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Levante popular no Oriente Médio

"Acredito que, os atuais levantes populares que vêm ocorrendo nos povos Árabes, representam o desgaste de um modelo de desenvolvimento implementado em grande parte nesses países. Um modelo que se desgasta não pelo simples fato de se tratarem de ditaduras que são questionadas, mas por se tratarem de governos que além de autoritários significam o favorecimento do estrangeiro em detrimento do nacional. Estrangeiro representado, principalmente, pela imagem do antigo inimigo Estados Unidos da América. A combinação, portanto, se torna explosiva, pois temos regimes autoritários, favorecimento de relações com um inimigo histórico, precárias condições de vida da grande maioria da população, resultado direto desse estreitamento de relações, favorecimento de uma pequena elite política e a importância que tem a revolução das telecomunicações e da Internet como forma de difusão de informação nas regiões mais remotas do mundo, lógico que sem sermos ingênuos de achar que são informações neutras e democráticas, mas que, apesar disso, revelaram aos países árabes uma realidade em comum e uma possibilidade de mudança nesses países."  
Caio Uehbe

EUA manipulam noticiário numa manobra para invadir a Líbia

Image
Obama

Com uma vergonhosa manipulação do noticiário, respaldada pelos meios de comunicação em nível internacional, os Estados Unidos buscam respaldar uma invasão e ocupação que pretendem fazer na Líbia, conflagrada pela série de revoltas populares que atingem os países árabes.


O pretexto para esta ação - muito bem encampado e explorado pela mídia - é defender os direitos humanos, que realmente têm que ser respeitados, particularmente no caso líbio, com rigor e medidas cabíveis.


Só temos que lembrar que os EUA não tiveram este comportamento, nem esta preocupação, quando do auge da crise no Egito, onde houve um verdadeiro massacre de manifestantes. Muito menos na Tunísia.


Na Líbia, a posição dos EUA de envolver a União Européia (UE) e a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), numa suposta e provável intervenção no país, só reafirma e confirma o caráter deliberado e cínico da política externa norte-americana.


O caráter cínico da diplomacia norte-americana
É uma política pela qual eles preservam os amigos até o último momento - caso do Egito e da Tunísia - mas se utilizam, de todos os meios, inclusive manipulando informações, para justificar seus objetivos de controlar a transição ou mesmo o desenlace na Líbia.


Assim, para eles, vale tudo para justificar seus interesses, até esta manipulação, como já ficou provada no caso da Líbia, com a rede de TV CNN tendo de reconhecê-la.


A Líbia tem uma das maiores reservas de petróleo - a 4ª maior do mundo e é o 11º maior exportador - de excelente qualidade e responde por grande parte do abastecimento de alguns países da Europa como, por exemplo, por 32% do petróleo importado pela Itália.


Daí o chamamento dos EUA à UE e à OTAN para estudar uma possível intervenção na Líbia. Leiam, também, o post "Impossivel previsão sobre o futuro líbio".

por Chico Caruso

Só falta acontecer...

Será que está acontecendo mesmo na Líbia o que a mídia diz que está acontecendo?


Pela postura panfletária dos jornalistas ocidentais, é difícil acreditar em qualquer coisa que digam

“A única coisa que não acontecerá em caso de remoção de Khadafi do poder é a democracia, não agora, e não por um longo tempo”.

Benjamin R. Barber, membro do Conselho Internacional da Fundação Internacional Gaddafi para a Caridade e o Desenvolvimento, do qual se demitiu esta semana.

“A Líbia é um país com muito potencial, que já está sendo realizado e vai continuar a ser. O país está na contramão da crise mundial, acumulou muitas reservas e não está endividado”.,  Daniel Villar, Executivo da Construtora brasileira Odebrecht em Trípoli.


Desculpem-me, preclaros leitores, mas esse noticiário sobre a Líbia não está me cheirando bem. Faz lembrar aquele bombardeio midiático de 16 a 18 de abril de 1961, quando a nossa ínclita FOLHA DE SÃO PAULO noticiava, eufórica, a “vitoriosa” invasão de Playa Giron, em Cuba, por mercenários armados e treinados pela CIA..


Naquele então,o jornal detalhava os avanços triunfais de um certo exército que seria derrotado e humilhado em não mais de 72 horas. “José Miró Cardona, presidente do Conselho Revolucionario Cubano, chegou à Provincia de Oriente para reunir-se com as forças contra-revolucionarias que desembarcaram esta manhã na ilha, anunciou a Frente Revolucionaria Democrática do México, referindo-se a informações recebidas de Miami e Cuba. Ao que parece, Miró Cardona já se encontra em Santiago de Cuba, cidade que caiu em poder dos contra-revolucionários. Segundo indicam na mesma fonte, a cidade de Revellanos, na Província de Matanzas, a 135 km de Havana, teria caído em poder dos invasores. Por outra parte, acredita-se que forças anticastristas desembarcaram igualmente na ilha de Los Pinos, onde está a penitenciaria para a qual o governo castrista enviava seus prisioneiros politicos. Todos estes prisioneiros lograram, ao que parece, depois de lutar com seus guardas, unir-se às forças invasoras”.


Tremendas “barrigas”, como se diz na gíria jornalística, destinavam-se a dar suporte a uma esperada intervenção direta dos fuzileiros navais norte-americanos, o que só não aconteceu porque o presidente John Fitzgerald Kennedy teve um repentino ataque de lucidez e pisou no freio ao saber que era tudo mentira: Miró Cardona não havia saído nem do banheiro de sua mansão em Miami Beach, devido a uma disenteria incontrolável.


Os sócios brasileiros de Kadhafi


Não, não estou querendo criar miragens nas mediterrâneas terras líbias. Não quero nem tomar partido, embora o mais fácil, de assimilação mais confortável, seria engrossar o cordão dos que estão bancando a revanche ao débâcle no Egito e na Tunísia.


Ou então partilhar da angústia das grandes empreiteiras brasileiras, que se fizeram “sócias de Kadhafi” em vultosos empreendimentos, que, entre outros contratos, prevêem a construção de 1 milhão de casas pela Queiroz Galvão num país de pouco mais de 6 milhões e 300 mil habitantes. Nossas grandes construtoras encontraram lá seu oásis de bons negócios, graças, reconheça-se, ao espírito mascate e ao gosto por viagens do ex-presidente Luiz Inácio, certamente inspirado nos passos internacionais de João Paulo II, que tirou a Igreja Católica da redoma do Vaticano.


Ou você não sabe da corrida ao ouro que envolve Odebrecht, Queiróz Galvão, Andrade Gutierrez e Camargo Corrêa em canteiros de obras que podem faturar mais de 3 bilhões de euros? Só a Odebrecht orçou em 950 milhões de euros a construção de dois terminais no aeroporto de Trípoli e em 250 milhões o terceiro anel rodoviário dessa cidade de 1 milhão e 800 mil habitantes.


Manipulação a preço de ouro


Matéria de Khatarina Garcia e Peter Blair, despachada de Washington e Cairo, publicada em vários jornais do mundo, no dia 20 de fevereiro próximo passado, mostra foto de uma manifestação de partidárias do líder líbio que foi apresentada ao mundo como sendo de seus opositores.


Os dois jornalistas afirmam com todas as letras que os Estados Unidos culpam Líbia e Irã pelas agitações que deram na queda de dois aliados incondicionais. “Em entrevista coletiva de imprensa, o porta-voz do Departamento de Estado americano, Philip Crowley reafirmou as palavras do Presidente Barak Obama em que sugeriu apoio à oposição a Ahmednejad e a Kadhafi, em represália á derrota política sofrida por Washington nestas últimas semanas e pela queda dos governos do Egito e Tunísia”.


CLIQUE AQUI, LEIA MATÉRIA COMPLETA 


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Petróleo - Arábia Saudita promete elevar produção para garantir oferta mundial

Importantes campos de petróleo no Sul e no Leste da Líbia estão em mãos de opositores, constatam jornalistas que já começam a entrar no país em guerra civil. 
 
O controle dos poços compromete a exportação de gás e petróleo. 
 
Com seu território cada vez mais reduzido, o ditador Muamar Kadafi enviou milhares de soldados e mercenários num contra-ataque às rebeliões em cidades próximas à capital, Trípoli. E voltou a falar na TV, mas desta vez só por áudio. 
 
Ele ameaçou cortar o envio de petróleo se os protestos não pararem e a1ertou que os opositores estão influenciados pela al Qaeda, de Osama bin Laden.
 
Na corrida diplomática para frear Kadafi, a Suíça se apressou a congelar bens do ditador. 
 
Segundo o Itamaraty, todos os brasileiros que estavam em Trípoli já deixaram o país. 
 
Os que estão em Benghazi, onde milhares de pessoas se aglomeram no porto, devem embarcar hoje. 
 
Os conflitos fizeram o preço do petróleo encostar em US$ 120 ontem. Mas a cotação perdeu força após a Arábia Saudita prometer aumentar a produção de óleo para compensar a quebra na Líbia.

Quem é vivo sempre aparece

José Serra - No vale-tudo, calúnia e distorção da história...

Como jura que não está em campanha porque não é candidato a presidente do PSDB, a prefeito de São Paulo em 2012 e a presidente da República em 2014, José Serra ressurge do nada e afirma em seu twitter que o ditador da Líbia, Muamar Kaddhafi foi mimado pela diplomacia lulista.

Corajoso na capacidade de perpetrar mais uma completa distorção histórica, nessa 3ª ele colocou no microblog duas mensagens. "Khaddafi, da Líbia, foi terrorista internacional: derrubou vôo de passageiros da Pan Am sobre a Escócia. Amigo do PT e de Lula", afirmou Serra em um dos posts. Em outro, o derrotado à Presidência em 2010, escreveu "Sempre mimado pela diplomacia lulista, o ditador Khaddafi poderá cair, apesar e por causa dos massacres que está promovendo."

O PT informou que o partido nunca teve relações formais com qualquer entidade na Líbia. No mais, vamos à verdade dos fatos: o que consta no site do nosso Ministério das Relações Exteriores é que as relações entre Brasil e Líbia ganharam "densidade" nos anos 1970, na ditadura militar, com visitas bilaterais e participação de empresas brasileiras em projetos na Líbia.

José vai perder a 3ª eleição presidencial

Em abril de 1992 (governo Collor), após os atentados, com suposto envolvimento líbio, que levaram à queda de aeronaves da Pan Am na Escócia, o governo brasileiro acatou e colocou em vigor as sanções contra a Líbia recomendadas pela ONU. As sanções foram suspensas em 1999. Governo de quem? Início do 2º governo FHC - e de José Serra, seu ministro do Planejamento e da Saúde.

Aliás, em outubro de 2000, um general líbio, Mustapha Kharoubi, enviado por Khaddafi, visitou o Brasil e foi recebido pelo presidente FHC.  Em março de 2003, o filho de Khadafi, Al Saadi Muamar Kadhafi, visitou o Brasil e, em dezembro de 2003, o então presidente  Lula visitou a Líbia para participar da Cúpula da União Africana (OUA).

E agora José? Serra continua o mesmo. Para ele vale tudo, de calúnia a distorção dos fatos históricos. Tudo para atingir seu objetivo de desqualificar o adversário. Vai perder de novo a qualquer coisa que concorrer. Já perdeu duas eleições presidenciais (e uma de prefeito de São Paulo) e perderá a 3ª se for por esse caminho.

Gente honesta

Já já bancos suiços e cia anunciam bloqueio das contas do Muamar Kadafi...

Isso depois de breves 40 anos que usaram os $$$ do ao bel prazer...

Coisa de gente honesta, corrijo...

Onestississima!

por Carlos Chagas

Tolerância desmedida

De repente, os Estados Unidos  resolveram fazer exame de consciência e reconhecer terem sido tolerantes durante décadas com os ditadores do Oriente Médio e adjacências.  Indagam-se, contritos, como foi possível tanta complacência? Por décadas aceitaram Mubarak, Kadafi e quantos outros sheiks de nomes impronunciáveis, sem esquecer no passado  o Xá da Pérsia e  Saddam Hussein, enquanto  aliado.

Trata-se de puro farisaísmo, porque   esses montes de ditadores fizeram o jogo econômico e político dos americanos,  sendo não apenas tolerados, mas cortejados e estimulados. Mais ou menos como aconteceu na América do Sul e  na América Central no tempo  dos generais-presidentes.

Se é para valer esse arrependimento, então torna-se preciso que  sigam adiante, se  tiverem coragem, que   não tem sempre que estão em jogo seus interesses.  O que é a China, senão uma ditadura, em certos aspectos até mais dura do  que nas areias do deserto? A própria  Rússia, onde Wladimir Putin age como csar, ora presidente, ora primeiro-ministro. O Paquistão é aliado? Então o seu general deve permanecer  em Karachi.

Convenhamos, não há meio arrependimento, como não há  meia gravidez.

O Poder desestabilizado

...A encruzilada dos States

Não consigo entender a razão que me impede de ser um grande admirador dos Estados Unidos da América do Norte. E olhe que já tentei: comprei um chapeuzinho do Mickey na Disneylândia, fantasiei-me de Homem Aranha no Carnaval, compadeci-me com os assassinatos de John Kennedy e Martin Luther King, tenho uma nota de um dólar guardada como talismã, mas não tem jeito, não consigo engolir o tal ‘american way of life’.
Devo confessar, inclusive, que tenho grande admiração pela produção cultural norte americana, sua literatura, seu teatro dramático e musical, o blues e o soul na música, muitos de seus filmes, poetas como Whitman e Auden, dramaturgos como Albee, Miller e Tennessee Williams, escritores do talento de Faulkner e Baldwin… E a lista aqui seria extensa.

Mas quanto à sua decantada democracia e o seu papel de polícia do mundo, não. Aí, não… Aí o assunto se reveste de inquestionável transcendência.  O mundo já está cansado da intromissão direta de siglas como CIA, DEA, FBI, MARINES ou indireta como FMI, ONU, OEA, OTAN (onde prevalece a ‘visão norte americana’ e corporativa do mundo capitalista) e outras menos conhecidas pelo grande público, mas não menos importantes ou perniciosas.

Guerras - O pesadelo que nunca vai acabar

65 anos depois de os EUA arrasarem Hiroshima e Nagasaki com a bomba atômica, a ameaça de uma guerra nuclear continua a assombrar o mundo


Apesar dos esforços da ONU e de acordos entre americanos e russos para reduzir arsenais, conflitos no Oriente Médio e na Ásia assustam. 


Ontem, ex-espiões da CIA alertaram para ataque que Israel prepara contra o Irã, como forma de impedir que o vizinho construa a temível bomba. 

Na Ásia, as escaramuças entre as Coreias do Norte e do Sul também preocupam.
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Presidente da Síria pede Lula na negociação com Israel

O presidente da Síria, Bashar Assad, disse em entrevista exclusiva ao correspondente Gustavo Chacra que pedirá ajuda do presidente Lula na negociação de um acordo com Israel. 

Assad, que chega ao Brasil na próxima quarta-feira, afirmou que, com a atual administração do primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, uma guerra no Oriente Médio não pode ser descartada. 

“Este governo é extremista. Ele está se movendo em direção à guerra, não à paz.”
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CARTA AO GOVERNO ISRAELENSE - por Silvio Tendler

Senhores que me envergonham:
Judeu identificado com as melhores tradições humanistas de nossa cultura, sinto-me profundamente envergonhado com o que sucessivos governos israelenses vêm fazendo com a paz no Oriente.Médio.
As iniciativas contra a paz tomadas pelo governo de Israel vem tornando cotidianamente a sobrevivência em Israel e na Palestina cada vez mais insuportável.
Já faz tempo que sinto vergonha das ocupações indecentes praticadas por colonos judeus em território palestino. Que dizer agora do bombardeio do navio com bandeira Turca que leva alimentos para nossos irmãos palestinos? Vergonha, três vezes vergonha!
Proponho que Simon Peres devolva seu prêmio Nobel da Paz e peça desculpas por tê-lo aceito mesmo depois de ter armado a África do Sul do Apartheid.
Considero o atual governo, todos seus membros, sem exceção,  merecedores por consenso universal do Prêmio Jim Jones  por estarem conduzindo todo um pais para o suicídio coletivo.
A continuar com a política genocida do atual governo nem os bons  sobreviverão e Israel perecerá baixo o desprezo de todo o mundo..
O Sr., Lieberman, que  trouxe da sua Moldávia natal vasta experiência com pogroms, está firmemente empenhado em aplicá-la contra nossos irmãos palestinos. Este merece só para ele um tribunal de Nuremberg.
Digo tudo isso porque um judeu humanista não pode assistir calado e indiferente o que está acontecendo no Oriente Médio. Precisamos de força e coragem para, unidos aos bons, lutar pela convivência fraterna entre dois povos irmãos.
Abaixo o fascismo!
Paz Já!
Silvio Tendler

Lula reclama negociações para a paz e critica países ricos

O presidente Lula abriu ontem o 3º Fórum Mundial de Aliança de Civilizações, promovido pela ONU, criticando o comportamento dos países desenvolvidos durante e após a crise financeira internacional que eclodiu em 2008.
    “Incapazes de assumir seus próprios erros, alguns governantes buscam transferir o ônus da crise para os mais fracos. Adotam medidas protecionistas que oneram bens e serviços e, ao mesmo tempo, se mostram lenientes com os paraísos fiscais e responsabilizam imigrantes pela crise social”, afirmou o presidente.
     Lula também defendeu a busca de uma solução negociada para a crise nuclear iraniana e afirmou que o Brasil manterá seus esforços pela paz no Oriente Médio.
    “O mundo precisa de um Oriente Médio em paz. O Brasil não está alheio a essa necessidade. Defendemos um planeta livre de armas e o cumprimento do Tratado de Não-Proliferação de Armas Nucleares”.
    Aos representantes de 104 países presentes ao Fórum, no Rio, Lula lembrou a recente visita ao Irã, onde mediou um acordo de troca de combustível nuclear com Teerã, junto com o primeiro-ministro da Turquia, Recep Tayyip Erdogan. O acordo não impediu que potências ocidentais, que suspeitam que o Irã busca armas atômicas, seguissem pressionando por novas sanções ao país. Lula considerou os arsenais nucleares “obsoletos e de um tempo já superado” e disse que o Brasil “é um dos poucos países que consagram o desarmamento em sua Constituição”.

EXEMPLO E SENSIBILIDADE
   O primeiro-ministro da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, também lembrou a reunião com Lula em Teerã e falou de paz entre as culturas, tema desse 3º Fórum de Aliança de Civilizações. Para Erdogan, os países que criticam as armas nucleares devem seguir o exemplo da Turquia e do Brasil – que não tem arsenal nuclear – e eliminar as armas de seus próprios países.
    “Nos reunimos em Teerã para conseguir a paz mundial. Não conseguiremos isso com a proliferação de armas nucleares”, afirmou o primeiro-ministro.
    Erdogan foi aplaudido ao dizer que “Islã e terrorismo são palavras opostas e não caracterizam a essência do povo islâmico”.  Para ele, a história da humanidade não pode ser lida como sucessões de guerras e paz, mas como troca de ideias a partir da riqueza da interação entre as diferentes culturas. O primeiro-ministro da Turquia defendeu a sensibilidade como fator de principal para a paz.
    “É errado ignorar a sensibilidade dos outros. Choramos pelas crianças que estão no meio dos conflitos do Afeganistão e do Iraque, assim como pelas crianças que perderam suas famílias no terremoto do Chile. Choramos pelas vítimas das torres gêmeas em Nova Iorque, assim como pelas vítimas dos metrôs de Londres, Istambul e Madri e também ouvimos as vozes que estão na região de Gaza”, disse ele.
    O 3º Fórum Mundial de Aliança de Civilizações pretende mobilizar a opinião pública em favor da superação de preconceitos e percepções equivocadas que, muitas vezes, levam a conflitos entre Estados e comunidades heterogêneas.

ASSIM COMO NO IRAQUE...


por Carlos Chagas

A comunidade internacional dispõe de todos os motivos para desconfiar das intenções do Irã, que apesar de haver assinado acordo com o Brasil e a Turquia, continuará enriquecendo urânio a 20% ou mais em seu território. Desconfia-se, também, que o presidente Ahmadinejah permanece disposto a fazer a bomba atômica. É preciso cuidado e vigilância, apesar de nenhuma reação registrar-se diante da evidência de que Israel possui artefatos nucleares. 

Agora tem um problema: não fosse o país dos aiatolás  um dos maiores produtores de petróleo do mundo, seria tão grande assim a má vontade das potências nucleares, com os Estados Unidos à frente? Afinal, de verdade ou de mentirinha, o governo de Teerã assinou um tratado comprometendo-se a enviar 1.200 quilos de urânio pouco enriquecido para a Turquia e a receber, dentro de um ano, 120 quilos enriquecidos a 20%, de uso limitado a atividades energéticas e de medicina.


Estariam os gaviões atômicos empenhados apenas em impedir  o Irã de  ingressar no seu clubinho? Ou andam de olho no petróleo do país, hoje exportado para o mundo inteiro, mas pode ser que amanhã,  não,  por iniciativa de um dirigente radical qualquer?

É bom não esquecer o que aconteceu no Iraque.  Saddam Hussein teria sido deposto e condenado à morte por possuir armas de destruição em massa, que afinal não possuía, ou  por haver prometido  trocar o dólar pelo euro, nos negócios petrolíferos sob sua supervisão? Hoje, quem comanda as operações de extração e comercialização do petróleo iraquiano,  senão as grandes empresas americanas e inglesas?

Não  cogitam, por enquanto, da invasão armada do Irã, mas que ela se encontra  minuciosamente planejada, não há que duvidar. Assim como no caso da invasão do Iraque, argumentos e pretextos não faltam. Saddam invadiu os poços de petróleo do  Kwait, foi posto para fora e ficou marcado para morrer. Ahmadinejah que se cuide.

Brasil quer mais poder na cena global, diz Lula

O Brasil quer conquistar no cenário político internacional a mesma relevância que vem ganhando na economia mundial, ao crescer a taxa anual que se aproximou de dois dígitos no primeiro trimestre, enquanto os países desenvolvidos, principalmente da Europa, ainda tentam encontrar saídas para a crise. Esse foi, em resumo, o recado deixado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em sua passagem de dois dias por Madri.

Em seu último compromisso, Lula permaneceu por seis horas com cerca de 150 empresários espanhóis no seminário sobre investimentos no Brasil promovido pelo Valor e o diário "El País". Em encontro reservado com editores dos dois jornais, Lula fez críticas ao ceticismo com que foi recebida em alguns setores sua intermediação no conflito gerado pelo programa nuclear do Irã, particularmente nos EUA. 



"Ninguém gosta de um novo ator. Mas onde está escrito que os Estados Unidos são o xerife do Oriente Médio e do mundo?"

Lula: "O mundo já não é o mesmo do tempo em que as decisões eram tomadas por Churchill, Stalin e Roosevelt em torno de uma garrafa de uísque"

O confronto entre duas visões de mundo e soberania


Rússia apoia esforço do Brasil pela paz no Irã; Sarkozy endossa tentativa brasileira de um acordo que evite sanções contra o Irã; alto funcionário do Departamento de Estado norte-americano reconhece: 'Lula é a última chance para que o Irã retorne negociações". O embaixador dos EUA no Brasil, Thomas Shannon, ao Financial Times:  ' À medida que o Brasil se torna mais afirmativo globalmente e começa a afirmar sua influência, vamos trombar com o Brasil em novos temas - como o Irã, o Oriente Médio, o Haiti; embora positiva de uma maneira geral esta postura brasileira está nos desafiando porque significa que temos de repensar a forma como entendemos nosso relacionamento". E Serra? Aspas para sua declaração  em entrevista à RBS essa semana: 'Como presidente, não receberia nem visitaria Ahmadinejad'.