Mostrando postagens com marcador fgv. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador fgv. Mostrar todas as postagens

Resposta aos adversários do trem-bala

A reportagem com o título "Modelo dará ao BNDES controle do caixa do trem-bala" publicada hoje pela Folha de S.Paulo é uma boa resposta às criticas da oposição, da midia e do candidato tucano a presidente, José serra (PSDB-DEM-PPS), todos em campanha contra o Trem de Alta Velocidade (TAV), com projeto de implantação no Brasil inicialmente na ligação Rio-Campinas-São Paulo.

Serra, na entrevista à Globo News esta semana chegou a falar a barbaridade de que não haverá passageiros. E ao questionar o modelo de financiamento fez insinuações quanto a sua viabilidade. Está desmascarado também nesse ponto porque, como vemos na matéria do Folhão, o sistema montado para o financiamento é utilizado em todo o mundo com sucesso e segurança para o agente financeiro - no nosso caso no Brasil, o BNDES.

"Claudio Bonomi, professor da Fundação Getulio Vargas, diz que, no mundo, 85% dos projetos de infraestrutura são financiados dessa forma", diz a Folha que ouviu o especialista sobre o chamado "projetc finance", modelo montado pelo BNDEs para financiar o trem-bala. O projeto prevê que o investimento seja pago com dinheiro gerado na operação do trem. Continua>>>

L3R ? 3NT40 CL1K N0 4NÚNC10 QU3 T3 1NT3R3SS4 ! 4GR4D3Ç0 !

Inflação quase zero em julho deve reduzir projeções do ano

A primeira semana de agosto trouxe uma série de notícias muito benignas para a inflação, que devem começar a refletir em projeções de uma inflação menor no acumulado do ano. A principal notícia foi a estabilidade de preços ao consumidor medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que serve de referência para o sistema de metas de inflação do Brasil. O IPCA encerrou julho com inflação de 0,01%, praticamente estável em relação a junho, quando o índice teve variação zero, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Além da estabilidade do índice geral, os dados do IPCA mostram outros movimentos importantes para a inflação, como um índice de difusão muito baixo (no mês, mais da metade dos produtos pesquisados apresentaram queda de preços e não aumento), os preços dos serviços demonstraram desaceleração em julho mesmo sendo este um mês de férias (ficaram em 0,34% em julho, abaixo do 0,41% de junho e próximo ao aumento de 0,27% registrado em julho de 2009), e ainda núcleos bastante comportados. Os núcleos são cálculos da inflação que isolam diferentes itens e assim mostram um comportamento mais geral dos preços. Eles variaram de menos 0,07% até mais 0,24%.
Com o resultado quase zero de julho, nos sete primeiros meses do ano o IPCA soma elevação de 3,1%, um pouco acima dos 2,81% de igual intervalo de 2009. No acumulado dos 12 meses encerrados em julho, a inflação apurada pelo índice atinge 4,6%. O percentual é ligeiramente menor do que o relativo aos 12 meses imediatamente anteriores, que foi de 4,84%.
Como a inflação tem sido puxada para baixo pela deflação em alimentos, o Índice de Preços ao Consumidor – Classe 1 (IPC-C1), que mede o comportamento dos preços para famílias com renda de um até 2,5 salários mínimos, apresentou queda de 0,56% em julho, registrando sua menor taxa deste setembro de 2008, quando houve retração de 0,57%, informou na sexta-feira a Fundação Getulio Vargas (FGV). Em junho, o indicador registrou recuo de 0,38%. No acumulado do ano, o indicador apresenta alta de 4,20%. Nos últimos 12 meses houve avanço de 4,65%.
Na contramão, o Índice Nacional da Construção Civil (Sinapi), também calculado pelo IBGE, subiu 0,74% em julho, após ter apresentado elevação de 0,66% em junho. O custo nacional por metro quadrado passou de R$ 747,36 em junho para R$ 752,86 em julho. Desse total, R$ 424,66 se referem às despesas com materiais e R$ 328,20 são relativos ao gastos com mão de obra, com avanço de 0,49% e 1,06%, respectivamente, ante junho.
No acumulado do ano, a alta do custo da construção foi de 5,10% e, nos últimos 12 meses, chegou a 6,79%. Os números são calculados pelo IBGE, em convênio com a Caixa Econômica Federal.

L3R ? 3NT40 CL1K N0 4NÚNC10 QU3 T3 1NT3R3SS4 ! 4GR4D3Ç0 !

O real da miséria e a miséria do Real

Antonio Lassance (*)
O gráfico ao lado merece ser emoldurado. Ele representa os avanços que o Brasil alcançou até o momento na luta pela redução da miséria.
Antes de mais nada, é preciso dar os devidos créditos. O gráfico tem como base os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), colhidos, organizados e divulgados pelo IBGE. São sistematicamente trabalhados pelo IPEA, que tem grandes estudiosos sobre o tema da pobreza, assim como pelo Centro de Políticas Sociais da Fundação Getúlio Vargas-RJ.
Graças a esses estudos se pode, hoje, visualizar se estamos avançando ou retrocedendo; se o Brasil está resgatando seus pobres ou produzindo quantidades cada vez maiores de pessoas que ganham menos que o estritamente necessário para sobreviver; gente que se encontra sob situação de insegurança e vulnerabilidade.
Os números e a trajetória que os liga permitem não só uma fotografia da miséria, mas também um retrato do que os governos fizeram a esse respeito. Serve até de exame para um diagnóstico do bem estar ou do mal estar que as políticas econômicas podem causar à nossa sociedade.
Descritivamente: esta linha sinuosa decresce em ritmo forte em 1994 e 1995, quando estaciona. Depois de 1995, a queda deixa de ter continuidade e, salvo pequenas oscilações, os patamares de miséria ficam estáveis pelos sete anos seguintes, até 2002. Depois de 2003, ocorre uma nova trajetória descendente e, desta vez, sustentada, pois se mantém em queda ao longo de sete anos.
Na trajetória dos últimos 18 anos, só o governo Lula reduziu a pobreza de forma contínua e acentuada. Itamar e FHC tiveram, cada qual, apenas 1 ano de efetiva redução da pobreza: Itamar (que teve pouco mais de 2 anos de governo), em seu último ano (1994), e FHC, em seu primeiro ano (1995).
O gráfico desmente categoricamente a afirmação de que a miséria e as desigualdades no Brasil vêm caindo “desde o Plano Real”, como é comum encontrar inclusive entre analistas econômicos, principalmente aqueles que são mais entusiastas do que analistas e, a cada 5 anos, comemoram o aniversário do plano como se fosse alguém da família.

O Plano Real conseguiu reduzir a miséria apenas pelo efeito imediato e inicial de retirar do cenário econômico aquilo que é conhecido como “imposto inflacionário”: o desconto compulsório, que afeta sobretudo as camadas mais pobres, ao devorar seus rendimentos. Retirar a inflação do meio do caminho foi importante, mas insuficiente.
No governo FHC, a miséria alcançou um ponto de estagnação. Uma estagnação perversa, que deu origem, por exemplo, à teoria segundo a qual muitos brasileiros seriam “inimpregáveis”. Para o discurso oficial, o problema da miséria entre uma parte dos brasileiros estaria, imaginem, nos próprios brasileiros. A expressão era um claro sinônimo de “imprestáveis”: pessoas que não tinham lugar no crescimento pífio daqueles 8 anos. Era um recado a milhões de pessoas, do tipo: “não há nada que o governo possa fazer por vocês”. “Se virem!”
O governo Lula iniciou uma nova curva descendente da miséria no Brasil e a intensificou. Sua trajetória inicial foi mais íngrime do que a verificada no início do Plano Real e, mais importante, ela se manteve em declínio ao longo do tempo. Por trás dos números e da linha torta, está o regate de milhões de brasileiros.
A razão que explica essa trajetória está no conjunto de políticas sociais implementadas por Lula, como o Fome Zero, o Bolsa Família, a bancarização e os programas da agricultura familiar, além da melhoria e ampliação da cobertura da Previdência.
No campo econômico, além de proteger as camadas sociais mais pobres da volta do imposto inflacionário (estabilidade macroeconômica), houve uma política sistemática de elevação do salário mínimo e, a partir de 2004, patamares mais significativos de crescimento econômico, com destaque nas regiões mais pobres, que cresceram em ritmo superior à média nacional – em alguns casos, superior ao ritmo chinês.
O governo FHC, sem políticas sociais robustas e integradas e com índices sofríveis de crescimento econômico, exibiu uma perversa estabilidade da miséria. Se lembrarmos bem, ao final de seu mandato, a economia projetava inflação de dois dígitos, os juros (Selic) superavam os 21% ao ano (haviam batido em 44,95% em 1999), a crise da desvalorização cambial fizera o dólar disparar, as reservas estavam zeradas e o País precisara do FMI como avalista. Por isso se pode dizer que a característica principal do Governo FHC não foi propriamente a estabilidade macroeconômica. Foi o ajuste fiscal e a estabilidade da miséria.
Por sua vez, a tríade crescimento, estabilidade e redução da miséria, prometida por Lula na campanha de 2002, aconteceu. Se alguém tinha alguma dúvida, aí está a prova.

(*) Antonio Lassance é pesquisador do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) e professor de Ciência Política.


L3R ? 3NT40 CL1K N0 4NÚNC10 QU3 T3 1NT3R3SS4 ! 4GR4D3Ç0 !

Parceria entre a construtora Odebrecht e o governo federal já treinou 8,3 mil beneficiários do programa de transferência de renda


Gustavo Poloni, no IG
Em outubro do ano passado, Laudinéia Queiroz matriculou-se no Acreditar, programa de capacitação profissional da construtora Odebrecht. Depois de quatro meses desempregada, queria trabalhar como zeladora na construção da usina de Santo Antônio, no rio Madeira, em Porto Velho. Aos 30 anos, a ex-doméstica se formou e disputou a vaga com 40 candidatos. Para ganhar o emprego, valeu-se de um diferencial inusitado: uma carteirinha do Bolsa Família. A vantagem de Laudinéia no processo seletivo surgiu de um acordo assinado no início do ano passado entre a Odebrecht e o Ministério do Desenvolvimento Social (MDS).De acordo com ele, os beneficiários do programa de transferência de renda têm prioridade para fazer matrícula em cursos profissionalizantes e na contratação de novos funcionários. Pouco mais de um ano depois de entrar em vigor, a parceria foi levada para nove obras da Odebrecht e já formou mais de 8,3 mil beneficiários do Bolsa Família, sendo que mil deles foram contratados pela construtora. Agora, o governo federal quer usar o projeto como modelo a ser replicado em outras empresas, como a Vale e a CSN. “A iniciativa é boa”, disse Marcelo Neri, economista da Fundação Getúlio Vargas (FGV). “Alguns chamam de porta de saída do Bolsa Família, mas prefiro falar em porta de entrada para o mercado de trabalho”.
Laudinéia não é a única funcionária da construção da usina de Santo Antônio a usar o Bolsa Família para entrar no mercado de trabalho. Das 28 mil pessoas que passaram pelo Acreditar em Porto Velho, cerca de 10% recebem algum tipo de complemento de renda do governo federal. Destes, 545 foram contratados. Apesar de representar apenas 5% do total dos funcionários da obra, a contratação acarreta numa mudança radical na vida dessas pessoas. Laudinéia é uma delas. Há cinco anos, recorreu ao Bolsa Família para complementar os R$ 700 que o marido ganhava como instalador de outdoor nas ruas de Porto Velho. O dinheiro do bico não era suficiente para colocar comida na mesa, comprar roupas para a família e pagar a educação dos três filhos. O benefício de R$ 130 ajudou a melhorar as coisas, mas não era suficiente. “Foi um período difícil”, afirmou. Desde que foi contratada para trabalhar na obra, em janeiro, a zeladora não depende mais do benefício. Além do salário de R$ 888, Laudinéia tem plano de saúde e ganha uma cesta básica da empresa. Com o dinheiro extra, quer reformar a casa de apenas um quarto e garantir uma educação melhor para os filhos. “Meu benefício já pode ser usado por outra pessoa mais necessitada”, disse.
O programa que o governo federal pretende replicar em outras empresas começou a ser desenhado há quatro anos, quando a Odebrecht passou a estudar o mercado de trabalho de Porto Velho. O objetivo era saber se, entre os 300 mil habitantes, havia mão de obra para executar a obra. O estudo revelou o oposto: 10% da população não tinha emprego, nenhuma qualificação e a região nunca havia tido experiência com construção civil pesada. Sem ninguém para capacitá-los, a Odebrecht viu-se obrigada a criar o Acreditar. “Nosso negócio não é educação, é construção”, afirmou Antonio Cardilli, responsável administrativo e financeiro da Odebrecht. “Mas a alternativa ao Acreditar era trazer gente de fora do Estado para trabalhar na obra”. Com investimento total de R$ 30 milhões, as primeiras turmas do programa chegaram às salas de aula no início de 2008. Pouco depois, o projeto despertou a atenção de Patrus Ananis, então ministro do Desenvolvimento Social. Numa conversa com Marcelo Odebrecht, diretor-presidente da construtora, Ananias sugeriu uma parceria. “Ficou acertado que onde quer que a empresa tenha uma obra, vai criar um projeto de capacitação e priorizar os beneficiários do Bolsa Família”, disse Cardilli.
A ideia foi seguida à risca. De Porto Velho, o programa Acreditar foi parar em Jeceaba, no interior de Minas Gerais, onde a Odebrecht está fazendo uma fábrica para a Vallourec & Sumitomo Tubos. O programa está presente também em Triunfo, na região metropolitana de Porto Alegre, que vai abrigar uma planta de eteno verde da Braskem. Ao todo, são nove cidades com o projeto que privilegia os beneficiários do Bolsa Família. Nas próximas semanas, mais cinco municípios devem engordar essa lista. O processo de seleção funciona sempre da mesma forma: a construtora manda um comunicado para o MDS para informar que dará início a uma obra e que precisa de trabalhadores com um perfil pré-definido. Com essas informações, o governo monta uma lista dos beneficiários da região. Se duas pessoas com a mesma capacitação disputarem a mesma vaga, seja no curso ou na empresa, leva aquela que for beneficiária do Bolsa Família. Ao todo, 66 mil pessoas passaram pelo programa Acreditar, 12% do Bolsa Família. “O programa não resolve o problema da miséria, ele ajuda a pessoa a sobreviver”, disse José Bonifácio Pinto Junior, diretor da Odebrecht e responsável pela construção de Santo Antônio. “Temos casos emocionantes de gente que ganhava R$ 120 do Bolsa Família e passou a ganhar mais de R$ 1 mil na construtora”.
Encostada no batente da porta da casa de madeira numa área de invasão na zona leste de Porto Velho, Kellen da Costa Veiga, 29 anos, não vê a hora de fazer parte dessa lista de pessoas que mudaram radicalmente de vida. Se conseguir, vai realizar um sonho antigo: ter a carteira de trabalho assinada pela primeira vez. Nascida em Manicoré, no Amazonas, cidade de 46 mil habitantes entre Manaus e Porto Velho, ela se mudou para a capital de Rondônia há 10 anos para acompanhar a família. Separada e desempregada, cobra R$ 12 para fazer a unha das mulheres da vizinhança. “Num mês de bastante movimento, consigo tirar R$ 400”, disse ela. Para ajudar a criar os três filhos, recebe do governo mais R$ 134 do Bolsa Família. Kellen se inscreveu duas vezes no Acreditar antes de ser chamada para fazer o curso básico, em meados de abril deste ano. Se for contratada, já sabe o que fazer com o salário de R$ 650 mais benefícios: vai melhorar a casa de um cômodo onde vive e tentar dar uma educação melhor para os filhos. “Quero poder dar a eles a chance de completar a escola, coisa que nunca consegui”, disse Kellen. “É uma oportunidade para que eles nunca precisem entrar no Bolsa Família”.
Criado em 2004 pelo governo Lula, o Bolsa Família sempre foi cercado de controvérsia. Para alguns especialistas, ele é imprescindível para a sobrevivência de 12,5 milhões de famílias em situação de pobreza (renda per capital menor do que R$ 140 por mês) ou extrema pobreza (renda per capital menor do que R$ 70 por mês). “Ele garante um direito fundamental, constitucional, que é o direito à alimentação”, disse ao iG Patrus Ananias, ex-ministro do Desenvolvimento Social, antes de se licenciar do cargo no final de abril. Além disso, o programa de transferência de renda ajudou a aumentar o poder de consumo de regiões, como o Nordeste — todos os meses, o programa despeja cerca de R$ 10 bilhões no mercado em todo o Brasil. Esse é o lado bom do programa. O ruim é que ele sempre foi criticado pelo caráter assistencialista – para parafrasear o presidente Lula, o Bolsa Família dá o peixe, mas não ensina a pescar. Ou seja, não oferece aos seus beneficiários uma porta de saída do ciclo vicioso da pobreza. “Parcerias como o Acreditar vão ajudar as pessoas a atravessar as pesadas portas do mercado de trabalho”, disse ao iG Ronaldo Coutinho Garcia, secretário do MDS. “Estamos conversando com empresas como a Vale e a CSN para criar algo parecido”. Procuradas pela reportagem, Vale e CSN confirmaram o interesse no projeto, mas disseram que ele ainda encontra-se em estágio inicial.
Essa não é a primeira vez que a iniciativa privada cria um projeto de capacitação que atende os beneficiários do Bolsa Família. Em 2008, a Câmara Brasileira da Indústria da Construção Civil (Cbic) criou o Programa Próximo Passo, cujo objetivo é capacitar 185 mil pessoas em 240 municípios brasileiros para trabalhar nas obras do Programa de Aceleração do Crescimento, o PAC. A diferença para o programa da Odebrecht? O investimento de R$ 115 milhões será feito pelo Ministério do Trabalho. Até hoje, já foram capacitados 45 mil pessoas e, nos próximos meses, deve chegar a 60 mil. “É um projeto bom para todo mundo: para a pessoa que tem uma oportunidade de se inserir no mercado de trabalho, para o governo que cria a porta de saída para o Bolsa Família, para as empresas que contratam mão de obra qualificada, para aumentar a renda das pessoas”, disse ao iG José Carlos Martins, vice-presidente do Cbic. Os beneficiários do Bolsa Família não deixam o programa assim que assinam o contrato e a carteira de trabalho. Como a maior parte desses projetos de capacitação é voltado para a construção civil, que vive de fases de obras, o governo estendeu por dois anos o período de concessão até que o beneficiário mostre que estabilizou a vida profissional. Para quem já esperou tanto tempo para sair da pobreza, a porta de saída para o programa de transferência está logo ali.

Investimento pode aumentar até 8,5%


A expansão robusta do investimento foi uma das melhores notícias do resultado da produção industrial no primeiro trimestre. Os números revelam uma alta significativa da fabricação de bens de capital e de insumos típicos da construção civil, mostrando o esforço das empresas em ampliar a campanha produtiva. Isso é especialmente importante num momento de crescimento rápido da demanda.

A produção de bens de capital cresceu 3% sobre fevereiro, feito o ajuste sazonal, e 38,4% em relação a março do ano passado. “Esses números confirmam a retomada do investimento”, diz a economista Luiza Rodrigues, do Santander, observando que a produção de bens de capital tem um comportamento bastante pró-cíclico. Caem muito em tempos de crise e se recuperam com força quando a economia reage. Também foi muito bem a produção de insumos típicos para a construção civil. A alta foi de 5,6% sobre fevereiro e de 19,7% sobre março de 2009. Retrato do bom momento do setor é que a produção de bens de capital para a construção avançou 244,5% na comparação com o mesmo mês do ano passado.
Com esse quadro positivo, a economista-chefe da Rosenberg & Associados, Thaís Marzola Zara, passou a estimar que, no primeiro trimestre, a FBCF vai avançar 8,5% em relação ao quarto trimestre de 2009, feito o ajuste sazonal. Se confirmado, será uma aceleração em relação ao ritmo já bastante expressivo observado nos três últimos meses do ano passado, de 6,6%. Luiza vê uma alta um pouco mais modesta, de 5,5%, mas ainda assim um número robusto. Para 2010, há estimativas de crescimento superior a 20% para a FBCF.
“É uma boa notícia, porque se trata de um crescimento forte que se dá em cima de uma expansão significativa nos trimestres anteriores”, afirma ela. Para Luiza, esse aumento do investimento aponta para uma expansão da capacidade produtiva no fim deste ano ou no começo do próximo, dada a demora de alguns meses para a maturação das inversões.
A alta dos investimentos é fundamental num momento de aumento do nível de utilização da capacidade instalada (Nuci). Na indústria de transformação, o Nuci subiu de 84,3% em março para 85,1% em abril, feito o ajuste sazonal, segundo números da Fundação Getúlio Vargas (FGV),. As inversões são importantes para ampliar a capacidade de oferta na economia, evitando o surgimento de pressões inflacionárias. 

Mitos na berlinda

A mais recente “Carta do Ibre”, divulgada nesta segunda-feira, põe uma lenha imprevista na fogueira do debate dos gastos públicos. 


Em artigo sob o título “Dois mitos das contas públicas”, o Ibre lamenta o caráter repetitivo do debate sobre o tema, com especialistas em contas públicas, assumindo, algumas vezes, “o papel de arautos de uma mensagem só, enunciando e reenunciando, de forma um pouco automática, sempre os mesmos diagnósticos e críticas.”


E se dispõe a desfazer dois mitos criados e alimentados por esses especialistas. Continua>>>

Indicadores oficiais dominam agenda

A agenda de indicadores desta semana será dominada por números de órgãos do governo federal. De nove divulgações previstas, três virão do Banco Central, uma da Receita Federal e uma do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).


Hoje a Gerência Executiva de Relacionamentos com o Investidor (Gerin), do BC, divulgará a Pesquisa Focus, com as medianas das expectativas do mercado para os principais indicadores macroeconômicos. Ainda hoje, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MIDC) informará o saldo da balança comercial referente à segunda semana de abril.

Amanhã, será a vez da Receita Federal divulgar o valor arrecadado pelos cofres públicos em março. Na quarta-feira, a agenda de divulgações dos indicadores domésticos será interrompida por conta do feriado de Tiradentes. Mas na terça-feira serão conhecidos mais dois indicadores de inflação. 



A Fundação Getúlio Vargas (FGV) trará à público a inflação apurada pelo Índice Geral de Preços ao Mercado (IGP-M) referente à segunda prévia de abril. Já o IBGE divulgará a inflação do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) entre 16 de março e 15 de abril, o IPCA-15.

Renda no Brasil volta a subir no ritmo pré-crise

O aumento da renda no Brasil retomou os níveis anteriores à crise de 2009, e o poder de compra das famílias atingiu o maior patamar em uma década e meia.


Além disso, a proporção de brasileiros abaixo da linha da miséria caiu 43% em 15 anos. 


Estima-se que o país tenha hoje 30 milhões de miseráveis sobrevivendo com R$ 137 ao mês. 


Para especialistas, porém, ele seriam mais de 50 milhões se a velocidade de diminuição da pobreza não tivesse se acelerado nos últimos sete anos. 


"A melhora hoje é muito mais sustentável, pois está apoiada mais na renda do trabalho", afirma Marcelo Neri, da FGV. 


Na média da década, esse fator explica 67% da redução da desigualdade; o Bolsa Família responde por só 17%.

Em ano de crise, renda do brasileiro cresce 10% e Ascensão social deve continuar, diz pesquisador

O Brasil deve ter pelo menos mais 5 anos de ascensão social, com a entrada de 9,4 milhões de brasileiros nas classes A/B até 2014 e outros 26,6 milhões na C, segundo a análise do economista-chefe do Centro de Políticas Sociais da FGV, Marcelo Neri.

O pesquisador acompanha a mobilidade social, mas o conceito de classes que ele usa difere do da Cetelem por considerar também a renda mensal familiar. Ainda assim, ambos os estudos apontam na mesma direção.



 “O aumento da escolaridade da população nos permite ser mais otimistas em relação ao futuro”, diz Neri.


Ele explica que o aquecimento do mercado de trabalho -o que inclui a expansão de vagas com carteira assinada- e a educação podem ser vistos como um “trampolim”, amparado pela proteção proporcionada pelos programas sociais aliados aos fundamentos macroeconômicos do país.

A volta do crescimento econômico e a geração de emprego, ressalta, possibilitaram a redução da desigualdade social.



“Primeiro o bolo cresceu, depois melhorou a distribuição”, completa.

Apesar da quase estabilidade (-0,2%) do PIB em 2009, houve a criação de 995 mil empregos formais. 



Considerando apenas os dados do último trimestre, a economia cresceu 2% em relação aos 3 meses anteriores.

TUCANOS ATRAPALHAM O BRASIL

A mídia golpista teve que engolir a marolinha do Lula, não sem antes, porém, riducularizá-lo por ele ter dito que o tsunami da crise financeira internacional chegaria fraquinha, fraquinha aqui no Brasil.
E a marolinha poderia ter sido ainda mais fraca não fosse a fraquesa, esta sim, do Estado de São Paulo, há quinze anos governado pelos tucanos, os anti-lula e maiores críticos da política econômica do Presidente Lula.
E de tudo que o Governo diz e faz.
Enquanto de agosto de 2008 a agosto de 2009 as classes A, B e C das periferias nordestinas tiveram um crescimento de 12%, as mesmas classes da população paulistana decresceu 0,8% em igual período.
Os dados são da FGV.
E isso incomoda ao PIG. A verdade dos fatos incomoda muita gente.
O bom mesmo é que uma mentira não se sustenta por muito tempo.

Se o Brasil fosse São Paulo ou vice-versa, e as coisas estavam do jeito que o PIG queria que estivessem.

Ou, se no mínimo, o Brasil fosse governado por quem governa São Paulo.
O coordenador do Centro de Políticas Sociais da FGV, do Rio, Marcelo Neri, diz que para aquelas regiões do Nordeste é como se a crise criada pelo PIG nunca tivesse existido.
Para ele, “os programas socias seguram a economia na hora do aperto.”
Já em São Paulo dos demotucanos...
O que Serra dirá sobre isso quando for feita tal comparação? Como explicar que o Nordeste cresça enquanto a “locomotiva do desenvolvimento nacional” tenha uma retração tão grande?

O Conversa Afiada do afiadíssimo Paulo Henrique Amorim diz que os tucanos engarrafaram São Paulo.

São Paulo está duplamente engarrafado nos sentidos real e figurado.
Não anda e não se desenvolve – exceto nos índices de violência, que a mídia esconde ao mesmo tempo que mostra os do Rio porque a capital carioca sediará as Olimpíadas de 2016.

Porque o Rio é governado por aliados do Presidente Lula.
E Lula trouxe os jogos olímpicos para o Rio.
Enquanto isso, São Paulo não tem sequer um estádio para abertura da Copa do Mundo de 2014.
Os tucanos não atrapalham só o Estado de São Paulo.
Os tucanos atrapalham o Brasil.

Fora do brejo

Vieram à luz, nesta quarta-feira, novos sinais vitais positivos de recuperação da economia brasileira - recuperação necessariamente lenta, mas progressiva.
Indicadores do IPEA, da FGV e da FIESP convergiram para o mesmo delta: a recessão, que sumiu do consumo de bens e serviços desde o Carnaval da distensão nacional, está tirando o corpo também do nosso setor industrial. Leia
MAIS CONFIANÇA E PRODUÇÃO; MENOS DESEMPREGO.

Os estoques na produção e no varejo já estão abaixo da média e as fábricas arregaçam as mangueiras e falam até mesmo em recontratar pessoal neste segundo semestre.

Até porque muitas delas tiraram proveito político da crise do fim do mundo para executar o chamado desemprego oportunista de gorduras localizadas, sob a lupa da modernização de seus arranjos produtivos - nos últimos três anos de PIB industrial avançando acima de 6% ao ano.

Em resumo: também para o setor industrial brasileiro, o pior já passou. Parou de piorar desde abril e começou a melhorar agora em junho e julho.