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Política externa

Há lugar para os direitos humanos na política externa do Brasil? Talvez seja um debate para a campanha presidencial, ainda que a lógica marqueteira desaconselhe assuntos assim “elitistas”. Política externa e direitos humanos não decidem eleição, então a tendência é serem deixados em enésimo plano. Toca-se no tema diante de plateias selecionadas, mas para o povão é emprego, saúde, segurança e educação. 

Pena, pois as agressivas tentativas de protagonismo lançadas pelo Brasil nos últimos anos reposicionaram o país no jogo planetário. Um efeito é termos agora “a ver” com mais assuntos que antes. No nosso caso, Terêncio tem razão renovada: não é razoável permanecermos alheios a nada humano. Como por exemplo os direitos. 

Quando o assunto são direitos humanos, o governo de Luiz Inácio Lula da Silva saltita entre dois extremos, conforme a conveniência. 

De vez em quando, fica tomado de indignação humanística. Foi assim ao lançar a terceira versão do programa nacional dedicado à pauta, o PNDH. Era quase um esboço de “plataforma para a revolução brasileira”, da qual naturalmente precisou recuar. Para não alimentar agendas complicadas em período de eleição. 

O comportamento repetiu-se na polêmica sobre a Lei de Anistia. Mesmo com divisões internas, o governo endossou oficiosamente a tese de que tortura é inanistiável, também pela obrigatória subordinação da legislação nacional às normas internacionais. 

É difícil porém compreender esse vetor indignado à luz da ligeireza verbal que o presidente da República andou despejando em pelo menos duas situações. 

Quando construiu o infeliz paralelismo entre os presos políticos cubanos em greve de fome e o hipotético uso dessa forma de protesto por criminosos comuns no Brasil. E quando se enrolou no opina não opina sobre a iraniana condenada a morrer apedrejada (ou enforcada) por “adultério”. 

Lula argumenta que o Brasil não deve se meter nos assuntos internos de outros países, e isso tem servido de boia ao presidente. Mas quando aliados de Lula estão em risco, como aconteceu em Honduras, a diplomacia brasileira procura meter-se, sim, e muito. 

Onde estaria o equilíbrio? Há um equilíbrio possível? 

Nações mais antigas que nós no jogo pesado das relações internacionais tampouco conseguem seguir rigidamente uma cartilha. No limite, acabam tendo que fechar os olhos a certas violações de direitos humanos, quando convém. 

Estaríamos então condenados ao relativismo absoluto, à flutuação cínica do discurso dos nossos governantes, quando manipulam o sofrimento humano de acordo unicamente com as conveniências políticas, ou negociais? 

Talvez não. O Brasil orgulha-se de ter inovado nos programas sociais de redistribuição de renda. O mesmo com as plataformas de biocombustível. Vive por aí tentando exportar as experiências. Por que não fazer igual com os direitos humanos? 

Liderança se exerce na prática. Há países com leis que obrigam as empresas nacionais a respeitar rígidas normas anticorrupção quando operam no exterior. Há pressões semelhantes na área ambiental, ou no combate à exploração de trabalho infantil. 

Cada vez mais, os movimentos de opinião pública impõem às nações evitar fazer fora de casa o que não acham razoável praticar na intimidade do lar. 

Não é o caso de ditar normas aos outros, mas está plenamente no âmbito da nossa soberania decidir com quem vamos nos relacionar, fazer negócios, estabelecer canais comerciais privilegiados. 

Assim como somos soberanos para escolher o caminho do cinismo, da brutalidade verbal, do pouco caso com o sofrimento alheio, da leniência com os chamados ao genocídio, da complacência com a supressão da liberdade. Tudo para ganhar uns trocados e ajudar amigos. E não necessariamente nessa ordem. 

É apenas uma questão de escolha.

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O guizo e o gato

O tema das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) entrou na pauta eleitoral por dois caminhos: o político e o criminal. O segundo vetor faz da guerrilha colombiana um problema relacionado à segurança pública em nosso país, pelas conexões ao narcotráfico. Já o primeiro pede uma abordagem mais no terreno das relações internacionais. Os dois elementos estão combinados, mas há situações em que um sobressai e pede tratamento imediato. 

É o que vai agora com a emergência da crise entre Bogotá e Caracas. A Colômbia diz haver contingentes das Farc estacionados em solo venezuelano. A Venezuela reagiu com nervosismo, por motivos que descrevi aqui dias atrás. Não gostaria de se abrir a uma inspeção internacional, ainda que da Unasul. Não pode negar peremptoriamente a acusação. Não pode tomar eventuais medidas militares em seu próprio território contra as Farc. 

Daí a compreensível agitação de Hugo Chávez. A ela seguiu-se uma ação coordenada entre o presidente venezuelano e seus aliados continentais, com Luiz Inácio Lula da Silva em posição de destaque. A nova palavra de ordem é “paz”. Aparentemente, a ficha caiu. Os partidos de esquerda da América do Sul, hoje largamente hegemônicos, perceberam que a estabilidade política é um ativo, pois a situação eleitoral é conjunturalmente favorável em um cenário político “normal”. 

Concluíram ainda que os Estados Unidos não lavarão as mãos diante de uma eventual tentativa de desestabilização do hoje aliado colombiano. Se havia dúvidas, depois de Honduras elas desapareceram. 

Trata-se então de dar um jeito nas Farc, o estorvo. Eis a força que hoje move de Lula a Chávez, de Evo Moráles a Cristina Kirchner, de José Mujica a Rafael Corrêa. É preciso remover o foco da guerrilha, encontrar um modus vivendi com a nova liderança de Bogotá. 

Na teoria, tudo muito bonito, mas há dificuldades práticas. Uma delas é saber quem vai colocar o guizo no pescoço do gato. 

É situação algo semelhante ao impasse entre Israel e os palestinos. O consenso pela paz só é forte quando você observa os jogadores não diretamente envolvidos. Já os contendores diretos não têm essa convicção, de que a vitória militar está fora do alcance, ainda que no longo prazo. 

As Farc desejam negociações e diálogo com o novo presidente, Juan Manuel Santos, mas para afrouxar a corda que aperta o próprio pescoço e ganhar tempo. Já Santos poderia até aceitar outro caminho que não o puramente bélico-jurídico, desde que com garantias do desfecho desejado: a total desmobilização das guerrilhas e sua extinção como vetor militar no cenário colombiano. Ou seja: a capitulação delas. 

É imensa a pressão para as Farc finalmente capitularem, mas não se notaram até agora sinais sérios disso na cúpula do grupo. Aqui, de novo alguma semelhança com o cenário da Palestina. Se Mahmoud Abbas entrar em negociações com Israel e lá na frente o resultado for pífio, ou nenhum, o líder estará em séria encrenca política. Assim como Santos corre o risco de deitar fora a herança de Uribe na frente militar. Está arriscado a aparecer aos compatriotas como inocente útil. Da guerrilha. 

Qual é um fator limitante na possibilidade de desfecho militar para o conflito? As Farc poderem, se necessário, cruzar fronteiras em direção a países amigos e assim escapar do cerco final pelo exército regular. Eis uma razão forte para a crise entre Colômbia e Venezuela. 

A dúvida é saber quanto Chávez está disposto a apertar a corda em torno do pescoço das Farc. Talvez esteja num grau antes impensável, se concluir que o pescoço alternativo é o dele próprio. 

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Essa vai ser a linha do debate?

As declarações do candidato da oposição José Serra (PSDB-DEM-PPS) na sabatina do portal R7- Record News só revelam o óbvio: a mais completa falta de programa e a discussão rasteira que Serra pretende levar ao debate eleitoral.

Questões de grande importância e complexidade internacional, como as do Irã e da ruptura de relações diplomáticas entre a Colômbia e a Venezuela são reduzidas pelo candidato a duas frases: Mahmoud  Ahmadinejad (presidente iraniano) é "troglodita" e "Chávez é dilmista".

Isso mesmo, meus caros, o mínimo do mínimo, o mais preconceituoso e reacionário dos discursos. E tudo para alavancar a opinião pública contra o PT. Nenhuma análise séria sobre a conjuntura externa, nenhum argumento sensato, nenhuma proposta. Nada.

Puro discurso eleitoreiro na rasteira do que propala a direita reacionária e uma irresponsabilidade sem tamanho, já que como postulante ao cargo mór da nação, essas declarações soam no mínimo desrespeitosas aos líderes citados por Serra e à conjuntura internacional.

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Dilma e assessor de Lula acusam Serra de adotar política do ódio e tática do medo

Dilma e assessor de Lula acusam Serra de adotar política do ódio e tática do medo
     A candidata do PT, Dilma Rousseff, e o assessor especial da Presidência para Assuntos Internacionais, Marco Aurélio Garcia, condenaram ontem os mais recentes ataques do candidato das oposições, José Serra (PSDB), à política externa do Governo Lula. No início da semana, Serra acusou o governo de fazer “filantropia” com a Boívia e o Paraguai e [...]



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Tucano não, Papagaio

"No Brasil (os críticos) são pessoas que não conseguem compreender que o país tem tamanho e grandeza no cenário internacional - e falo sem nenhuma megalomania, nem exagero". O recado sem meias palavras aos críticos de plantão da política externa brasileira, foi dado pelo chanceler Celso Amorim, em entrevista à BBC-Brasil.  

Não citou nomes, nem precisava. Sua resposta tem endereço certo. Referia-se às críticas recentes à política externa do presidente Lula, sempre em pauta na mídia. E, óbvio, a resposta tem interlocutor com nome e sobrenome, o candidato da oposição José Serra (PSDB-DEM-PPS) que numa série de declarações - uma mais desastrosa que a outra - instiga a opinião pública contra a agenda internacional do atual governo.

"Na crise entre a Venezuela e a Colômbia a primeira coisa que o presidente Lula fez foi telefonar para o presidente Chávez, e também entramos em contato com os ministros colombianos. Uma coisa não interfere na outra, pelo contrário, o prestígio internacional do Brasil nos ajuda também a trabalhar na região", exemplificou nosso chanceler.
 
Vocês se lembram da forma absurda e desrespeitosa como o candidato Serra se referiu ao presidente da Bolívia, Evo Morales. Imaginem um chefe de Estado deste porte à frente do governo do Brasil! Agora, o tucano ataca novamente. Bem de acordo com a postura servil, de papagaio de pirata - neste caso aos interesses norte-americanos na região. Dessa vez, um dos principais alvos é o presidente da Venezuela, Hugo Chávez.

E, claro, Serra ataca Chávez, também para agradar a mídia. Só que dessa vez, além de criticar nossas relações com a Venezuela, Bolívia e Paraguai, ele chegou a dizer que o presidente Chávez é uma "ameaça" à paz regional. Repito: como um candidato a presidência da República faz declarações como estas?

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O IRÃ E O IMPÉRIO DECADENTE


BRESSER PEREIRA

“Há algum tempo, o establishment mundial recebeu com um misto de irritação e descrença a notícia de que o presidente Lula se dispunha a intermediar a questão do Irã.
Na semana passada a diplomacia brasileira alcançou um êxito histórico em Teerã ao lograr que o governo nacionalista islâmico do Irã aceitasse o acordo sobre a troca de urânio pouco enriquecido por urânio enriquecido a 20% nos mesmos termos que as grandes potências e a AIEA(agência atômica da ONU) haviam proposto há seis meses.
Não obstante, alegando que o acordo não assegura que o Irã não utilizará o restante do urânio em seu poder para se tornar potência nuclear, os EUA conseguiram convencer as demais grandes potências a levar ao Conselho de Segurança da ONU a proposta de novas sanções ao Irã. E adicionaram mais uma “razão”: assim, evitam que seu aliado Israel bombardeie o Irã. Significa isso que o acordo de Teerã fracassou?
As razões para ignorar o acordo bem pensado e realizado não se sustentam. A recusa dos EUA de continuar a negociação a partir dele deixou mais uma vez claro que seu objetivo principal não é evitar que o Irã tenha a bomba, mas é desestabilizar seu governo.
Desde a Revolução Islâmica de 1979, os EUA vêm procurando derrubar o governo nacionalista iraniano. Primeiro, porque o regime seria fundamentalista; depois, porque ameaçaria Israel.
Nesse sentido, suas ações não se limitaram ao “soft power” e à diplomacia, mas foram militares. Em 1981, financiaram uma guerra mortífera do Iraque de Saddam Hussein contra o Irã, que durou quase dez anos e terminou com a derrota da coligação americano-iraquiana.
Agora, depois de haver invadido e submetido seu antigo aliado, voltam- se de novo contra o regime dos aiatolás e de seu boquirroto e autoritário presidente, Mahmoud Ahmadinejad.
Mostram, assim, coerência em sua política imperial de controle político-militar do Oriente Médio. O fato de a China ter concordado em assinar o pedido de mais sanções significaria que não usará seu poder de veto no Conselho de Segurança? É possível, mas não é provável. A China assinou o pedido para, neste momento, não aumentar seu contencioso com os EUA, que já é grande.
Por isso, é bem possível que o acordo de Teerã e as reações que está provocando levem os chineses, que não têm interesse em que os EUA e a Europa aumentem ainda mais seu poder no Oriente Médio, afinal a recusar seu voto às sanções.
Os EUA são um império em decadência que tenta ser imperial em uma fase da história mundial na qual os impérios não fazem mais sentido.
Os dois últimos grandes impérios foram o britânico e o soviético. Fracassaram por diferentes razões, mas principalmente porque hoje mesmo países mais atrasados são membros plenos da ONU e não aceitam a dominação imperial.
Não obstante, os EUA insistem em terem bases militares espalhadas em todo o mundo para “legitimar” a imposição de sua vontade. Sabemos, porém, que não é com armas, mas com bons argumentos e com concessões mútuas que haverá paz entre as nações.”

A lógica dialética


Ivanisa Teitelroit Martins disse...

Nem a lógica dialética ajuda a entender os diferentes cenários no atual momento. No passado costumava-se dizer que o Brasil era de um lado um país populoso e pobre e de outro um país de poucos que concentravam a riqueza. Sem desmerecer os governos anteriores, o Bolsa Família, programa de transferência de renda, que surgiu da idéia original de um programa de renda mínima, por sua massificação, além da complementação que se deve a programas estaduais com o mesmo objetivo, alterou a condição de renda no país. O acesso à informação através dos meios eletrônicos também. 
A democracia representativa e seu exercício nos diferentes níveis sinaliza que há urgência em fazer reformas na direção de uma democracia participativa, mas nossa classe política resiste por conta de uma prática atrasada. Há que se esperar por mudanças. Está difícil fazer prognósticos, mesmo em política externa. Mesmo a Academia se encontra sem condição propositiva. Há uma tendência em "ideologizar" o debate, que em verdade enfraquece o próprio discurso ideológico. Há um empate entre os candidatos de uma campanha que ainda não começou. Diante disso, somente dando uma boa gargalhada.

Brasil quer mais poder na cena global, diz Lula

O Brasil quer conquistar no cenário político internacional a mesma relevância que vem ganhando na economia mundial, ao crescer a taxa anual que se aproximou de dois dígitos no primeiro trimestre, enquanto os países desenvolvidos, principalmente da Europa, ainda tentam encontrar saídas para a crise. Esse foi, em resumo, o recado deixado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em sua passagem de dois dias por Madri.

Em seu último compromisso, Lula permaneceu por seis horas com cerca de 150 empresários espanhóis no seminário sobre investimentos no Brasil promovido pelo Valor e o diário "El País". Em encontro reservado com editores dos dois jornais, Lula fez críticas ao ceticismo com que foi recebida em alguns setores sua intermediação no conflito gerado pelo programa nuclear do Irã, particularmente nos EUA. 



"Ninguém gosta de um novo ator. Mas onde está escrito que os Estados Unidos são o xerife do Oriente Médio e do mundo?"

Lula: "O mundo já não é o mesmo do tempo em que as decisões eram tomadas por Churchill, Stalin e Roosevelt em torno de uma garrafa de uísque"

“Opinion”, Le Monde, Paris


Tradução de Caia Fittipaldi

O Sul emergente já aparecera antes, em cena que provocou frisson e alarido no palco internacional, em domínios do meio ambiente e do comércio. Essa semana, inaugura nova etapa, importante sinal de o quanto aumenta o poder desses países.
Ei-los ativos em terreno que, até agora, permanecia como quase-monopólio das tradicionais “grandes potências”: a proliferação nuclear no Oriente Médio – ou, em resumo, a relação de forças numa região-chave para Europa e Estados Unidos.
Os livros de História guardarão a data – 2ª-feira, 17 de maio –, em que Brasil e Turquia apresentaram à ONU acordo negociado com Teerã, sobre uma das facetas da questão nuclear iraniana.
Pense-se o que se pensar sobre o texto que resultou dessa mediação turco-brasileira, a própria mediação, em estratégia de mostrar fato consumado – não foi mediação solicitada –, muda consideravelmente o quadro mundial. Ela quebra de facto o domínio até agora reservado aos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU: China, EUA, França, Grã-Bretanha e Rússia.
Endereçada exatamente a esses, a mensagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do primeiro-ministro Recep Tayyip Erdogan é clara: nem pensem, em 2010, em porem-se a reinar só vocês, sobre uma ordem internacional na qual o peso das nações evolui a favor de países como os nossos (o Sul emergente estende-se do Egito à África do Sul, da Nigéria à Indonésia).
AMBIÇÕES POLÍTICAS LEGÍTIMAS
Para os que ainda não entenderam: Brasil e Turquia, segunda-feira passada, puseram os pontos nos “is”. São membros, sim, do grupo dito “5 +1”, ou “os Cinco” que, na ONU, discute a questão nuclear iraniana.
O grupo é constituído dos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança acima citados, mais a Alemanha. Os cinco países acusam o Irã de descumprir compromissos internacionais e de ignorar várias Resoluções da ONU. Suspeitam que Teerã mantenha um programa de enriquecimento de urânio que parece ter uma única finalidade: militar.
As ambições políticas dos países do Sul são legítimas. Têm de ser acolhidas positivamente. Mas, no caso do dossiê iraniano, a desconfiança dos Cinco tem fundamento. Evidentemente, todos saudaram a iniciativa turco-brasileira como “um passo na direção certa”.
Simultaneamente, para marcar a desconfiança quanto à substância do acordo anunciado em Teerã, os Cinco já avisaram, na 3ª-feira, que manterão a pressão sobre o Irã. Trabalham agora num projeto de Resolução que prevê novas sanções contra a República Islâmica.
Têm razão. O documento turco-brasileiro propõe que uma parte – apenas uma parte – do urânio iraniano seja armazenada no exterior, em troca de combustível enriquecido só aproveitável para uso civil. Assim, não se impede o Irã de produzir o urânio mais potente de que carece para produzir arma nuclear.
Os iranianos já disseram, ontem: não pensam em suspender seu próprio programa de enriquecimento de urânio… Têm razão, pois, os Cinco, que exigem mais.

O confronto entre duas visões de mundo e soberania


Rússia apoia esforço do Brasil pela paz no Irã; Sarkozy endossa tentativa brasileira de um acordo que evite sanções contra o Irã; alto funcionário do Departamento de Estado norte-americano reconhece: 'Lula é a última chance para que o Irã retorne negociações". O embaixador dos EUA no Brasil, Thomas Shannon, ao Financial Times:  ' À medida que o Brasil se torna mais afirmativo globalmente e começa a afirmar sua influência, vamos trombar com o Brasil em novos temas - como o Irã, o Oriente Médio, o Haiti; embora positiva de uma maneira geral esta postura brasileira está nos desafiando porque significa que temos de repensar a forma como entendemos nosso relacionamento". E Serra? Aspas para sua declaração  em entrevista à RBS essa semana: 'Como presidente, não receberia nem visitaria Ahmadinejad'. 

Lágrimas de crocodilo

O chanceler Celso Amorim está em Teerã, dando curso à estratégia de Luiz Inácio Lula da Silva para a crise em torno do programa nuclear do Irã. A posição do Brasil é conhecida. Somos a favor de os iranianos terem direito de dominar a tecnologia atômica, para fins pacíficos. É bastante razoável. Os povos devem mesmo possuir a prerrogativa da autodeterminação, quando em paz.

É tão razoável que todo o mundo concorda. Onde está a dificuldade? Nas garantias que a Organização das Nações Unidas (ONU) exige, e que Teerã recusa dar. É um jogo de gato e rato, no qual os iranianos desfilam no fio da navalha. Indo e vindo. Buscando a cada passo “comprar” tempo.

E vem uma dúvida, também razoável. Para que exatamente o Irã busca mais tempo? Se o programa nuclear de Teerã é pacífico, como aposta o Brasil, e se é o que as grandes potências exigem do Irã, onde está a dificuldade?

Quando os Estados Unidos e o Reino Unido ocuparam o Iraque, verificaram que Saddam Hussein não detinha mais armas atômicas, químicas ou biológicas. Então por que o presidente iraquiano recusou as inspeções internacionais que poderiam atestar a falsidade das acusações e neutralizar o argumento formal para a invasão?

Há três hipóteses na obstinação suicida de Hussein.

A mais benigna é caracterizá-lo como um estúpido, um lunático que fez o país dele retroceder à dominação colonial em troca de nada. Ou em troca apenas do orgulho de resistir a uma inspeção da ONU.

No segundo caminho, algo mais verossímil, o sunita Saddam não desejava que o xiita Irã tivesse exata noção da fragilidade militar de Bagdá. Inclusive para não desequilibrar o precário equilíbrio político no Iraque do Partido Baath, onde a ditadura da minoria sunita dava as cartas na relação com a maioria xiita.

A terceira, conectada à segunda e mais realista, tem a ver com a política interna iraquiana. A possível existência de armas de destruição maciça era apenas secundariamente uma ameaça para fora: ela apontava prioritariamente para dentro, para controlar a oposição. Pelo medo.

Em qual das três trilhas é possível encontrar a melhor explicação para a estratégia hoje do governo islâmico de Teerã?

Tudo bem que Mahmoud Ahmadinejad possa recolher força política da retórica antiamericana e antissionista, mas o exemplo de Saddam Hussein não encoraja esticar a corda além de um certo ponto.

Uma variável nova é os Estados Unidos estarem ocupados demais no Iraque e no Afeganistão, sem fôlego momentâneo para a terceira frente. Raciocínio arriscado, pois a esta altura o Pentágono já deve ter as equações para Barack Obama decidir caso necessário. Se não as tem, prepara aceleradamente. Já ronda até o noticiário.

O segundo cenário é menos provável, pois ao contrário do que diz a propaganda dos aiatolás o Irã não está ameaçado territorialmente por nenhum país vizinho ou dos arredores. Desde que, naturalmente, ele próprio não deseje varrer ninguém do mapa ou interferir militarmente na vida alheia.

Sobra o terceiro. O sonho de um Irã dotado de armas nucleares transformou-se em vetor de poder interno. E aí mora a complicação maior. Como recuar em ordem, sem assinar o recibo da derrota humilhante? Sem abrir um flanco político talvez fatal?

A aposta brasileira é ser o avalista desse recuo. Se acontecer da maneira como quer Lula, ele terá nas mãos um troféu para exibir nas nossas eleições. Dirá como enfrentou os Estados Unidos, como se opôs às sanções, e também como isso permitiu chegar a uma solução pacífica para a crise.

Importará menos, para efeito de retórica, que o Brasil tenha contribuído para os americanos alcançarem o objetivo principal deles: fazer o Irã recuar do projeto de potência nuclear. Se acontecer, Lula arrastará as cartas no palco interno.

E se não acontecer? Lula poderá dizer que pelo menos tentou. Que não se dobrou ao império. E, afinal, as eventuais sanções não serão contra nós, nem as possíveis bombas cairão aqui.

Custo zero. Não faltarão tampouco as habituais lágrimas de crocodilo.

Casos vergonhosos da subserviente política externa dos tucanos - FHC


  • A sumária exoneração do embaixador Samuel Pinheiro Guimarães do Instituto de Pesquisa de Relações Internacionais (IPRI) do Itamaraty, por ele ter alertado o governo para os malefícios da Alca. 
  • A atitude covarde chanceler Celso Lafer diante das pressões dos States para afastar o embaixador brasileiro José Maurício Bustani da direção da Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPAQ),  por ele ter tentado evitar a guerra genocida no Iraque. 
  • Os discursos do ex-ministro de FHC propondo a participação do Brasil no genocídio no Iraque com base no draconiano Tratado Interamericano de Assistência Recíproca (TIAR).
  • Celso Lafer, ministro das Relações Exteriores do Brasil, sujeitou-se a tirar os sapatos e ficar descalço, a fim de ser revistado por seguranças do aeroporto, ao desembarcar em Miami. Esta humilhção, ele novamente aceitou antes de tomar o avião para Washington, e mais uma vez desrespeitou a si próprio e desonrou não apenas o cargo de ministro, como também o governo ao qual servia. E, ao desembarcar em Nova York, voltou a tirar os sapatos, submetendo-se, pela terceira vez, ao mesmo tratamento.
Esta era a política externa dos tucademos nos tempos FHC, total subserviência. Quem tem saudades dela? 

Os vira-latas, lambe-pés, puxa-sacos e por aí vai.

Brasileiro que é Brasileiro tem orgulho e vergonha na cara, adula ninguém não.

Do jeito que o brasileiro gosta

Jornal "Financial Times" classificou a política externa brasileira de irritante e narcisista. 


Deixa estar, é assim que queremos. 


Foram séculos de subserviência que os brasileiros querem ter apenas como um passado a não ser repetido jamais. 


Esta semana Lula lembrou o então chanceler de FHC, ministro Celso Lafer, que se sujeitou a tirar os sapatos para ser revistado no aeroporto de Miami. 


Desmoralização total.

Aumenta a imagem positiva do Brasil no mundo


Uma pesquisa realizada em 28 países revelou que a imagem do Brasil permanece positiva no mundo.
Em média, 41% dos entrevistados consideram o Brasil uma influência positiva no mundo, enquanto 23% consideram a influência do país negativa.
A pesquisa, encomendada pelo Serviço Mundial da BBC e conduzida pela GlobeScan/PIPA, ouviu 29.997 pessoas – pessoalmente ou por telefone – entre novembro do ano passado e fevereiro deste ano.
Os responsáveis pelo estudo pediram aos entrevistados que respondessem se consideram a influência de 17 países do mundo, entre eles o Brasil, positiva ou negativa.
A pesquisa vem sendo realizada anualmente pela BBC desde 2005.
Vizinhos
A imagem do Brasil foi vista com altamente positiva pelos entrevistados brasileiros (84%) e chilenos (77%). No México, 59% dos entrevistados veem o Brasil como uma influência positiva, bem como 55% na América Central.
A imagem do país também é positiva entre países asiáticos como a China (55%), Coreia do Sul (51%), Filipinas (47%) e Tailândia (44%). Em Portugal, 51% dos entrevistados também veem o Brasil como influência positiva.
A imagem positiva do Brasil também aumentou entre os países europeus. No Reino Unido, as percepções negativas caíram 15 pontos percentuais (agora em 20%) e os britânicos agora tendem a ver o país de forma positiva, enquanto antes se encontravam divididos.
A atitude dos alemães mudou de negativa para dividida, depois que o número de entrevistados que consideram o Brasil uma influência positiva aumentou em seis pontos percentuais. Na França, a atitude positiva aumentou oito pontos percentuais, para 50%.
Mas a imagem do Brasil piorou entre os entrevistados da Índia e do Egito. No Egito, a avaliação positiva caiu 15 pontos percentuais, chegando a apenas 18% dos entrevistados.
Os entrevistados da Índia deixaram de avaliar o país favoravelmente, e agora se apresentam divididos, com a imagem negativa aumentando oito pontos percentuais (atualmente em 23%).
A imagem positiva do Brasil também caiu na China (de 65% para 55%), Gana (de 50% para 41%), Itália (de 49% para 40%), Canadá (de 46% para 38%) e Nigéria (de 47% para 38%).
A Alemanha é o país considerado como o de maior influência positiva no mundo (em média, 59% dos entrevistados avaliaram o país favoravelmente), e o Irã é o país visto como o menos positivo – apenas 15% dos entrevistados, contra 56% que o veem de forma negativa.

Política externa: cala-boca à oposição

ImageChama a atenção e cala os opositores a liderança, o papel e o lugar do Brasil e de seu presidente nos últimos dias na política internacional. Refiro-me à Cúpula de Segurança Nuclear encerrada em Washington (DC) e duas outras cúpulas realizadas essa semana em Brasília e que reuniram chefes de Estado, de Governo e representantes de dois blocos de nações, o dos BRICs (Brasil, Rússia, Índia e China) e o do IBAS - Índia, Brasil e África do Sul. 


"Pessoalmente, eu me despeço do IBAS com o sentimento do dever cumprido, com orgulho, felicidade de ver que nossa idéia prosperou. Com a alegria de ter compartilhado com indianos e sul-africanos esta extraordinária aventura. Desafiamos a geografia e a inércia - e vencemos", comemorou o presidente Lula. Continua>>>

O Brasil será uma superpotência

O Brasil deverá se tornar um dos motores da recuperação da economia global, afirma Leonardo Martinez-Diaz, especialista do Instituto Brookings e um dos organizadores do livro "O Brasil como uma superpotência? Entendendo a mudança do papel do Brasil na economia global", recém lançado nos EUA.

Para ele, o Brasil está posicionado de modo a colher os benefícios da retomada do crescimento mundial, que deverá começar pela Ásia. Confira trechos do que ele falou.

  • O Brasil é uma das dez maiores economias do mundo. Ele tem os ingredientes certos para isso, mas terá de manter as políticas adotadas, especialmente no nível macroeconômico. Considerando que continuem, estou confiante que o Brasil será um dos motores da recuperação.
  • Há duas maneiras de avaliar isso. A primeira é a tradicional, com base apenas em números e, neste caso, o Brasil seria a nona ou décima economia mundial. Em escala, ainda há um grande caminho a percorrer até chegar entre as quatro maiores.
  • O Goldman Sachs estima que o país precisaria crescer a 4% ao ano até a metade do século para atingir o tamanho de uma superpotência.
  • A segunda maneira é olhar se o Brasil tem influência para afetar as regras da economia global. E, desse ponto de vista, você pode chamar o Brasil de uma potência em ascensão, muito próximo de uma superpotência, pois ocupa um papel muito importante em mercados de commodities, tem um papel expressivo na OMC [Organização Mundial do Comércio], no G20, um papel em expansão no FMI e no debate sobre mudança climática.
  • A crise teve dois efeitos. O primeiro foi mostrar que o Brasil e outros emergentes não estão descolados, independentes dos EUA. Mas o segundo ponto é que o Brasil é muito resiliente, muito mais resistente à crise do que no passado. Além disso, tem uma poderosa base de crescimento dentro do país.
  • Vivemos um período de condições extraordinárias e raras nos últimos dez anos, entre a crise asiática e a crise atual, com alto crescimento, estabilidade, altos preços de commodities e demanda aquecida. Não vamos voltar a esse período tão cedo.
  • Avalio que a base de exportações do Brasil é diversificada e não depende apenas dos EUA e da Europa, mas também da demanda da Ásia, da América Latina e de algumas partes da África e do Oriente Médio. A recuperação deve começar primeiro na Ásia. O Brasil está posicionado de modo a tirar vantagens disso. As taxas de crescimento serão menores do que antes, mas haverá crescimento.
  • A política econômica externa brasileira é resultado de interesses e ideias conflitantes do governo e da sociedade. De um lado você tem políticas que são guiadas em prol de interesses econômicos, com uma pressão muito forte pela abertura de mercados agrícolas. De outro, você tem muita ênfase em acordos no eixo Sul-Sul que não trazem benefícios significativos para o país, não fazem sentido economicamente, mas ajudam a apoiar a visão de que o Brasil tem um papel de liderança entre os países em desenvolvimento.
  • Se isso puder ser traduzido em capacidade de avançar nas negociações de interesse próprio do país, sim. Em alguns casos não está claro que isso esteja acontecendo.
  • No Mercosul, o Brasil exagerou na descrição dos benefícios do bloco, mas não atacou os problemas. E há insatisfação de países como Uruguai e Paraguai. Há na região alguma suspeita sobre as ambições regionais e globais do Brasil. Podemos ver isso nas recentes tensões com Equador e Bolívia.
Tucademopiganalhada podem espernear, babar, espumar de raiva e inveja que não conseguiram esconder a verdade. Com o analfa Lula e o PT no poder, o Brasil se impôs e passou a ser respeitado no mundo.

Ao trabalho itamaratecas

Se precisamos justificar certas ditaduras num dia e condenar outras no dia seguinte, é desejável um pouco mais de sofisticação

As reações ao golpe em Honduras são o enésimo exemplo de como é importante considerar em primeiro lugar as conveniências dos atores quando se analisa a política internacional. Melhor ter consciência disso do que viver de ilusão. Em vez de perder tempo com a crença em declarações vazias, concentrar-se na análise da relação de forças e de interesses. Si vis pacem, para bellum. Se queres a paz, prepara-te para a guerra. Quem pode mais chora menos. E ponto final. Leia mais
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Oposiçãozinha peba e míope


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Contrariando as expectativas pessimistas em meio à crise econômica mundial, as exportações brasileiras à China cresceram 64,7% no primeiro quadrimestre de 2009 em relação ao mesmo período do ano passado."

Ei, psiu, alguém aqui lembra o que os tucademos diziam sobre a politica externa do governo brasileiro?

Lá atrás no começo do 1º governo, alguém lembra o que a oposiçãozinha peba e míope dizia?

Cadê essa gentinha agora para afirmar que o correto é o Brasil ser dependente dos States?

Onde estão aqueles oráculos de meia pataca?

Tão investindo todos os esforços possíveis e impossíveis para prejudicar a Petrobrás, o governo e o Brasil, com o apoio irrestrito do PIG.

Mas, vão conseguir não.

No frigir dos ovos esta CPI será um tiro de canhão no pé dos tucademos.

E em 2010 eles estarão profundamente de terem cometido mais esta burrice.

Porém, nós eleitores não perdoaremos não.

Daremos a resposta correta nas ruas e nas urnas elegendo Dilma/Lula e seus aliados.

Bye, bye tucademopiganalha.