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Hiroxima e Nagasaki nunca mais

Para jamais esquecermos desta covardia monstruosa que o EUA praticou há 65 anos atrás
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Sanções contra o Irã: uma obsessão em cinco atos e um poema

Primeiro ato 
No início de seu primeiro mandato, FHC enfrentou um dilema. Para honrar a sua recente conversão ao Consenso de Washington, precisava vender empresas estatais e juntar dinheiro para pagar os juros sobre a dívida que iria acumular rapidamente com os bancos que pagavam o salário dos economistas que tinham inventado o seu novo credo. Queria começar por dar empresas lucrativas como a Petrobras aos brilhantes empresários que tinham ajudado a financiar a sua campanha presidencial, e sabia que nunca conseguiria vender a ideia aos brasileiros; mas também sabia que não cumprir a palavra dada aos financiadores de campanha era a melhor maneira de acabar com a sua carreira política. Precisava encontrar uma maneira de tornar a idéia de privatizar a Petrobras, a Vale e o Banco do Brasil palatável para os eleitores brasileiros, e para isso usou um dos truques mais velhos da história da trapaça política: chutar um cachorro morto, puxar briga com alguém de quem o público não gosta, criar um precedente e depois ir para o seu objetivo real. Assim, a venda das ineficientes, endividadas e impopulares empresas estatais de telecomunicações foi decidida e rapidamente executada. Criado o precedente, liquidar o resto deveria ter sido fácil, e de fato foi até venderem a Vale do Rio Doce por um décimo do seu valor de mercado, mas o plano foi interrompido pela sucessão de crises econômicas que reduziu o segundo mandato de FHC a um governo mendigo, ocupado em andar pelo mundo pedindo empréstimos.

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Os verdadeiros objetivos são mascarados

Quem se der ao trabalho de ler as sanções aprovadas pelo Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (CS-ONU) verá que ele enfraquece a economia iraniana e sua capacidade de defesa, ou seja, elas têm o único propósito de   alcançar os reais objetivos de Israel e dos EUA. Nada mais.

Tanto que na resolução aprovada não há nenhuma menção sobre a alternativa incluída no acordo patrocinado pelo Brasil e pela Turquia, e assinado pelo Irã, colocando o controle do enriquecimento de urânio por este país sob controle internacional.

Isso nos leva à outra questão de fundo além dessa tentativa de tolher o Irã: a de que as atuais potências globais querem congelar o status quo pós Guerra Fria, não permitindo, em hipótese alguma, o surgimento de novas nações no centro de decisão do mundo. Não tenhamos nenhuma ilusão.

Essa tentativa fica tão evidente neste episódio, que o alvo das sanções inclui não apenas o poder militar ou nuclear, defensivo ou ofensivo, mas sobretudo o poder econômico e político do Irã.

Daí essa recusa absoluta das Nações Unidas, de seu Conselho de Segurança e do sistema econômico multilateral controlado pelos EUA via OMC, FMI e Banco Mundial de permitirem, de todas as formas, que o Irã desenvolva um programa nuclear com fins pacíficos de poduzir energia, pesquisas científicas e avanços, por exemplo, na área da medicina.

O recado é claro: nações emergentes como o Brasil terão que lutar sim para ter um lugar ao Sol dentro do centro de decisão mundial. Para isso precisamos desenvolver tecnologia e apostar na Educação de nossos povos, sem o que, será impossível ter um papel de peso no mundo do século XXI.

Assim se desmoralizam as Nações Unidas

Por Emir Sader
A ONU aprovou sanções contra o Irã, depois de deixar impune todos os atos de agressão militar dos EUA, cujo arsenal de guerra não deixa de crescer. O que esperar de uma instituição assim, controlada pelas potências que protagonizaram as grandes guerras e seguem com seu papel imperialista, contra a grande maioria dos países do mundo?
Leia na íntegra >>

Brasil e Turquia tiram máscara da ONU

Voto contra sanções ao Irã expõe falência do Conselho de Segurança sob controle dos EUA

A decisão do Conselho de Segurança da ONU, que impôs novas sanções contra o Irã por 11 votos a 2, foi encarada pelo governo brasileiro como uma "vitória de Pirro" dos EUA e expôs o fracasso do organismo internacional como um fórum imune aos interesses hegemônicos. 



A vitória da pressão americana já era esperada por Brasil e Turquia, os únicos a votarem a favor do acordo com o país persa, que fora incentivado antes da assinatura em Teerã pelo próprio presidente Barack Obama. 


O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, acusou: "O Brasil pode ser independente por não dever ao FMI”. Ele lamentou os prejuízos ao promissor comércio bilateral com Teerã. 

Ex- Prêmio Nobel da Paz critica ação dos EUA

Para o egípcio Mohamed El Baradei, último encarregado de zelar pelo cumprimento dos tratados e acordos que regem a energia nuclear no âmbito das Nações Unidas, a pressão das potências contra a negociação com o Irã continuará sendo contraproducente. 


Em entrevista exclusiva à editora de Internacional do JB, Joana Duarte, o ex-diretor da Agência Internacional de Energia Atômica e Prêmio Nobel da Paz (2005) é pessimista quanto à eficácia de novas sanções contra o país persa, apesar das reservas que seus próprios técnicos já manifestaram quanto à transparência dos irarianos nas verificações obrigatórias do programa nuclear. 


E faz um vaticínio: "Tais medidas é que podem acabar dividindo o mundo". 

Lula - Brasil não negocia de cabeça baixa

Ministro não troca pressão por vaga no Conselho de Segurança 

O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Celso Amorim, acha “infantil” a ideia de estremecimento entre Brasil e EUA por causa do Irã. Mas deixa clara a irritação com a ação americana contra o acordo de Teerã. 


“Eles têm o poder de veto, mas não podem violentar a nossa consciência”, afirmou o ministro, para quem a subserviência em troca de um assento no Conselho de Segurança da ONU é inaceitável. 


O presidente Lula também reagiu à secretária Hillary Clinton: para ele, armas nucleares é que deixam o mundo inseguro.

NOMEAR E DEMITIR


Lição de décadas atrás era ministrada por Tancredo Neves, Amaral Peixoto, Antônio Carlos Magalhães e outros catedráticos: “jamais nomear quem não se pode demitir”. Dá sempre confusão quando o chefe se vê envolto em  divergências com subordinados que se julgam intocáveis.  Aqui mesmo, lembram-se todos do  conflito quase  armado que envolveu o presidente Ernesto  Geisel e seu ministro do Exército, Silvio Frota.

Repete-se a situação nos Estados Unidos. O presidente Barack Obama nomeou sua ex-adversária Hillary Clinton para Secretária de Estado. Agora, divergem. Se foi Obama que sugeriu ao Lula celebrar acordo com os aiatolás, como Hillary sentiu-se  capaz de  desautorizar e  desmontar tudo, sobrando até desconsiderações para com o Brasil?

Teria o presidente dos Estados Unidos condições de admoestar e até demitir a candidata que derrotou na convenção do Partido Democrata? Seria atingido pelo desgaste? Pelo jeito, nomeou quem não pode demitir...

Diplomacia da Paz

É com orgulho e prazer que leio a declaração da dona Hillary - Secretária de Estado americana -: 


"Certamente nós temos discordâncias muito sérias com a diplomacia brasileira em relação ao Irã". 


Inda bem que temos discordâncias e sérias.


Os States ama e defende a guerra para sustentar sua economia combalida e belicosa.


O Brasil ama e defende a paz, aqui e no mundo todo.


É muito bom sermos adversários deles neste sentido. É bom não, é ótimo.


E o Brasil exercer uma diplomacia calçada na paz?... Maravilhoso.


O mundo na sua grande maioria concorda com nós.


Bay, bay falcões.

Rússia contra as sanções ao Irã

O chanceler russo Sergei Lavrov tornou oficial o que já era óbvio: a Rússia está fora da aventura das sanções e apoia o acordo trilateral Brasil-Irã-Turquia como caminho para a solução da questão do programa nuclear iraniano.

“Recebemos muito bem esse acordo. Se for implementado plenamente, ele criará pré-condições muito importantes não só para a a solução do probelma concreto… como também para melhorar a atmosfera para orecomeço das negociações”. [...] Se o Irã cumprir estritamente as suas obrigações, a Rússia apoiará ativamente o esquema proposto pelo Brasil e pela Turquia”, declarou o ministro russo em uma conferência de imprensa em Moscou esta manhã. Segundo ele, “o acordo cumpre os requisitos de uma solução pacífica da questão nuclear iraniana”.
Não deve demorar muito para que os chineses façam um anúncio mais ou menos no mesmo molde, e deve demorar menos ainda para que comecem os gritos de “traição” na imprensa pró-sanções do mundo todo. O fato é que nem os russos nem os chineses nunca prometeram que iriam apoiar a imposição de sanções a qualquer custo. O que prometeram, em troca de pesados favores dos EUA, foi permitir à Hillary Clinton mostrar ao mundo como “vitória” um papel com as sanções que a China e a Rússia *poderiam* aprovar, se não houvesse outra solução.
Como bem lembrou o Lavrov, se o Irã fizer a parte dele (o que não é garantido), o “Tratado de Teerã” entre o Brasil, o Irã e a Turquia será o começo do fim da ofensiva belicista contra o Irã. Terá sido uma vitória estrondosa da diplomacia brasileira, credenciando-nos como moderadores responsáveis e eficazes na arena internacional, obtida em grande parte graças ao empenho – a teimosia, quase – e a capacidade de negociação do presidente Lula.

por Tomás Rosa Bueno

Energia nuclear, meio ambiente e soberania


 Para entender o Protocolo Adicional ao Acordo de Salvaguardas com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) é indispensável vê-lo no contexto da questão nuclear em seus três aspectos fundamentais: a guerra nuclear, a não-proliferação e o desenvolvimento tecnológico.
O centro da questão nuclear é o Tratado de Não-Proliferação (TNP). O principal objetivo desse tratado é evitar uma guerra nuclear. A principal possibilidade de guerra nuclear não pode estar, logicamente, nos países que não detêm armas nucleares, mas sim naqueles que detêm armas nucleares. Portanto, o principal objetivo do TNP tem de ser o desarmamento, a eliminação dos estoques de armas nucleares de posse dos países nuclearmente armados: os Estados Unidos, a Rússia, a China, a França e a Inglaterra.
Os países nucleares se comprometeram solenemente a eliminar (e não apenas reduzir) os seus estoques nucleares. Há 42 anos não cumprem esse compromisso e, ao contrário, praticaram a proliferação vertical, aumentando a eficiência das armas nucleares, sua precisão, sua miniaturização.
Apesar de não terem cumprido o seu compromisso de desarmamento nuclear e de desarmamento total, os países nucleares insistiram e insistem apenas em forçar os países não-nucleares a aceitar obrigações crescentes, criando cada vez maiores restrições à difusão de tecnologia nuclear, inclusive para fins pacíficos, a pretexto de evitar a proliferação.
A questão real é que os países nucleares, ao continuarem a desenvolver suas armas e a ampliar sua eficácia ? e, portanto, a intimidar os países não-nucleares em determinadas situações ?, estimulam esses países a procurar se capacitar. Isso ocorreu historicamente com a então União Soviética (1949), a França (1960) e a China (1964), que acharam fundamental desenvolver sua capacidade militar nuclear para servir de instrumento de dissuasão ? e não de ataque, em razão do enorme desequilíbrio dos estoques. Os Estados Unidos têm, atualmente, 10 mil ogivas; a Rússia, 13 mil; a França, 300; a China, 200; e a Inglaterra, 150.
Hoje em dia, até mesmo por causa da menor possibilidade de conflito nuclear que existe entre a Rússia e os Estados Unidos, o novo argumento dos países nucleares é a possibilidade de grupos terroristas adquirirem o conhecimento tecnológico nuclear ou armas nucleares.
Esse conhecimento já existe e é disponível. A questão é a capacidade de desenvolver industrialmente as armas e os vetores para atingir os alvos. Nenhum grupo terrorista detém os vetores (mísseis, plataformas, aviões), nem a estrutura industrial para produzir o urânio enriquecido, nem a técnica para fabricar detonadores.
Finalmente, a questão essencial do Protocolo Adicional. O Tratado de Não-Proliferação prevê que todos os países membros assinem Acordos de Salvaguardas com a AIEA. Os Estados nucleares assinaram “acordos voluntários”, em que submetem a inspeções poucas instalações nucleares civis e nenhuma militar. Os demais Estados têm de submeter à inspeção todas as suas instalações nucleares. O objetivo do Acordo de Salvaguardas é verificar se há desvio de material nuclear da instalação (reatores, fábricas de enriquecimento, etc.) para outros fins, em especial militares.
O Brasil tem atividades nucleares exclusivamente para fins pacíficos, como determina a Constituição federal. O País tem também um Acordo de Salvaguardas com a AIEA, juntamente com a Argentina, que permite aos inspetores da agência verificar as atividades das instalações nucleares brasileiras. Tudo, naturalmente, com o devido respeito à soberania nacional e aos nossos interesses econômicos.
Nos anos 1990, a AIEA, por proposta dos Estados Unidos, elaborou um modelo de Protocolo Adicional aos Acordos de Salvaguarda bilaterais, a ser assinado pelos países-membros, permitindo a visita de inspetores da AIEA, sem aviso prévio, a qualquer local do território nacional dos países não-nucleares, para verificar a existência de qualquer atividade nuclear, desde a pesquisa, usinas nucleares até a produção de equipamentos, como ultracentrífugas e reatores.
Ora, esse Protocolo Adicional tem dois aspectos: uma violação inaceitável da nossa soberania, em especial diante da natureza notoriamente pacífica das atividades nucleares no Brasil, uma suspeita injustificada sobre os nossos compromissos constitucionais e internacionais; e uma prejudicial intromissão em atividades brasileiras na área nuclear, com graves danos econômicos.
Essa intromissão causa graves danos econômicos em razão das perspectivas que se abrem para o Brasil na produção de combustível nuclear, que estará em forte demanda no mundo nos próximos anos, dada a necessidade de enfrentar a crise ambiental.
A solução da crise ambiental no mundo passa pela reformulação da matriz energética, tanto nos países grandes emissores tradicionais, como os Estados Unidos, quanto nos de rápido desenvolvimento, como a China e a Índia. Uma das mais importantes fontes de energia, não geradora de gases de efeito estufa, é a nuclear. O Brasil tem grandes reservas de urânio, tem o conhecimento tecnológico do ciclo completo de enriquecimento do urânio e a capacidade industrial para produzir reatores, ultracentrífugas, pastilhas, etc.
Ora, as ultracentrífugas brasileiras, desenvolvidas com tecnologia brasileira, são as mais eficientes do mundo e há fortes interesses de certos países em ter acesso às suas características, o que seria possível caso viessem a assinar o Protocolo Adicional ao Acordo de Salvaguardas: desnecessário, intrusivo e humilhante.”
Samuel Pinheiro Guimarães

Deu zebra (pra eles)

Quando Lula anunciou que tentaria articular um acordo no Irã, com o apoio da Turquia, Estados Unidos e aliados na defesa de sanções da ONU aos persas enalteceram a iniciativa do presidente brasileiro, porém fizeram pouco caso quanto ao sucesso do resultado. Em suma, demonstraram muito ceticismo quanto à reação iraniana. Na verdade, apostavam no que desejavam, quer dizer, entendimento zero.

Aconteceu que o Irã aceitou a proposta de Lula, concebida nos mesmos moldes do que haviam proposto os estadunidenses e a própria Comissão de ... 

Energia Nuclear da ONU. E o que fizeram os EUA, França, Alemanha, Rússia, China e Inglaterra? Pediram retaliações ao chamado país dos aiatolás. Lembra aquele sujeito "mala" que não está interessado no negócio e em vez de falar a verdade, opta por colocar várias cláusulas difíceis de serem aceitas e, quando a outra parte concorda, inventa novas exigências absurdas.

lula criticou setores elitistas da mídia brasileira (recado direto também a alguns colunistas), que agem na defesa dos imperialistas, não importando a nossa soberania e o papel que o País deve desempenhar no mundo, nem a necessidade de haver paz entre os povos. 

Ao fazer reparos à atuação da mídia brasileira no caso do acordo com o Irã, Lula acerta em cheio. Basta dizer que famoso telejornal, no dia seguinte ao anúncio, iniciou por aí: "Essa decisão foi muito boa para o Irã e para os que gostam... 


de tirar uma casquinha dos Estados Unidos", numa referência ao presidente brasileiro. O âncora fez direitinho o dever de casa. Da casa dele, bem entendido. Não da nossa.

Irã formaliza acordo e isola EUA

Carta reforça ação do Brasil e enfraquece sanções

O governo do Irã entregou ontem à Agência Internacional de Energia Atômica, conforme o combinado, uma carta na qual formalmente aceita os termos do acordo em torno de seu programa nuclear, costurado com a intermediação do Brasil e da Turquia, há pouco mais de uma semana. 



O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, saudou a decisão iraniana, que "abre caminho para uma solução negociada", e indicou que deveria ser avaliada pelo Conselho de Segurança. 


O documento é um gesto de boa vontade do regime de Ahmadinejad - a libertação do cineasta Jafar Panahi, em greve de fome desde sua prisão, sob acusação de prejudicar a imagem do país somados à reação do secretário-geral enfraquecem a pressão por novas sanções e deixam os EUA em crescente isolamento na gestão da crise. 

O IRÃ E O IMPÉRIO DECADENTE


BRESSER PEREIRA

“Há algum tempo, o establishment mundial recebeu com um misto de irritação e descrença a notícia de que o presidente Lula se dispunha a intermediar a questão do Irã.
Na semana passada a diplomacia brasileira alcançou um êxito histórico em Teerã ao lograr que o governo nacionalista islâmico do Irã aceitasse o acordo sobre a troca de urânio pouco enriquecido por urânio enriquecido a 20% nos mesmos termos que as grandes potências e a AIEA(agência atômica da ONU) haviam proposto há seis meses.
Não obstante, alegando que o acordo não assegura que o Irã não utilizará o restante do urânio em seu poder para se tornar potência nuclear, os EUA conseguiram convencer as demais grandes potências a levar ao Conselho de Segurança da ONU a proposta de novas sanções ao Irã. E adicionaram mais uma “razão”: assim, evitam que seu aliado Israel bombardeie o Irã. Significa isso que o acordo de Teerã fracassou?
As razões para ignorar o acordo bem pensado e realizado não se sustentam. A recusa dos EUA de continuar a negociação a partir dele deixou mais uma vez claro que seu objetivo principal não é evitar que o Irã tenha a bomba, mas é desestabilizar seu governo.
Desde a Revolução Islâmica de 1979, os EUA vêm procurando derrubar o governo nacionalista iraniano. Primeiro, porque o regime seria fundamentalista; depois, porque ameaçaria Israel.
Nesse sentido, suas ações não se limitaram ao “soft power” e à diplomacia, mas foram militares. Em 1981, financiaram uma guerra mortífera do Iraque de Saddam Hussein contra o Irã, que durou quase dez anos e terminou com a derrota da coligação americano-iraquiana.
Agora, depois de haver invadido e submetido seu antigo aliado, voltam- se de novo contra o regime dos aiatolás e de seu boquirroto e autoritário presidente, Mahmoud Ahmadinejad.
Mostram, assim, coerência em sua política imperial de controle político-militar do Oriente Médio. O fato de a China ter concordado em assinar o pedido de mais sanções significaria que não usará seu poder de veto no Conselho de Segurança? É possível, mas não é provável. A China assinou o pedido para, neste momento, não aumentar seu contencioso com os EUA, que já é grande.
Por isso, é bem possível que o acordo de Teerã e as reações que está provocando levem os chineses, que não têm interesse em que os EUA e a Europa aumentem ainda mais seu poder no Oriente Médio, afinal a recusar seu voto às sanções.
Os EUA são um império em decadência que tenta ser imperial em uma fase da história mundial na qual os impérios não fazem mais sentido.
Os dois últimos grandes impérios foram o britânico e o soviético. Fracassaram por diferentes razões, mas principalmente porque hoje mesmo países mais atrasados são membros plenos da ONU e não aceitam a dominação imperial.
Não obstante, os EUA insistem em terem bases militares espalhadas em todo o mundo para “legitimar” a imposição de sua vontade. Sabemos, porém, que não é com armas, mas com bons argumentos e com concessões mútuas que haverá paz entre as nações.”

Irã fala em "nova era" com acordo

Apesar da traição dos Estados Unidos - que avalizaram o acordo entre Brasil, Irã e Turquia, mas querem manter as sanções aos iranianos – o presidente Mahmoud Ahmadinejad ratificou que o Irã cumprirá o acordo. 


“É uma nova era nas relações internacionais. O Irã quer colaborar e interagir com os países amigos”, disse ele, por telefone, ao primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan. 


O protagonismo brasileiro no tema fica claro no anúncio da inauguração, este ano, da usina de hexafluoreto de urânio, que dará ao país o domínio do ciclo nuclear em escala industrial.

Quando os jornais diziam que o Brasil não tinha petróleo


O verso da canção de Luiz Reis e Haroldo Barbosa, gravada pelo Chico, me socorre diante do elevadíssimo grau de anti-jornalismo a que alcança hoje a imprensa brasileira, merecendo certamente a crítica de Lula logo ao chegar de sua gira internacional. A mídia nativa torce abertamente pelo fracasso da iniciativa do Brasil junto ao Irã. Prefere novas sanções, a lógica do castigo, o que cria perigosos riscos de desdobrar-se em guerra, em destruição e morte como se vê agora mesmo no Iraque. A mídia americana torceu fervorosamente pela invasão militar aquele país. Chegou a mentir sobre a existência de armas de destruição em massa.. Depois, o jornal New York Times pediu desculpas aos leitores pela desinformação, mas aí já havia mais de um milhão de iraquianos mortos. A mídia brasileira vai pela mesma linha? Se as potências mundiais resolverem aplicar uma sanção contra o programa nuclear brasileiro a partir de pretexto de que aqui também se constrói uma bomba, o que já foi insinuado, a mídia brasileira ficará contra o Brasil e o seu povo?
Recuperemos alguns momentos na nossa história para saber como nossa imprensa, agora mídia, tem se colocado. Nos momentos de crise, episódios dramáticos, encruzilhadas históricas, momentos de decisão, vamos constatar que freqüentemente esta mídia, aquela que é majoritariamente representante dos interesses dominantes na sociedade, esteve divorciada de soluções nacionais, opondo-se raivosamente aos interesses populares, descumprindo descaradamente sua auto-proclamada vocação democrática, assumindo, repetidas vezes, o viés golpista, oligárquico e anti-nacional.
Ela se opôs quando o país conquistava uma legislação de defesa dos direitos trabalhistas e, coerente com esta vocação oligárquica, até hoje estes mesmos segmentos midiáticos, – agora modernizados pela eletrônica, mas não nos padrões civilizatórios – continuam a conspirar e a pretender a destruição da CLT implantada na Era Vargas. Antes da CLT era comum patrões espancarem seus empregados….Há pouco vimos o brutal assassinato de uma jovem jornalista cometido pelo diretor de um destes grandes jornais oligárquicos simplesmente porque ela.teve a “ousadia” de……terminar o namoro. Esta mentalidade desdobra-se muitas vezes em linha editorial eivada de ódio social contra o povo. E qual não deve ser a dose deste ódio contra um retirante Lula quando ele “ousa” cruzar não apenas os mares e os continentes – com a agilidade que o moderno avião permite – mas, também cruzar e questionar com coragem os padrões de uma diplomacia convencional, conservadora e hipócrita que não apenas se conforma mas também cultiva sanções e guerras, desprezando a priori o diálogo entre os povos?
Se lá atrás, estes barões da imprensa foram capazes de festejar, escondidos e amedrontados, a morte de Vargas porque ela significaria o fracasso de uma política de industrialização de um país agrário, do estabelecimento de direitos trabalhistas e previdenciários, como não estarão agora os herdeiros destes barões a torcer para a derrota generalizada das iniciativas de Lula? Sobretudo quando Lula já bradou em momentos mais complexos que não se suicidaria como Vargas, não renunciaria como Jânio e não sairia do País como Jango!
Noticiaram: o Brasil não tem petróleo!!!
Para se medir até onde poderá chegar este anti-jornalismo, basta citar apenas um exemplo histórico: praticamente toda a imprensa fez campanha contra Vargas quando ele criava a Petrobrás. Essa mesma imprensa noticiava reiteradamente que não havia petróleo no Brasil, conforme diziam os relatórios de espertíssimos técnicos norte-americanos. Pode-se medir o tamanho da desinformação, do anti-jornalismo, pelo tamanho dos trilionários poços de petróleo pré-sal recém descobertos!
Pelo grau de precariedade jornalística, pode-se medir também que as elites jornalistas criticadas na fala presidencial estariam engrossando ainda mais, com a vassalagem de sempre, o coro da mídia internacional que percebeu claramente que na sua dialética de retirante Lula contraria interesses da indústria bélica, patrocinadora da lógica das sanções pelo Conselho de Segurança da ONU, avesso ao diálogo. Provavelmente veremos que em certos segmentos da mídia internacional aquele espaço editorial que reconheceu em Lula um mandatário com iniciativas para enfrentar a fome e a miséria, para integrar os povos e também para promover soluções democráticas, poderá passar a ser ocupado, também, com críticas a um presidente que “afronta a segurança e a paz internacional”, tradução esperta que dão para os interesses imperialistas, sobretudo do comércio internacional de armas. No dia em que Lula desembarcava no Irã a manchete do Estadão era “Farc tem acampamento na Amazônia”. Ou seja, Lula “tolerante com o terrorismo” lá e cá, era a mensagem subliminar.
Armas: lucros em cheque
Quando a Princesa Diana libertou-se do ambiente arrogante e despótico da realeza britânica e passou a fazer campanha contra a instalação de minas terrestres instaladas em Angola e outros países – e que ainda matarão ou mutilarão inocentes por décadas – logo logo a grande mídia sustentada por anunciantes ligados à indústria bélica tratou de estampar como controvertidos alguns de seus aspectos pessoais, suas pretensões pacíficas “inconseqüentes” e ,inclusive, o ”inaceitável” namoro com um árabe, peça que compunha a novelinha midiática para a destruição de sua imagem.. Estes poderosos interesses bélicos poderão insinuar que Lula estaria “ passando dos limites”…..Mas, até o Obama, em carta a Lula recomendou o acordo com o Irã. Agora foi enquadrado. O fantasma de Kennedy, ronda…
Por isso mesmo, é preciso ver o outro lado da crítica de Lula à imprensa. E talvez isto signifique encorajar as forças progressistas a uma reflexão que está presente nos esforços para realizar a Conferência Nacional de Comunicação, para aplicar o que ali se decidiu, mas, nem sempre encontra a capacidade para organizar as forças sociais que podem preencher a lacuna gigantesca que fere de morte a cidadania brasileira: a inexistência de um grande jornal popular, de massas, capaz de um jornalismo que promova os interesses nacionais, que encontre o seu lugar como ferramenta criativa e necessária para a construção de um Brasil verdadeiramente Nação!
Última Hora
Voltemos nossos olhos novamente para nossa própria experiência histórica. Já tivemos o jornal Última Hora, popular, nacionalista, capaz de refletir os interesses das classes trabalhadoras diuturnamente atacados pelo conjunto da imprensa oligárquica. Era um respiro democrático! Havia a polarização, a diversidade opinativa e política. Hoje há uma asfixia midiática anti-democrática. Não há sequer a controvérsia! E aquele jornal, que chegou a ter duas edições diárias, circulação nacional massiva, foi uma iniciativa encorajada por Vargas. Quando em 1954 a mídia conservadora comemorou a morte de Vargas, o Última Hora chorou e resistiu ao lado do povo que saiu às ruas. Quando em 1964, esta mesma mídia oligárquica suplicou e colaborou com o golpe de estado, o Última Hora resistia e defendia a democracia.
Jornalismo estratégico
Dentro da visão estratégica de um país que pretende desempenhar legitimamente um papel importante e protagonista no jogo do poder internacional – e era assim na Era Vargas e é assim novamente agora com Lula – nós, como povo brasileiro e como Nação, não podemos deixar de lado esta questão que continua a nos desafiar. Vários passos importantes foram dados, entre eles a conquista simbolizada na criação da TV Brasil. E mais ainda agora quando na próxima segunda-feira será lançada a TV Brasil Internacional, inicialmente para dialogar com os quase três milhões de brasileiros espalhados mundo afora. A iniciativa, louvável, trará com mais realismo a necessidade do Brasil também dialogar com outros povos já que pretende atuar para que as relações internacionais sejam democratizadas, reequilibradas e marcadas pela cooperação.
Vale lembrar que a Rádio Nacional, também criada na Era Vargas, chegou a ser a quarta mais potente emissora do mundo, além de ter programação em 4 idiomas, alcançando vários continentes e tendo em seu corpo de redatores brasileiros como Nestor de Hollanda, Carlos Drummond de Andrade, Manoel Bandeira, Cecília Meirelles etc. A TV Brasil Internacional tem uma herança em que se apoiar e tem um caminho que pode recuperar para levar a mensagem de uma nação brasileira que se empenha por um mundo mais justo e baseado na cooperação, não nas sanções.
Será que as forças progressistas não deveriam encarar de fato esta tarefa da construção de um jornal popular, nacional, de ampla circulação, fazendo jornalismo na verdadeira acepção da palavra e recuperando para o jornalismo a missão de bem público e de ferramenta civilizatória hoje ignorada em boa medida pela mídia hegemônica no Brasil?
Será que estas forças que foram capazes de articular, se organizar, para resistir à ditadura, enfrentar o neoliberalismo e se fortalecer para chegar à presidência – um feito de proporções históricas numa sociedade com os arraigados esquemas dos donos do poder – não teria também a capacidade de construir um jornal e de praticar um jornalismo público, civilizador, humanista? Não se trata de estimular aqui nada contra as iniciativas para democratizar a informação no espaço digital. Trata-se de complementar, de articular, até porque com toda a importância e o grande efeito que comprovamos na internet, tuitar não esgota a necessidade de fazer jornalismo. Não se deve pretender apenas repercutir, contestar, confrontar a unanimidade conservadora da mídia hegemônica e seu anti-jornalismo em vias de deterioração acelerada.
Surra midiática diária
Há iniciativas importantes, a realização da Confecom é uma delas, a TV Brasil já citada, a recriação da Telebrás estatal, aliás, uma clara aplicação de decisão tomada na Confecom, são outras. Surgiram a Altercom, o Barão de Itararé, o Mídia Livre, todos os blogs e portais, os jornais e revistas alternativas, as TVs e rádios comunitárias etc mas, ainda assim, estamos em boa medida dispersos, desarmados no campo da comunicação e os interesses nacionais, populares, democráticos, levam várias surras por dia, todos os dias.
Vemos que algumas das forças que se articularam para levar Lula á presidência também poderiam coordenar-se para que milhões de brasileiros pudessem entrar também na Era de Guttemberg, ao mesmo tempo em que este seria, obviamente, um jornal também digital. Um jornal que permitisse chegar aos grotões, urbanos ou não, um instrumento para a discussão, a mobilização, a ação e a organização política nas mãos de uma militância carente de ações organizadas que já teve no passado.. Será que a união de certos fundos de pensão (tão lucrativos), centrais sindicais, empresários vinculados ao mercado interno não poderia enfrentar esta tarefa que sempre volta à baila?. Há dois anos foi aprovado num congresso do PT a prioridade para a criação de um jornal de massas, mas não se realizou. Hoje, na Argentina há um Página 12, no México, há o La Jornada, na Bolívia, o jornal Cambio, criado por Evo Morales e que já é o de maior tiragem no país, com apenas 7 meses de nascido, rivalizando com o jornal conservador La Razón, que tem 70 anos. Na Venezuela, nasceu o Correio do Orenoco, está em todas as bancas, ainda que o governo tenha fortalecido a mídia pública de rádio e TV, sem contar que Hugo Chávez tem mais de 300 mil seguidores no twiter, que usa com entusiasmo. Aqui, desde o desaparecimento do Última Hora, estamos sem um jornal de ampla circulação e com capacidade de sustentar uma visão jornalística dos interesses nacionais e populares. É uma grande lacuna.
E nós?
Assim, a bronca de Lula nesta elite de jornalistas que se posiciona claramente contra o sucesso das iniciativas que visam levar o Brasil a ter um papel construtivo no mundo, sendo correta, será que não deveria também servir para provocar uma reflexão, certamente autocrítica, nas forças populares? O jornalismo ou o anti-jornalismo das elites cumpre o triste papel que lhes reserva a subordinação a interesses anti-nacionais. Mas, onde está o jornal das forças progressistas?

Os EUA sabotam a paz


Guilherme Scalzilli disse...

O acordo com o Irã é uma vitória histórica da diplomacia brasileira, quaisquer que sejam seus desdobramentos. A mídia oposicionista sempre repetirá os jargões colonizados de sua antiga revolta contra o destaque internacional de Lula. 

O governo de Barack Obama atua nos bastidores para destruir essa conquista. É uma questão de prestígio pessoal para Obama e Hillary Clinton, que foram desafiados pela teimosia de Lula. Mas trata-se também de uma necessidade estratégica: num planeta multipolarizado e estável, com vários focos de influência, Washington perde poder. E a arrogante independência do brasileiro não pode se transformar num exemplo para que outros líderes regionais dispensem a tutela da Casa Branca.

Em outras palavras, a paz não interessa aos EUA. E, convenhamos, ninguém leva a sério os discursos pacifistas do maior agressor militar do planeta. Será fácil para os EUA bloquear a iniciativa brasileira, utilizando a submissão das potências aliadas na ONU ou atiçando os muitos radicais de variadas bandeiras, ávidos por um punhado de dólares. Mas alguma coisa rachou na hegemonia estadunidense, que já não era lá essas coisas.

Obama incentivou Lula a fazer acordo com Irã

Em carta, presidente dos EUA disse que troca de urânio criaria confiança

Apesar das duras críticas das autoridades americanas ao acordo nuclear com o Irã mediado por Brasil e Turquia, o presidente dos EUA, Barack Obama, tinha estimulado o presidente Lula a procurar um entendimento com o país, numa carta enviada 15 dias antes. Em trechos divulgados ontem pela agência Reuters, Obama diz que o acordo criaria um clima de confiança: 



“Do nosso ponto de vista, uma decisão do Irã de enviar 1.200 quilos de urânio de baixo enriquecimento para fora do país diminuiria as tensões regionais por meio da redução do estoque iraniano”, afirmou Obama. 


Foi exatamente este o acordo fechado em Teerã, mas o presidente americano já alertava Lula de que os EUA insistiriam na aprovação de sanções, medida que tomou no dia seguinte e que provocou irritação no governo brasileiro. 


O Planalto confirmou a carta de Obama a Lula, mas evitou comentar o conteúdo. 

Barak Obama pediu a Lula, em carta, um acordo com o Irã: e agora, velha imprensa brasileira, o que fazer?

do Escrevinhador
 Idéia do acordo com o Irã partiu de Obama, um comunista influenciado por Marco Aurélio Garcia
Acabo de ler no Portal "Terra" - que é mantido por uma empresa estrangeira, mas por incrível que pareça está entre os menos comprometidos com a velha imprensa anti-nacional - que Obama mandou carta sugerindo o acordo com o Irã. Leia Aqui 
No caso desses jornais, não se trata de concordar com o Irã, nem de discordar das sanções que podem vir contra aquele país. Mas as três publicações procuram não brigar com os fatos. E os fatos indicam que o Brasil agiu com independência, inteligência, e no melhor interesse da paz. Indicam que o Brasil conquistou a maioridade diplomática.
Isso foi reconhecido pela imprensa internacional. Não por "subserviência a Lula", mas porque é um dado da realidade. Aqui no Brasil, em compensação, comentaristas que babam de raiva e jornais tresloucados de inveja saíram a atacar Lula.
Não reconhecem o óbvio. Preferem o Brasil que tira os sapatos para os EUA.
Jornais brasileiros chegaram a orgamos jornalísticos quando Hillary Clintton atacou Brasil e Turquia.
Agora, revela-se que os EUA incentivaram o Brasil a tentar um acordo. Mais um sinal de que os EUA vivem uma disputa surda de poder: os democratas mais liberais chegaram à Casa Branca, mas os falcões seguem a mandar no Departamento de Estado.
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ASSIM COMO NO IRAQUE...


por Carlos Chagas

A comunidade internacional dispõe de todos os motivos para desconfiar das intenções do Irã, que apesar de haver assinado acordo com o Brasil e a Turquia, continuará enriquecendo urânio a 20% ou mais em seu território. Desconfia-se, também, que o presidente Ahmadinejah permanece disposto a fazer a bomba atômica. É preciso cuidado e vigilância, apesar de nenhuma reação registrar-se diante da evidência de que Israel possui artefatos nucleares. 

Agora tem um problema: não fosse o país dos aiatolás  um dos maiores produtores de petróleo do mundo, seria tão grande assim a má vontade das potências nucleares, com os Estados Unidos à frente? Afinal, de verdade ou de mentirinha, o governo de Teerã assinou um tratado comprometendo-se a enviar 1.200 quilos de urânio pouco enriquecido para a Turquia e a receber, dentro de um ano, 120 quilos enriquecidos a 20%, de uso limitado a atividades energéticas e de medicina.


Estariam os gaviões atômicos empenhados apenas em impedir  o Irã de  ingressar no seu clubinho? Ou andam de olho no petróleo do país, hoje exportado para o mundo inteiro, mas pode ser que amanhã,  não,  por iniciativa de um dirigente radical qualquer?

É bom não esquecer o que aconteceu no Iraque.  Saddam Hussein teria sido deposto e condenado à morte por possuir armas de destruição em massa, que afinal não possuía, ou  por haver prometido  trocar o dólar pelo euro, nos negócios petrolíferos sob sua supervisão? Hoje, quem comanda as operações de extração e comercialização do petróleo iraquiano,  senão as grandes empresas americanas e inglesas?

Não  cogitam, por enquanto, da invasão armada do Irã, mas que ela se encontra  minuciosamente planejada, não há que duvidar. Assim como no caso da invasão do Iraque, argumentos e pretextos não faltam. Saddam invadiu os poços de petróleo do  Kwait, foi posto para fora e ficou marcado para morrer. Ahmadinejah que se cuide.