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Carlos Chagas - Façam o que eu digo


É milenar o adágio do “façam o que eu digo, não o que eu faço”. 
Os jornalões não tem limite em sua tentativa de demolir a candidatura de Dilma Rousseff. 
A moda, agora, é denunciar parentes de ministros e altas figuras da República incrustados no serviço público ou trabalhando em empresas privadas contratadas pelo  governo.
Dúvidas inexistem de que a indigitada Erenice Guerra atropelou a ética e traiu a confiança que nela depositavam  o presidente Lula e Dilma Rousseff. Afinal, foi abominável nomear marido, filhos, irmãos, sobrinhos e papagaios em diversas repartições públicas, além de facilitar contratos de empresas privadas com o erário. 
Tudo, no entanto, tem limite. 
Acusar o ministro da Comunicação Social porque um filho dele  trabalha numa companhia particular que presta serviços ao governo é um pouco demais. Ou muito demais. 
Denúncias, muitas vazias, que mal caberiam num canto de página, são transformadas em sucessivas manchetes. 
A queda de um ponto percentual de Dilma Rousseff nas pesquisas é celebrada como sua derrota na campanha sucessória.
Convenhamos, é demais. 
E quanto à blitz envolvendo a nomeação de familiares, seria bom lembrar que nas empresas jornalísticas... (cala-te boca!).
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Promessas eleitorais

Descamba o candidato José Serra para a demagogia. Diante das perspectivas de vitória de Dilma Rousseff, o tucano deu para fazer todo o tipo de promessas em sua campanha: o décimo-terceiro salário para quantos recebem o bolsa-família; salário mínimo de 600 reais no seu primeiro dia de governo; reajuste imediato de 10% para todos os aposentados.

Olhadas de per si, cada uma dessas promessas parece justa e até necessária. O problema está na precipitação com que foram feitas, depois de  anos de silêncio do candidato diante das agruras dos menos favorecidos. Só agora sensibilizou-se? Estaria visando apenas amealhar votos para forçar a realização do segundo turno? Falou sério ou eleitoralmente?

Quem melhor  reagiu a essa cascata de ilusões foi o candidato Plínio de Arruda Sampaio, do Psol, apressando-se em concluir pela inocuidade das promessas. Por que não anunciar o décimo-quarto e o décimo-quinto salários?

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Não formamos: Informamos

Por Carlos Chagas

Mais uma vez o primeiro-companheiro investe contra a imprensa. Generaliza, como se os meios de comunicação do pais inteiro se limitassem a três  jornais do eixo Rio-São Paulo, além de uma revista semanal que não poupa seu governo.  Exagerou, ao reivindicar, num palanque em Campinas, que ele, Dilma e o PT são a opinião pública, negando  a propalada categoria dos “formadores de opinião”, no que pareceu correto.
Revelou-se atrasado,  o presidente Lula. Porque há décadas, nos  cursos de Comunicação, emergiu a corrente da humildade. Aquela que sustenta não sermos nós, jornalistas, “formadores de opinião”, excetuados alguns coleguinhas de nariz em pé e cérebro curto, assim como alguns de seus patrões.  
A imprensa é apenas informadora, ou seja, quem se forma é a própria sociedade, estimulada por diversos fatores, um dos quais o de ser bem informada de tudo o que se passa nela de bom  e de mau, de certo e de errado, de ódio e de amor.
Reivindicar a condição de  formadores,   artífices da opinião pública,  orientadores da sociedade e outras bobagens será anacronismo digno dos tempos em que os jornais existiam para defender ou opor-se a idéias, interesses e  situações. Evoluímos para transmissores de informações, mesmo sendo mantidos espaços para opinião, entretenimento e serviços. O fundamental para a  mídia, porém,  aquilo que faz sua razão de ser,  é a noticia.   A informação incapaz de ser confundida com a formação, constituindo-se apenas num dos fatores em condições de levar a sociedade a aprimorar-se e a decidir por ela mesmo.
Por fim, sobra a dúvida: quem deu ao presidente Lula, a Dilma e ao PT o privilégio de encarnar a opinião pública? Nem o sociólogo, de resto tão presunçoso, ousou chegar a tanto.

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Magalomania

É escândalosa a inveja e a megalomania de FHC [a Ofélia da política brasileira]. Inté quem tem complacência com os delirios dele, não suporta mais e escreve sobre essas doenças do digo sujo:

Até a megalomania tem limites. Quem não tem é o sociólogo, que acaba de produzir mais uma evidência de estar o seu ego na estratosfera. Declarou que o presidente Lula não engoliu até hoje haver perdido duas vezes para ele a eleição presidencial. E acrescentou: “acho que ele quer me derrotar, mas não sou candidato”.
Além de haver comparado o Lula a Mussolini e de se ter oferecido a José Serra, que solenemente o ignora,   Fernando Henrique Cardoso demonstra como não se deve comportar um ex-presidente da República. Dá palpite em tudo. Imagina-se no centro do mundo. Melhor faria recolher-se, quem sabe apelando à população para esquecer tudo o que vem falando.

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Programa de calouros


Por Carlos Chagas

Tivessem um pouquinho de coragem e os quatro principais candidatos presidenciais teriam feito reunir seus representantes, ontem, para dar um basta à humilhação a que se submetem nos debates promovidos pelas redes de televisão. Um grito de independência para prevenir novos vexames marcados para seus próximos encontros.
Não dá para assistir outra vez, sem protestar, esse engessamento absurdo dos candidatos às tais “regras dos debates”. É verdade que quando a campanha começou concordaram todos com a submissão aos limites de tempo para suas respostas e, mais ainda, com a momentânea ditadura dos mediadores, responsável pela grosseria dos cortes de áudio e vídeo daqueles  que se encontram terminando seus raciocínios e são interrompidos por conta da truculência das normas antes acordadas. Para o bom andamento dos debates, seria necessário aplicar o  verbo “flexibilizar”,  tão a gosto dos neoliberais. Se um candidato encontra-se em meio ou no final de uma exposição, mandariam  o bom senso e a educação que  pudesse terminá-la.  Depois, é claro, a extensão de tempo seria oferecida aos demais, a título de compensação.
O que fica ridículo é assistir possíveis futuros presidentes da República no papel de meninos de curso primário submetidos à palmatória do mestre-escola. Alguns mediadores, diga-se, até constrangidos pela obrigação de cortar quem tem a palavra, como ainda domingo na Rede-TV. Outros, nem tanto, porque prevalecem, em maioria, os  arrogantes, aqueles que andam atrás de alguns minutos de glória indevida, abusando do rótulo tornado  pejorativo quando chamam os convidados  de "candidato".
Como todos os postulantes ao palácio do Planalto submetem-se às determinações das redes,  ávidas de faturar o prestígio alheio, fica difícil que nos próximos debates venham a impor a lógica de suas prerrogativas. Continuarão sendo cortados ou, pior ainda, levados a reduzir respostas  pela metade, sempre de olho nos implacáveis reloginhos que prejudicam e até distorcem suas mensagens.
Guardadas as proporções, os debates transformaram-se num programa de calouros onde não faltam, sequer, os intervalos faturados a peso de ouro, onde os candidatos transformam-se em propagandistas de sabonetes, supermercados ou veículos a preço de ocasião. Será um dos exageros do modelo econômico que nos assola e diante do qual todos baixam a cabeça?

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Dilma e a classe média


Conta a crônica mais ou menos recente que José Serra sorriu, ao saber que o presidente Lula havia indicado Dilma Rousseff como candidata. Já se vai mais de um ano do sorriso, que continuou alguns meses, quando as primeiras pesquisas eleitorais davam à então chefe da Casa Civil míseros três pontos, contra mais de quarenta para o governador de São Paulo.

De lá para cá as coisas mudaram. Por que mudaram? Afinal, Serra é o mesmo. Dilma também, apesar de, em campanha, multiplicar e distribuir os sorrisos que jamais concedeu desde que ingressou na administração federal.
Tem nome e endereço a causa dessa inversão monumental que mostra Dilma com 55% das preferências populares e Serra com menos de 25%. Chama-se Lula. Adianta muito pouco celebrar ou lamentar a realidade. É isso mesmo, para o bem ou para o mal. Ele conseguiu o milagre de atender as massas e as elites. Com isso anestesiou a classe média, fenômeno obviamente sazonal, incapaz de prolongar-se por mais de oito anos.
Vale projetar o futuro, começando pelo primeiro dia de janeiro do ano que vem, quando o Lula transmitirá a faixa presidencial para a sucessora. Disporá a nova presidente da República condições de repetir o sucesso do antecessor? Terá dado seu último sorriso no dia da posse?
As massas vão esperar mais do que receberam, começando pela atualização do bolsa-família e a criação de mais empregos. As elites imaginarão continuar cercadas de favores e benesses.
Mas a classe média? Nela vai repousar a sorte do novo governo. Terá Dilma Rousseff sensibilidade e condições para perceber a necessidade de governar para o cidadão comum, aquele que paga impostos, teve seu salário congelado e carece de serviços públicos essenciais? É bom tomar cuidado.
por  Carlos Chagas

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por Carlos Chagas

Na guerra, sempre. Na política, muitas vezes. É preciso demonizar o adversário. Transformá-lo de inimigo em réprobo cruel, malvado e sanguinário, daqueles que fritam criancinhas e estupram velhinhas. Os nazistas agiram assim contra os russos e estes, depois, contra aqueles, na Segunda Guerra Mundial. 

Na presente sucessão presidencial o risco é de acontecer  coisa parecida. Ou melhor, já está acontecendo. Lula acusa Serra de partir para a baixaria, de tentar atingir Dilma com mentiras e calúnias e de praticar crimes contra o Brasil e a  mulher brasileira. A candidata pega mais leve, anuncia a disposição de não descer ao nível do tucano, enquanto Serra denuncia o uso da Receita Federal contra seus correligionários e sua filha como golpe baixo e abominável.


O que a gente se pergunta é onde as coisas vão parar, faltando três semanas para a eleição. Mais ainda, se seria justificável  tamanha indignação por parte do governo, reagindo à acusação de utilização da máquina pública por um novo grupo de aloprados, importa menos se petistas do andar de baixo, estimulados ou não por companheiros de andares intermediários.


Teria o presidente Lula motivo para bater tão forte numa candidatura que, salvo engano, já se encontra derrotada? Não que as pesquisas sejam totalmente confiáveis, mas todos os institutos divulgam Dilma Rousseff com 55% das preferências populares, ao tempo em que José Serra não passa dos 25%. Estaria o presidente Lula temeroso de que a eleição não se resolva no primeiro turno? Ou será da essência do grupo encastelado no poder a ânsia de esmagar os adversários?


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Pesquisas eleitorais - Acreditar com cuidado




Ninguém pode ser contra as pesquisas, apesar de constituírem, os institutos, mera atividade comercial onde o freguês costuma ter sempre razão. Os números representam tendências e momentos.


Feito o preâmbulo, valem as ressalvas. O Brasil possui 136 milhões de eleitores e 5.587 municípios. Como regra, as pesquisas envolvem perto de 4 mil eleitores e 200 municípios. Dividindo-se uns e outros teremos 20 eleitores consultados em cada município, claro que um número maior nos mais populosos, mas obrigatoriamente menor nos pequenos.


Replicarão os institutos com esotéricos argumentos sobre suas metodologias. Tem razão quando concluem que as pesquisas feitas nas  partes conduzem à opinião do todo. Mas não podem garantir, em especial quando a gente  lembra de sucessivos descompassos entre consultas eleitorais e o resultado das urnas. Não raro, quando se aproxima o dia da votação, corrigem rapidamente números anteriores. Sem falar nessa ridícula ressalva de dois ou três pontos para mais ou para menos, fator de cautela capaz de assegurar clientes para as próximas eleições.


Por tudo isso, conclui-se que devemos acreditar nas pesquisas, mas nem tanto...
Carlos Chagas


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As causas mais profundas da popularidade de Lula


Cientistas políticos, sociólogos e diletantes andam buscando as razões de porque o presidente Lula elegeu-se duas vezes e ostenta popularidade ímpar na história da República. Bastaria trocarem a complicada terminologia acadêmica e seus raciocínios esotéricos pela simples observação do comportamento das massas. Depois de Getúlio Vargas, quem senão o Lula dirigiu-se às majoritárias categorias menos favorecidas? Ainda que iludido e frustrado pela pregação de tantos presidentes, apenas os dois deram ao povão motivos para insurgir-se contra as elites retrógradas encasteladas no poder desde nossa formação como nação. E não se dirá que Getúlio e Lula fizeram tudo o que deveriam ou poderiam para resgatar o sacrifício e o sofrimento das maiorias. Não raro também contemporizaram com as elites, como demonstra agora a política econômica do governo dos companheiros. Mesmo assim, ficam evidentes a pregação e as realizações do fazendeiro gaúcho e do torneiro-mecânico pernambucano que virou paulista. A maior parte do eleitorado sensibiliza-se por quem sinceramente volta-se para suas agruras. O voto a ser dado daqui a menos de um mês não será pró-Dilma, mas anti-elites. Depois, fica tudo nas mãos de Deus...
Carlos Chagas

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FHC - DONO DA VERDADE ABSOLUTA

Não dá para deixar  o sociólogo de lado. 

A cada dia e a cada entrevista ele fornece material para discussão sobre  sua peculiar personalidade.  

Ainda agora acaba de ministrar mais uma lição eleitoral. 

Recomendou aos candidatos  não discutir o que os outros querem, ou seja, devem ignorar  os anseios do eleitorado, mas procurar  “convencer os outros da importância de seus valores”. 

Numa palavra, Fernando Henrique quer o futuro presidente da República ditando padrões, impondo rumos e agindo conforme sua vontade, à qual deve acoplar-se a nação. 

Nada de ouvir a voz rouca das ruas...
Carlos Chagas
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ESTAMOS EM AGOSTO


por Carlos Chagas
Agosto começou ontem. Para alguns,  mês de tomar cuidado, até porque o dia 13 cairá numa sexta-feira. Getúlio Vargas suicidou-se,    em 1954, Jânio Quadros renunciou em 1961 e Costa e Silva teve um derrame cerebral em 1969 – tudo em agosto, só  para ficar  nos presidentes da República.

Deixando a superstição de lado, haverá que prestar atenção neste agosto, decisivo para a campanha presidencial. Na quinta-feira, 5, começam os debates entre os candidatos, o primeiro promovido pelaTV-Bandeirantes.  Na outra terça-feira, 17, inicia-se o período de propaganda eleitoral gratuita no  rádio  e na televisão. Até o dia 31, pelo  menos  mais   quatro pesquisas serão realizadas e divulgadas.

A pergunta que se faz é sobre qual dos pretendentes ao palácio  do  Planalto estará com os nervos mais à flor  da pele.     Claro  que todos vão negar qualquer alteração de comportamento, mas é bom verificar que Dilma Rousseff sofre cada vez que entra num jatinho   e começou a chamar as  repórteres de “minha  filha”. Quando isso acontece é porque chegou ao  limite sua capacidade de escutar perguntas desagradáveis ou até cretinas.  José Serra, de seu turno, desdobra-se para sorrir, sem resultado, quando em passeatas pelas ruas de grandes  cidades sente pouca repercussão popular. Em especial se for em Minas.  Viu um ovo ser  arremessado sobre sua comitiva,  mesmo tendo  passado a metros de distância de sua calva.  Sem explicação, Marina Silva perdeu a voz quando começava a falar a um grupo de empresários, no fim de semana.

É inegável que a temperatura vai subindo entre  os candidatos, até por conta de baixarias recíprocas, mas um fato deve ser ressaltado para favorecer a visão otimista deste novo agosto:  ao contrário de eleições passadas, o eleitorado não está nem um pouco emocionado, sensibilizado ou em pé-de-guerra. Já temos assistido entreveros violentos e mesmo  virulentos nesse período, com choques de rua, pancadarias, tiroteios  e sucedâneos, estaduais e federais. Agora, pelo menos até hoje, nada. O cidadão comum ainda não se tocou para a evidência de que em breve estará decidindo sobre seu próprio destino, e o da nação.  Talvez porque não esteja mesmo, tendo em vista a identidade ideológica entre os candidatos, a falta de promessas de mudança real e sensível na política e na economia e até, não há  como   negar, um clima de satisfação popular   diante da performance do Lula.

Apesar de tudo, um lembrete final: estamos em agosto...

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CACIQUES SEM ÍNDIOS


Primeiro chamou-se Arena, o maior partido do Ocidente. Depois foi PDS, Partido  Democrático Social. Em seguida Frente Liberal, transformada em PFL. Agora é Democratas, mas o risco parece de não  ser mais nada, em poucos anos.

Caciques, o partido  possui, de Marco Maciel a José Agripino, de Jorge Bornhausen a César Maia  e  muitos outros. O diabo é a falta de índios, ainda mais tendo  lançado  o  Índio da Costa para candidato a vice-presidente na chapa de José Serra.

Errou o DEM ao descuidar de sua bancada na Câmara dos Deputados, na Legislatura que se encerra,  tivessem proposto projetos de interesse nacional, mesmo polêmicos, e poderiam estar hoje influindo na opinião pública. Como ficaram omissos no governo Fernando Henrique, tornaram-se desimportantes no governo Lula, correndo o risco da dissolução ou da incorporação forçada a outros partidos, nas eleições de 2014.


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CANDIDATOS SEM HINOS


O passado continua sendo nosso maior professor, menos por dizer o que devemos fazer, mais por apontar o que precisamos evitar. Vale contar um episódio dos tempos da participação brasileira na II Guerra Mundial, modesta se comparada com os grandes exércitos em confronto, mas heróica em termos de sacrifício, desprendimento e imaginação.

Em outubro de 1944,  quatrocentos integrantes do grupo da recém criada Força Aérea Brasileira desembarcaram no porto de Livorno, na Itália,  depois de meses de treinamento  nos Estados Unidos. Eram pilotos, oficiais, sargentos, praças e até enfermeiras.

Na mesma tarde da chegada foram conduzidos, em caminhões, até uma  base da Força Aérea americana que seria transferida para outro  local, na cidade de Tarquínia.  Assumimos as instalações, os  aviões e toda a parafernália correspondente.    

O coronel chefe da base que passava à nossa responsabilidade, coronel Gabriel Disosway,  promoveu um desfile solene de sua tropa, que se despedia. Nossos aviadores  ficaram perfilados sob o comando do coronel Nero Moura. No final, os  americanos cantaram orgulhosamente  o hino da Aeronáutica dos Estados Unidos. Pelo microfone, fomos convidados a cantar o hino da nossa Força Aérea.  Seguiu-se um frio na barriga de todos os brasileiros, porque  a FAB, criada meses antes com a reunião de pilotos  do Exército  e da Marinha, ainda não tinha hino.

O constrangimento só durou alguns momentos, pois, saído da fileira lá  de trás, o sargento Oséas, amazonense atarracado com vivência no Rio,  aproximou-se do comandante brasileiro e sugeriu: “coronel, mande nossa banda tocar a “Jardineira”, porque esses gringos  não vão entender nada.”

A ordem foi dada e a nossa  tropa  inteira cantou a música vitoriosa no último Carnaval, cantada por Orlando Silva.  Quase todos choravam, foi um  sucesso  absoluto, para espanto dos americanos que jamais haviam escutado hino tão sentimental.

Essa historinha se conta a propósito da sucessão presidencial. Quando sobem ou descem dos palanques, nem Dilma Rousseff nem José Serra nem Marina Silva são saudados com hinos relativos às suas campanhas, que ironicamente não  existem, ao contrario de outros candidatos e de outras eleições  passadas. Os marqueteiros de hoje andam perdendo tempo.

Vai, assim, a proposta,  calcada na genial  sugestão do  sargento Oséas,  da FAB,  mais de sessenta anos atrás.
Que tal os partidários de Dilma Rousseff cantarem “A Banda”, de Chico Buarque, aquela do “estava atôa na vida, o  meu  amor me  chamou, para ver a banda passar...”

José Serra se deliciaria com “Não dá mais para Segurar”, do Gonzaguinha, e Marina Silva aprovaria o “Abre Alas que eu Quero Passar”,do Sinhô.  Os demais  sete candidatos talvez se incomodassem com o “Ninguém  me Ama, Ninguém me quer”, de Antônio Maria.  De qualquer forma, o leque está em aberto, à espera de sugestões mais modernas...

por Carlos Chagas

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CONSPIRAÇÃO DO SILÊNCIO


Já se vão cinco dias da divulgação da existência de um relatório da Agencia Brasileira de Inteligência denunciando que governos e ONGs estrangeiras tramam a transformação da reserva indígena Raposa/Serra  do Sol em Estado Independente, com atividades políticas, administrativas e judiciárias próprias. Até agora, nem uma palavra do palácio do Planalto, para onde foi enviado o relatório,  muito menos dos ministérios da Defesa, das Relações Exteriores e da Justiça.



Registre-se, também, o comportamento da mídia. Nenhuma repercussão, muito menos investigação. Paranóias à parte, dá para pensar numa conspiração do silêncio. Governo e meios de comunicação fingem ignorar o risco que sofre nossa soberania, porque depois de caracterizado um Estado Independente, o próximo passo será o reconhecimento de uma Nação Soberana chefiada por índios e tutelada por países ricos e suas multinacionais.  



Estariam o presidente Lula, seus ministros e os barões da imprensa com receio de represálias externas? Ou não dão maior valor ao território onde se localizam as reservas indígenas, pleno de minerais estratégicos, biodiversidade e outras riquezas?

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BOBAGENS E BESTEIRAS LEGAIS


por Carlos Chagas

Não é de hoje que se critica a existência de monumental número de leis vigentes no país, umas necessárias e outras, nem tanto. Só que agora está demais. Na mesma semana em que o presidente Lula autorizou a inclusão no Estatuto do Menor da cláusula proibindo os pais de dar palmada nos filhos, acaba de ser sancionado o Estatuto do Torcedor, com outras bobagens. Uma delas é de responsabilizar as torcidas organizadas por quaisquer atos de violência de seus integrantes. Outra, de punir com pena de cadeia os juízes que errarem, prejudicando o resultado das partidas.


Quer dizer, se em pleno Maracanã, cercado por bandeiras  do Flamengo,  um cidadão  enfiar o canivete na barriga de outro, será aberto um processo contra os dirigentes da torcida rubro-negra? E se um determinado árbitro não viu que a bola entrou, deixando de dar o gol, será condenado à prisão?


Ainda agora descobriu-se na legislação eleitoral a proibição de candidatos a presidente da República tornarem-se objeto de sátira em programas humorísticos de televisão. Para não falar que chefes de executivo federal, estadual e municipal não podem exprimir suas preferências eleitorais, muito menos comparecer a comícios e recomendar o voto em seus candidatos. 


Estes e mil outros exemplos entram no rol das  leis que não pegam, apesar de repetidas. Quantas vezes tomamos conhecimento de dispositivos acabando com a firma reconhecida para documentos públicos e privados? O próprio governo que determinou a dispensa é o primeiro a exigir o carimbo do cartório. Convenhamos, quanta besteira...
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A FARSA DAS NAÇÕES INDÍGENAS


por Carlos Chagas
Era para ter sido manchete de seis colunas na primeira página, com direito a editorial, entrevistas variadas e repercussão imediata no Congresso. Infelizmente, a matéria ganhou um pé-de-página no final do noticiário político, aliás, página 17. Dirão uns estar o Congresso de recesso. Outros, que a sucessão presidencial prende muito mais as atenções.


Mesmo assim, louve-se a “Folha de S. Paulo”, que em sua edição de domingo, publicou pequena reportagem informando a existência de um relatório entregue pela ABIN à presidência da República, dando conta de que governos estrangeiros, ONGs e o Conselho Indígena estimula a criação de um “estado independente” em Roraima, com autonomia política, administrativa e judiciária. Trata-se da Reserva Indígena Raposa\Serra do Sol, onde há alguns anos cidadãos brasileiros só entram com a aprovação de ONGs alienígenas, região da qual foram expulsos fazendeiros plantadores de arroz.



A acusação não partiu de aventureiros, de grileiros ou de garimpeiros interessados em explorar aquele território entregue aos índios, 46% do estado de Roraima. Deveu-se à Agência Brasileira de Inteligência, instituição respeitada até por haver desfeito os erros e abusos de seu antecessor, o SNI.



A constatação é gravíssima, aqui e ali já denunciada especulativamente, mas agora inequívoca por sua origem. O relatório encontra-se no Gabinete de Segurança Institucional, funcionando no palácio do Planalto e diretamente subordinado ao presidente da República. Não pode ser descartado nem engavetado. Pelo contrário, deveria ser distribuído aos  ministérios da Defesa, Relações Exteriores, Justiça e ao Congresso, para providências. Acima de tudo, porém, para conhecimento da opinião pública e das entidades da sociedade civil, como CNBB, OAB, ABI e congêneres.



O que se pretendem em Roraima, com óbvia participação de governos estrangeiros e ONGs financiadas por multinacionais, é incrementar a escalada em curso: de reserva indígena passou-se a território autônomo, agora para estado independente e, logo, para nação soberana. Melhor dizendo, nações, porque são várias as reservas indígenas espalhadas pela Amazônia, quase sempre na fronteira.

Uma organização internacional qualquer poderá encarregar-se de reconhecê-las, no devido tempo,  como repúblicas soberanas. 


Índios com PHD na Holanda ou nos Estados Unidos seriam “presidentes”, as diversas etnias formariam os “partidos políticos” e enviariam representantes parta o “Legislativo”, a “Suprema Corte” e penduricalhos.



O mais importante nessa farsa é que as “nações indígenas”, sem recursos, celebrariam convênios com as nações ricas e obsequiosas, encarregadas de prover o seu desenvolvimento através de contratos de concessão para exploração do subsolo  rico em minerais nobres, do nióbio ao urânio. Sem esquecer a biodiversidade. Conseqüência natural seria que os “irmãos do Norte”   cuidassem também da defesa dessas nações, contribuindo com suas forças  armadas.



Até pouco, nem governos nem elites nacionais davam atenção aos poucos alertas divulgados, fosse por ignorância, soberba ou más intenções. A partir de agora, não dá mais para empurrar a sujeira embaixo do tapete, risco tão óbvio quando abominável. Com a palavra o presidente Lula.


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Super-heróis fujões


Mestre Ziraldo, que  desta vez não  entrou como deveria ter entrado, mas entrará proximamente na Academia Brasileira de Letras, foi responsável pela maior das charges desenhadas no século  passado. 

No auge da Guerra do Vietnam, mostrou  os maiores super-heróis numa carreira desabalada. Com expressões de horror e espanto, fugiam o Super-Homem, o Capitão América, o Batman, o Robin, o Homem de Ferro e outros. Fugiam  de quem? De um pequenino vietnamita com aquele chapéu em forma de cone.

Está na hora de o  nosso maior cartunista repetir a dose, quem sabe agora incluindo nos super-heróis alguns  dos tempos modernos, do tipo Volverine, Quarteto Fantástico, Homem-Aranha  e outros. 


Só que não estariam mais correndo de medo de  um esquelético vietcong. Atrás deles   estaria um árabe raquítico de pano na cabeça.
Carlos Chagas
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Candidatos de nada

Com todo o respeito, mas candidatos, mesmo, à sucessão presidencial, só três: Dilma Rousseff, José Serra e Marina Silva. Numa homenagem ao seu passado coerente de socialista e católico praticante, inclua-se Plínio de Arruda Sampaio, mesmo sem votos.

Os demais, com pedido de registro apresentado esta semana, são menos do que figurantes. Freud  talvez explicasse porque pretendem disputar a presidência da República José Maria Emayel, Levy Fidelix, José Maria de Almeida, Ruy Costa Pimenta e Ivan Pinheiro.

Quem sabe Cervantes pudesse compreendê-los, incluindo-os no magistral soneto dos “Cavaleiros de Granada”, aqueles que  alta madrugada saíram  em louca cavalgada, brandindo lança e espada. Para que? Para nada...

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A campanha de Serra já desandou

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por Carlos Chagas
Quando as coisas desandam, numa empresa, num clube de futebol, num partido político  ou numa candidatura, a primeira solução é criar um conselho de notáveis para enfrentar a crise. Geralmente não dá certo, pois maior número de palpites só faz acirrar dificuldades.

Decidiu José Serra estabelecer um “conselho de campanha” para dirimir dúvidas, reorganizar a estratégia  e recuperar tempo e espaço perdidos. Promete reunir todas as semanas representantes dos partidos e grupos que o apóiam, numa espécie de colegiado capaz de promover  sua nova  ascensão nas pesquisas. Pode estar entrando numa fria.  


A menos que pretenda  repetir  episódio do qual Jânio Quadros foi protagonista, em 1960. Depois de haver renunciado à candidatura e deixado a UDN pendurada  no pincel, sem escada, obrigada a trocar Leandro Maciel por Milton Campos, como vice, o singular candidato viu-se compelido  a constituir um “conselho de campanha”. Era o mês de março. Até um casarão centenário foi alugado  no bairro do Flamengo, no Rio. Jânio compareceu apenas no dia da inauguração. Nunca mais pôs os pés naquilo que seria o centro das decisões para sua marcha ao poder. E nem o colegiado, composto por luminares de espécies variadas, conseguiu reunir-se. O candidato buscava votos pelo país inteiro como bem entendia, sem ouvir ninguém. Deu certo e ganhou a eleição.

Assim poderá comportar-se José Serra: fazendo salamaleques  e reverências ao DEM e penduricalhos, até curvando-se figuradamente a tucanos emplumados como Fernando Henrique, mas conduzindo sua campanha como bem quiser. Um exemplo de como gostaria de governar, sem empecilhos nem estorvos. Agora, se vai funcionar, é outra história, porque pode ser tarde demais. Já estamos em julho...

O PSDB NA AVENIDA DO DESENCANTO

A oposição na avenida do desencanto


Perguntam os tucanos: fazer o quê com Índio da Costa? Substituí-lo, só por vontade própria e, além do mais, por quem? Álvaro Dias responderia com um palavrão, rejeitando   uma segunda humilhação. Aécio Neves fugiria para Ipanema. Os Democratas até que se curvariam a essa necessidade tão  absoluta quanto inviável, conscientes que estão da bobagem feita. O fato é que   48 horas depois da sagração do candidato a vice na chapa de José Serra, não há quem não se arrependa. 

Só o  indigitado Índio da Costa ainda não acordou do sonho,  mas breve  perguntará qual o seu papel no processo sucessório, além de haver contribuído para que José Serra venha a dispor de mais três minutos de tempo de rádio e televisão, na propaganda eleitoral gratuita.  Votos, não traz para a chapa oposicionista. Prestígio, muito menos, claro que fora da tribo dos Maias, não o Agripino, mas o César e o Rodrigo. Experiência, zero. Credibilidade, nenhuma.

Apesar das cortinas-de-fumaça sustentando a unidade do bloco de oposição, a verdade é que o PSDB entrou na avenida do desencanto, onde não há limite de velocidade.  Como ganhar a eleição com um peso morto a tiracolo, guardado o respeito devido ao jovem deputado?

Fica difícil imaginar o  candidato inscrevendo-se na galeria onde pontificam José Alencar, Marco Maciel,  Itamar Franco, José Sarney, Aureliano Chaves, Pedro Aleixo, José Maria Alckmin e outros. É cedo para prognósticos, mas a escolha de Índio da Costa parece indicar que o futuro inquilino do palácio do Jaburu chama-se Michel Temer...
por Carlos Chagas

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