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Crescimento e expansão industrial

Analises do mercado financeiro mantêm projeção de crescimento para a economia brasileira. De acordo com o relatório elaborado pelo Banco Central [boletim Focus], divulgado sempre às segundas-feiras. Pela terceira semana consecutiva, os analistas financeiros conservam a estimativa de 7,6% de expansão da economia brasileira, este ano. Para 2011, também não foi alterada a estimativa de crescimento do PIB - Produto Interno Bruto - de 4,5%. Essa estimativa é mantida há 50 semanas. Também no mesmo relatório do Banco Central a expectativa para a expansão da produção industrial, que se reduziu de 11,07% para 11%, este ano, e de 5,25% para 5,40% em 2011.
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Tombini aprovado

Escolhas indicam mão forte da Dilma na economia, afirmam  analistas ouvidos pela BBC



Dilma escolheu Tombini para o BC e manteve Mantega na Fazenda.

Especialistas ouvidos pela BBC Brasil afirmam que a permanência de Guido Mantega como ministro da Fazenda e a entrada de Alexandre Tombini no Banco Central (BC) podem indicar que a futura presidente, Dilma Rousseff, terá um comando forte sobre a economia, colocando esta área em primeiro plano.
Tombini foi anunciado nesta quarta-feira como o substituto de Henrique Meirelles, que completará oito anos no cargo. Sua posse depende de aprovação do Senado. Já Guido Mantega foi confirmado para permanecer à frente do Ministério da Fazenda.
Também foi anunciado que a atual secretária-executiva do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), Miriam Belchior, será a ministra do Planejamento, no lugar de Paulo Bernardo.
Segundo o economista Roberto Troster, da consultoria Integral Trust, o novo presidente do BC é “tecnicamente muito bom”, por ter experiência de governo e por ter bom trânsito no mercado.
Sobre a permanência de Mantega, Troster afirma que o tom será de continuidade. “Ele já está (no ministério) há quatro anos e pouco, então todo mundo sabe como ele é”.
Para o economista, os nomes anunciados por Dilma indicam que não haverá dissonâncias dentro da equipe econômica.
“Antes, tinha um comandante no BC e um comandante na Fazenda. Agora vai ter só um comandante da economia, que é a Dilma”, diz Troster.
“Mais importante é a mudança de status da política econômica”, afirma. “Ela deixa o nível ministerial e vira uma questão presidencial”.
Cooperação
A opinião é compartilhada pelo economista-chefe da Confederação Nacional do Comércio e ex-diretor do Banco Central, Carlos Thadeu de Freitas Gomes. Para ele, Dilma comandará diretamente a equipe econômica, dando máxima atenção a esta área.
Para Gomes, o mais importante será a cooperação entre Tombini e Mantega na condução da política cambial, evitando a entrada excessiva de capital externo, o que valoriza o real e prejudica as exportações. “O problema de excesso de dólares também é um problema da Fazenda”, diz.
Gomes acredita que Tombini tem “experiência e moderação” para assumir o BC. Segundo ele, a vantagem de ter um funcionário de carreira na função é evitar “precipitações ideológicas”, que são um risco, segundo ele, se o titular do cargo for alguém ligado ao mercado.
“O mercado cobra decisões rápidas, que podem ser certas e erradas”, diz o economista. “Ter alguém de carreira (na presidência do BC) tira as pressões ideológicas”.
Para Gomes, Meirelles acabou sofrendo tais pressões, que levaram a altas de juros em momentos errados, mas que acabaram sendo “consertadas” depois.
Aprendizado
O ex-presidente do BC e professor da Fundação Getúlio Vargas Carlos Langoni afirma que a transição de Meirelles para Tombini será “suave e não traumática”.
Ele diz que o novo presidente do BC tem credenciais acadêmicas, experiência no FMI e trabalha com a equipe de Meirelles há anos, o que faz dele uma escolha “tranquila”.
Quanto a Mantega, Langoni afirma que a atuação da Fazenda neste ano foi boa, “sem cometer excessos”, mas que o ministro ainda está em um “processo de aprendizado”.
O ex-presidente do BC, no entanto, não acredita que a futura presidente venha a comandar diretamente a economia.
“Acho que Dilma tem responsabilidades que vão além da área econômica”, diz Langoni.
“Não acho que seja desejável, nem acho que vá acontecer de ela se envolver diretamente na execução (da política econômica). Ela vai dar as grandes linhas e pedir que a equipe siga a orientação.”
Langoni aposta que o governo, mesmo que a futura presidente negue, fará um ajuste fiscal e reduzirá despesas.
Segundo o professor da FGV, a influência do ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci como “homem forte” de Dilma indica o caminho de uma redução dos gastos governamentais.

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Alexandre Tombini

O BC manterá três pilares: meta de inflação, prestação de contas e transparência.
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BC - Tiraram a raposa do galinheiro

O presidente da Abimaq - Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos -, Luiz Aubert Neto, elogiou hoje a escolha de Alexandre Tombini para a presidência do BC - Banco Central - no governo da presidente Dilma Rousseff. 
"Finalmente, tiraram a raposa do galinheiro", disse ele, em referência ao atual presidente do BC, Henrique Meirelles, que veio do mercado financeiro para o governo Lula.
"Tiraram o banqueiro e, finalmente, vamos ter um funcionário de carreira no comando do BC", acrescentou. 
Aubert disse que não questionava a competência de Meirelles, mas ponderou que o País continuou a ter uma das taxas de juros mais altas do mundo ao longo dos oito anos da gestão de Meirelles e do presidente Lula.
"Com a taxa de juros atual, pagamos R$ 180 bilhões somente em juros da dívida por ano. Se tivéssemos juros 30% menores nos últimos 16 anos, teríamos economizado quase R$ 1 trilhão", afirmou. 
Ele considerou também que havia conflito de interesses na gestão do BC na época do ex-presidente da instituição Armínio Fraga [gestão de FHC] que, segundo Aubert, trabalhou para George Soros, "o maior especulador do mundo". 
"Vocês acham que eles [Fraga e Meirelles] iriam trabalhar para baixar os juros?".
Aubert também elogiou a permanência de Guido Mantega à frente do Ministério da Fazenda. 
"Acho que Dilma acertou em cheio ao mantê-lo. Está mais do que provado que a mão forte de Mantega foi fundamental na recuperação do País após a crise econômica internacional", afirmou o empresário. 

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Investimento estrangeiro direto é o maior desde 1947

Economia

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Meirelles estúpido, foram os juros!

O artigo é do Carlos Chagas. Mas, o titulo eu fiz uma modificaçãozinha...

Henrique  Meirelles está sendo defenestrado da presidência do Banco Central por razão bem superior a um eventual desencontro de palavras, isto é, pouca importância teve na decisão de  Dilma Rousseff de não conservá-lo a declaração de que só aceitaria caso mantivesse autonomia e independência. Primeiro porque num sistema presidencialista quem tem a caneta e o poder de nomear e demitir presidentes do Banco Central é o presidente da República. Depois, porque  Meirelles tem cabeça para não declarar tamanha bobagem. Na verdade, a divergência envolve a questão dos juros: Dilma pretende reduzí-los a 2% no prazo de um ano ou pouco mais. Meirelles sustenta a permanência indefinida   das taxas mais altas do planeta.

Outra versão a ser desmentida é de que o presidente Lula aconselhou a presidente eleita a manter Meirelles no cargo. 

A  sugestão presidencial envolveu apenas o ministro da Fazenda. Sabendo-se da divergência entre Guido Mantega e Henrique Meirelles, fica claro que o primeiro-companheiro jamais proporia a continuação da dicotomia. Acresce que o ainda presidente do Banco Central é banqueiro, categoria não propriamente bem  situada nas graças de Dilma.

Mesmo sendo cogitado o nome de Alexandre Tombini, atual diretor de Normas do BC, a decisão ainda não teria sido tomada pela presidente eleita. Certo, mesmo, é que Guido Mantega responderá diretamente a Dilma pelo comando da política econômica, tendo o Banco Central sob sua supervisão, coisa que não acontece no governo Lula.


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Banco Central

Tudo como dantes no quartel de Abrantes

A divulgação do áudio da fala do atual presidente do Banco Central (BC), dr. Henrique Meirelles, deve ser entendida de duas formas: ou objetiva reafirmar o óbvio, a autonomia funcional do BC, dentro das metas estabelecidas pelo presidente Lula, ou busca reforçar os setores - começando pelos que assim agem na própria mídia - que clamam pela volta da ortodoxia do arrocho monetário e fiscal e do superávit, com forte corte de gastos públicos, algo que nem o nosso adversário defendeu na campanha eleitoral.

Convém esclarecer, primeiro, que a autonomia funcional do BC só é e só foi concedida pela presidente da República depois de ouvido o Conselho Monetário Nacional (CMN), composto pelos ministros nomeados pelo chefe do governo - Fazenda, Planejamento, o próprio presidente do banco...

Este é um detalhe  que muitos fazem questão de esquecer ou simplesmente relegar a um segundo plano. Agem como se fosse o BC e sua diretoria que determinam a política monetária. Não, quem a determina é o governo, o presidente da República - agora, o presidente Lula, a partir de 1º de janeiro a presidenta Dilma Rousseff.

Segundo, convém lembrar que arrocho monetário e fiscal e do superávit, com forte corte de gastos públicos, não foram defendidos nem pelo nosso adversário na campanha eleitoral.

Pelo contrário, ele defendia ao mesmo tempo a redução dos juros e um forte aumento dos gastos públicos, haja visto que propunha um salário mínimo de R$ 600,00, um aumento de 10% para os aposentados e um 13º salário para os beneficiários dos Bolsa Família.

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O posudo de Goiás

Não é de surpreender a entrevista de Henrique Meirelles ao Globo, dizendo ter sido convidado por Dilma Rousseff para continuar no cargo de presidente do Banco Central – mas ter condicionado o aceite à manutenção da autonomia do banco.
Cobrado pela equipe de Dilma sobre a declaração, Meirelles disse não ter conversado com ninguém sobre o assunto – comprometendo a jornalista que deu a matéria.
Conheço Meirelles desde os anos 80. No antigo “Cash”, depois “Dinheiro Vivo", na TV Gazeta, devo ter sido o primeiro jornalista a abrir espaço para ele. Conheci-o quando o procurei para me explicar a matemática financeira do leasing – para a seção “Cartilha do Investidor” que tinha na coluna “Dinheiro Vivo”, da Folha. Ele era o diretor de leasing do banco; posteriormente, tornou-se presidente da filial brasileira.

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O presidente Lula responde

Aílton José de Oliveira, 44 anos, funcionário público de Goiânia (GO) - As taxas cobradas pelos bancos são uma exploração sem tamanho. Hoje, o banco fica satisfeito quando um cheque é devolvido, pois arrecada bilhões com as taxas cobradas pelas devoluções.

Presidente Lula - Aílton, a nova regulamentação, aprovada em dezembro de 2007, reduziu o número de tarifas cobradas pelos bancos, de mais de 300, para 19. 
O objetivo foi aumentar a transparência dos serviços bancários, possibilitando ao cliente a escolha do banco que melhor atenda a seus interesses. 
A denominação dessas tarifas foi padronizada e o motivo de cada cobrança teve que ser detalhado. 
Não está prevista a possibilidade de cobrança de tarifa pela devolução de cheques ou outra similar, o que impede esta prática. 
O adiantamento a depositantes (quando estoura o limite do cheque especial), é considerado operação emergencial e está entre as tarifas admitidas. 
Como vivemos um regime de mercado, o valor das tarifas não é fixado pelo Banco Central, sendo estabelecido pelo banco. 
É importante, assim, que o cidadão se informe sobre as tarifas cobradas e compare com a concorrência. Para isso, a regulamentação exige que o reajuste de preços seja informado ao público com 30 dias de antecedência e as tarifas devem ser divulgadas em local visível ao público, dentro das agências e na internet. Mas você pode também obter informações sobre as tarifas cobradas por todos os bancos, incluindo a relação em ordem decrescente de valores, entrando na página do Banco Central http://www.bcb.gov.br/fis/tarifas/htms/.

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os juros ao consumidor são os mais baixos dos últimos 15 anos

Neste Natal, quem não resistir às tentações de consumo e decidir comprar um produto que não poderá ser pago à vista, terá ao menos um consolo: os juros ao consumidor são os mais baixos dos últimos 15 anos. E podem ficar ainda mais acessíveis até o fim do ano.

Levantamento realizado pela Associação Nacional de Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac) mostra que, em setembro, os juros médios ofertados para pessoa física em diversas modalidades de crédito foram de 6,74%.

A taxa praticada pelo comércio foi ainda mais baixa: 5,65% ao mês. Numa parcela de R$ 200, por exemplo, R$ 11,30 correspondem apenas aos juros. O valor era de R$11,88 em setembro de 2009.

A diferença pode parecer pequena. Ao final de um prazo longo, porém, representa economia significativa. Entretanto, o que mais chama atenção na redução dos juros em 2010 não é propriamente o efeito que eles causam no bolso do consumidor, mas sim o que essa queda sinaliza. "A queda dos juros mostra, em primeiro lugar, que os bancos estão muito dispostos a conceder crédito", afirma Celso Grisi, professor de Economia da Fundação Instituto de Administração (FIA) e presidente da Fractal Instituto de Pesquisa. "E também indica que, em meio a tanta concorrência, o banco pode até reduzir mais o juro para não perder o cliente".

Os bancos estão, de fato, emprestando mais. Segundo o Banco Central, a concessão de crédito no Brasil cresceu cerca de 20% nos oito primeiros meses de 2010 ante o mesmo período do ano passado. Com a criação de quase 2 milhões de empregos formais no ano e boas perspectivas para o futuro da economia nacional, as instituições financeiras ficam menos temerosas para emprestar. Nesse cenário, a inadimplência também recua. E por tudo isso o crédito ficou mais barato, mesmo que a taxa básica de juros (Selic) tenha subido em 2010.

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Câmbio

A conversa do pensamento mais ortodoxo de que a tendência à abertura de déficits nas contas externas não era problema, de uns tempos para cá, mudou de tom. Aqueles déficits que seriam facilmente cobertos pelo ingresso de investimentos diretos, agora preocupam. Mas, é uma estranha preocupação, que não vê saídas para mudar o rumo do que preocupa.
Não há, para os que pensam assim, o que fazer para impedir a valorização do real – a questão no centro do problema. Por quê? Vou tomar a resposta do economista Gustavo Franco, ex-BC, ao colega Silvio Crespo, aqui no vizinho blog “Radar econômico”, para sintetizar: câmbio valorizado é característica de país que se desenvolve. Isso sem falar numa série de grandes projetos consumidores de pesados investimentos – pré-sal, infra-estrutura, Copa do Mundo, Olimpíadas etc. etc. – que atraem capital externo. “Devemos pensar em como conviver com essa realidade, e não achar que tem uma engrenagem em que se possa mexer para reverter esse problema, porque não tem”, afirmou Gustavo Franco.
Essa é outra estranheza nesse estranho modo de encarar o problema cambial. A explicação para o fatalismo da valorização da moeda é o reconhecimento de um sucesso econômico que os defensores do argumento são os primeiros a não reconhecer.
Perguntar não ofende: por que acham tão natural, a ponto de não enxergarem o que fazer para evitar, que investidores externos disputem a tapa a possibilidade de aplicar recursos aqui, se o crescimento, por conta de uma taxa de investimento insuficiente, não é sustentável, os déficits públicos, diante de uma irrefreável gastança, explodem e o ambiente para fazer negócios, poluído por burocracias kafkianas e tributos em excesso, seja uma desgraceira?
A única resposta que faz sentido tem duas variáveis. A primeira é que, mesmo com todos os problemas e possíveis riscos, a economia brasileira e seus megaprojetos de infraestrutura valem a pena. A outra é que, embora não carimbado, o dinheiro que entra, em grande medida, está de olho no ganho de arbitragem.
Neste segundo lance, para simplificar, digamos que os investidores façam o inverso do que o Banco Central brasileiro faz com a reservas internacionais. O BC toma os dólares à taxa Selic, hoje em 10,75% ao ano e os aplica, no mercado internacional, a 2% ao ano. Os investidores externos tomam dinheiro a 2% para aplicar a, no mínimo, à taxa Selic mais a variação cambial.
O argumento de que não é a arbitragem de taxas que está atraindo recursos, visto que, ao longo do tempo, os juros têm recuado, mas a valorização do real continua, é típico do esquecimento parcial de certos argumentos. Sim, a taxa Selic vem caindo ao longo do tempo, mas os juros internacionais vêm caindo muito mais, mantendo, se não ampliando, a margem de arbitragem.
A taxa de câmbio, na verdade, tem se mantido relativamente estável, dentro de uma faixa valorizada. Quando o governo impôs um IOF de 2% no ingresso de capitais externos, em outubro do ano passado, o câmbio havia batido na mínima de R$ 1,69 por dólar. Com as turbulências na Europa, com epicentro na Grécia, no início de 2010, a taxa bateu no seu pico, registrando R$ 1,89 por dólar.
Mas essa relativa estabilidade se deu às custas de um crescente acúmulo de reservas pelo BC. O enxugamento dos excessos de dólares via operações compromissadas de compra de reservas, no entanto, tem custos fiscais crescentes e não desprezíveis e, se não afeta a dívida pública líquida, engorda direto a dívida bruta.
Não foi só a percepção de que a ampliação do volume de reservas tem limites que alimentou o traço de preocupação com o andar da taxa de câmbio e seu impacto negativo nas contas externas. Também pesou o reconhecimento de que a única saída geralmente aceita pela cartilha – a do enxugamento, via inchaço de reservas, do excesso de dólares na economia – é daqueles remédios que podem virar veneno. Quanto mais crescem as reservas, é verdade, mais os investidores externos se sentem seguros para trazer recursos.
Argumenta-se que, se o País necessita de enormes volumes de recursos externos para sustentar seus megaprojetos, não faria sentido impor restrições administrativas e fiscais ao ingresso de dinheiro externo. Mas, os mesmos que se valem desse argumento são os primeiros a levantar dúvidas sobre a política de acumular sem limites reservas internacionais. De fato, se a economia agüentou o tranco do período aguda da crise com um volume de reservas de US$ 200 bilhões, qual a validade de acumular US$ 300 bilhões ou US$ 400 bilhões, já que este almoço não é nada gratuito em termos fiscais?
Parece intuitivo, diante dessa conjuntura favorável de atração de recursos externos, que há um leque de ações possíveis para aliviar a pressão pela valorização do real, além da acumulação de reservas. Simplesmente falar mais grosso já seria um bom começo.
Há muito mais a fazer. Por exemplo: o BC já anunciou a possibilidade e seria o caso de passar a intervir no mercado com leilões de compra de moeda sem data e taxa previsíveis. Com isso, introduziria um pouco de risco num mercado café com leite, propício para a marcação de posições especulativas.
Neste momento, os bancos acumulam cerca de US$ 14 bilhões em posições vendidas em dólar. Estão, provavelmente, na expectativa de que fique por aí o volume líquido de recursos a entrar com a operação-monstro de subscrição de ações da Petrobras. Já sabem que o governo enxugará todo o excesso e, portanto, só esperam a hora de zerar as posições, estourar as champanhes e abocanhar os bônus da operação e estourar champanhes.
Algum tipo soft de controle de capitais também poderia ser experimentado – por que não? Há, nesse sentido, um leque de possibilidades, todas visando ampliar o risco inerente às operações. Uma política de fixação de prazos mínimos de permanência dos recursos ingressados – como, aliás, é feito em todo o mundo –, se cuidadosa e bem estudada, certamente promoveria uma seleção de investimentos, tornando a vida um pouco mais dura para os capitais especulativos.
Muitos, em situação pior do que a Brasil, estão mexendo no câmbio. Só nós não devemos? Aliás, se todos estão mexendo no câmbio, esta é mais uma razão para não ficarmos parado.
José Paulo Kupfer

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Economia e Desenvolvimento

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Fernando Nogueira da Costa 



Os defensores da hipótese de que houve continuísmo da política econômica  do Governo FHC no Governo Lula argumentam que se manteve o mesmo “tripé” baseado no regime de metas de inflação, que garantiu a estabilidade inflacionária, a política fiscal com meta de superávit primário, que garantiu a solvência da dívida, e o regime de câmbio flutuante, que enfrentou os choques externos. Isto é apenas a aparência da realidade.

Na essência, determinado regime de política econômica se estabelece sempre através da combinação de apenas quatro instrumentos básicos: política monetária e/ou de crédito, política fiscal, política cambial e grau de mobilidade do capital. Como pode se estabelecer quatro hipóteses quanto à abertura comercial-financeira do país – economia fechada (ou imobilidade absoluta), reservas de mercado, mobilidade imperfeita, mobilidade perfeita –, a análise combinatória entre esses instrumentos resulta em dezesseis situações possíveis. Elas se distinguem em termos de eficácia para alcançar o equilíbrio externo com simultâneo crescimento da renda e do emprego, ou, se houver inflação de demanda, recessão econômica para buscar a estabilidade dos preços.

Modelo keynesiano de Macroeconomia Aberta deduz que a política fiscal expansiva é ineficaz para retomar o crescimento com câmbio flexível e forte mobilidade de capital, condições atualmente necessárias para obter relacionamento proveitoso com o resto do mundo. Sugere também que a opção, nessas condições, deve ser por política fiscal mais rígida e política de crédito expansiva. Este último instrumento-chave de política econômica não foi utilizado nos dois mandatos de FHC. A preocupação maior era controlar a demanda agregada e sanear os bancos públicos, preparando-os para futura privatização.

Apesar da flagrante melhoria de seu desempenho, a economia brasileira opera com arranjo ineficiente, combinando taxa de juros reais muito altas e taxa de câmbio apreciada. Para se alcançar a eficiência econômica, é necessário observar se não há outros usos possíveis para os recursos produtivos que aumentem o grau de satisfação da sociedade. Na atual conjuntura, as exportações e as importações estão, respectivamente, abaixo e acima do que seria economicamente eficiente. Se o volume de importações está excessivo, há perda de bem-estar para a sociedade com alguns recursos empregados na indústria exportadora sendo desocupados.

No debate sobre o que virá de novo em termos de política econômica, possivelmente, em Governo Dilma, surgiram duas propostas para iniciar o processo de transição para novo arranjo com taxa real de juros menor e moeda nacional menos apreciada. A primeira seria constituir maior coordenação entre as políticas fiscal e monetária. Apesar de garantir solvência, a atual política fiscal tem caráter nitidamente pró-cíclico, já que o aumento da receita, em momentos de forte crescimento, incentiva aumentar as despesas, pressionando a demanda agregada e forçando o Banco Central a ser mais duro com a política monetária. A segunda proposta é manter o superávit primário em 3,3% do PIB como meta da política fiscal rígida, de maneira que até o final do primeiro mandato da Dilma o déficit nominal seja zerado. Segundo estimativas do Ministério da Fazenda, assim seria viável a dívida pública cair para 28,7% do PIB em 2014.

O uso contra-ciclo de instituições financeiras públicas via política de crédito com recursos para-fiscais expõe ainda mais esse problema de coordenação. Além do mais, conjuntura de retomada de crescimento e juro real elevado gera forte entrada de recursos externos, apreciando a moeda nacional.

A proposta é a de retomar instância coordenadora mais ampla, como era antes o Conselho Monetário Nacional (CMN) com a participação dos ministros da Economia (Fazenda, Planejamento, MIDC, Trabalho, Agricultura, dirigentes dos bancos públicos federais e do Banco Central do Brasil), para coordenar a execução da política fiscal, cambial, monetária e de crédito. Assim, retiraria da política monetária (ou de juros) todo o ônus de garantir a estabilidade, muitas vezes freando quando a política fiscal e a de crédito aceleram. O Banco Central passaria a ter meta de inflação e também meta de crescimento, decididas de maneira coordenada por essa instância do Governo. Os diversos instrumentos de política econômica teriam seu planejamento orientado por política realmente desenvolvimentista ou, se for o caso, estabilizadora.

As autoridades monetárias não devem, nem podem, escapar da responsabilidade por obter também resultados macroeconômicos reais. Uma razão é política: o Banco Central não pode desprezar objetivos altamente valorizados pela sociedade à qual serve. Outra razão é econômica: seus dirigentes não podem esperar por vida fácil, administrando regras mecânicas, independentemente das condições econômicas vigentes e prospectivas.

Os economistas neoliberais defendem a tese de que o Banco Central deve ser independente para alcançar a meta apenas em relação à inflação. Adversários dessa posição acham que quem deve definir o objetivo de toda a política econômica não é o Banco Central, mas sim o governo eleito.

A questão da independência do Banco Central está mais afeita ao plano da ação da política econômica. Não deve haver qualquer limitação regulamentar ou institucional que, nas crises graves, coloque obstáculo à ação discricionária. Na realidade, o debate regra versus política discricionária é a respeito de quanto de autoridade deve ser delegada ao formulador de política monetária. 

A recente política brasileira de estabilização inflacionária demonstrou que ter Banco Central independente não é nem condição necessária nem suficiente para combater a inflação. Para o sucesso dessa política, houve sim necessidade de política macroeconômica abrangente e coordenada, envolvendo política de abertura comercial e financeira, política fiscal, política de rendas, política cambial e política de juros, em condições internacionais propícias ao acúmulo de reservas internacionais e à taxa de câmbio favorável às importações.



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Esquizofrênia no BC e no FED

Nos Estados Unidos, como aqui, o Banco Central (BC nosso, FED deles) segue uma trajetória esquizofrênica. Os dois são apressados para tomar decisões restritivas do crédito com medo da inflação futura, e atrasados para adotar medidas anticíclicas que estimulem o crédito e o reaquecimento da economia.

Entre a pressa e o atraso, constata-se que tanto no caso da recessão, quanto no do aumento da inflação, pode não haver relação alguma com as políticas macroeconômicas.

Como vemos, a economia pode nem se reaquecer diante de medidas como as tomadas pelo FED, que entre janeiro de 2009 e março de 2010 adquiriu US$ 1,25 trilhão em títulos lastreados por hipotecas; US$ 175 bi em dívidas de empresas controladas pelo governo; e US$ 300 bi em títulos do Tesouro. Mesmo assim, as incertezas e a insegurança geral persistem e, tudo indica, são ainda maiores que o estímulo ao crédito que o banco procura dar.

No nosso caso, a inflação nada tinha a ver com a demanda e sim com a oferta. Mas, apesar disso, o mesmo BC que demorou seis meses para reduzir os juros Selic em 5%, agora os aumentou apressadamente em 2%. Para logo depois constatar que a inflação cai e a atividade econômica não mantém o ritmo anterior - ou seja, não era necessário subir os juros.

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Produção da indústria deve crescer em julho

Marcelo Rehder – O Estado de S.Paulo

Depois de três quedas seguidas, em julho a produção industrial deve voltar a crescer em relação ao mês anterior, dizem os economistas. Na verdade, a retração no segundo trimestre representou uma acomodação da atividade ao ritmo de crescimento chinês do início do ano.
Os primeiros meses de 2010 foram marcados pela antecipação de compras de veículos e de outros bens de consumo duráveis, promovida por incentivos fiscais. No entanto, a expansão da massa salarial e a oferta de crédito farto continuam a sustentar o consumo e, consequentemente, a produção industrial.
“O resultado de junho (queda de 1% em relação a maio) sugere que a produção industrial manteve a tendência de desaceleração verificada desde abril, refletindo, em parte, o período da Copa do Mundo, que reduziu os dias úteis de produção, assim como o aumento dos estoques das empresas, após o bom desempenho da demanda no primeiro trimestre do ano”, diz o diretor de pesquisas e estudos econômicos do Bradesco, Octávio de Barros.
Para os próximos meses, o economista espera que a produção volte a mostrar crescimento na margem, ou seja, em relação ao mês anterior. “Para julho, em especial, nossa projeção preliminar aponta para uma alta de 0,7% em relação a julho.”
A leitura do Bradesco para a atividade, de maneira geral, permanece favorável. “Dado que as condições de demanda continuam intactas, mesmo que algum arrefecimento seja esperado para a segunda metade do ano, comparativamente ao início de 2010″, frisa Barros.
Para a economista-chefe da Rosenberg Consultores Associados, Thaís Marzola Zara, a indústria continua a viver um momento positivo, com perspectivas de crescimento robustas para o ano. “Nos próximos meses, devemos observar uma volta às taxas positivas, embora mais modestas, podendo ocorrer meses pontuais de queda na margem dessazonalizada, comum a um processo de retomada de crescimento que explore novos patamares de produção.”
Para o economista-chefe da consultoria MB Associados, Sergio Vale, a partir de agora os números serão mais positivos. “Nesse momento, ficará difícil o argumento do Banco Central de que a atividade está moderada”, critica Vale. “Ao basear sua análise muito no momento recente, o BC ignorou que o nível de atividade deverá retomar um bom ritmo de expansão, a partir do terceiro trimestre.”
O economista-chefe do Banco Fator, José Francisco de Lima Gonçalves, avalia que a produção industrial de julho vai ficar entre zero e positivo. “É difícil ter outra variação negativa”. Por enquanto, o economista Rafael Baccioti, analista da Tendências Consultoria Integrada, espera estabilidade para julho.
Perspectiva
SERGIO VALE
ECONOMISTA-CHEFE DA MB
“Ainda é cedo para estimativas, mas os dados da Fenabrave, por exemplo, já indicam que a atividade voltou a acelerar. Um crescimento em torno de 1%, na margem, em julho, me parece razoável olhando de hoje”


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