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Negócios da China

[...] Editorial

Pela República Popular da China, a presidente Dilma Rousseff começa sua primeira missão no cenário internacional, que abrange também visitas à Grécia, República Theca e Portugal, durante dez dias. Acompanhada de uma comitiva de empresários, ela tratará de temas políticos, econômicos, sociais e comerciais. Segunda mais importante economia do mundo, a China representa a mais fértil parceria comercial do Brasil, superando, inclusive, a predominância dos Estados Unidos.

A visita coincide com o momento em que o ascendente país asiático inicia a implantação, no mundo inteiro, de veículos de informação estatal que desempenham a dupla função de comunicação e inteligência. Essa cadeia de informação objetiva consolidar o prestígio chinês e fincar sua presença em inúmeros países onde antigas potências têm perdido progressivamente o poder de influência.

O citado canal de difusão informativa apresenta programação ininterrupta em língua inglesa e é veiculado através de cabo, por satélite, pela internet e pelo telefone celular, fazendo concorrência aos canais internacionais em seu gênero. No futuro próximo, a empresa de comunicação chinesa pretende estar presente em todos os continentes e ganhará o reforço da publicação de jornais nas línguas japonesa, russa, francesa, árabe e, também, em língua portuguesa.

Segundo observadores políticos, o diferencial apresentado pelo canal chinês em relação aos veículos de informação ocidentais, ainda que alguns destes sejam financiados por taxas públicas e seus dirigentes ocupem funções concedidas através de nomeações do Estado, é que a linha editorial chinesa decorre exclusivamente das orientações governamentais. A proposta de Pequim seria investir em todos os mercados, sem se preocupar, pelo menos de início, com retorno em termos de rentabilidade. Esse objetivo havia sido divulgado antes da implantação do canal, na Cúpula Mundial da Mídia, reunindo mais de 300 jornalistas de cerca de 170 países. A agência responsável pelas divulgações difunde cerca de mil notícias por dia em sete idiomas, entre os quais o português, além de enviar e trocar fotos, imagens de vídeo e reportagens de rádio com dezenas de agências de notícias internacionais.

Tão intensa estratégia de contínua expansão deverá conduzir o canal, em médio prazo, segundo a revista americana "Newsweek", a dispor de 200 escritórios no exterior, com cerca de 6.000 jornalistas mobilizados em todo o mundo. Um tentacular império de comunicação à altura da segunda economia mundial, embora haja a lamentar que o respeito aos direitos humanos na China ainda esteja longe de honrar a magnitude alcançada pelo país em outros setores.

Na visita ao relevante parceiro comercial do Brasil, onde a presidente Dilma Rousseff terá a distinção de encerrar oficialmente o Fórum Empresarial Brasil-China, por certo existirão chances de serem reivindicadas importantes sinalizações para uma produtiva presença brasileira em vários setores da economia internacional e medidas de combate à pirataria, bem como de se expressar o propósito nacional de pugnar pela causa dos direitos humanos.

Embraer executive jets will sell in China

A few days to host summit of the BRICs, the tropical island of Hainan in southern China, hosted another meeting of emerging: the 250 richest men in the second world economy were there last weekend.Among millionaires yachts and brands like BMW and Chopard, Embraer signed an agreement for financing of business jets, the latest strategy not to close its factory in the country."Both parties rely on the future of Chinese aviation market," said Kong Linshan, president of Minsheng Financial Leasing, when signing the agreement, along with Embraer's vice president Luis Carlos Affonso.Unable so far to permit China to produce the E-190, for up to 114 passengers, Embraer is now seeking the agreement of the country to produce 600/650 Legacy executive jets.The company estimates that the visit of President Rousseff, next week will be decisive for the plant that remains in Harbin (northeastern China), almost at a standstill for lack of orders to the only model that is authorized to produce.Opened in 2002, the joint venture between Embraer and AVIC 2 state is only allowed to produce the ERJ-145 to 50 passengers, have no market. The last manufacturing unit should be delivered in the first half of this year, sought the company did not say whether the plant is stopped.As China has resisted allowing the construction of the E-190 is supposed to focus on the design of a Chinese aircraft, Embraer has recently proposed the Beijing manufacture business jets.The technical part is easier since the 600/650 Legacy is built on the same platform as the ERJ-135. The problem seems to be little Chinese market for such aircraft."There simply is not enough demand for the Legacy 600 in China to keep an entire production line," says analyst Brendan Sobie, the Center for Aviation Asia and Pacific, based in Australia.Sobie said the lack of infrastructure at airports for business jets is one of the problems. "Another issue is cultural. Unlike regions like the Middle East, people and companies in China do not like to display using jets. "In fact, of 115 Embraer aircraft sold to China since 2000, all commercial aircraft are jet-no. Of these, 41 ERJ-145 are built at the factory in Harbin, which brings together 250 of the 300 employees of Embraer in the country.According to data from Embraer, the company has 60% of the Chinese aircraft up to 120 seats."Maybe one day build Embraer jets in China, but right now the company needs a viable commercial aviation program to maintain its joint venture in Harbin open. The E-190 is really the only alternative, "Sobie said.

Embraer

[...] vai vender jatos executivos na China

A poucos dias de sediar cúpula dos Brics, a ilha tropical de Hainan, no sul da China, abrigou outro encontro de emergentes: 250 dos homens mais ricos da segunda economia mundial estavam lá no último fim de semana.
Entre iates milionários e marcas como BMW e Chopard, a Embraer assinou um acordo para financiamento de jatos executivos, a mais recente estratégia para não fechar a sua fábrica no país.
“Ambas as partes confiam no futuro do mercado de aviação executiva chinês”, disse Kong Linshan, presidente da Minsheng Financial Leasing, ao assinar o acordo, ao lado vice-presidente da Embraer Luís Carlos Affonso.
Sem conseguir até agora a autorização chinesa para fabricar o E-190, para até 114 passageiros, a Embraer está agora buscando o aval oficial para produzir no país jatos executivos Legacy 600/650.
A empresa avalia que a visita da presidente Dilma Rousseff, semana que vem, será decisiva para a fábrica que mantém em Harbin (nordeste da China), praticamente parada por falta de encomendas ao único modelo que está autorizado a fabricar.
Aberta em 2002, a joint venture entre a Embraer e a estatal Avic 2 só está autorizada a produzir o modelo ERJ-145, para 50 passageiros, já sem mercado. A última unidade em fabricação deveria ser entregue no primeiro semestre deste ano -procurada, a empresa não informou se a fábrica está parada.
Como a China tem resistido a autorizar a construção do E-190, supostamente para privilegiar o projeto de um avião chinês, a Embraer recentemente propôs a Pequim fabricar os jatos executivos.
A parte técnica é fácil, já que os Legacy 600/650 são construídos na mesma plataforma do ERJ-135. O problema parece ser o pequeno mercado chinês para esse tipo de avião.
“Simplesmente não há demanda suficiente para o Legacy 600 na China para manter uma linha de produção inteira”, diz o analista Brendan Sobie, do Centro para a Aviação da Ásia e do Pacífico, com sede na Austrália.
Sobie disse que a falta de estrutura nos aeroportos para jatos executivos é um dos problemas. “Outro tema é cultural. Ao contrário de regiões como o Oriente Médio, as pessoas e as empresas na China não gostam de se exibir usando jatos.”
De fato, dos 115 aviões da Embraer vendidos à China desde 2000, todos são aviões comerciais -nenhum jato executivo. Desses, 41 são ERJ-145 construídos na fábrica de Harbin, que reúne 250 dos 300 funcionários da Embraer no país.
Segundo dados da Embraer, a empresa tem 60% do mercado chinês de aeronaves até 120 assentos.
“Talvez um dia a Embraer construirá jatos executivos na China, mas no momento a empresa precisa de um programa de aviação comercial viável para manter a sua joint venture em Harbin aberta. O E-190 é realmente a única alternativa”, afirmou Sobie.

Automóvel

Brasil produz mais que americanos pelo segundo ano seguido. 

Sem incluir comerciais leves, caminhões e ônibus, em 2010 as montadoras locais produziram 2,82 milhões de carros e as americanas, 2,73 milhões. 

Nesse segmento, o Brasil é o quinto maior produtor, atrás da China (13,8 milhões), Japão (8,3 milhões), Alemanha (5,5 milhões) e Coreia (3,86 milhões). 

Os EUA estão em sexto lugar e a Índia em sétimo (2,81 milhões). 

A produção mundial atingiu 58,2 milhões de automóveis, número que, somado aos veículos comerciais, totaliza 77,6 milhões de unidades, 25,7% a mais que em 2009.

Entre os dez maiores fabricantes, quatro cresceram acima do índice nacional. 
O México produziu 50% mais que em 2009, os EUA cresceram 35,4%, a Índia, 33,9% e a China, 32,4%. 
O Brasil cresceu 14,6%. A projeção para este ano é de alta de apenas 1%, para 3,68 milhões de veículos, o que abre grande chance de ser ultrapassado pela Índia, que deve manter seu ritmo acelerado.

Como Dilma Rousseff "vê" o mundo

Em apenas três meses, a presidente coloca uma marca própria na condução da política externa e elege a China como o maior desafio diplomático do governo

Claudio Dantas Sequeira – Istoé

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NOVO OLHAR
Dilma muda a maneira de ver o papel do Brasil no mundo
Em menos de três meses de governo, a política externa é a área em que a presidente Dilma Rousseff mais tem deixado a sua marca. Embora ainda seja cedo para apontar rupturas definitivas, várias posições tomadas indicam um olhar próprio de Dilma sobre o papel do Brasil no mundo. A ênfase na defesa dos direitos humanos, o abandono do antiamericanismo e a obsessão por compreender melhor a China caracterizam o novo governo, que também se mantém mais distante dos apelos “bolivaristas” da América Latina. A mudança já surpreende a comunidade internacional e tem até irritado alguns parceiros da gestão Lula. Na segunda-feira 7, um almoço oferecido pela embaixada brasileira em Genebra à dissidente iraniana Shirin Ebadi, prêmio Nobel da Paz de 2003, deixou furioso o governo de Mahmoud Ahmadinejad. O gesto foi interpretado como uma afronta. Teerã teme que o governo brasileiro mude seu voto na ONU e passe a condenar o regime dos aiatolás. “A presidente Dilma chegou à conclusão de que é incompatível termos uma política de direitos humanos dentro do País e outra diferente lá fora”, justifica um assessor do Planalto. Isso explica por que o Itamaraty não pensou duas vezes ao apoiar as sanções do Conselho de Segurança contra o governo do ditador líbio Muamar Kadafi, chamado de “companheiro e irmão” pelo ex-presidente.
Marco Aurélio Garcia, assessor internacional da Presidência, que também trabalhou para Lula, evita comparações. “É normal que a presidente, tendo sido vítima da repressão militar, dê mais destaque à questão dos direitos humanos”, afirma Garcia. Mas ressalta que o Brasil já havia participado ativamente da criação do Conselho de Direitos Humanos da ONU em 2006. Os afagos feitos por Lula a Ahmadinejad, no entanto, deixaram a impressão de que o Brasil seria cúmplice dos abusos contra a oposição naquele país e até simpatizante de seu programa nuclear. Essa postura acabou prejudicando a articulação brasileira por um assento permanente no Conselho de Segurança da ONU. A saída, agora, segundo fontes diplomáticas, é marcar distância em relação ao Irã.
A área de direitos humanos não é a única a sofrer a intervenção pessoal de Dilma. A presidente já mandou o chanceler Antonio Patriota dizer em Washington que não haverá mais “componentes ideológicos” na relação com os EUA. A visita do presidente Barack Obama no dia 19 servirá para pôr fim ao antiamericanismo que caracterizou a gestão de Celso Amorim. “A relação ganhará um novo impulso com o encontro de Obama e Dilma”, diz Garcia. Além de intensificar o volume de comércio bilateral, os dois governos devem atuar juntos em terceiros países, especialmente em nações africanas. A aproximação, é claro, não significa alinhamento. Ninguém espera, por exemplo, que o Brasil se alie aos EUA contra a China na questão cambial. Para o Itamaraty, tudo o que se refere a barreiras comerciais seguirá sendo tratado exclusivamente no âmbito da OMC.
O maior desafio da política externa para Dilma chama-se China. Se por um lado o Brasil tem superávit de US$ 5 bilhões, a pauta de exportação ainda é concentrada em commodities. E, para mudar essa dinâmica, a presidente acha que é necessário mudar a relação de “balcão de negócios” para um diálogo político estratégico com a China. Para isso, a presidente, que visitará aquele país em abril, autorizou o aumento do número de diplomatas na embaixada brasileira em Pequim, dos atuais dez para 23, igualando-a aos níveis das representações em Buenos Aires e Washington. Será aberto um terceiro consulado, na região de Cantão, e haverá cursos de capacitação no Itamaraty. Como sinal dos novos tempos, o chanceler Patriota, que já serviu na China, voltou a tomar aulas particulares de mandarim, duas vezes por semana.
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Quirguistão, mais uma frente de guerra pelo petróleo

No meio do renovado clima de tensão entre a Rússia e o eixo EUA-Otan no Cáucaso, em um centro estratégico da "guerra fria" pelo controle das fontes e rotas do petróleo na Ásia Central, o Quirguistão, país chave na ocupação militar do Afeganistão, ingressou em um processo de violência e de "guerra civil" que envolve por igual as duas primeiras potências nucleares do planeta. Trata-se de uma nova e perigosa frente em uma área explosiva que contém mais de 70% das reservas petrolíferas mundiais. Continua>>>

Um barril de pólvora

O Quirguistão, uma ex-república soviética de 5 milhões de habitantes, é um centro estratégico da "guerra fria" pelo controle das fontes e rotas do petróleo na Ásia Central.

Também conhecido como Quirguizistão, Quirguízia, e oficialmente como República Quirguiz, é um país montanhoso da Ásia Central, sem saída para o mar, que tem fronteiras com a República Popular da China, Cazaquistão, Tadjiquistão e Uzbequistão. Sua capital é Bichkek, antiga Frunzé.

O país conta com uma população de pouco mais de 5,35 milhões de habitantes, distribuídos em 198.500 km². Dividida de forma desigual, se concentra na capital, Bichkek, e nas zonas banhadas pelo rio Naryn e por seus afluentes.

Abriga uma base militar russa, uma base estadunidense e joga um papel vital no dispositivo de ocupação militar do Afeganistão.

Além disso, o processo de violência e de "guerra civil" desatado no Quirguistão é outra perigosa frente aberta em uma região petrolífera marcada pelos conflitos no Paquistão e no Afeganistão, que repercutem diretamente pelas fronteiras do Irã e a guerra latente no Oriente Médio.

O país integra a Organização de Cooperação de Xangai (OCS, na sigla em inglês), junto com a China, Rússia, Cazaquistão, Tadjiquistão e Uzbequistão.

Mas também, fazendo jogo duplo, mantém acordos com o eixo EUA-União Europeia. Recentemente, um governo pró-estadunidense foi derrubado para dar lugar a um pró-russo.

Essa situação desequilibrou a balança e a inclinou para o lado da estratégia do Kremlin, que se viu diante da possibilidade de recuperar um enclave estratégico que o "eixo ocidental" lhe havia arrebatado após a extinção da URSS.

Com o novo conflito aberto no Quirguistão, Rússia e Estados Unidos voltaram a cruzar-se perigosamente em uma região chave na disputa estratégica pelo controle dos recursos energéticos que já teve seu primeiro desenlace armado na chamada "guerra da Geórgia", em agosto de 2008.

Deslocamentos militares da Otan, a questão da instalação de sistemas de mísseis dos EUA em espaço pós-soviético, e um reposicionamento estratégico da Rússia na Abkhásia e na Ossétia do Sul, antigos territórios da Geórgia, marcam o calendário imediato de uma região de alta voltagem em termos de conflitos.

A Geórgia, ponta-de-lança da estratégia imperialista no Cáucaso, continua rodeada por aparato militar russo, enquanto que na Ucrânia (ex-aliada dos EUA) o governo está controlado por um governo pró-russo que restaurou todos os acordos estratégicos com Moscou, inclusive a permanência da base da marinha russa do Mar Negro, na Crimeia.

Ao mais puro estilo da CIA e dos serviços de espionagem ocidentais, a resposta imediata à derrubada do presidente pró-americano no Quirguistão, Kurmanbek Bakiyev, foram as "revoltas populares"conduzidas pelo derrubado.

Pouo a pouco a situação foi amadurecendo, e finalmente derivou para a "guerra civil" entre a maioria quirguiz (55% da população) e a minoria uzbeca (31% de uzbeques).

A "guerra civil" é uma metodologia que a CIA e os serviços ocidentais utilizam tanto para conquistar como para reconquistar territórios e governos.

A utilizaram (e utilizam) no Iraque, no Afeganistão, Paquistão, Sudão, Iêmen, Nigéria e em qualquer lugar onde existe petróleo ou recursos para depredar em nome da "guerra contra o terrorismo".

O Quirguistão é chave, não somente porque se encontra na área mais estratégica e explosiva do planeta, mas também porque representa uma área na disputa entre Rússia e Estados Unidos, com a China na fronteira.

A nova "guerra fria" entre Rússia e Estados Unidos é, antes de tudo, uma guerra econômica pelo controle de recursos estratégicos, com o petróleo e o gás como os dois objetivos fundamentais em disputa.

Trata-se de uma guerra )por enquanto fria) pelo controle das redes de oleodutos euroasiáticos, onde a China joga sua sobrevivência em aliança com a Rússia.

Além disso, na agenda militar e geopolítica do espaço asiático, Pequim, da mesma forma que Moscou, se situa no eixo oposto ao projeto estratégico imperialista ocidental, que militarizou a região euroasiática para desestabilizar as redes energéticas da Rússia, das quais a China é a principal beneficiária.

Moscou e Pequim, em aberto desafo à hegemonia imperialista, por sua vez construíram acordos militares estratégicos e consolidaram um bloco militar e econômico comum na Ásia em aberto desafio à Otan.

Como produto de uma "guerra civil" ativada pelos serviços de inteligência, o Quirguistão hoje está ardendo e em situação de catástrofe humanitária.

Nesse meio, Rússia e o eixo imperialista pelejam uma batalha silenciosa para ver quem fica com o controle do país.

Os Estados Unidos, que acabam de perder um enclave estratégico como a Ucrânia, que deveria exercer maior influência sobre a Geórgia durante a Guerra do Cáucaso, não pode se dar ao luxo de perder o Quirguistão.

E enquanto a CIA atiça a guerra interétnica, Moscou estuda estratégias para intervir militarmente no país, como se fosse uma "força de paz". Com outro dado anexo, que traz a sardinha para a brasa russa: 11% da população do Quirguistão é russa.

A rússia começa a buscar argumentos a partir da integração do Quirguistão à OCS, a "Otan" paralela da Ásia Central liderada por Pequim e Moscou.

De qualquer maneira, o massacre interétnico já abriu outra frente de conflito na estratégica zona do "triângulo petrolífero", que envolve a Eurásia e o Oriente Médio e contém mais de 70% das reservas energéticas mundiais.

Este é o ponto central que esconde o massacre manipulado que a mídia do sistema apresenta como uma "guerra de etnias", entre quirguizes e uzbecos.

Rússia contra as sanções ao Irã

O chanceler russo Sergei Lavrov tornou oficial o que já era óbvio: a Rússia está fora da aventura das sanções e apoia o acordo trilateral Brasil-Irã-Turquia como caminho para a solução da questão do programa nuclear iraniano.

“Recebemos muito bem esse acordo. Se for implementado plenamente, ele criará pré-condições muito importantes não só para a a solução do probelma concreto… como também para melhorar a atmosfera para orecomeço das negociações”. [...] Se o Irã cumprir estritamente as suas obrigações, a Rússia apoiará ativamente o esquema proposto pelo Brasil e pela Turquia”, declarou o ministro russo em uma conferência de imprensa em Moscou esta manhã. Segundo ele, “o acordo cumpre os requisitos de uma solução pacífica da questão nuclear iraniana”.
Não deve demorar muito para que os chineses façam um anúncio mais ou menos no mesmo molde, e deve demorar menos ainda para que comecem os gritos de “traição” na imprensa pró-sanções do mundo todo. O fato é que nem os russos nem os chineses nunca prometeram que iriam apoiar a imposição de sanções a qualquer custo. O que prometeram, em troca de pesados favores dos EUA, foi permitir à Hillary Clinton mostrar ao mundo como “vitória” um papel com as sanções que a China e a Rússia *poderiam* aprovar, se não houvesse outra solução.
Como bem lembrou o Lavrov, se o Irã fizer a parte dele (o que não é garantido), o “Tratado de Teerã” entre o Brasil, o Irã e a Turquia será o começo do fim da ofensiva belicista contra o Irã. Terá sido uma vitória estrondosa da diplomacia brasileira, credenciando-nos como moderadores responsáveis e eficazes na arena internacional, obtida em grande parte graças ao empenho – a teimosia, quase – e a capacidade de negociação do presidente Lula.

por Tomás Rosa Bueno

Top secret:o negócio atômico Israel-Apartheid

Deu muito trabalho, mas é algo que, infelizmente, a imprensa brasileira, com todos os seus recursos, não se dignou a fazer. Tijolaco.com foi buscar os documentos publicados pelo jornal inglês “The Guardian” para demonstrar que, sendo verdadeiros, se trata de de um escândalo mundial que não pode ser abafado pela mídia.
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Israel não só ofereceu armas nucleares para a África do Sul, como o fez por “identidade de aspirações e interesses”, como escreveu o então ministro da Defesa de Israel  e hoje presidente do país, Shimon Peres, em carta ao secretário de Informação da África do Sul, E.M.Rhoodie, datada de 22 de novembro de 1974, quando as negociações ainda estavam em curso.
A África do Sul era um país isolado pela comunidade internacional pela sua política racista do apartheid . Estava sob embargo mundial e nem nos Jogos Olímpicos era aceita. Em relação a esse estado condenado por seu segregacionismo, Israel manifestava um apreço impressionante pelo que se constata na carta de Peres, um dos documentos revelados pelo The Guardianpara comprovar a negociação nuclear entre os dois países.
Peres inicia a correspondência agradecendo os esforços de Rhoodie nos encontros que tinham acontecido naquele mês, em Pretória, e escreve que a cooperação entre Israel e África do Sul se baseava “não apenas nos interesses comuns e na determinação similar de resistir aos nossos inimigos, mas também nos inabaláveis fundamentos de nosso ódio comum à injustiça e de nossa recusa de se submeter a ela.”
O texto é um primor de sarcasmo na referência ao ódio à injustiça em se tratando de uma África do Sul que a praticava diariamente em sua repugnante política com base na superioridade de brancos sobre negros.
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Os documentos revelados peloThe Guardian são esmagadores e não deixam nenhuma dúvida sobre a negociação em curso. Em um memorando secreto de março de 1975, do chefe militar da África do Sul, general RF Armstrong, duas suposições foram feitas sobre o sistema de armamentos oferecido por Israel: que os mísseis seriam armados com ogivas nucleares manufaturadas na África do Sul ou obtidas em outro lugar, e que os mísseis teriam uma longevidade aceitável de modo que se mantivessem estáveis e operacionais por um considerável número de anos enquanto estivessem armazenados.
A primeira suposição seria inexeqüível, já que a África do Sul não tinha a menor condição de construir armas atômicas. Em um encontro posterior entre Peres e o ministro da Defesa sul-africano Pieter  Botha, em Zurique, as referências ao Projeto Jericho, de armas nucleares israelenses são claras. Nessa época, o projeto era conhecido pelo codinome Chalet, nome usado no documento oficial e já revelado, antes da publicação do jornal inglês, no livro How SA built six atom bombs. (Como a África do Sul construiu seis bombas atômicas)
As minutas do encontro classificado como” top secret” registram que o “ministro Botha manifestou interesse em um número limitado de unidades do Chalet, sujeito à disponibilidade correta da carga. O ministro Peres disse que a carga correta estava disponível em três tamanhos. O ministro Botha expressou sua satisfação e disse que faria consultas.
The Guardian,  os três tamanhos fariam referência  a armas convencionais, químicas e nucleares. Para o jornal inglês, o eufemismo “carga correta” (correct payload) reflete se tratar de arma nuclear pois não seria utilizado no caso de armas convencionais.
A África do Sul opta pela aquisição de armas nucleares por ter concluído que as ameaças ao país estavam se tornando um real perigo a curto prazo. O país do apartheid vislumbrava a possibilidade de que um inimigo, assumindo identidade africana ou de um exército de libertação, poderia adquirir e lançar contra ele um ataque com arma nuclear.
O memorando apontava a China como a potência nuclear mais provável de se associar a “tal aventura”, e citava o diretor da “Agência Central de Armas” dos EUA, que sustentava que as armas nucleares se tornariam disponíveis a grupos subnacionais – rebeldes -  nos próximos 10 anos.
Os documentos, tornados disponíveis pela África do Sul, revelam que a existência do acordo deveria ser secreta, o que foi aceito pelas duas partes, com a assinatura de Peres e do ministro da Defesa sul-africano Pieter Botha.
E ficou secreto por mais de 30 anos.
A verdade, porém, nunca pode ser oculta indefinidamente. A surge justamente agora, quando o mundo precisa ver quem é quem nesta discussão sobre controle da energia atômica.

Brasil - Consumo cresce em ritmo chinês


Leandro Modé e Raquel Landim – O Estado de S.Paulo

A demanda dos brasileiros – que inclui consumo das famílias, gastos do governo e investimentos das empresas – está crescendo em ritmo chinês. O desempenho surpreendeu a maioria dos analistas e deixou o mercado de juros nervoso. Bancos e consultorias já projetam uma alta maior da taxa básica de juros (Selic) na reunião de abril do Comitê de Política Monetária (Copom).
No segundo semestre de 2009, a demanda doméstica já crescia a uma taxa anual de 10,5%, de acordo com levantamento do ex-diretor do Banco Central (BC) e economista-chefe do Santander Brasil, Alexandre Schwartsman. A série elaborada por ele revela que é o ritmo mais forte em 15 anos.
Segundo especialistas, tudo indica que, no primeiro trimestre de 2010, o crescimento manteve a mesma toada, na pior das hipóteses. Mas há quem diga que estaria hoje ao redor de 13% ao ano, similar ao chinês – de janeiro a março, a demanda doméstica da China cresceu 13,1%.
Por isso, nas últimas semanas, muitas instituições revisaram para até 7% a projeção de crescimento do PIB em 2010. Antes, trabalhavam com uma expansão de 5% a 5,5% da economia.
Consumo. Segundo cálculos da consultoria MB Associados, serão despejados na economia este ano R$ 244 bilhões a mais em consumo e investimento. As famílias vão consumir R$ 141 bilhões a mais, a administração pública vai elevar os gastos em R$ 34 bilhões, e as empresas vão investir R$ 68 bilhões mais. Em todo o governo Lula, o consumo das famílias cresceu cerca de R$ 500 bilhões – o que ajuda a explicação a sensação de bem-estar e a popularidade do presidente.
As projeções do mercado são que a demanda doméstica deve crescer 10% este ano. Se isso ocorrer, existe uma chance do consumo dos brasileiros terminar o ano em ritmo mais acelerado até que na própria a China.
Para a consultoria Dragonomics, com sede em Pequim, a demanda doméstica chinesa vai subir 9% em 2010. Janet Zhang, economista da instituição, diz que o investimento vai desacelerar, porque o governo está retirando os estímulos fiscais, para minimizar os riscos de formação de bolhas e pressões inflacionárias.
No Brasil, essa desaceleração ainda não está clara. “Depende de alguns fatores”, diz Schwartsman. O primeiro deles é o efeito ainda incerto do aperto dos depósitos compulsórios promovido pelo BC no fim de fevereiro.
O economista lembra que as vendas de alguns produtos, como automóveis, permaneceu elevada mesmo após a retirada dos incentivos fiscais.
Outra questão que deixa o cenário confuso é o comportamento dos bancos públicos – Banco do Brasil, Caixa e BNDES – na concessão de crédito. No auge da crise, o governo abriu a torneira dessas instituições.
O sócio da MCM Consultores e também ex-diretor do BC, José Júlio Senna, afirma que qualquer recuperação acelerada, em formato de “V”, de uma economia é sucedida por um período de desaceleração. “Seria normal que houvesse um desaquecimento no Brasil depois da retomada, mas isso não está acontecendo.”
A combinação de confiança revigorada dos empresários (que estimula o investimento), contratações de funcionários, renda em alta e crédito abundante tem impulsionado a demanda. “O ano começou muito forte”, diz Júlio Callegari, economista do JP Morgan, que, nesta semana, elevou a projeção de expansão do PIB para 7%.
No primeiro bimestre, a produção industrial cresceu 12,3% em relação a igual período do ano anterior. No varejo, a alta foi de 17,2%. Alguns indicadores, como o de vendas de carros, consumo de energia elétrica e fluxo de veículos, apontam desempenho excepcional para a indústria e o varejo em março.
No mês passado, o País gerou o recorde de 266,4 mil postos de trabalhos. Uma pesquisa da Serasa Experian mostrou que a demanda por crédito no País em março bateu recorde.
Gargalos. Os investimentos devem crescer entre 18% e 19% neste ano. Mas os analistas alertam que serão insuficientes para reduzir a pressão inflacionária de curto prazo, porque demoram para maturar. “Neste momento, investimento é mais demanda”, diz o economista-chefe da MB Associados, Sérgio Vale.
Segundo os especialistas, uma expansão acima da capacidade provoca dois problemas: inflação e/ou um estouro do déficit das contas externas. “Este ano, o País está consumindo os fundamentos da economia. O problema é 2011″, diz o economista-chefe da Corretora Convenção, Fernando Montero.
A similaridade do padrão de demanda do Brasil com a China acendeu uma luz amarela. “A China pode consumir 10% a mais sem dificuldade. O Brasil, não”, acredita Vale.
Comentário:
Lá vem os tucademospiguistam fazendo campanha para aumento de juros (selic). Eles idolatram os agiotas - nacionais e internacionais -, corja!

Newsweek - Brasil será nova China


Certamente, o Brasil já recebeu a sua parte justa do hype de investidores internacionais, dos economistas do desenvolvimento e do Comité Olímpico Internacional, que escolheu o Rio de Janeiro para os Jogos de 2016. Mas à medida que 2010 se desenrola, a distância entre o Brasil e o restante dos BRICs só vai crescer. A Rússia há muito tempo desistiu da corrida, como as geladas e autoritárias tendências de Putin tornaram-se mais aparentes, assustando o dinheiro estrangeiro. A Índia ainda está crescendo fortemente, mas o país está preso em uma região instável com ameaças de todos os lados. A China, é claro, ainda é o deleite dos endinheirados internacionais, mas uma série de riscos — uma bolha imobiliária ou acionária, conflitos étnicos, uma catástrofe ambiental — pairam no horizonte.
Para o Brasil, tudo se passa de modo mais favorável. A economia vai crescer 8 por cento em 2010. Explorar a nova descoberta petrolífera em sua costa — a maior do Hemisfério Ocidental em três décadas — vai criar empregos para os brasileiros e trazer riquezas para o governo. (Essa descoberta irá também solidificar a invejável independência energética do Brasil.) Novos projetos de infra-estrutura estão em desenvolvimento à medida em que o país se prepara para os Jogos Olímpicos de 2016. A eleição presidencial do próximo ano provavelmente será um tédio, mas isso apenas porque é difícil ofuscar o próprio Brasil hoje em dia.”
Tradução de Wu Ming

A crise obrigou Estado a assumir seu papel


A recessão mundial trouxe uma mudança profunda na conjuntura internacional. O economista Alex Araújo enumera as transformações. "Primeiro, é um mundo diferente depois da crise", dispara. "Houve uma mudança na polarização internacional: dos Estados Unidos à Ásia. Os investimentos internacionais tendem a ficar mais rigorosos. E os governos vão ter um papel mais atuante nesse novo mundo do que no passado". Um exemplo disso, segundo ele, é a criação da PetroSal, subsidiária da Petrobras que vai administrar a exploração de petróleo na camada pré-sal, assim também como a atuação dos bancos em reduzir o spread. Esse Estado novo tem papel ativo. É uma nova realidade. O Estado assume a dianteira nos investimentos. Será um cliente importante para o mercado".

Um segundo ponto, diz o economista, é a preponderância da China em relação ao mundo e ao Brasil. "A China é o principal parceiro comercial do País", afirma. "E tem capacidade suficiente de gerar oportunidades para o mundo nas próximas duas décadas. Deve fechar este ano com incremento econômico de 6% a 7%, retomar maior expansão em 2010, e induzir o crescimento do mundo. Cabe ao Brasil fazer negócios com a China".

Um terceiro fator é o posicionamento do Brasil no cenário mundial. "A perspectiva que está se colocando indica que se o País souber usar com inteligência sua participação no mercado internacional terá relativo longo prazo de crescimento sustentável e desenvolvimento com oportunidades em todas áreas", diz Araújo. As oportunidades, cita, vem com o pré-sal e produção de commodities.
CAROL CASTRO