe em marcha mecanismos de ascensão social como os que se deram no New Deal, e como estamos a assistir hoje no Brasil, determina o andamento da política por um longo período. Num primeiro momento, trata-se da adesão dos setores beneficiados aos partidos envolvidos na mudança -o Partido Democrata nos EUA, o PT no Brasil.
Com o passar do tempo e as oscilações da conjuntura, os aderentes menos entusiastas podem votar em outro partido, mesmo sem romper o alinhamento inicial. Foi o que aconteceu com as vitórias do republicano Eisenhower (1952 e 1956) e dos democratas Kennedy (1960) e Johnson (1964).
Mas para isso a oposição não pode ser extremada, como bem o percebeu a hábil Marina Silva. Até certa altura da sua campanha, José Serra igualmente trilhou esse caminho. Foi a fase em que propôs cortar juros e duplicar a abrangência do Bolsa Família.
Depois, tragado pela lógica do escândalo, retornou ao caminho udenista da denúncia moral, que só garante os votos de classe média -o que, no Brasil, não ganha eleição. Convém lembrar que no ciclo dominado pelo alinhamento varguista, a UDN só conseguiu vencer com um candidato: Jânio Quadros, que falava a linguagem populista. Fora disso, resta o golpe, sombra da qual estamos livres.

DURAÇÃO 
Qual será a duração do ciclo aberto em 2002, completado em 2006, e, aparentemente, a ser confirmado em 2010? O realinhamento abrange, por definição, um período longo. O último que vivemos, dominado pelo oposicionismo do MDB/PMDB, durou 12 anos (1974-86) e foi sepultado, quem sabe antes do tempo, pelo fracasso em controlar a inflação. A resposta para o atual momento também deve contemplar a economia.
Por isso, as condições de manter, pelo menos, o ritmo de crescimento médio alcançado no segundo mandato de Lula, algo como 4,5% de elevação anual do PIB, estarão no centro das preocupações do novo presidente. Sem ele, as premissas do lulismo ficam ameaçadas. Recados criptografados sobre a necessidade de reduzir a rapidez do crescimento e de fazer um ajuste fiscal duro já apareceram na imprensa, dirigidos a Dilma, provável vencedora.
O capital financeiro -apelidado na mídia de “os mercados”- vai lhe cobrar o tradicional pedágio de quem ainda não “provou” ser confiável. Caso os reclamos de pisar no freio não sejam atendidos, sempre haverá o recurso de o BC -cuja direção deverá continuar com alguém como Henrique Meirelles, senão o próprio- aumentar os juros. O aumento real do salário mínimo no primeiro ano de governo, que dependerá da presidente, pois o PIB ficou estagnado em 2009, será outro teste relevante.

CABO DE GUERRA 
Convém notar que, no segundo mandato de Lula, ainda que de modo relutante, o BC foi obrigado a trabalhar com juros mais baixos. Mas o cabo de guerra será reiniciado no dia 3 de janeiro de 2011. Com os jogadores em posse de um estoque de fichas renovados pela eleição, uns apostarão em uma recuperação do espaço perdido, outros numa aceleração do caminho trilhado no segundo mandato.
O PMDB, elevado à posição de sócio importante da vitória, atribuiu-se, na campanha, o papel de interlocutor com o empresariado. O PT, possivelmente fortalecido por uma bancada maior, deverá, pela lógica, fazer-lhe o contraponto do ângulo popular. A escolha dos presidentes da Câmara e do Senado, em fevereiro, servirá de termômetro para o balanço das respectivas forças.
O futuro do lulismo dependerá de continuar incorporando, com salários melhores, os pobres ao mundo do trabalho formal. Em torno desse ponto é que se darão os principais conflitos e se definirá a extensão do ciclo. Alguns analistas da oposição alertam para a proximidade de um índice de emprego que começará a encarecer a mão de obra e gerar inflação. Como mostra Stiglitz,3 é a conversa habitual dos conservadores para brecar a expansão econômica.
Por fim, não se deve esquecer que uma palavra decisiva sobre esses embates virá de São Bernardo, onde residirá o ex-presidente, bem mais perto da capital do que foi, no passado, São Borja.
Aguardam-se os conselhos de Vargas e Brizola, dos quais poderemos tomar conhecimento naquelas mensagens psicografadas por Elio Gaspari.


Notas
1. Ver André Singer. “Raízes Sociais e Ideológicas do Lulismo”, “Novos Estudos”, 85, nov 2009. Link para o artigo em folha.com/ilustríssima
2. Ver João Sicsú. “Dois Projetos em Disputa”. “Teoria e Debate”, 88, mai/jun 2010.
3. Ver Joseph Stiglitz, “Os Exuberantes Anos 90″, Companhia das Letras, 2003.
Ao constituir, desde o alto, o povo em ator político, o lulismo retoma a combinação de autoridade e proteção aos pobres que Getúlio encarnou
Empurrados pelas circunstâncias, o líder e sua base se encontraram: um presidente que precisava do povo e um povo que identificou nele o propósito de redistribuir a renda sem confronto
Em 2006, pela primeira vez, o andar de baixo tinha fechado com o PT, antes forte na classe média, numa inversão que define o realinhamento iniciado quatro anos antes
A aliança entre a burguesia e o povo, que ninguém mais achava que pudesse funcionar, se materializa diante dos olhos. Que o estádio do Corinthians em Itaquera não nos deixe mentir

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Em queda, Serra enfrenta séria crise no Sul


Quando desembarcar no Rio Grande do Sul na segunda-feira (16), o tucano José Serra vai descobrir que a coisa está feia para ele no Estado. A queda nas pesquisas se reflete na paralisia de arrecadação de doações, e o comitê de Serra já não consegue segurar sua turma. Estabeleceu-se um “salve-se quem puder”, e até a governadora tucana Yeda Crusius prefere cuidar dos seus para tentar salvar a própria pele.

Serra quem?

O prefeito de Porto Alegre, José Fogaça, que apoiaria Serra, finge-se de morto, e o PDT do seu vice inaugura na sexta um comitê pró-Dilma.
Pedro Simon no muro
Como José Fogaça, o senador Pedro Simon (PMDB), cujo partido apóia Dilma Rousseff, também se mantém neutro para presidente.
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Tucanos temem debandada de aliados

Receio da campanha de Serra é que dificuldades na arrecadação de recursos esvazie candidatura

Raymundo Costa – VALOR

O sinal amarelo acendeu na campanha do candidato do PSDB a presidente, José Serra: os tucanos temem o “estouro da boiada”, ou seja, a debandada dos aliados diante das notícias de dificuldades de arrecadação e de demonstrações de abatimento do candidato tucano, num momento em que pelo menos três pesquisas de opinião indicam que a candidata do PT, Dilma Rousseff, passou a liderar a disputa presidencial.
A preocupação dos tucanos e de seus aliados é agravada pelo centralismo da campanha de Serra, “encapsulada em São Paulo”, segundo um aliado próximo. Credita-se ao centralismo e à mania de Serra por segredos a publicação de uma informação errada sobre a arrecadação financeira de sua campanha, que estaria abaixo até do resultado de Marina Silva, a candidata do PV que até agora não escapou da faixa dos 10% nas pesquisas.
A arrecadação da campanha tucana, na realidade, está semelhante ou maior que a do PT, algo em torno dos R$ 15 milhões. O que foi divulgado, R$ 3,6 milhões, na realidade refere-se apenas a uma das contas autorizadas a captar doações. O número real aparecerá amanhã, com a divulgação anunciada pelo Tribunal Superior Eleitoral, mas o efeito da notícia sobre os aliados de Serra foi devastador. Pior ainda, a reação do candidato, que se mostrou preocupado com o caixa baixo da campanha, atitude considerada derrotista.
A campanha de Serra avalia que os aliados estão vendendo uma situação de desconforto nos Estados maior do que ela efetivamente é para tirar mais recursos da campanha nacional. Atribui os outros problemas ao fato de a campanha ter começado tarde, pois Serra decidiu sair candidato só no final de março. Além disso, as campanhas estaduais estariam mesmo mais caras do que foi inicialmente projetado.
Há diferentes graus de insatisfação dos candidatos aliados com a candidatura Serra. Na Bahia, por exemplo, a campanha de Paulo Souto ao governo estadual recebeu apenas 30 bandeiras da campanha nacional. Mas há queixas também de isolamento: os correligionários baianos não sabem o que acontece com a candidatura a presidente e o comitê nacional não parece muito preocupado com o que acontece no Estado.
O senador Jarbas Vasconcelos, que se candidatou ao governo do Estado por insistência de Serra, está insatisfeito com o PSDB, mas procura não responsabilizar Serra pela situação estadual. Para apoiar Serra, Jarbas se distanciou do PMDB majoritariamente governista. Mas só conta com três dos 17 prefeitos tucanos no Estado. Mas Jarbas é uma exceção: Serra já esteve duas vezes em Pernambuco, sua equipe de programa de governo também esteve no Recife para ouvir sugestões do pemedebista e tem recebido material da campanha nacional que não “deu para o gasto”.
Candidata a vice de Serra na eleição de 2002, a deputada Rita Camata decidiu disputar o Senado com a garantia de contar com todo o apoio da campanha federal. Até agora, ela só perdeu pontos na pesquisa, que liderava na pré-campanha e agora já aparece no terceiro lugar. Entre tucanos capixabas, avalia-se que ela está sendo “puxada” para baixo pelo candidato ao governo, Luiz Paulo Vellozzo Lucas.
A situação dos palanques regionais é outro problema que se atribui a Serra e ao atraso com que ele entrou na campanha. Um exemplo citado é o do democratas no Pará, que dispunham de uma candidata viável ao Senado, que o PSDB preteriu para tentar a reeleição do senador Flexa Ribeiro. A própria situação em Pernambuco é atribuída à falta de uma coordenação forte na campanha central tucana.
Na região Nordeste, Serra enfrenta um problema ainda maior: a popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em casos como o do senador Tasso Jereissati (CE), que disputa a reeleição e aparece em primeiro lugar nas pesquisas, a candidatura nacional do PSDB acaba sendo um peso a mais. Em toda a região Nordeste “é pesado”, segundo a expressão de um senador, fazer campanha na oposição a Lula.
Em dia de Congresso cheio por causa do esforço concentrado de votação, a campanha presidencial ficou visível em Brasília. Num restaurante frequentado por políticos, o ex-deputado Moreira Franco, representante do PMDB no comitê de Dilma, encontra o deputado Abelardo Lupion (DEM-PR), um ruralista de primeira linha. “Soube que você está com Osmar (Osmar Dias, candidato do PDT ao governo do Estado). Do Osmar a Dilma é um passo”. Lupion, que pediu licença ao DEM para apoiar Osmar respondeu que esse era ainda um salto grande demais para ele. Mas contou que havia passado pela 2ª vice-presidência da Câmara, ocupada por ACM Neto, e esperava para ser atendido quando chegaram outros deputados do DEM para reclamar de Serra. “Esperem na fila. Lá dentro está o Rodrigo Maia (presidente do DEM). Depois é a minha vez”.

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